CULTO DA TERRA – 22 de abril – Dia da Terra
Informações: O Dia da Terra foi instituído em 22 de abril de 1970, quando cerca de 20 milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra o derramamento de óleo, poluição e contaminação dos rios. Ele assinala o começo de um compromisso amplo na construção de um planeta seguro, justo e sustentável. A igreja é chamada a unir forças com movimentos, entidades e pessoas engajadas na preservação do meio ambiente promovendo celebrações, manifestações e ações com vistas à formação de uma consciência ecológica local e global, visando o compromisso na busca por melhor qualidade de vida, através de programas que conservam e animem a diversidade biológica, a boa saúde humana, o desenvolvimento sustentável e regenerativo.
Já tivemos impulsos marcantes em tempos idos. A atuação do CAPA fomentando a agricultura ecológica, a ECO-92 e o acordo de Paris (2016) são exemplos disso. Mas também vivenciamos tempos sombrios marcados pelo desinteresse, omissão, degradação da natureza, liberação de agrotóxicos e queimadas de mata nativa. É tempo de resgatar e fomentar impulsos e ações locais que reconhecem nossa corresponsabilidade com os problemas e despertem o compromisso de preservar a casa comum em busca da vida abundante para todas as pessoas e também o cuidado para com a boa criação de Deus. Eis o desafio.
Material necessário:
– Confecção do cartaz símbolo do Dia da Terra.
– Providenciar tipos diferentes de solo! (Veja no início da mensagem).
Celebração Litúrgica
Acolhimento: “Ao SENHOR Deus pertencem o mundo e tudo o que nele existe; a terra e todos os seres vivos que nela vivem são dele.” (Salmos 24.1). É com estas palavras do Salmista que acolho todos/as vocês. O Salmista reconhece a soberania divina, bem como o proprietário último de todas as coisas: o próprio Deus. E desde a criação do mundo, Deus nos colocou aqui para que possamos cuidar da sua criação e dela obter nosso sustento (Gn 2.15). Vamos louvar ao Senhor, cantando:
Hino: LC 623 – Senhor meu Deus
Invocação: Estamos reunidos e celebramos culto na presença e em nome de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
O nosso socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra.
Leitura do Salmo para o dia
Salmo 104. 24-33 (em leitura responsória – em dois grupos)
1. Ó Senhor, tu tens feito tantas coisas, e as fizeste com sabedoria!
A terra está cheia das tuas criaturas.
2. Ali está o grande mar, onde vivem animais grandes e pequenos,
tantos que não se podem contar.
1. No mar passam navios, e nele brincam Leviatã,
o monstro marinho que tu criaste.
2. Todos estes animais esperam que lhes dês alimento.
1. Tu dás a comida, e eles comem e ficam satisfeitos.
2. Quando escondes o teu rosto, ficam com medo; se cortas a
respiração eles morrem, e voltam ao pó de onde saíram.
1. Mas, quando lhes dás o sopro de vida, eles nascem;
e assim dás a vida nova à terra.
2. Que a glória de Deus, no Senhor, dure para sempre!
Que ele se alegre com o que faz!
1. O Senhor olha para a terra, e ela treme;
toca nos montes e eles soltam fumaça.
2. Cantarei louvores ao Senhor enquanto eu viver;
1 e 2: Cantarei ao meu Deus a vida inteira.
Canto: LC 478 – Damos graças
Kyrie por meio da Leitura bíblica: Rm 8.18-25 (versão Almeida):
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.”
O amor de Deus e a solidariedade com toda a criação que geme e aguarda conosco a libertação definitiva não permite explorá-la ao nosso belo prazer e proveito. Com ela subsistiremos ou sucumbiremos.
Confissão de Pecado:
Senhor, nosso Deus. Nós chegamos a Ti, para confessar os nossos pecados. Nós reconhecemos que a destruição não acontece somente em grande escala como nas grandes queimadas na Amazônia. A destruição da natureza começa dentro de nossa casa. Usamos produtos que poluem os rios. Abusamos de descartáveis. Misturamos todo o lixo doméstico e usamos muito plástico. Usamos venenos demais na lavoura e na horta, e, adubos químicos que não recuperam a terra a longa data. Lidamos com o solo de maneira errada, criando erosão. Na verdade, desperdiçamos muitas coisas que poderia ser usada com mais cuidado. Senhor, ajuda-nos a mudar nosso modo de viver, pois não podemos continuar dizendo que cremos em Ti, sem cuidar de Tua criação. O nosso pecado é tão grande que sentimos a natureza tocar o alarme. Ó Jesus Cordeiro, tira o pecado e o mal e dá-nos tua paz!
