ENCONTRO nº __ Dia: __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Erli Binow Butzke
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Espigão do Oeste – RO
Arrumar o local com várias cruzes de diferentes tamanhos. Mensageiro no local.
A Sexta-Feira Santa é um dia triste para nós cristãos, pois lembramos a condenação, crucificação e morte de Jesus.
Sim, Sexta-Feira Santa mostra o fato triste do pecado humano. Quanta maldade jogada em cima de Jesus, como: interesses pessoais e políticos, covardia, ganância, mentira. Uns tem mais culpa, outros menos, mas ninguém pode lavar as mãos em inocência.
Sexta-Feira Santa é um dia de profundo respeito à dor sofrida por Jesus, em seu amor por nós. Deus permite a morte de Jesus por amor e paixão a seus filhos.
É na Sexta-Feira que Deus revela o seu amor. Lembremo-nos que Jesus perdoa os seus agressores. Aceita morrer pelos seus inimigos. Torna-se solidário com os que sofrem. Morre desprezado como um marginal para resgatar a nós, miseráveis pecadores, devolvendo-nos a dignidade de filhos e filhas de Deus.
É este amor de Deus aos pecadores que nós cristãos celebramos na Sexta-Feira Santa. Em vez de punir, Deus vem nos perdoar. Ele vem para nos socorrer e nos trazer a esperança da ressurreição.
Sim, para entender a morte de Cristo precisamos juntá-la com a ressurreição. As pessoas que condenaram Jesus a morte pensaram que ali junto iriam morrer todos os seus ensinamentos, todos os seus ideais, toda a sua verdade. Num primeiro momento, isto até parecia verdade, pois nos lembramos do medo de seus seguidores.
Mas o bem triunfa sobre o mal. A ressurreição acontece. Jesus juntamente com seu evangelho, não está morto. Se estivesse, a história teria tomado outro rumo. Por isto, a Páscoa nos ajuda a ver que a cruz da Sexta-Feira Santa não foi um ponto final. Mas mostra que não se deve ser interpretada como derrota. Muito pelo contrário, a cruz de Jesus Cristo foi uma demonstração de força e amor.
Desde a Sexta-Feira Santa e Páscoa, nós sabemos que o pecado e a morte não vão triunfar neste mundo, mas sim a vida que Deus ressuscita. Isto nos fortalece a fé e nos ajuda a não temermos e acomodarmos diante das injustiças e das cruzes de nossas vidas.
O desespero não nos ajuda em nada, mas sim a confiança e a certeza de que Cristo vive em nossos meio através do seu evangelho dando-nos forças para viver a vida, e a lutar pela vida.
Vendo todas estas cruzes aqui na frente, queremos ouvir a mensagem que elas têm para nós.
Desafio da cruz
(PERSONAGENS: Mensageiro e seis discípulos. Os personagens podem ser tanto homens como mulheres.)
PALCO: (no palco há uma exposição de cruzes: pequenas, grandes, metálicas, de madeira, conforme o assunto dos discípulos. O mensageiro pode tanto aparecer e apresentar os diálogos conforme apresentado na peça, como pode também apresentar-se, e dizer a primeira parte até , …”Água da Vida”, para só depois aparecer como voz no lado esquerdo do palco. Os discípulos entram pelo lado direito.)
MENSAGEIRO: Estou aqui hoje como porta-voz do Reino dos Céus e venha chamar discípulos e discípulas para Jesus Cristo. Convido as pessoas todas, idosos e jovens, ricos e pobres, mulheres e homens e crianças para listar-se sob o estandarte do rei. São dele as palavras: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu voa aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que ou manso e humilde de coração. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo. Quem está pronto para aceitar o convite? O galardão neste mundo é multiplicado; e no além a vida eterna. O espírito e a noiva dizem: Vem! E quem tem sede, venha, e quem quiser, tome de graça a Água da Vida”. (sai)
CANTO:
1º DISCÍPULO: (Entra no fim do canto). Doce mensagem do grande Rei! Ouvi a tua voz e tuas palavras convidativas me interessam. Tenho notado a facilidade o serviço exigido e a grandeza do galardão. Desejo esse descanso, a paz e a coroa brilhante que estás oferecendo. Alista-me naquele grupo nobre de discípulos, cujo mestre é Jesus cristo.
