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Prédica: Romanos 3.19-28
Autor: Lindolfo Weingärtner
Data Litúrgica: Dia da Reforma
Data da Pregação: 31/10/1978
Proclamar Libertação – Volume: III

 

I – Tradução

Mas sabemos que tudo que a lei diz, diz aos que se encontram sob o domínio da lei (na lei) – para que qualquer boca se tape e para que o cosmo inteiro venha a ser devedor de Deus.

Pois pelas ações da lei nenhum homem será feito justo perante Ele. Pois é pela lei que surge o reconhecimento do pecado.

Mas agora, sem (a participação da) lei, foi revelada a justiça de Deus, testemunhada pela lei e pelos profetas
a saber, a justiça de Deus revelada na fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Pois não há distinção:

Todos pecaram e carecem da glória de Deus –

justificados gratuitamente pela Sua graça, através do resgate havido em Jesus Cristo,

o qual Deus colocou como expiação, pela fé no seu sangue, para comprovar a sua justiça: Deus, em sua paciência, ignorou os pecados passados,

comprovando sua justiça na era atual, a fim
de que Ele mesmo se manifeste como justo e justificador de quem crê em Jesus.

Agora – onde a jactância? Foi excluída. Por que lei? Pela lei das ações?

Não, mas pela lei da fé. Pois concluímos que o homem é justificado pela fé – independentemente das ações da lei.

II – Lugar e significação do texto

A nossa perícope contém a cesura – talvez melhor, a costura – entre duas unidades mais extensas: Rm 1.18 – 3.20 e Rm 3.21 – 4.25. Tal costura não representa nenhuma desvantagem da perícope (há os que recomendam excluir os vv. 19 e 20 – o que não consideramos indicado): Pelo contrário. Será essencial que a mensagem aponte ambas as realidades: Todos os homens se encontram sob a ira de Deus – e: Todos, sem merecimento, em Cristo são aceitos por Deus. Será essencial que o leitor (ou o ouvinte) seja confrontado com esta costura entre o passado e o presente, entre a lei e o evangelho, entre o juízo e a graça – que não passe por cima da cesura, como se ela não existisse, ou como se o evangelho fosse o simples prolongamento da lei.

A perícope, de certa forma,representa uma síntese de toda a epístola aos Romanos. Está relacionada com o todo da mesma – com os capítulos anteriores, como com os subsequentes, inclusive com os capítulos 9-11, referentes ã obstinação e a salvação de Israel, e aos capítulos 12-15, referentes a nova vida em Cristo.

Não admira que Lutero tenha visto nestes versículos – principalmente no v. 28 – o coração latejante do evangelho.

III – Considerações exegéticas

V. l9 : A lei fala aos que se encontram na lei: EN TO NOMO – na lei, é uma expressão que vai sendo usada por Paulo em certa analogia com a expressão EN CHRISTO – em Cristo – tão característica da teologia paulina. Encontrar-se na lei – é viver na esfera da lei, respirar e transpirar a lei, não conhecer outra alternativa a não ser a lei. É como se o apóstolo dissesse: A lei da prisão fala aos que se acham dentro da prisão. Não há saída. Não há exceção. Judeus e gregos se encontram na mesma condenação (v.l0. Qual e a função da lei? – Tapar a boca de todos que porventura a queiram abrir em autodefesa, argumentando com Deus. A lei nos deixa de boca tapada, silenciosos, com nossos argumentos simplesmente arrasados.

V.20: A lei – no sentido em que Paulo usa o termo – é manifestação da vontade de Deus consignada na Escritura Sagrada. Ela entra em choque frontal com a realidade do homem. Paulo diz que a função da lei é levar a diagnose da situação do homem. Ela é um espelho que lhe revela sua imagem verdadeira.

De certo modo, o homem perverteu a lei (que na sua verdadeira intenção quer a obediência do coração), tentando satisfazê-la com meras ações, com obras. Assim, mesmo que cumpra todos os preceitos externos da lei – nenhum homem será tido por justo (justificado) perante Deus – por separar a lei da vontade santa do Deus vivo – por ignorar a intenção original da lei.

