Prédica: Gênesis 15.1-6
Leituras: Hebreus 11.1-3,8-16 e Lucas 12.32-40
Autor: Nelson Kilpp
Data Litúrgica: 12º. Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 26/08/2001
Proclamar Libertação – Volume: XXVI
1.O tema do domingo
Normalmente, é o evangelho que propõe o tema. Lc 12.32-40 faz claramente um apelo à vigilância: Estai, pois, preparados, porque a hora em que menos pensais virá o Filho do Homem (v. 40). O texto do Antigo Testamento geralmente secunda o tema proposto pelo evangelho. Mas Gn 15.1-6 aborda outro assunto: O velho Abrão, desconsolado com o fato de não ter nenhum filho, recebe de Deus a promessa de uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. E Abrão teve fé no Senhor, que considerou isto como justiça (v. 6). É óbvio que o texto do Antigo Testamento foi escolhido, contra Ioda a expectativa, não para apoiar o tema do evangelho (cf., no entanto, M. Volkmann, PL 17, p. 186), mas o tema da epístola, Hb 11.1-3,8-16, que trata da fé exemplar dos pais de Israel, em especial de Sara e Abraão (Hb 11.8s.lls; cf. A. Steuer, PL 20, p. 231).
A explicação para esta anormalidade reside no fato de luteranos se terem afastado da série católica nas leituras previstas para o 12° Domingo após Pentecostes, respectivamente o equivalente católico 19° Domingo do Tempo Comum. O Lecionário Trienal Católico (ele se encontra, p. ex., no apêndice da Bíblia Sagrada da Editora Vozes), em que se baseia o nosso lecionário, prevê uma delimitação diferente para o evangelho: Lc 12.32-48 (em vez de Lc 12.32-40), ou seja, acrescenta os v. 41-48, que enfocam a recompensa do servo fiel e vigilante e o castigo do servo infiel.
O mesmo Lecionário prevê como leitura veterotestamentária, para o nosso Domingo, o texto de Sabedoria 18.3,6-9, um livro deuterocanônico (apócrifo), que surgiu no Egito entre 130 e 50 a. C. Sab 18.3,6-9 relembra a noite da morte dos primogênitos egípcios (Êx 12) e considera este acontecimento um exemplo de como os justos se salvam e os inimigos ímpios se perdem (v. 7). A afinidade deste conteúdo com o tema do evangelho – em especial do trecho que falta na delimitação do lecionário luterano – é flagrante.
Não é de estranhar, portanto, que diante da combinação destes dois fatores – um texto apócrifo, que não se encontra no cânone protestante, e uma temática um tanto avessa ao luteranismo – as igrejas luteranas norte-americanas dessem uma nova delimitação ao texto do evangelho e substituíssem a leitura do Antigo Testamento por outra mais adequada. Escolhido foi Gn 15.1-6, um texto que se candidatava por si mesmo a partir da epístola de Hebreus. Assim, a perspectiva do domingo foi direcionada claramente para o tema justiça pela fé. Dessa forma, Gn 15.1-6 – um texto originalmente não previsto no Lecionário Ecumênico Trienal e que arrolado na série de perícopes alemã apenas como texto marginal, ou seja, alternativo – ganha o status de texto de pregação. Façamos bom uso dele!
2. O texto de pregação
O capítulo Gn 15 contém duas narrativas independentes: Gn 15.1-6 e Gn 15.7-21. A primeira enfoca a promessa de grande descendência, a segunda, a promessa de posse da terra. É praticamente impossível atribuir o capítulo a uma das antigas fontes do Pentateuco, apesar de o ritual em v. 9s ser considerado bastante antigo por alguns exegetas. Anacronismos (caldeus só existem a partir do séc. VII a.C.), terminologia (aliança é linguagem deuteronômica do séc. VII), estilo (fórmula do acontecimento da palavra de Deus) e visão, no v. l, pressupõem o fenómeno profético; o oráculo de salvação – Não temas! – é frequente em Dêutero-Isaías (cf. Is 41.10,13,14;43.1,5) e o género literário (reflexão teológica em forma de histórias de promessa) indicam para uma origem tardia de Gn 15. A época de surgimento de Gn 15 deve ter sido um período em que as promessas aos pais de Israel estavam sendo ameaçadas, a propriedade e a própria existência do povo de Israel corriam grande risco. As promessas aos pais e às mães do povo necessitavam de revitalização, e a fé da geração dos autores do texto carecia de novo estímulo (C. Westermann, p. 256).