Canto: 266 – Ó Jesus Cordeiro, tiras o pecado e o mal, tem piedade.
Ó Jesus Cordeiro, tiras o pecado e o mal, tua paz concede. Amém.
Anúncio da graça: Assim nos diz o Senhor: “Eis que eu estou criando novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Alegrem-se, fiquem felizes para sempre com aquilo que eu estou criando; pois vou encher de alegria a cidade santa e vou dar muita felicidade ao meu povo” (Isaías 65.17-18). O que Deus faz é bom. “Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes” (Tg 1.17). E por recebermos o perdão divino, alegres podemos exaltar o seu nome, como os anjos o fizeram no primeiro Natal, rendendo: Glória a Deus nas alturas!
Comunidade: Glória, glória, glória a Deus nas alturas. Glória, glória, paz entre nós, paz entre nós!
Oração do dia:
Hino: 149 – É como a chuva
Leitura bíblica: Apocalipse 21.1-8
Canto: 277- O grão
Mensagem Lucas 8.4-15
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam conosco”. Amém.
Introdução ao culto: Como cristãos confessamos Deus Pai, Todo-Poderoso, criador do céu e da terra. Esta terra que habitamos juntamente com todas as criaturas nos foi confiada para ser cultivada e guardada. Foi destinada para ser casa e espaço de vida para todos os seres vivos. Ao homem e à mulher, criados à imagem de Deus, foi lhes dada, pelo Criador, a responsabilidade de cultivar, guardar e proteger o meio ambiente, numa relação natural e equilibrada.
O Dia da terra foi instituído em 22 de abril de 1970, portanto, há 52 anos. Desde então, movimentos e entidades ecológicas, igrejas e pessoas engajadas na preservação ambiental vêm promovendo ações, manifestações e celebrações com vistas à formação de uma consciência ecológica local e global, visando o compromisso na busca por melhor qualidade de vida, através de programas que conservam e animam a diversidade biológica, a boa saúde humana, o desenvolvimento industrial sustentável e uma agricultura regenerativa.
Eu trouxe junto comigo e posto sobre o altar tipos diferentes de terra. Este pacote (mostrar) contém terra arenosa. Isto lembro o deserto, a praia, a lagoa e as margens dos rios. É também com três punhados de areia que aqui se tem o costume de se despedir do falecido.
Este outro pacote (mostrar) contém areia preta. Esta veio das praias do ES. Ajuda a curar doenças.
Trouxe também outros dois pacotes de terra preta (mostrar). Este é terra de lodo, muito liso e grudento. Este outro é terra do mato, muito produtivo. Ainda poderia ter trazido outros tipos de terra: a terra vermelha, muito boa para se plantar, mas muito perigosa para se andar em dia de chuva! E eu trouxe hoje estas, uma vez porque é o dia da terra e outra vez para nós ouvirmos a Palavra de Jesus do Evangelho de Lucas 8.4-15, onde diz: “Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, Jesus contou por parábola: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou, por falta de umidade. Outra parte caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra afinal caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um. Dizendo isto Jesus gritou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. E os seus discípulos o perguntaram dizendo: Que parábola é esta? Jesus respondeu-lhes: A vós outros é dado a conhecer os mistérios do reino de Deus; aos mais fala-se por parábolas, para que vendo não vejam, e ouvindo não entendam. Este é o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem a seguir o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo, e na hora da provação se desviam. A que caiu entre os espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança”.
Até aqui as Palavras do Senhor.
Prezada Comunidade!
Jesus usa de um exemplo muito conhecido do nosso meio: o exemplo do agricultor que está plantando. A semente que ele usa é boa. Mas na hora da colheita há diferença. A semente que é comida só serviu para alimentar a ave. A semente que caiu sobre a pedra morreu na primeira seca. A que ficou entre o mato, o mato a sufocou. Somente uma parte de três partes é que caiu em terra boa. Mas esta produziu não só para si, mas cem vezes mais.