O termo lei deverá ser entendido nesta dialética: É manifestação autêntica da vontade de Deus – e é também lei manuseada e usada impro¬priamente pelo homem.

Vv.21-22: Mas agora: Estas palavras indiciam uma nova era, uma nova realidade: Agora se deu um evento que mudou radicalmente a situação desesperadora do homem – homem de boca tapada – despojado pela lei inexorável de sua pretensa justiça: Foi revelada a justiça de Deus no evento Jesus Cristo. O homem já não se rege pelo regulamento da prisão. Mas agora: É como se o apóstolo nos convidasse a sairmos de um recinto abafado, cheio de ar viciado, que já não permite ao homem viver, e nos convidasse a respirar fundo, a respirar a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo.

Esta justiça foi revelada por um evento acontecido na história. Ela já existira antes. O homem apenas não tivera acesso a ela – ocupado que estava com sua autojustificação. Agora está aí o que lei e profetas (i.é, a Escritura) testemunharam. A vontade viva e atual de Deus se cumpre, quando o homem crê em, Jesus Cristo.

Vv.23-24: Não há distinção: palavra radical e arrazadora. Tanto para os teólogos judeus como para os filósofos gregos havia distinção. Havia os justos e havia os sábios, que se distinguiam dos pecadores e dos tolos. Paulo diz: Estas distinções são relativas e humanas; são enganadoras e perigosas, quando o homem quer falar na perspectiva de Deus. Todos carecem da glória de Deus (DOXA no grego, KABOD no hebraico: peso, glória, santidade, majestade, autenticidade).

A radicalidade da condenação da justiça de todos os homens corresponde a radicalidade da graça: O que Deus exigira na lei, e que o homem fora incapaz de cumprir, Ele dá gratuitamente através do resgate havido em Jesus Cristo. O homem, neste evento, é inteiramente passivo. Ele não interfere com obras. Não procura compensar uma possível falha na justificação em Cristo por uma cooperação destinada a salvar-lhe a face. O homem que crê -limita-se a aceitar o que Deus dá.

V.25: Expiação: O termo grego HILASTERION corresponde a um lugar sacral, originalmente a tampa da arca da aliança, que era respingada com sangue de animais sacrificados em expiação de pecados humanos. – Será que Paulo aqui usa apenas a linguagem da tradição sacral e sacrificial de Israel para facilitar a comunicação com seus leitores? – Julgamos que não. Uma vez, os destinatários da epístola em sua maioria terão sido não-judeus. Por outro lado, para o apóstolo, os sacrifícios da antiga aliança – o sangue (a vida!) dos animais ofertados – representaram um tipo, um prenúncio do sacrifício universal realizado por Deus em Cristo. Fé no sangue: Não é nenhuma fé em uma coisa, uma substância – mas também não é fé em uma simples doutrina.É fé no evento bendito da expiação realizada por Jesus Cristo através da dádiva de seu sangue, de sua vida, de si mesmo.

V.26: Quanto ao passado, agora ele está passado mesmo! Deus ignorou os pecados passados. Eles não interferem mais em minha vida atual. Mas Deus fez mais: Não só apagou a injustiça do passado. Ele revelou sua justiça agora: justiça que não se limita a ser uma qualidade de um Deus auto-suficiente , mas que é comunicada ao homem. Deus não quer guardar sua justiça para si. Ele quer compartilhá-la com o homem. A fé em Jesus (o texto grego também permite a tradução fé de Jesus) representa tal participação: O homem reconhece que Deus é justo – ele deixa Deus ser Deus – e Deus deixa o homem ser o homem que ele criou n sua imagem, criando a justiça do homem que corresponde a Sua própria justiça.

Vv.27-28: O agora – a nova realidade em Cristo – não permite mais nenhuma jactância. Esta fora a desesperada tentativa de auto-afirmação do homem que vivia sob a lei. A lei das obras leva necessariamente à jactância – e ao seu polo contrário – à condenação do próximo, que i e m pré representa uma modalidade de autocondenação.

