Da Liberdade cristã – 1ª parte (22 de março 2009)
Saudação: Bom dia! Quero saudá-los e acolhê-los com a Palavra Bíblica de Gálatas 5.1: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” Jesus nos liberta do jugo da lei e da auto salvação. Lutero dizia: “Que ninguém se ache santo pelo modo de viver, porque jejua, ora, flagela seu corpo, dá esmolas aos pobres, consola os tristes e aflitos, etc. Nesse caso, o fariseu na parábola, em Lucas (18.9-14), também teria sido santo. Tais obras… não nos tornam santos” (OS, vol. 10. P.47). Eu e tu somos santos porque recebemos algo divino: o perdão, a Palavra do Senhor e os Sacramentos.
Livres de nos salvarmos a nós mesmos, estamos aptos para amar, louvar a Deus e o servir com alegria. E queremos iniciar este culto cantando:
Hino: ___.
Introito: Iniciamos este culto em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Elevamos nossos olhos para o alto, pois o nosso socorro, nossa ajuda e salvação vêm do Senhor que fez o céu e a terra.
Diante deste Deus, comparecemos, confessamos e suplicamos o perdão:
Confissão de pecados:
Senhor, nosso Deus, muitas vezes, ao invés de reconhecer a nossa imperfeição, nossos erros e pecados – como fez o cobrador de impostos, no fundo da Igreja, desejamos apresentar-te boas ações, como forma de mostrar que somos melhores do que outras pessoas. Pela nossa falta de humildade, imploramos-te cantando: Perdão, Senhor, perdão!
Com: Perdão, Senhor, perdão! (2x).
Senhor, nosso Deus! Por vezes criticamos pessoas que se alegram; pessoas que vivem na tua liberdade, achando que o certo é ser mais contido, mais amarradas em leis e normas e esquecemos que teu jugo é suave e o teu fardo é leve. Pela falta de entendimento, cantando suplicamos: perdão…
Com: Perdão, Senhor, perdão! (2x).
Senhor, teu povo, experimentando bênçãos, sempre foi um povo que celebrou com alegria e com manifestação de todo o corpo. Perdoa se somos rígidos demais e condenamos tantas coisas boas e lindas! Cantando, suplicamos o teu perdão.
Com: Perdão, Senhor, perdão! (2x).
Versículo de absolvição: “Ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas vivam para aquele que morreu e foi ressuscitado para a salvação deles” (2 Co 5.15). Jesus morre para a nossa salvação; para pagar o preço das nossas falhas. E assim, Deus nos limpa, nos perdoa e chama para a vida nova. Agradecidos pelo perdão de Deus, cantemos confiantes: – Glória a Deus nas alturas!
Com: Glória (3x) a Deus nas alturas. Glória (2x) %paz entre nós %
Oração do dia ou hino da palavra:
Leitura bíblica: 2 Samuel 6.12-23; Mateus 11.16-19.
Louvado seja Deus. Aleluia!
Com: Aleluia (8x).
Hino da pregação:
Pregação: Da liberdade cristã: 1 Co 6.12 (1ª parte): Bebida e dança!
“A graça de nosso Senhor, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam convosco”. Amém.
Queridos e queridas! Como os outros são conhecidos e como nós somos conhecidos?
– Católicos são conhecidos pelos santos e romarias.
– Batistas pelo batismo de grande.
– Missuri pela rigidez, pela radicalidade.
– Sabatistas por santificar o sábado e não o domingo.
– Mórmons pelo uso obrigatório do terno.
– Os pentecostais pela gritaria nos cultos.
– Igreja Universal do Reino de Deus pelo dízimo e pelo Bispo Enedir Macedo!
– Igreja Internacional da Graça de Deus pelo Missionário R. R. Soares.
– E nós Luteranos, pelo que somos conhecidos? Talvez alguém diga: pela doutrina da justificação por graça e fé! Outro: – Pela Bíblia como norma das normas! Eu pessoalmente acho que somos conhecidos pela: “Liberdade Cristã”. Isto é um tesouro que só nós temos. Ela não limita o que vestimos, não determina o corte do cabelo ou o que podemos comer, beber, etc. O próprio Jesus, diz, em Mt 6.25, 32s: “Não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. (…) Não fiquem preocupados, perguntando: “Onde é que vamos arranjar comida?” ou “Onde é que vamos arranjar bebida?” ou “Onde é que vamos arranjar roupas?” Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas.
A liberdade Evangélica me liberta para eu ser eu mesmo, sem precisar fingir ou ser falso (me apresentar pelo que eu não sou – ser alguém apenas de fachada). Este assunto é tão grande que vou precisar 4 cultos. Hoje é o primeiro. Hoje vamos tratar apenas de 2 assuntos (bebida e dança).