Gn 15.1-6 tem a forma de um diálogo entre Deus e Abrão, que pode ser dividido em quatro partes:
V l – promessa de Deus V. 2-,'i – objeção de Abrão V. 4-5 – resposta de Deus V. 6 – reação positiva de Abrão.
V. l – O verso inicia com uma introdução cronológica (depois destes acontecimentos) que aparentemente tenta vincular Gn 15.1-(> a campanha militar de Abrão e ao encontro deste com Abimeleque, narrados no cap. 14. A relação lógica e de conteúdo entre ambos os capítulos, no entanto, é bastante ténue. Além disso, chama a atenção o fato de que Abrão recebe a palavra do Senhor em visão, como se fora um profeta. O pai do povo de Israel é considerado, portanto, neste texto, uma pessoa com contato privilegiado com Deus, recebendo deste revelações especiais.
O conteúdo do v. l não é propriamente uma visão, mas antes uma audição: Não temas, Abrão, eu sou teu escudo, tua recompensa (teu despojo, soldo?) será grande. O oráculo de salvação, proferido originalmente pelo sacerdote ao salmista que se lamenta em sua aflição, parece estar fora de contexto, pois não é precedido de nenhum relato de aflição. Ou será que Abrão é instado a não ter medo no momento em que Deus se manifesta, quem sabe, de forma aterradora, como mysterium tremendum? O escudo e o salário poderiam indicar para uma situação de iminente perigo militar, no qual Deus protegerá o combatente como um escudo (cf. SI 18.2(3),30(31)) e do qual o guerreiro sairá não somente com vida, mas também com grande despojo de guerra (cf. Is 40.10). Colocado no v. l, bem no início da perícope, o oráculo de salvação pode, no entanto, muito bem querer resumir as promessas feitas a Abraão até o momento, sendo a recompensa uma alusão genérica à propriedade e aos bens adquiridos pelo patriarca. Como se vê, não há consenso neste tocante.
V. 2-3 – A resposta de Abrão à promessa de Deus é narrada duas vezes. Os v. 2 e 3 são uma duplicação; o v. 2 tem o mesmo conteúdo que o v. 3. Tudo indica que o v. 3 foi acrescentado porque e quando o v. 2 – pelo menos a última parte do versículo – já não era mais compreensível. A segunda parte do v. 2 é intraduzível: o filho [de Erro! A origem da referência não foi encontrada.] da minha casa [-ele é Damasco -] Eliezer. As partes entre colchetes são, sem dúvida, acréscimos que buscam identificar o personagem Eliezer, de resto totalmente desconhecido na tradição sobre Abraão. Ele é filho (= membro) da casa de Abraão, ou seja, um servo ou um estrangeiro fugitivo que recebeu acolhida e proteção na família de Abraão.
O v. 3 interpreta corretamente o v. 2: Que utilidade tem a promessa de proteção e, quem sabe, de muitos bens, se Abrão não tem um filho para herdá-lo? Conforme tradição oriental, a pessoa que realiza o sepultamento de um defunto tem direito à sua herança. Também sabemos que, na sociedade oriental, descendência significa bem mais do que para nós ocidentais modernos. Um filho – bem mais do que uma filha – significava, na época, a continuidade da família – de seu nome, seus costumes, sua identidade cultural, sua memória. Propriedade tem valor somente à medida que ela pode ser legada a ou investida em um projeto que tenha futuro. Sem descendência não há esperança de futuro, e a história está no fim (no future); e não vale a pena acumular para a morte ou para estranhos. Será que podemos aprender algo deste modo de pensar, nós que estamos acostumados a ver as posses como algo destinado exclusivamente ao benefício próprio? É claro que hoje temos – além de nossos filhos – muitas outras maneiras de investir nossos bens, p. ex., em projetos humanitários que podem criar esperança de um futuro melhor.
V. 4-5 – A objeção de Abraão revela um certo ceticismo: Será que Deus fica somente nos discursos genéricos? Será que ele não pode resolver meu problema imediato? Uma nova palavra de Deus corrige esta impressão de Abrão: Herdeiro não será um servo, mas alguém que sairá das entranhas de Abrão. Para reforçar sua promessa de um descendente, Deus dá a Abrão um sinal: as estrelas do céu. Um sinal que, sem dúvida, extrapola em muito a promessa de um herdeiro! Abrão não esperava tanto!