A lei da fé: Não é nenhuma nova lei, nenhuma edição revista e corrigida da lei antiga. Lei, aqui, significa caráter, realidade, norma intrínseca. O novo ar que respiramos na fé exclui (não proíbe: exclui!) a jactância. Pois concluímos: pois é lógico! É evidente! Se o homem realmente, como temos reconhecido, é feito justo pela fé em Cristo, sem que precise criar a sua própria justiça, apresentando um saldo de boas ações como comprovante – se o homem é feito justo independentemente da lei, por Deus mesmo, de forma imediata e soberana – então a jactância do homem agraciado seria um contrassenso. Seria uma contradição frontal à graça de Deus manifestada no evento Cristo. Este Cristo é nossa justiça – agora. O mendigo trocou os trapos de sua justiça própria pelo vestido branco da justiça de Deus.

IV – Situação

A epístola aos Romanos terá sido dirigida em primeira linha a cristãos não-judeus, embora os assuntos abordados a cada linha deixem entrever a luta do apóstolo com a teologia judaica, da qual ele mesmo fora um dos próceres mais distintos no passado. Este particular da situação da perícope e da epístola toda não deverá ser ignorado. O autor não se limita a falar da vida – falha ou renovada – de outros, gentios ou judeus: Ele fala sempre também de sua própria vida. O tenor das deduções sobre a perdição humana e a graça divina não é o resultado de uma justa indignação que transbordasse do coração de um teólogo sabedor que ensina aos que não sabem. É antes uma confissão que exclui totalmente e definitivamente toda a KAUCHESIS, a jactância, inclusive a do próprio autor.

Não deixa de ser significativo o fato de Paulo ter envolvido seus leitores gentílico-cristãos com os argumentos de sua disputa teológica com o judaísmo. Ele projeta seus conceitos sobre a lei para além das fronteiras da teologia judaica. Em última análise, a situação do pecador gentílico é idêntica à do pecador judaico: Ambos deixam de dar a honra a Deus; vivem sob a sua ira, por terem rejeitado a sua santa vontade (cap. l.

Alguns comentários suscitam a pergunta,se hoje existe algo equivalente à lei judaica que pudesse ser entendido nos mesmos moldes pelos ouvintes contemporâneos – uma espécie de Anknuepfungspunkt, uma grandeza análoga à lei judaica. O grupo de trabalho Theologia Applicata (Goettinger Predigtmeditationen 1966,8) sugere norma, no sentido de norma de produção, consumo obrigatório etc. Julgamos que tal busca por grandezas equivalentes ou análogas à lei facilmente nos poderá levar a uma pista errada. A lei deverá ser a lei do Antigo Testamento – 1ei de Deus, em todos os casos – não lei humana, no sentido de normas de produção, controle social, ou coisa que o valha. A pretensa situação de nossos ouvintes, que talvez ignorem em maior ou menor grau o significado da lei como Paulo a entende, não nos deverá levar a aguar o texto. Paulo também confrontou o ouvinte de origem gentílica com a lei dos judeus. Se o ouvinte contemporâneo descobrir analogias com sua própria situação, com normas e estruturas que o escravizam, notará que sempre estarão permeadas de sua própria culpa – a única analogia verdadeira com a situação dos ouvintes antigos. O homem culposo de hoje deve ser confrontado com a reivindicação incondicional de Deus, que entra em choque com a realidade do homem moderno, tão bem como a do antigo. E a graça radical é o único evento que atinge o homem de nosso tempo no lugar em que o homem precisa ser atingido para que experimente o milagre da renovação: em sua consciência.

