Da Liberdade Cristã – 2ª parte (22.03.2009 – na Com da Paz)
Saudação: Boa Noite! Quero saudá-los e acolhê-los com a Palavra Bíblica: “Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Romanos 8.14).
Hino: 154 – Senhor, meu Deus.
Introito: Iniciamos este culto em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Elevamos nossos olhos para o alto, pois o nosso socorro, nossa ajuda e salvação vêm do Senhor que fez o céu e a terra.
Diante deste Deus amoroso e misericordioso, nós nos achegamos e confessamos:
Confissão de pecados: Senhor, nosso Deus, pedimos-te perdão quando em nossa vida não somos orientados pela ação do ES em nós, mas deixamos que a vontade da natureza humana tome conta de nós, e em consequência surgem, em nossa vida, brigas, ciúme, raiva, ambição egoísta, desunião, divisões e invejas.
Confessamos a ti, Senhor, que nem sempre vivemos como uma família que se importa um com o outro, mas como inimigos uns dos outros e da tua criação, assim temos feito o que é contra tua vontade boa e amorosa. Disso nos arrependemos e, cantando, te pedimos perdão. Com: Perdão, Senhor, perdão! (2x).
Perdoa todos nós quando nossas palavras e atitudes prejudicam outras pessoas.
Nos limpa de todo mal, pois a comunhão e a união ficam prejudicadas. Por causa de nosso pecado, cantando, imploramos: Perdão, Senhor, perdão!
Com: Perdão, Senhor, perdão! (2x).
Kyrie:
Pelas dores que existem no mundo motivadas pelas guerras, pelos conflitos familiares e pelo nosso sentimento de impotência diante dos grandes desafios te imploramos: Tem, Senhor, piedade!
Com: Tem, Senhor, piedade.
Versículo de absolvição: “a misericórdia de Deus é muito grande, e o seu amor por nós é tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos” (Ef 2.4-5). Agradecidos pela graça de Deus que concede o perdão dos pecados, cantemos confiantes: – Glória a Deus nas alturas!
Com: Glória (3x) a Deus nas alturas. Glória (2x) %paz entre nós %
Oração do dia ou hino da palavra: A tua Palavra, Senhor, é luz para nosso caminho. Que ela possa iluminar-nos em busca da liberdade para qual Cristo nos libertou. Ajuda-nos a nos concentrarmos, para ouvi-la e entende-la adequadamente, pois Tu, ó Senhor, deseja falar para cada um de nós e não apenas para o vizinho, irmão, em fim, as outras pessoas. É para cada um de nós que deseja falar. Fala, Senhor! Estamos a te escutar. Amém.
(Hino: ) 131, 160, 190, 191, 192, 195, 226 (Entre nós está).
Leitura bíblica: Êxodo 23.14-19; 1 Co 9.24-27.
Louvado seja Deus. Amém.
Com: Amém.
Hino da pregação: 203 – Um pouco além do presente
Pregação: Lc 14.15-24. Da liberdade cristã – 2ª parte: Festa e Futebol!
“A graça de nosso Senhor, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com vocês”! Amém.
No último culto falei como conhecemos os outros e como nós somos conhecidos por eles. Lembrei que:
– Católicos são conhecidos pelos santos e romarias. – Batistas pelo batismo de grande.
– Missuri pela rigidez. – Sabatistas por santificar o sábado e não o domingo.
– Mórmons pelo uso do terno. – Os pentecostais pela gritaria nos cultos.
– E nós Luteranos, pela: “Liberdade Cristã”. Isto é um tesouro que só nós temos. A Liberdade Cristã não limita o que vestimos, não determina o corte do cabelo ou o que podemos comer, beber, etc. Já falei da bebida (evitar excessos) e da dança (evitar segundas intenções)! Hoje vou falar do futebol e da festa!
O jogo de futebol
Existem pessoas que condenam o jogo e até amaldiçoam um campo de futebol! O que se pode dizer disso a partir do critério da liberdade evangélica – “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (1 Co 6.12)?
– Posso ir a um jogo de futebol?
Ouvimos na leitura que o apóstolo Paulo fez uso dos esportes (veja 1 Co 9.24-27) para transmitir uma mensagem profunda. Os gregos e os romanos davam muita importância ao atletismo. De três em três anos os jogos ístmicos eram disputados em Corinto, com muitos espectadores. Paulo usa a linguagem esportiva para enfatizar a necessidade da determinação e perseverança na carreira da fé. Não basta começar a vida cristã, é preciso prosseguir até o fim (2 Tm 2.5; 4.7s) com disciplina, obediência às regras, treinamento, determinação, fidelidade e constância; para que todos possam terminar bem e obter a recompensa.
