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Proclamar Libertação – Volume 35
Prédica: Ezequiel 34.11-16, 20-24
Leituras: Mateus 25.31-46 e Efésios 1.15-23
Autor: Luiz Carlos Ramos
Data Litúrgica: Domingo Cristo Rei
Data da Pregação: 20/11/2011

 

1. Introdução

1.1 – O Domingo do Cristo Rei

Este é o domingo que encerra o ciclo litúrgico anual. Como esperado, esse encerramento é literalmente apoteótico (apoteose: entre os antigos, era a cerimônia de divinização, especialmente dos imperadores romanos). O ano litúrgico tem início com o nascimento humilde da criança em Belém, mas termina com o advento do Cristo Pantocrator (todo-poderoso), governador supremo do universo.

1.2 – Mateus 25.35-46

No Ano A, as leituras indicadas para a Liturgia da Palavra estão focadas principalmente no Evangelho de Mateus. E o evangelho deste domingo (Mt 25.31-46) anuncia o “grande julgamento”, ocasião na qual o Cristo desempenha uma tríplice função: como rei (Kyrios), governa o mundo a partir de seu trono soberano e glorioso (v. 31, observe também o emprego do termo “rei” em 34.40 e 41); como pastor, demonstra seu cuidado para com aquela ovelha que está faminta, sedenta, sem abrigo, enferma, cativa (v. 32); e, como juiz, julga e faz separação entre as ovelhas e os bodes (v. 34ss). O texto é de uma riqueza inesgotável; no entanto, o contexto dessa perícope dentro do próprio Evangelho de Mateus merece alguma consideração: o Grande Julgamento encerra um bloco de discursos que tem início no Sermão da Montanha. E, ao longo dos diferentes discursos, uma tônica é recorrente: a oposição entre o construtor néscio versus o construtor sábio, as virgens néscias versus as prudentes, o que esconde versus o que aplica os talentos, entre outros que, finalmente, opõem-se as ovelhas versus os bodes. Em todos os casos, a oposição é essencialmente entre os que ouvem a Palavra, mas não a praticam, e os que a praticam.

1.3 – Efésios 1.15-22

Esta passagem é a leitura da epístola indicada para a ocasião, e nela o autor da epístola reafirma o poder de Deus manifestado em Cristo, “ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais” (v. 20), dando-lhe poder para dominar soberanamente sobre tudo e todos.

1.4 – Ezequiel 34

Essa perícope é extraída do Primeiro Testamento. De certa forma, o contexto de Ezequiel 34 é semelhante ao de Mateus e em harmonia com o soberano apresentado em Efésios. Leiamos o que antecede imediatamente o cap. 34 de Ezequiel: “Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; por- que ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra” (33.31-32). Na sequência, no cap. 34, Ezequiel anuncia, assim como Mateus, a tríplice manifestação de Javé como pastor, como juiz e como príncipe (só que nessa ordem).

 

2. Exegese

2.1 – Ezequiel, o profeta

Parece que o significado do nome Ezequiel é “Deus dê força [ao menino]”. Esse por si já é um bom motivo para simpatizarmos com o profeta que, pelo que consta, estava entre os desterrados que, juntamente com o rei Joaquim, foram levados em 598 a.C. para a Babilônia pelo rei Nabucodonosor. Supomos que Ezequiel tenha desenvolvido seu ministério principalmente na Babilônia, em Tel-Abib, às margens do rio Kebar. Tendo recebido o chamado de Deus para ser profeta entre seus patrícios desterrados, passou a proclamar, com oráculos e performances cênicas, que Jerusalém estava profundamente corrompida e que, por não querer converter-se, Javé se via forçado a castigá-la; o seu fim se aproximava. De fato, Nabucodonosor conquistou Jerusalém em 587/86 a.C. Além da deportação de seus habitantes, a cidade foi incendiada e totalmente destruída. Outros detalhes biográficos sobre Ezequiel são escassos, e os que estão disponíveis são controvertidos e muito discutidos pelos exegetas; por essa razão não trataremos aqui dessa questão. Parece, no entanto, digna de nota a opinião de que Ezequiel, que era um sacerdote perito em culto e liturgia (cap. 40-48), experimenta a irrupção da glória de Deus de tal maneira que o sacerdote se transforma em profeta. E a queda de Jerusalém converte o pregador de condenação em pregador da esperança e da salvação.