Uma excelente passagem que determina a liberdade Evangélica é 1 Co 6.12:
“Tudo posso (me é lícito / me é permitido), mas nem tudo me convém” (1 Co 6.12).
Saber ser moderado e não perder o controle, pois o próprio controle, o domínio próprio é obra do Espírito Santo em nós conforme Gálatas 5.23.
“Tudo posso (me é lícito / me é permitido), mas nem tudo me convém” (1 Co). Isso não significa que não posso nada, pois não convém. Antes esta palavra bíblica escrita pelo Apóstolo Paulo nos chama à liberdade Evangélica.
A bebida
No último culto aqui, na parte que eu chamo de “cena do próximo capítulo”, contei uma história de um líder da batista lá na minha terra Natal. Eu retomo a história para aqueles que não estavam aqui: Na Igreja batista, é proibido beber cerveja ou qualquer bebida alcoólica. E um líder daquela Igreja, que gostava de cerveja, foi até a Argentina (que ficava bem perto dali). Num bar, ele estava tomando uma cerveja, quando chegou o meu pai e perguntou-lhe: Você deixou de ser batista? – Não, por que! Respondeu ele. Porque está bebendo, e tua Igreja proíbe a bebida. Ao que ele disse: Mas eu não estou no Brasil, estou na Argentina!
No final do culto passado alguém logo me procurou e contou-me o seguinte caso: Uma pessoa que também freqüentava uma dessas religiões que proíbem o álcool, chegava ao bar e pedia uma bebida. E ficava soprando, fazendo de conta que estava bebendo café!
Desta falsidade, desta hipocrisia somos libertados! O nosso Deus é o mesmo Deus em todo o mundo! E viver pela fé, é condição do luterano em todo o lugar: na família, na Igreja, no pátio da Igreja, no trabalho, no lazer,… sou batizado. Deus me acompanha. Sou um só e mesmo! Não posso ser um aqui, e outro ali à frente.
Talvez você esteja curioso, porque o pastor contou estas histórias, o que se quer com isso: Na verdade se quer duas coisas: 1º) Precisamos apenas uma regra pro pátio da nossa Igreja. Não dá para ter uma regra que vale pro dia da festa, e outra pro dia do casamento! Ou estamos convencidos de uma coisa ou de outra! Ou podemos ou não podemos beber? E se não podemos, então também não devemos beber em nossa casa e no bar da esquina, pois o Deus é um só e o mesmo Deus!
E 2º lugar: Em conseqüência do que foi colocado, precisamos aprender a ser evangélicos luteranos em relação à bebida; precisamos aprender a liberdade evangélica ali também. E o que é a liberdade evangélica em relação a isto? O 1º milagre de Jesus foi transformar água em vinho (João 2.1-12). Jesus usa vinho em suas ceias! Paulo recomenda a Timóteo: “Já que muitas vezes você tem ficado doente do estômago, não beba somente água, mas beba também um pouco de vinho.” (1 Timóteo 5:23). E em outros lugares é condenado a bebida em excesso!
Para mim, eu entendo assim: – Posso tomar um copo de cerveja, mas não convém ficar bêbado. Não é a bebida que é proibida, mas o excesso. O consumo de bebida pra mim é proibido quando trabalho ou caso desejo dirigir um automóvel. Igualmente esta regra vale se eu já perdi o meu autocontrole, e toda vez que comece a beber só paro quando estiver bêbado. Então, neste caso, a abstinência é o melhor caminho.
Estes dias, estive relendo Lutero e ele, comentando 1 Tm 3.3, escreveu: “Não se trata de que não deguste o vinho, mas, sim, de que não seja dado ao vinho” (OS, vol. 9, p. 503). Eis o critério evangélico para a bebida!
Dançar
Estes dias, fiz uma visita, e lá foi lembrado que aqui há dois lugares para a 3ª idade. Um aqui na Igreja e outro ali adiante. E num destes lugares há dança. Então foi feita a pergunta: pastor, dançar é pecado?
Antes de entrar no assunto, vou acordar vocês! No livro de Edmundo Grübber, (trapalhadas Pastorais, p. 16) há o conto do jovem que procura o pastor e pergunta: Pastor, dançar é pecado? E o pastor responde: – Mas é claro que é! – Por quê?, pergunta o jovem. –Ora, responde o pastor, porque entre o casal que dança está o diabo! – Bem, disse o rapaz, então comigo e a minha namorada isto não é problema! – Vocês não dançam? perguntou o pastor. – Não, não… respondeu o rapaz. É que quando dançamos, dançamos tão agarradinho, que não deixamos espaço pro diabo ficar no meio de nós!!!
Viu só no que deu, dar uma explicação furada!
Agora que vocês estão acordados, vamos ao assunto de maneira Luterana: Posso dançar?