A pessoa abatida, cética e sem esperança deve olhar para o alto. Pois, assim, ela consegue ver para além de suas limitações e vislumbrar, na contemplação do firmamento, o poder do Criador (Is 40.26). Quem cria cada uma das inúmeras estrelas certamente tem o poder de dar um filho a um casal de velhos.
V. 6 – Este versículo – a conclusão da unidade – é um dos mais citados do ciclo de histórias de Abraão. É o versículo responsável pela inclusão da perícope no lecionário luterano. Ele nos apresenta Abrão como pai da fé (Rm 4.1 1; Gl 3.7) e contem uma profunda reflexão teológica sobre a espiritualidade dos pais e mães de Israel.
Ficou famosa a interpretação do texto feita por Gerhard von Rad (Gesammelte Studien, p. 130ss; Gênesis, p. 155). A partir do uso do verbo hashab (em Lv7.18b;17.4; Nm 18.27), traduzido geralmente por imputar, considerar, atribuir, von Rad conclui que o verbo provém do contexto de avaliação do sacrifício trazido ao altar. O sacerdote tinha a função de verificar se a oferta estava dentro das normas ou não. Em caso positivo, o sacerdote atribuía, em ato declaratório, legitimidade (justiça) à oferta. Poderíamos também pensar em Dt 24.13: Quem cumpre a lei é considerado justo diante de Javé.
A partir deste pano de fundo, von Rad constata que em Gn 15.6 não é o cumprimento da lei ou das normas sacrificiais que torna alguém justo, mas a fé. Esta seria a novidade do texto: não o cumprimento da lei, mas a fé torna justa, justifica. Von Rad interpreta, portanto, o texto no sentido de Paulo, que afirma em Rm 4: Abraão foi justificado somente pela fé, sem as obras da lei, as quais são lógica e cronologicamente posteriores (Rm 4.11). Mas também conhecemos a posição aparentemente oposta a esta, sustentada por Tiago 2.21-23: Abraão foi justificado por suas obras, ao oferecer seu filho Isaque em sacrifício, ou melhor: Foi pelas obras que a fé se consumou. Será que esta posição de Tiago contradiz a afirmação de Gn 15.6?
3. Meditando o texto
Não gostaria de abordar, aqui, toda a discussão teológica sobre a justificação pela fé, a afirmação central do movimento da Reforma. Antes, gostaria de enfocar alguns aspectos do texto que nos podem ajudar a superar a contradição entre fé e obras, a meu ver, não condizente com a perícope em apreço.
1) Talvez seja importante iniciar pelo conceito justiça. No Antigo Testamento, justiça é, antes de tudo, um comportamento relacional. Ou seja: justa é uma pessoa que se comporta de forma adequada e correta frente a uma relação comunitária existente; quem não age de forma a colocar em risco a vida comunitária; quem vive
de acordo com as expectativas comunitárias. No relacionamento do ser humano com Deus, pode-se dizer que Deus é justo porque é ou permanece fiel a seu juramento ou à sua aliança, e que o ser humano e justo à medida que permanecer fiel às condições desta mesma aliança (cf. von Rad, Genesis, p. 156).
2) No texto de Gn 15.6, o termo justiça se encontra em combinação com o verbo ter fé. O termo hebraico significa estar firme, certo. Conforme o texto, Abrão se alicerça, se firma em Javé. Abrão confia firmemente em seu Deus; aceita os planos que Deus afirma ter para ele (cf. von Rad, Gesammelte Studien, p. 133s). E esta firme confiança de Abraão é considerada, em Gn 15.6, justiça, ou seja, a atitude correta e adequada de Abraão diante da promessa de Javé.
3) A fé na promessa divina é uma característica da espiritualidade dos grupos patriarcais de Israel. Sabemos que as histórias bíblicas do ciclo dos patriarcas (Gn 12ss) têm um fio vermelho insistente: o da promessa, tanto de um filho (ou descendência) quanto de terra. A vida desses grupos de pastores seminômades, andarilhos sem propriedade de terra e sem lugar fixo para morar, constantemente ameaçados em sua existência, é marcada por uma espiritualidade de peregrinos: despojados de bens materiais no presente, os peregrinos migram em direção a uma vida melhor que lhes é prometida para um futuro desconhecido. Companheira constante desses migrantes é, portanto, a fé, a firme confiança na promessa divina. Na situação do migrante Abrão, a fé em Javé é, pois, o único comportamento apropriado e adequado. Como hipotéticas alternativas à fé poderiam ser considerados, a meu ver, somente o desespero ou, então, o firmar-se em si mesmo.