MENSAGEIRO: Bem vindo és tu, na companhia dos discípulos. Vou escrever teu nome entre os anjos, e por isso dou-te o distintivo dos discípulos: a cruz. Nosso mestre a carregou e sofreu por nós, suportou todo o peso e a vergonha da humanidade. Ele manda cada discípulo tomar a sua cruz e segui-lo.
1º DISCÍPULO: (recusa acompanhar a cruz) Por quê? Não prometeste paz e alegria aos seguidores do mestre? Eu esperei prazer e descanso no teu serviço e não negação própria e sofrimento. Tenho mesmo de deixar os prazeres, a ambição, e levar aquela cruz?
MENSAGEIRO: Sim. Este e o caminho e a ordem do mestre. Estás salvo para servir. Tens de lutar, rendendo-te às ordens dele. O caminho da luz é o caminho da cruz. Podes achar tua vida perdendo-a. Este é o caminho no qual os mártires e heróis da fé tem andado; é o caminho em que o Mestre andou. Rogo-te: toma esta cruz, e segue após Cristo no caminho que leva a vida eterna e gloriosa.
1º DISCÍPULO: Vou fazer qualquer sacrifício, mas não vou assumir esta cruz. Vou-me embora daqui.
MENSAGEIRO: Noto que não és digno de ser seguidor. Amas o mundo, e por isso não amas a Deus. queres gozar o galardão, mas queres evitar a fadiga e a luta; procuras uma coroa, mas não enfrentas a batalha. O Mestre não pode usar-te com esta atitude. (1º discípulo sai)
CANTO:
MENSAGEIRO: Em verdade, o Mestre diz: “Estreita é a porta, e apertado é o caminho que leva para a vida, e poucos há que acertam com ela. Ó vós, todos e todas que tendes sede, vinde às águas!
2º DISCÍPULO: Doce mensagem do Mestre! Ouvi a tua chamada e aceito o convite: notei a ignorância da pessoa que me antecedeu, quando recusou carregar a cruz. Alisto-me! Vou levar a cruz alegremente, no serviço do Rei. Para onde Ele me mandar seguirei levando a cruz.
MENSAGEIRO: Percebo que darás muita alegria ao coração do Mestre. Ele te louvará. (O discípulo examina as cruzes). Que estás fazendo?
2º DISCÍPULO: Estou escolhendo uma cruz.
MENSAGEIRO: Não foste convidado para escolher uma cruz, mas para levá-la. o Mestre é que escolhe a cruz. Tu és quem a levas. (Dá uma cruz e o discípulo a toma). Leva essa cruz para o Mestre.
2º DISCÍPULO: Mas esta cruz não está de acordo com o meu gosto e disposição. É pesada demais. Estou procurando outra mais leve e mais confortável. Tanto faz, contanto que esteja na forma de cruz, não é?
MENSAGEIRO: Tens que levar a cruz que o Mestre escolhe para ti. A sabedoria infinita preparou-a e o amor infinito oferece-a. Não podes trocar. Se assim procederes, agradarás a ti, mas desagradarás a Deus.
2º DISCÍPULO: Essa cruz vou levar com alegria (levanta uma cruz).
MENSAGEIRO: Não! Essa não é a cruz para ti (tira a cruz de suas mãos). Noto que não és um seguidor disposto, e sim cheio de vontades. Não a vontade do Mestre, mas a tua própria vontade é que queres fazer… tua língua serve com falsidade, mas teu coração não! (2º DISCÍPULO sai)
CANTO:
MENSAGEIRO: O dia está passando e a noite vem chegando, quando ninguém pode trabalhar, o meu trabalho está infrutífero. Quem deu crédito a nossa pregação, e a quem se manifestou o braço do Senhor? A minha missão é vã; trabalhei o dia todo e ninguém…
3º DISCÍPULO: (Fala enquanto vai a frente). Eu me ofereço como soldado de Cristo. Vou levar a cruz com alegria. Podes provar-me a notar minha lealdade e entusiasmo nesta causa; estou satisfeito com a distinção e glorio-me na minha tarefa.