V – Sugestões para o culto

Nossa perícope deverá servir de base para uma prédica no dia da Reforma, ou num dos domingos próximos. Para evitarmos o perigo de envere¬darmos por caminhos históricos, apologéticos e, quiçá, jactanciosos – de pregarmos a justificação da Reforma, em lugar da justificação do pecador pela graça – recomendo que no início do culto o pastor dirija uma saudação à comunidade, com alusão ao significado da Reforma para a cristandade e para o mundo, apontando sua intenção essencial (será que a igreja católica, hoje, está redescobrindo o evangelho da graça, evangelho, que os homens sempre de novo enterram sob o lixo de suas tradições? Será que nós mesmos o estamos redescobrindo? Reforma não é coisa que se herde do passado ou dos antepassados. 'Deus não tem netos, ele só tem filhos’…). Poderá citar Romanos 3.28, falando da importância que este versículo teve para Lutero, e anunciando que neste culto queremos estar abertos para entendermos o que a mensagem da justificação pela fé significa para nossa vida. Assim, na prédica estaremos livres para entrar, de vez, no presente.

Deveremos levar em conta que a terminologia de Paulo (justiça de Deus, justificar, expiação, jactância, lei) ultrapassará os horizontes da grande maioria dos ouvintes. Poderemos ir de encontro a eles, fazendo uma breve paráfrase simplificada da perícope, após a leitura da mesma e falando das dificuldades que os mencionados termos – como o próprio assunto – representam para o pregador: Aprendi no catecismo que Cristo salvou a mim, homem perdido e condenado, de todos os pecados – não com ouro ou prata, mas com seu caro e santo sangue – mas eu entendo mesmo o que significam estas palavras? Tomo-as a sério? Ou serão apenas uma das verdades que parecem ter valor só dentro do catecismo? Quem sabe – bem por dentro eu dispenso perfeitamente o que Cristo fez por mim, vivendo como se eu mesmo tivesse de resgatar-me de todos os pecados, da morte e do poder do diabo? Peçamos a Deus que ele nos livre deste terrível engano – que pelo trecho bíblico que hoje estudaremos nos abra os olhos para nossa verdadeira situação perante ele.”

Sugerimos também que na oração final do culto oremos por toda a cristandade, inclusive a igreja católica e pelo movimento renovador que se processa em seu meio.

VI – A caminho da prédica

Poderemos seguir a articulação da perícope (semi-homilia), dividindo a prédica em três partes, naturalmente interligadas:

1. A realidade do homem pecador, confrontado com as exigências do juízo da lei.

2. A realidade de Cristo e de sua obra redentora – e a fé que o aceita – sem olhar para as obras. Mas agora.

3 . A nova vida do crente justificado, que dá a honra a Deus.

Meditemos sobre estas três partes.

1. Qual é nossa verdadeira situação perante Deus? Já enfrentamos esta pergunta em toda a sua seriedade? Adão onde estás? – Velho truque do homem de esconder-se de Deus, de usar máscaras e fantasias que escondem sua verdadeira face. O povo diz ( e nós, no íntimo, concordamos) que há pessoas ruins e há pessoas boas – há os que prestam e há os que não prestam. Nós todos, por nossa educação e pelo ambiente em que vivemos, estamos inclinados a pensar como fariseus: Quem cumpre as leis, quem vive dentro das conveniências humanas – ele é um homem direito, justo – ele é assim como Deus o quer. – De vez em quando acontece uma coisa que perturba este farisaísmo natural (comerciantes honestos se envolvem naquela fraude gigantesca do adubo-papel, um pai de família exemplar é desmascarado como frequentador de casas de tolerância – e o caso do presidente Nixon , é claro – mas isto deverão ser exceções. Os outros, os que apontam o dedo, os que vêm com a vassoura – eles terão a barra limpa…).

O apóstolo Paulo, neste particular, afirma uma coisa chocante: Diz que todos os homens são condenados – por não terem cumprido a vontade de Deus. Diz que as diferenças que nós fazemos não resolvem nosso problema perante Deus. Tira a máscara honrada e piedosa de todos – inclusive a própria. Sim – Deus precisa desmascarar o homem para poder falar com ele. Deus não diz: Esforça-te um pouco mais; dá um jeito neste defeito ou naquele vício! Deus não é como um curandeiro que trata um caso de câncer com aspirina ou melhoral. Quando ouvimos a palavra de Deus, a seriedade de seu juízo, a santidade de sua vontade – e quando olhamos para dentro de nós mesmos, então notamos que chegamos ao fim da picada. Notamos que bem no íntimo somos errados, inimigos de Deus – que não somos honestos nem para com Deus nem para conosco mesmos.