4) A fé em Gn 15.6 – e no Antigo Testamento – não pode ser entendida como sendo o oposto de obras da lei. Tampouco pode-se identificar, como em Tiago, fé com obra meritória. A fé de Abrão, sem dúvida, se expressa de forma bem concreta: continuar caminhando rumo ao futuro da promessa, por exemplo. Em Gn 15.6, ter fé aparentemente não é um ato pronto e concluído, como se fora uma decisão que se toma uma única vez: Acredito e pronto! Um aparente detalhe exegético mostra que ter fé, firmar-se em Javé é antes um comportamento que perdura. A forma verbal e ele teve fé se encontra, no hebraico, na forma do perfeito consecutivo, o que é um tanto estranho no meio de formas verbais do imperfeito consecutivo – o estilo narrativo usual. Certamente o perfeito frequentativo designa, aqui, uma ação repetida ou uma ação que perdura. A fé de Abrão, portanto, não é um ato único, pontual do passado, mas um comportamento que perdura através dos tempos (M. Oeming, p. 190).
5) Como esta fé, esta postura de confiança, se expressa na vida di? Abrão? Os textos mostram que fé não significa concordância com determinadas doutrinas, mas toda uma filosofia de vida. Exemplos: Abrão dá a Ló a preferência pela escolha das pastagens (Gn 13), confiando que ainda sobraria o suficiente para ele mesmo; ele se solidariza com os fracos que foram atacados pelos inimigos (Gn 14), na confiança de que não haveria necessidade de ele preservar a sua própria vida; ele obedece a Deus, apesar de estar com enormes dúvidas, na confiança de que Javé proverá (Gn 22); ele tem a liberdade de interceder por Sodoma, na confiança de que este povo inimigo não irá prejudicá-lo (Gn 18).
6) A fé não torna Abrão uma pessoa perfeita; pelo contrário, Abrão foi tudo menos um herói. Ficou em cima do muro na disputa entre Sara e Hagar (Gn 16); além disso, ele não teve escrúpulos em mentir e tirar proveito de sua esposa (Gn 12). Há medo, dúvida, mentira e até desconfiança de que Deus talvez não seja capaz de cumprir as suas promessas de um filho – sendo necessário forçar o cumprimento da promessa pela gravidez de uma barriga de aluguel (Gn 16). Também Abrão poderia ter dito: Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé (Mc 9.24).
7) Fé é fé em Deus, não em si mesmo. Desnecessário dizer que muitas pessoas insistem em entender que a fé cristã é auto-confiança, auto-estima, a inabalável convicção de que o pensamento positivo pode remover todas as dificuldades. Aí fé se torna virtude, uma tentativa de auto-salvação. Esta, no entanto, não é a fé dos pais e das mães de Israel.
4. Pregando sobre o texto
Onde está, neste texto do Antigo Testamento, a Palavra de Deus, u Boa Nova para os nossos dias? Certamente a salvação pela fé ainda é o grande evangelho para a nossa geração. A pregação pode, portanto, concentrar-se na fé de nosso pai Abraão (Gn 15.6). Sem duvida, nossa situação e nossa sociedade são bem diferentes da dos grupos patriarcais pastoris e seminômades. O nosso maior problema certamente não é a falta de um filho, a nossa maior realização certamente não será uma grande descendência ou mesmo a continuidade da família. Exatamente por serem contextuais, as promessas de Deus são, no Antigo Testamento, também limitadas em nosso texto, ao imanente e ao nacional (povo). Promessas contextualizadas para os nossos tempos provavelmente incluiriam o direito de todos a um trabalho com justa remuneração, saúde para a nossa família, moradia decente, os ameaçados pão nosso, ar nosso e água nossa de cada dia, pessoas amigas em quem ainda se pode confiar.
Creio que a pregação deveria despertar para a fé no Deus da promessa, que nos quer levar a um futuro diferente e melhor para todos. Pregadores podem desestimular a fé. Muitas vezes, o discurso abstrato, teórico, complicado e intelectualizado sobre a fé desestimula. Alguns pregadores também correm o risco de exigir fé de seus ouvintes em vez de animar para a fé. Isto pode levar à ideia errônea de que fé seja uma obra difícil. Isto seria uma distorção do que entendemos por fé. A possibilidade da fé é dada a todos indistintamente; e este é exatamente o grande escândalo da religião: Os que nada têm podem tudo!