MENSAGEIRO: Parece mesmo um seguidor resoluto. O Mestre se alegra com aqueles que têm a mente pronta para servir. Eu te dou esta cruz para levares após o Mestre.
3º DISCÍPULO: (Beija a cruz e curva a cabeça em atitude de oração antes de falar). É um ornamento bonito e tão popular… vou usar com uma corrente de ouro e de pérolas. É muito elegante. Vou mostrar a minha cruz para a admiração de todos. Olhem, não é bonita (para a plateia)?
MENSAGEIRO: Meu irmão que estás fazendo?
3º DISCÍPULO: Adorando a cruz, o bonito emblema da fé.
MENSAGEIRO: Adorando a cruz? Isso não é o que o Mestre pede de ti. Deves levar a cruz, e não adorá-la. Não é embelezando que a cruz se torna bela, nem curvando a cabeça ou ajoelhando-se diante dela que se torna poderosa. Há muitos que a usam como ornamento, mas a rejeitam como instrumento no qual têm de crucificar os pecados, seu egoísmo, seu orgulho. Tais pessoas acham que a santidade que o Senhor requer é um sentimento poético. Isto é, a cruz de joias, de luxo, que redime o mundo e a alma do pecador, mas a cruz do calvário, a cruz na qual a velha vida morre e a nova vida aparece. Somente nessa cruz há poder que vence o mundo!
3º DISCÍPULO: (Sai de cabeça baixa).
4º DISCÍPULO: (Se aproxima)
MENSAGEIRO: Aí vem outra pessoa, talvez esteja procurando serviço também. (Para o 4º discípulo). Paz seja contigo, irmão. Por que vens?
4º DISCÍPULO: Venho procurar um lugar entre os discípulos do teu Mestre. Creio ser a minha obrigação racional. Tenho pensado muito no assunto e agora me ofereço ao serviço, e espero tuas ordens.
MENSAGEIRO: O que vem a mim, de maneira nenhuma lançarei fora! São as pessoas com disposição igual à tua que o Mestre chama. Ouve as palavras dele: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”. De acordo com o seu mandamento eu te ofereço esta cruz, para levá-la e honrá-la por amor a Ele. (O discípulo toma a cruz e a esconde no bolso). O que está fazendo?
4º DISCÍPULO: Estou escondendo a minha cruz, a cruz que me deste. Vou levá-la, mas não quero que seja vista pelo público.
MENSAGEIRO: Escondendo a cruz do Mestre? Não sabes que Ele não tem discípulo incrédulo? Ele mesmo disse: “Qualquer que me confessar diante das pessoas, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Estás tu envergonhado da cruz de Cristo? Ele a levou por ti, aberta e publicamente. Vejo-o subindo o monte do Calvário; vejo-o pregado naquele madeiro, sofrendo e morrendo por ti. Queres ser soldado e rejeitas a bandeira e o uniforme? Queres ser salvo e não reconheces o Salvador? (Apanha a cruz) Vai para o teu aposento e arrepende-te, porque assim o Mestre te rejeita. (O discípulo vai saindo devagar) Mas espera! Escuta as palavras do Mestre: “Porquanto qualquer que, entre esta geração adultera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos”. (Os 4º discípulo sai com a cabeça baixa)
CANTO:
5º DISCIPULO: Notei as fraquezas dos que me precedem e que se apresentaram como discípulos; mas tenho certeza que comigo vais ficar muito satisfeito, porque não sou como aqueles. Vou levar qualquer cruz que me deres franca e abertamente. Vou ganhar a tua aprovação e o teu louvor. Ficarás orgulhoso de mim. Eu oro, jejuo, dou esmolas, pratico muitos atos nobres. Todos sabem. A cruz será somente uma coisa muito simples para mim. Quero que me dês uma cruz grande, que meus amigos possam me apreciar.
MENSAGEIRO: És corajoso mesmo. Qual é o teu nome? De onde vens?
5º DISCÍPULO: Meu nome é Fariseu, moro na rua do egoísmo, cidade da Satisfação. Eu sou vizinho do general Orgulho. A cidade e as ruas são muito bonitas.