2.2 – Ezequiel, o livro

A tarefa dos profetas foi determinante para a consolidação da religião de Israel. Em circunstâncias análogas de aniquilação, deportação e diáspora, a maioria dos povos simplesmente se desintegrava como povo e como cultura, perdendo seus referenciais, inclusive religiosos. Profetas como Ezequiel e Jeremias ofereceram uma explicação teológica para a calamidade, o exílio. O motivo do sucedido não era o fato de que os deuses dos outros povos eram mais poderosos do que Yahweh, mas fora o próprio Yahweh quem soberanamente havia disposto de outros reis da terra para punir Israel pelo fato de esse ter sido infiel à aliança outrora estabelecida. Juntamente com a explicação teológica, vem o desafio à conversão, à fidelidade, à aliança, ao compromisso com os princípios mais caros para Yahweh: o direito e a justiça. Uma maneira relativamente simples de estruturar o livro de Ezequiel é a seguinte: (1) vocação do profeta (1.1-3.21); (2) julgamento de Jerusalém (3.22-24.27); (3) o castigo das nações (25-32) e (4) a restauração do povo aniquilado (33-37). Mas essa suposta simplicidade não nos deve iludir. O livro é complexo, principalmente é provável, pelos “ajustes” feitos pelos “discípulos” de Ezequiel, responsáveis pela redação final do livro.

2.3 – Ezequiel, a perícope (34.11-16,20-24)

O cap. 34 está inserido, portanto, na quarta seção da estrutura simplificada apresentada: a restauração do povo aniquilado (33-37).

V. 1 – “Veio a mim a palavra do Senhor”: fórmula característica do ministério profético. O sacerdote é tratado aqui como profeta. O nome de Deus empregado neste verso é Adon Yahweh.

V. 2 – “Profetiza contra os pastores de Israel”: Na linguagem palaciana do antigo Oriente Próximo, os reis e outros chefes políticos eram chamados de “pastores do povo”. Nesse caso específico, parece que tais líderes só cuidavam de seus próprios interesses. Profetizar “contra” enfatiza o aspecto a princípio negativo da tarefa de Ezequiel. A rigor, o profeta proclama uma mensagem dialética (em sentido amplo): por um lado, apresenta uma denúncia e, por outro, proclama um anúncio. “Assim diz o Senhor Deus”: como “veio a mim a palavra…”, essa é outra fórmula que caracteriza o ministério profético.

V. 3-4 – São abordadas aqui as mesmas questões levantadas no Grande Julgamento de Mateus 25: não dar de comer, não vestir, não curar, não proteger… O povo é espoliado enquanto seus líderes político-religiosos se locupletam. Uma possível alusão às taxas cobradas do povo na forma de impostos e à corveia, que era o serviço que alguém tinha que prestar gratuitamente ao soberano.

V. 5-6 – “Minhas ovelhas andam espalhadas”: os líderes de Israel, em lugar de preservar a unidade do povo e consolidar a nação, contribuíam para sua dispersão no exílio.

V. 10 – “Livrarei as minhas ovelhas”: este verso marca a virada no tom do discurso. A denúncia dá lugar agora ao anúncio.

V. 10-16 – “Eu mesmo procurarei as minhas ovelhas”: Adon Yahweh apresenta-se como modelo antitético de governança em relação aos líderes de Israel. Sua plataforma política inclui: a busca das ovelhas, o livramento delas, sua reunião, a introdução delas em sua terra e seu cuidado pastoral contínuo (água, alimento, descanso, saúde…). Em uma palavra, a “justiça” (cf. v. 16) resume o plano de governo de Yahweh (“justiça” também é a palavra-chave do Evangelho de Mateus).

V. 17-20 – “Eis que eu mesmo julgarei entre ovelhas gordas e ovelhas magras”: a partir desse ponto, enfatiza-se a ação de Yahweh como juiz. A justiça bíblica não implica igualdade de tratamento. Na balança da justiça de Yahweh, o prato dos oprimidos pesa mais.

V. 23-24 – “Suscitarei para elas um só pastor”: para um povo que sofrera na carne com a divisão do reino em dois (Israel e Judá), que por décadas vinha sendo vítima de sucessivas invasões e massacres e cujos habitantes sobreviventes haviam sido, em grande parte, dispersos pelo mundo ou deportados para o exílio, a ideia de um rei único era especialmente significativa. “Apascentará”: o mesmo termo, em certo tempo verbal (piel), pode significar “ser amigo”. O rei desejado não haveria de ser um déspota autoritário, mas um cuidador fraterno. “Davi”: esse rei é apresentado aqui de maneira idealizada, mostrando o perfil daquele que haveria de reinar como sendo o ungido de Yahweh (um descendente de Davi). Vale lembrar que Davi havia sido pastor de ovelhas antes de tornar-se rei (cf. Também. V. 24: “Eu, o Senhor (Yawheh), lhes serei por Deus (Elohim), e o meu servo Davi será príncipe no meio delas”).