O cristão deve estar disposto a pôr de lado seus interesses egoístas na busca do alvo, sem olhar para trás, sem se distrair, sem se arrepender de ter iniciado a jornada da fé. E nesta jornada se precisa da disciplina. Existem regras e normas a ser observadas. É preciso buscar o contato com Deus a partir do estudo da Palavra de Deus, da oração, da comunhão com outras pessoas e investir nossa energia na missão, levando o amor de Deus a todas as pessoas. Lembrando que a regra mais preciosa ensinada por Jesus é o amor. A nossa luta não é para vencer pessoas, mas para vencer os obstáculos que impedem a humanidade de viver a vida abundante que Cristo veio trazer. E todos que se somam a esta tarefa, por Deus, são aceitos como vencedores. Precisamos correr com os olhos fixo no Senhor Jesus que nos confere a vitória.
– Voltando, novamente para a liberdade, para qual Cristo nos libertou (Gl 5.1), eu dizia: posso ir a um jogo de futebol. A Bíblia não proíbe isso. Mas não convém dar mau exemplo lá. Aliás, mau exemplo não convém dar em lugar algum. Então, estando no campo de futebol, não vou me comportar inconvenientemente: não vou xingar a mãe do juiz, não vou me irritar com o jogador que fez uma jogada errada, não serei violento e desleal no jogo, não vou discutir e brigar com os jogadores adversário ou com os demais torcedores, não direi palavrões e também não vou me deixar vencer pelo consumo excessivo do álcool, pois, como já disse, conservar o domínio próprio é prova de que o Espírito Santo está operando em mim. (Exemplo: quadra de esportes para jovens – lugar sadio!).
Este é o critério da liberdade cristã sobre os esportes!
Vamos, agora, a mais um assunto: Festa!
Nós ouvimos, pela leitura do AT, que fazer festas e delas tomar parte faz parte da história do povo de Deus. No AT podemos ler que Moisés (conforme Êxodo 23.14-19) prescreve ao povo celebrar e festejar três festas: festas dos pães sem fermento; a festa da sega dos primeiros frutos e a festa da colheita, lembrando-se sempre da história da salvação que Deus proporciona.
No NT também encontramos Jesus participando e falando de festas.
Lucas (2.41-52) fala que os pais de Jesus iam anualmente a Jerusalém para a festa da páscoa. E Jesus vai com eles quando tem 12 anos. E depois da festa, Jesus ainda ficou mais 3 dias no templo.
No mesmo Evangelho (Lc) no capítulo 14 (15-24) Jesus compara o Reino de Deus com uma grande festa na qual Deus mesmo é o festeiro, que convida muita gente – gente desprezada e excluída – para tomar parte na festa.
E no capítulo seguinte (Lc 15.11-32) Jesus, para demonstrar como nosso Pai do Céu é bondoso para conosco, conta a história do filho que sai de casa, leva a parte da sua herança e gasta tudo. Mas ao regressar, é esperado pelo seu bondoso pai, que faz uma festa para ele (v.25). E a história termina mal para aquele que ficou em casa e não gostou da festa feita ao seu irmão. Parece que para este, estar em companhia do seu pai é fardo! Não é algo agradável.
Aqui vale a pena ver e entender que fé cristã nada tem a ver com vida só em tristeza, fechada para a alegria e amarga.
O Reformador Martim Lutero, certa vez, escreveu: . “Nenhum ser humano é capaz de viver em constante tristeza,…conforme diz o Sábio: “A tristeza matou a muitos” [Eclo 30.25] e: “O espírito abatido faz secar os ossos” [Pv 17.22]. Por isso, não deve simplesmente abster-se dessas coisas, e, sim, ordenar e incentivar as pessoas a que procurem momentos de alegria com o que puderem ou, então, que amenizam essa tristeza e a esqueçam por alguns momentos” (Lutero. Obra Selecionada, vol. 9, p.39). Em palavras mais simples é dizer: nenhum ser humano consegue viver ser recreação. Antes isso precisa ser incentivado e estimulado para não cair em depressão e tristeza.
– O critério da Liberdade Cristã deixa claro: Posso ir à uma festa para ver e conversar com amigos, mas não convém querer ali acertar velhas rixas, por meio da violência. Não convém ali encher a cara!
Quem gosta da companhia de bêbados? Acho que ninguém! Nem eu, pois não dá para conversar com bêbados. Não guardam nada. Não retém conselhos. É tempo perdido! E são enjoados!
A Liberdade Cristã é poder se divertir dentro dos limites! Festejar, alegrar-se. Também em casa, com vizinhos e amigos podemos festejar um aniversário, um batizado, uma bênção matrimonial.