MENSAGEIRO: Tenho ouvido falar em teu nome e no teu caráter, e já duvido da tua prontidão para a chamada de Deus, em Jesus Cristo. O que o Mestre procura é coração contrito e espírito quebrantado: os humildes de coração. E tu estás orgulhoso das tuas graças e dons!
5º DISCÍPULO: Paulo, o grande apóstolo, se orgulhou da cruz que pregou. Por que eu não posso fazer o mesmo?
MENSAGEIRO: Paulo se orgulhou na cruz e no que ela fez por ele e para o mundo. E tu estás te orgulhando sobre o que tens feito para a cruz. São duas coisas bem diferentes. Para Paulo, ele não era nada e o Mestre era tudo. No teu entender, a cruz é nada e tu és tudo. Queres fazer uma escada, na qual subirás diante das pessoas! Mas não receberás galardão de Deus. Estás levando a cruz para a sua própria satisfação. E para pessoas semelhantes a ti Ele disse: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizam nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? Em teu nome não fizemos maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci! Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (5º discípulo sai).
6º DISCÍPULO: (Levanta e vai a frente). Venho oferecer o meu serviço, se o trabalho não for grande de mais. Mas do que isso: venho oferecer a mim mesmo ao Mestre. Venho como estou e ao Mestre digo: Que queres que eu faça? Não faço a minha vontade, mas a tua! Procuro um lugar humilde aos Teus pés. Não escolho nenhuma cruz, mas sei que qualquer uma que Ele me der, procurarei levar para a honra do Seu nome.
MENSAGEIRO: Meu irmão, se estás falando com sinceridade, és o discípulo que o Mestre está procurando e a quem vai honrar com sua grande tarefa. Eu venho para ti um serviço extraordinário; pesada é a cruz, mas grande é o galardão. Levanta aquela cruz e segue o Mestre (Indica uma grande e pesada cruz que está no chão).
6º DISCÍPULO: (Enquanto levanta a cruz e dando alguns passos com ela nos ombros) Entendo pouco desta lição, de seguir o Mestre, meu Senhor, tenho que levar a cruz. Não a da minha escolha, mas a que Ele escolher para mim. Não a levo a serviço das pessoas, mas com humildade e a serviço do Mestre. Vou deixar meu egoísmo e vontade própria por amor dele. Tenho de levá-la abertamente e com amor, contra qualquer preço e sacrifício. Não me importa o que os outros estão fazendo. Meu dever é seguir o meu Senhor. Mas está tão pesada… (bastante entonação). Às vezes acho que vai me machucar. São poucos os que ajudam e muitos que me atrapalham. Há ofensa e armadilhas em todos os meus caminhos. Vou descansar um pouco. (Coloca a cruz no chão e descansa numa cadeira… Silêncio…)
MENSAGEIRO: Onde está a cruz?
6º DISCÍPULO: Não a joguei fora. Carreguei-a lealmente por algum tempo; mas esta cruz tem magoado minha vida… Tenho sido ofendido na casa dos meus amigos. Os de minha casa são contra mim. Meus colegas me abandonaram. Cansado, fatigado e tomado pelo desânimo, coloquei-a ao lado por algum tempo.
MENSAGEIRO: Meu irmão, eu não te disse que irias encontrar ofensas e que pela tribulação entrarias no reino de alegria? Foi para a batalha que foste chamado, e não para descansar. É por este caminho que o nosso Mestre andou. Se seu Mestre sofreu, seus servos também precisam sofrer. Não podes vigiar com Ele nem uma hora? Outros te ofenderam, mas Ele não te ofendeu; outros te desapontaram,; Ele nunca te desapontou. Levanta, meu irmão! O tempo é curto, a sua hora é quase chegada. Peça-lhe forças e segue-o.
(O discípulo levanta-se da cadeira, toma a cruz e vai à frente. Ajoelha-se atrás da cruz, diante do altar, com as mãos segurando a cruz, enquanto a comunidade canta um canto. Enquanto o canto é cantado, os outros discípulos entram, um a um, em espírito de humildade, tomam as suas cruzes, antes rejeitadas, e ajoelham-se ao redor da cruz do sexto discípulos. Depois do canto todos saem, levando sua cruz.)
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