– Até dançar eu posso, pois Davi a mais de 3.000 anos atrás dançou quando em alegria levou a Arca para Jerusalém, conforme nos relata 2 Sm 6.14. E ali ele vestia as vestes do sacerdote. E é interessante observar também que Mical, filha de Saul, que viu tudo pela janela, como o rei Davi ia saltando e dançando diante do Senhor (v.16), desprezou tal feito e a pessoa do rei, com um discurso moralista (v.20). Davi não se importou, deixando claro que diante do Senhor devemos nos humilhar e podemos nos alegrar. E o fim da história diz que Mical, aquela que desprezou o rei o insultou por ter dançado, não teve filhos (v.23) – isso na época era o mesmo que ser amaldiçoada.
Êxodo 15.20-21, o texto mais antigo da bíblia, que é cântico da profetisa Mirian, logo depois de Deus abrir as água do mar para o povo passar e fechar pros inimigos, Mirian e as outras mulheres, diz o texto “saíram atrás dela com tamborins e com dança”. Alegrar-se com dança pela vitória de Deus não é mal algum.
Dançar é algo bom aos olhos de Deus. Assim lemos nos Salmos 150.4: “Louvai ao Senhor com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas”. Esta palavra não só permite a dança, como a incentiva.
O que não convém é ter intenções obscenas nas danças, faltando com o respeito para com o par e para com Deus.
Viver sabiamente é uma arte da pessoa que se sente amada por Deus.
Para concluir, não é o lugar ou o movimento que é prejudicial, pois o que contamina a pessoa, conforme nos ensina Jesus em Mc 7.1-23 é o que sai da pessoa, como: palavrões, maus pensamentos, vontades obscenas, más intenções, planos e ações demoníacas para se apoderar das coisas do próximo, em fim, males que vêm de um coração malvado.
Talvez o amigo até possa estar espantado com estas coisas. Mas saiba, Evangelho é boa nova (notícia) que pode causar estranheza, supressa. O Evangelho nos liberta de costumes e tradições que oprimem, que sufocam e ele nos chama para uma vida em responsabilidade e amor.
Louve a Deus com o seu corpo. Sinta-se liberto para servir ao Senhor com muita disposição e celebrar com alegria. Amém.
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Na próxima vez: vamos tratar o jogo de futebol e a festa!
E, além disso: Alguém pode estar pensando: a é, é assim agora: cada um pode fazer o que bem entende? Quem entendeu isso assim, precisa ouvir a 2ª parte deste estudo (Deus nos dá tudo, mas não podemos esquecer de que somos seus filhos, filhos de um Pai Santo e bondoso, que deseja que seus filhos não vivam de qualquer jeito, mas de um jeito que lhe agradem), 3ª parte deste estudo (Para os puros, todas as coisas são puras! Tt 1.15; não consideram impuro, o que Deus purificou At 10.15) e a 4ª parte desta pregação! (Tudo é nosso, mas nós somos de Cristo!)
Credo Apostólico:
Hino da coleta/oferta:
[ Sacramentos]
Avisos: – Próximo culto será dia____ às____
– A coleta destina-se para
– Alegrias/Preocupações:
Oração final: Senhor, nosso Deus. Iniciamos hoje uma caminhada em busca da vivência da Liberdade Cristã. Ajude-nos a sermos um povo grato a ti, um povo alegre, que contagia com sua alegria as pessoas ao nosso redor. Que assim como aconteceu na Reforma, o nosso testemunho de sermos livres, possa também ser acompanhado pelo senso da responsabilidade, da tolerância, do autocontrole, do bom senso. Que possamos viver pela fé e pela liberdade que Cristo nos concede, e não ser fechado ou condenar tudo que desperta alegria. Teu povo sempre pode celebrar com alegria, que também nós possamos redescobrir isso, e participar com gosto, mantendo o equilíbrio e a dependência somente em ti e tua palavra que sempre de novo liberta e salva. Senhor, oramos hoje por todas as famílias desta comunidade, seus grupos, sua ação missionária e, em especial, queremos te agradecer pelas bênçãos e pelos anos de vida que nos dás. E também te suplicamos por aqueles que estão doentes. Tu que és o Médico dos médicos, que limpas e saras (curas), a ti suplicamos tua força reparadora! Estende tua mão sobre doentes para que fiquem curados e sobre os que deles cuidam para que não desanimem.
E tudo o mais que trazemos em nosso coração, com confiança, colocamos em tuas mãos orando junto a oração que temos aprendido de Jesus Cristo: Pai Nosso… Amém.
Bênção + Envio: “Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas.” (2 Coríntios 2.14). Vão em paz e sirvam ao Senhor com alegria. Amém.
Hino final:
Reneu Prediger
Espigão do Oeste/RO.