Quando o homem descobre a verdade sobre si mesmo, ele pode ser levado ao desespero. Ele se vê afundando no banhado. Talvez tente erguer-se nos próprios cabelos – por obras próprias mas verá que não dá. O balanço geral que a morte um dia apresentará referente a nossa vida o revelará: Por nós mesmos somos homens falidos.

2. Mas agora foi revelada a justiça de Deus. É como se nascesse o sol, após longa noite escura. A justiça de Deus foi revelada. Ela sempre existiu, mas o homem não tinha parte nela. O homem procurou cobrir-se com os farrapos de sua própria justiça. Agora acontece o milagre que Deus não guarda sua justiça para si. Ele a passa adiante, oferece-a de graça, aos pequenos e grandes pecadores. E não é só por palavras e ofertas que o faz. Ele revela sua justiça em carne e sangue – em Jesus Cristo, seu amado Filho. O que Deus faz para salvar o homem perdido e falido é tão simples, tão claro que depois de o aceitarmos não podemos mais entender como antes tínhamos tentado ser nossos próprios salvadores. Deus diz: Eu vejo que tu não podes. De teu lado não podes ter comunhão comigo, porque tu não és santo, e eu sou. Mas eu posso o que tu não podes. E eu não quero guardar minha justiça para mim; eu te amo, eu te aceito, assim como és. Eu me aproximo de ti; em Jesus eu entro na fila dos pecadores, torno-me teu irmão que sofre por ti, que dá a vida por ti na cruz. Eu só quero a tua fé. Só quero que aceites o que fiz por ti. Entrega-te sem reserva e deixa o resto por minha conta. Eu paguei a conta que tu devias. Não fiquei mais pobre por isso. Fiquei mais rico, porque agora eu tenho a ti. Pela fé em Cristo tu passaste a ser meu filho. Como filho tens parte na herança. Deixa os teus trapos, os teus trocadinhos, deixa o orgulho tolo de tuas obras de autoprojeção. Toma o vestido branco de minha justiça – toma conta da herança, da graça – sem condições: crê, recebe, vai andando pelo caminho de liberdade que eu abro em tua frente…

3. Talvez dirás: Mas se eu soltar tudo o que fiz (e a pessoa não faz a si mesma?), se soltar minhas obras, meu status, meu nome – o que ainda sobrará? Ainda serei eu mesmo? O homem não precisa realizar-se, fazer a sua vida, projetar-se para fora, ser honrado pelos seus semelhantes? Se eu abandonar tudo isso, não passarei a ser um zero? Eu não preciso jactar-me, orgulhar-me do que sou e do que fiz, apontando para o saldo de minha luta? Não há tanta gente que não é nada, porque não crê em si mesmo, porque não tem nada a apresentar de seu…?

Deus diz: Não temas. Eu não quero que tu sejas um zero. Quero que tenhas a honra de um filho amado meu. Quero que participes de minha glória. Crê – aceita a salvação – segue a Jesus – e encontrarás a ti mesmo. Não olharás mais para o saldo de tuas boas obras, identificando-te com o que fizeste, mas olharás para a minha face, e assim encontrarás a tua própria face, vendo a vida e o mundo com outros olhos. E como se tivessem tirado de teus ombros um peso insuportável. Agora podes andar de leve, livre da tarefa torturante de teres de fabricar tua própria justiça. Podes andar alegre, respirar em liberdade. Poderás agir como Deus: identificando-te com homens falhos e pecadores, amando-os, anunciando-lhes a justiça que vem da fé. Poderás viver a minha justiça – já no teu dia a dia, hoje. E deverás vive-la por toda a eternidade, como membro de meu povo bem-aventurado.