Poder-se-ia resgatar o espírito dos antigos e modernos peregrinos, que levavam consigo o estritamente necessário (não são turistas!). Pois toda carga adicional podia dificultar a caminhada; muitos pertences podiam desviar a atenção do alvo a ser alcançado. O peregrino dependia, portanto, da ajuda das pessoas que encontrava ao longo do caminho. Essa confiança de que Deus providenciaria o necessário ao longo da jornada é uma das características mais marcantes dos peregrinos (os membros da ordem fundada por João Batista Calábria são chamados Pobres Servos da Divina Providência). Será que esta postura peregrina pode ajudar-nos a redescobrir uma dimensão importante de nossa fé? Não precisamos acumular bens materiais, dinheiro, prestígio, poder, seguros de vida para tentar garantir a nossa vida e nossa felicidade (e nossa eternidade). Podemos confiar na fidelidade divina. Deus promete andar conosco e nos levar a pastos verdejantes (cf. o salmo de confiança SI 23). Esta postura de confiança nos liberta de nosso estresse c da necessidade de produzir a nossa própria vida, liberando as nossas energias para a vida em prol da comunidade e do próximo.
5. Subsídios litúrgicos
Intróito: Sl 32.1-2
Confissão de pecados: Trazemos à tua presença, bondoso Deus, os pecados de nosso país, mergulhado profundamente em corrupção, injustiça, violência e hipocrisia. São os pecados cometidos por autoridades, corporações, aproveitadores, inescrupulosos exploradores. Trazemos à tua presença os pecados e fracassos de nossa sociedade. Os crimes, a violência contra mulheres e crianças, a ganância, o desemprego, a cruel rivalidade e discriminação. Trazemos diante de ti as falhas da nossa Igreja, que se omite diante de injustiça e ódio, que peca pela falta de credibilidade de seu discurso e pela incoerência de vida. Todos nós carregamos nossa parte dessa culpa. Também nós somos fracos, falhos e omissos. Por isso, necessitamos de tua misericórdia. Perdoa-nos, Senhor!
Absolvição: O Senhor olha dos céus; vê todos os filhos dos homens; do seu lugar olha todos os moradores da terra. E eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia (Sl 33.13-14,18).
Coleta: Ó Deus Pai e Mãe de todas as pessoas, cujo bendito Filho se manifestou ressuscitado como vencedor da morte; abre os olhos de nossa fé para que o reconheçamos em toda a sua obra redentora e possamos participar da sua vitória definitiva com coragem, determinação e esperança, até que a plenitude da vida reine sobre toda a criação; pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, que nos congrega, um só Deus, agora e sempre. Amém!
Intercessões: Pelos que não conseguem ter fé; perderam a confiança nas pessoas e em Deus; pelos que sofrem a angústia de ter que, por forças próprias, construir sua vida e seu futuro e o fracasso de não o ter conseguido; pelos que buscam viver de forma coerente com o Evangelho.
Bibliografia
OEMING, Manfred. Ist Genesis 15.6 ein Beleg für die Anrechnung des Glaubens zur Gerechtigkeit? Zeitschrift für alttestamentliche Wissenschaft, Berlin : De Gruyter, v. 95, p. 182-197.
von RAD, Gerhard. Die Anrechnung des Glaubens zur Gerechtigkeit. In: ID. Gesammelte Studien zum Alten Testament. München : C. Kaiser, 1965, p. 130-135. (Theologische Bücherei, 86).
—. Das erste Buch Mose (Genesis). 8. ed. Göttingen : Vandenhoeck & Ruprecht, 1967. (Das Alte Testament Deutsch, 2/4).
STEUER, Aline. Meditação sobre Hebreus 11.1-3,8-16 (12° Domingo após Pentecostes). In: Proclamar Libertação. São Leopoldo : Sinodal, 1994, v. 20, p. 229-232.
VOLKMANN, Martin. Meditação sobre Lucas 12.32-40 (12 Domingo após Pentecostes). In: Proclamar Libertação. São Leopoldo : Sinodal, 1991. v. 17, p. 183-188.
WESTERMANN, Claus. Genesis. 2. ed. Neukirchen-Vluyn : Neukirchener, 1989. (Biblischer Kommentar Altes Testament, 1/2).