E estes tipos de terra de que Jesus fala somos todos nós. Que tipo de terra somos nós na fé? Aquele que ouve a Palavra de Deus, mas não guarda, que antes de chegar em sua casa já se esqueceu do que ouviu? Somos o tipo que quando está acontecendo algo de curioso ao nosso lado já desviamos atenção para ver o que está acontecendo ali? Somos o tipo que aceita a palavra de Deus até pintar um compromisso, daí dizemos: Estamos fora! Somos aquele tipo que deseja ter Deus e a Palavra de Deus, mas não acima dos bens, riquezas e poder? Ou somos do tipo que ouve, guarda, pratica e testemunha sua fé!
Ouço muitas pessoas falar: Vida de agricultor dá muito trabalho! E dá mesmo! Hoje Jesus nos conclama ao mesmo esforço para com a Palavra de Deus. Assim como não adiante semear sem enterrar a semente, ou plantar e deixar que o João de mato tome conta, ou plantar em cima de laje e pedra, assim também não é possível deixar a Palavra de Deus entrar em nós sem ter nenhum efeito. Ouve e tende a Palavra de Deus quem a vive. Quem não a vive não a ouve e nem a entende.
A minha oração é que o Senhor nos dê o espírito de entendimento e o Espírito da coragem para viver a sua Palavra. Que ele possa olhar para sua comunidade como o agricultor feliz olha para sua lavoura e diz: Esta é a minha melhor terra. Aqui teremos uma boa colheita. Aqui o inço não tomou conta. Aqui a erosão não tomou conta. Aqui o solo não está desgastado, mas está se recuperando.
Que a paz e a bênção de Deus possam nos acompanhar. Amém.
Para encerrar esta mensagem, neste culto da terra, eu trouxe um cartaz (imagem em anexo). E pergunto o que vocês conseguem ver aqui?
Resposta desejada: 1) Uma árvore.
2) Um casal, semeando (!)
Objetivo: Mostrar a dependência das pessoas em relação ao meio ambiente. Precisamos dele para viver. Somos parte da boa criação de Deus. Precisamos respeitar e cuidar das plantas, árvores, rios, ar,… .
Este é o símbolo do dia da terra desde 22 de abril de 1970. O dia da terra assinala o começo de um compromisso amplo na construção de um planeta seguro, justo e sustentável.
Este culto da terra nos conclama a reassumirmos o compromisso sagrado de cooperadores do Criador na preservação e no respeito à vida.
A questão ecológica em nosso país e no mundo inteiro é, hoje, de extrema gravidade que exige uma postura radical e um novo sentido de responsabilidade pela proteção do nosso planeta, de todos, particularmente de nós cristãos.
Confessamos que também nós temos contribuído para o aniquilamento e destruição do meio ambiente.
É chegada a hora de reverter essa situação antes que seja tarde demais.
Canto: LC 152 – Pela Palavra de Deus
Celebração do compromisso:
– Eu me comprometo em fidelidade com a terra, sua flora, fauna e vida humana por ela nutrida, em um só planeta indivisível, com a pureza do ar e solo, justiça econômica, direitos iguais e paz para todos. Amém.
Mandamento ecológico:
– Preservarás a Terra que herdaste dos antepassados, conservando, de geração em geração, os seus recursos e sua produtividade.
– Preservarás a pureza e abundância das águas e a limpeza do ar, para que todos os seres possam usufrui-las sem dano permanente.
– Cuidarás que o solo não venha a perder sua fertilidade, para que nunca falte o alimento para ti e os teus descendentes.
– Pouparás os bens da terra, tomando para ti somente o que for necessário para tua existência.
– Não destruirás os refúgios dos teus irmãos, os animais, e reservarás para eles uma parte da terra que ocupares.
– Cuida para que não venha a desaparecer nenhuma das espécies de animais e plantas que criei, para que não diminua o patrimônio original da criação.
– Eu te fiz herdeiro da terra e seu administrador, que foi criado para ti como único refúgio onde podes viver em todo o universo; cuida para que este refúgio não venha a se tornar um lugar de desolação.
Oração: Pai Nosso
Bênção: Que o Senhor esteja sempre diante de nós, apontando o caminho certo a seguir. Que o Senhor esteja sempre atrás de nós, amparando-nos quando caímos. Que o Senhor esteja sempre ao nosso lado, como amigo fiel nos caminhos desta vida. Que o Senhor esteja sempre dentro de nós, animando para a luta em defesa da vida. Que o Senhor esteja sempre abaixo de nós, oferendo chão firme para nossos pés andarem com segurança. Que o Senhor esteja sempre acima de nós, protegendo-nos e conduzindo-nos para a paz com toda a criação. Amém.
Canto: 130 – Para os montes