V. 25-29 – “Aliança de paz”: durante um período de praticamente 100 anos, o povo de Deus vivera em constante clima de guerra. Mesmo no exílio, vivia per- manentemente as tensões dos conflitos bélicos travados entre Assíria, Babilônia e Egito, entre si ou com outros. A paz, portanto, era seu anelo mais pungente. “Aliança” (beriyth): já no cap. 31, Ezequiel havia anunciado um novo ato redentor, uma “nova aliança”, na qual a lei seria escrita nos corações, e prenunciava a libertação do cativeiro como um “novo êxodo”, libertação na qual Deus repetiria os grandes atos salvíficos do passado. Essa salvação incluía uma vida próspera e harmônica em meio aos animais e à topografia, em face do clima e da produção do campo, e livre sobretudo da espoliação, quer estrangeira, quer doméstica.

V. 30 – “Saberão que são… meu povo”: depois de tanta dispersão, de desintegração cultural, social e religiosa, Ezequiel reforça a ideia de “povo”, de comunidade unificada, com ideais e compromissos comuns.

V. 31 – “Homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus”: as limitações e fragilidades humanas não são negadas, mas compensadas pela divindade de Yahweh.

 

3. Meditação

3.1 – O profeta Ezequiel experimenta pessoalmente grandes conversões, tornando-se, assim, exemplo vivo de sua própria pregação. Primeiro: o sacerdote que se torna profeta ao adquirir consciência de que o povo se havia tornado infiel à aliança outrora estabelecida com Yahweh. Segundo: o profeta que pregava condenação quando vê que suas palavras se cumpriram, quando vê que Jerusalém estava completamente arrasada, que os sobreviventes agora tinham que se submeter como súditos e escravos a uma nação pagã e estrangeira, ele mesmo, entre seus pares, deportados e obrigado a viver em terra estranha… sim, quando Ezequiel experimenta tal desolação, passa por nova transformação: o profeta acusador converte-se em um profeta da esperança.

3.2 – Em lugar de limitar-se ao passado e ficar repetindo: “Eu não disse? Eu não avisei?”, ele trata de olhar para frente e começa a construir com suas palavras o futuro que ele gostaria que viesse. A mesma voz que outrora anunciou a destruição agora convoca à reconstrução do reino, mas sobre outras bases.

3.3 – Diferente do reino infiel aniquilado, o reino restaurado haverá de se constituir sobre bases muito mais nobres, e a perícope de hoje apresenta justamente a plataforma de governo desse novo reinado.

3.4 – O modelo de governo é o próprio Yahweh: ele mesmo será a referência para todo ato de governo: buscar as ovelhas dispersas, reuni-las, apascentálas, alimentá-las, curá-las, fazê-las descansar.

3.5 – Essa prática será marcada por atos de justiça: “a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça” (v. 16). A justiça de Yahweh consiste em fortalecer os fracos, e para isso é necessário destituir o poder e a opulência dos fortes.

3.6 – Politicamente, esse reino será um reino unido, pacífico, próspero, livre… Diferentemente da história pregressa de Israel, que foi marcada pela divisão e dispersão, pela opressão e escravidão…
Assim, podemos metaforicamente sintetizar o plano de governo de Yahweh: Como pastor (cf. v. 12-16), Yahweh reunificará a nação, congregará o povo da diáspora, cuidará de seu povo com carinho e amizade, providenciando para que tenha tudo de que necessita para uma vida digna: alimento abundante, água limpa e pura, abrigo e proteção (segurança), saúde e higiene, liberdade e autonomia, descanso e lazer… Como vimos nas notas exegéticas, pastorear também significa “ser amigo”: Yahweh é um pastor que se importa, que se coloca no lugar das ovelhas, que estabelece vínculos afetivos com seu rebanho. Não é um líder distante, mas um companheiro querido muito próximo. O que acontece com suas ovelhas lhe diz respeito diretamente, e é como se acontecesse com ele mesmo, a ponto de Yahweh se incomodar, indignar e envolver profundamente.

Como juiz (cf. v. 16-22), Yahweh eliminará as discrepâncias sociais: “… a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça”. A justiça de Yahweh consiste em fortalecer os fracos, e para isso é necessário destituir o poder e a opulência dos fortes. Essa justiça será aplicada em todas as instâncias, não somente em relação à opressão estrangeira, mas também em relação à doméstica, aquela praticada pelos próprios compatriotas: “eu livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas” (v. 22).

Como príncipe, Yahweh será um promotor da paz: “Farei com elas alianças de paz…” (v. 25); será também um libertador e garantidor da liberdade: “saberão que eu sou o Senhor quando eu quebrar as varas de seu jugo e as livrar das mãos dos que as escravizavam” (v. 27); e será ainda um preservador do estado de direito e dos direitos individuais: “Já não servirão de rapina aos gentios [opressão estrangeira], e as feras da terra [opressão doméstica] nunca mais as comerão; e habitarão seguramente…” (v. 28), e mais: “… e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios” (v. 28-29).