São marcos referenciais, aos quais sempre podemos recorrer e relembrar das bênção que temos recebidos de Deus. Nada de mal há nisso!
Organizar uma festa da comunidade ou da paróquia não é tão simples e fácil assim não! É ali que fica evidente se estamos unidos, se temos cooperadores, ou se estamos divididos. Se sempre os mesmos precisam fazer tudo meio que sozinhos, então, isso revela uma coisa: não somos assim como deveríamos ser e gostaríamos que fosse.
Quem toma parte na organização de uma festa, aprende muitas coisas: trabalho em equipe, pensar antes para não correr na última hora, dividir tarefas, acolher bem visitantes, pegar junto e não só se escorar.
Uma festa também traz desafio para cuidarmos as bem-feitorias: enfeites, pinturas, ornamentação, etc. É um ensaio de vida comunitária.
A liberdade cristã nos liberta de viver presos e amarrados em algumas regrinhas. Sim, nos liberta para vivermos a radicalidade da responsabilidade. Sou responsável pelo que faço. Devo conhecer meus limites. A minha liberdade vai até o ponto que inicia a liberdade do outro. Sou liberto para viver a alegria, sem prejudicar as outras pessoas.
Estou livre, mas não para fazer o que me dá na telha, fazendo o que eu mesmo determino e desejo sem consultar a Deus, virando as costas para Deus. Se assim procedermos, então não podemos esperar coisas boas. Uma sociedade que não tem valores, ou não os observa cai na violência e desgraça. Então matar, roubar, assassinar tornam-se rotinas, algo entendido como normal!
Deus nos quer como filhos. E ser filho ou filha de Deus significa viver direcionado pelas ações do Espírito Santo, vivenciando as obra do Espírito Santo que são: “amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fé, humildade e domínio próprio” (Gálatas 5.22s).
Para finalizar quero ilustrar com uma história: Um vovô estava sentado ao lado da estrada, quando passou um estranho e perguntou: Ó senhor, poderia me dizer se a festa da comunidade, que acontece hoje, é das boas? Ao que o vovô disse: Você não é daqui, não é mesmo! – Não, eu só estou de passagem! – E de onde vc vêm, as festas são boas? – Ah, sim, disse o estranho! Lá a gente tem tempo pra ficar junto com os amigos e nos divertimos muito. – Aqui também é assim, disse o vovô! O estranho foi embora. E não demorou muito, outra pessoa veio e perguntou ao mesmo vovô: O Senhor poderia me informar se a festa aqui é boa? – Ah, vejo que você não é daqui! – Isso mesmo. Eu estou de visita e vi que tem festa. – E como são as festas de onde você vem? Ah, lá não são boas não. Tem bêbados, brigas. Um péssimo testemunho. –Ah, disse o vovô, aqui também é assim. E assim que a pessoa visitante foi embora, chegou perto do vovô o netinho, que tinha ouvido tudo e disse: – Estou envergonhado! Pro primeiro você disse que a festa era boa e pro segundo que a festa era ruim. Vovô o senhor me ensinou que não podemos mentir, e você mentiu. Então o vovô disse: Meu netinho, o problema ou a alegria da festa não está no local, mas nas pessoas que dela participam.
Lembrem-se: Não é o local que faz a diferença, mas sim a pessoa. E para você, como é a festa?
Que a alegria do Deus que liberta e salva, possa sempre nos contagiar. Amém.
Credo Apostólico:
Hino para coleta/oferta: 74, 76, 86, 147, 149, 220,
Avisos:
Oração final: Querido Deus. Obrigado pela oportunidade de estar aqui hoje e que podemos continuar refletindo sobre a Liberdade Cristã.
Intercedemos por todas as famílias da nossa comunidade, em especial colocamos nossa família em suas mãos. Anima-nos, Senhor, quando vem o desânimo frente às situações de conflito. Queremos orar pela igreja, seus obreiros e obreiras, bem como todas as lideranças engajadas em algum trabalho comunitário; pelo estado, pelos governantes e pelos que criam novas leis, para que ajam com justiça, visando o bem estar de todas as pessoas; por nós mesmos, para que tu despertes a nossa responsabilidade e nos fortaleça no amor que age; por todas as pessoas que sofrem por doença, solidão, desemprego, fome, abandono; e por nossa comunidade para que possamos viver como corpo de Cristo. E tudo o mais que trazemos em nosso coração, com confiança, colocamos em tuas mãos orando junto a oração que temos aprendido de Jesus Cristo: Pai Nosso… Amém.
Bênção
Hino final: 161, 176, 224, 234,
Reneu Prediger
Espigão do Oeste/RO.