3.7 – Essa plataforma de governo, proposta por Ezequiel no cap. 34, representa um grande desafio para nós hoje como igreja e como cidadãos. Os modelos de governo que temos e promovemos, com frequência, reproduzem aquele que é denunciado pelo profeta. São modelos que exploram a boa-fé do povo, dilapidam seus bens, assolam suas propriedades, extorquem seus recursos, tolhem seu direito, privam sua liberdade, aniquilam sua dignidade.

3.8 – A consolidação do reino restaurado, com base nos princípios de governo de Yahweh, deve dar-se em todas as instâncias, desde as mais domésticas até as mais universais. Começando em casa, passando pela igreja, como instituição, e estendendo-se para as várias instâncias sociais e políticas (da associação de bairro à presidência da república).

3.9 – Cultivarmos um estilo de liderança cujo modelo seja o pastor Yahweh, o juiz Yahweh e o príncipe Yahweh: eis o nosso grande desafio.

3.10 – Neste domingo, no qual completamos mais um ciclo litúrgico, celebramos a consumação e a plenitude do governo pastoral, justo e soberano daquele que agora nos convida: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me” (Mt 25.34-36).

 

4. Imagens para a prédica

Imaginemos a seguinte situação: A igreja inicia um trabalho com as crianças do bairro. Vêm crianças de todos os estratos sociais presentes na circunvizinhança. Umas mais abastadas, algumas mais carentes, e outras muito, muito pobres. Umas vêm bem vestidas, coradas, evidentemente bem nutridas, algumas até notoriamente com sobrepeso. Outras, trajadas muito modestamente; dentre essas, algumas notoriamente subnutridas, com peso bem abaixo do ideal. Umas se apresentam satisfeitas, outras, famintas. Os responsáveis pelo trabalho prepararam cuidadosamente um saboroso lanche a ser oferecido em determinado momento. Qual seria a atitude mais justa? Distribuir porções iguais para todos? Ou oferecer porção reforçada para os mais carentes? O que é mais justo: fatias de bolo iguais para todos ou fatias maiores para os mais famintos? Ser justo, segundo as Escrituras Sagradas, não é tratar todo mundo igual, mas tratar cada um conforme sua necessidade.

 

5. Subsídios litúrgicos

Um cântico muito entoado nos anos 1980 pode ser particularmente inspirador para a liturgia do Domingo do Cristo Rei [partitura disponível em: MARASCHIN, J. C. (Ed.) O novo canto da terra. São Paulo: Editora do Instituto Anglicano de Estudos Teológicos (IAET), 1987]:

Seu nome é Jesus Cristo

Pe. André Luna (?)

Seu nome é Jesus Cristo e passa fome

E grita pela boca dos famintos,

E a gente quando vê passa adiante

Às vezes pra chegar depressa à igreja.

Seu nome é Jesus Cristo e está sem casa

E dorme pelas beiras das calçadas,

E a gente quando vê aperta o passo

E diz que Ele dormiu embriagado.

Entre nós está e não O conhecemos.

Entre nós está e nós O desprezamos.

Seu nome é Jesus Cristo e é analfabeto

E vive mendigando um subemprego,

E a gente, quando vê, diz: É um à-toa,

Melhor que trabalhasse e não pedisse.

Seu nome é Jesus Cristo e está banido

Das rodas sociais e das igrejas
Porque d’Ele fizeram um rei potente

Enquanto Ele vive como um pobre.

Entre nós está e não O conhecemos.

Entre nós está e nós O desprezamos.

Seu nome é Jesus Cristo e está doente

E vive atrás das grades da cadeia

E nós tão raramente vamos vê-lO.

Sabemos que Ele é um marginal.

Seu nome é Jesus Cristo e anda sedento

Por um mundo de Amor e de Justiça,

Mas logo que contesta pela Paz

A ordem O obriga a ser de guerra.

Entre nós está e não O conhecemos.

Entre nós está e nós O desprezamos.

Seu nome é Jesus Cristo e é difamado

E vive nos imundos meretrícios,

Mas muitos o expulsam da cidade

Com medo de estender a mão a Ele.

Seu nome é Jesus Cristo e é todo homem

Que vive neste mundo ou quer viver,

Pois pra Ele não existem mais fronteiras.

Só quer fazer de nós todos irmãos.

Entre nós está e não O conhecemos.

Entre nós está e nós O desprezamos.

 

Bibliografia

BRIGHT, J. História de Israel. Trad. Euclides Carneiro da Silva. 2.ed. São Paulo: Paulinas, 1978. (Nova Coleção Bíblica, 7).
BIBLIA. Português. Bíblia tradução ecumênica. Edição em língua portuguesa. São Paulo: Loyola, 1994. Ver especificamente a introdução ao livro do profeta Ezequiel

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Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).