Proclamar Libertação – Volume 38
Prédica: Êxodo 24.1-11
Leituras: Mateus 26.36-56 e 1 Coríntios 10.16-17
Autor: Jorge Batista Dietrich de Oliveira
Data Litúrgica: Quinta-Feira da Paixão
Data da Pregação: 17/04/2014
1. Introdução
Os textos indicados para a Quinta-feira da Paixão formam uma unidade em torno da aliança de Deus firmada com os hebreus e atualizada em Jesus Cristo. O texto de Êxodo 24.1-11 apresenta a aliança de Deus com o povo que foi libertado do Egito. As leis de Deus são lidas ao povo, que se compromete com elas. Sacrifícios são oferecidos ao Senhor, e todos novamente se comprometem a fazer o que Deus ordenou. Moisés então sela a aliança que Deus fez com seu povo, aspergindo o sangue do sacrifício sobre o altar de Deus e sobre toda a congregação. Depois, os anciãos podem ver Deus e realizam uma refeição em conjunto, que complementa a aliança.
Já o relato do Evangelho de Mateus (26.36-56) conta o que aconteceu nos últimos dias que Jesus passou em Jerusalém. Após instituir a Ceia, Jesus ora no Getsêmani, Judas trai seu mestre, que é preso, e os discípulos fogem assustados. O evangelista mostra-nos Jesus preparando-se para enfrentar seu martírio: sua morte na cruz. Seu sangue também será derramado, e a aliança será firmada para todo o sempre.
O apóstolo Paulo levanta, no texto de 1 Coríntios 10.16-17, a temática da aliança, afirmando que quem participa da Ceia do Senhor toma parte no sangue e no corpo de Cristo, torna-se um só corpo, faz parte do povo de Deus e precisa ser completamente fiel a ele. O simbolismo encontrado na Aliança do Sinai, conforme o relato de Êxodo, torna-se realidade na nova aliança. O sangue aspergido do sacrifício de animais é agora substituído pelo sangue de Cristo.
2. Exegese
Nossa perícope encontra-se no final de um bloco chamado de “Aliança do Sinai” (Êx 19.1-24.18). Trata-se de um relato cultual. Ou seja, o acontecimento originário do Sinai foi lido através do prisma das posteriores celebrações cultuais de Israel, em que passado e presente se fundem e adquirem uma dimensão unitária salvífica. Por isso esse bloco (capítulos 19 a 24) é também chamado de “Livro da Aliança”, pois é um “roteiro litúrgico” que se usava na celebração da renovação da aliança. Ele conta como foi a história (19.1-25), relata a lei dos Dez Mandamentos (20.1-17), descreve os compromissos da aliança (20.22-23.19), traz a promessa de Deus (23.20-33), diz como foi feita a primeira celebração da aliança (24.1-18). O evento do Sinai é o centro da Torá e, em particular, do Êxodo, pois contém as leis mais importantes que estão na origem da organização e da reorganização do povo de Israel. Elas são, por assim dizer, a “constituição” do povo de Deus. A Aliança do Sinai é o “sacramento” fundamental da salvação do povo eleito e uma das formas primárias do pensamento religioso hebraico. Ela se assemelha tanto na forma como no conteúdo aos tratados entre estados do segundo milênio a.C., especialmente os tratados entre os estados hititas. Percebe-se que o povo de Deus desenvolveu sua noção de aliança a partir do conceito existente entre seus vizinhos. Esses tratados incluíam: 1) um preâmbulo que mencionava os nomes das partes; 2) uma história preliminar do relacionamento daqueles que celebram a aliança; 3) uma declaração básica com condições e exigências; 4) juramentos de lealdade, acompanhados de bênçãos e maldições; 5) testemunhos
e direcionamento para que se cumpra o acordo. Uma cópia do tratado era, muitas vezes, guardada nos santuários.
A Aliança do Sinai não foi a primeira firmada entre Deus e o ser humano, mas foi a primeira entre Deus e Israel como nação. Esse povo foi liberto da escravidão do Egito e conduzido a um novo relacionamento com Deus (Êx 19.4). Esse relacionamento é chamado de aliança, e o futuro do relacionamento entre Deus e Israel dependia agora da disposição desse em obedecer a seu Deus e em manter o pacto com Ele (Êx 19.5). Deus prometeu tratá-lo como propriedade peculiar, reino sacerdotal e povo santo (Êx 19.5b,6). Israel recebeu de Deus os Dez Mandamentos no monte Sinai como sendo as dez condições básicas da aliança (Êx 20.1-17).
A palavra hebraica para aliança é berit da raiz barah, que significa carne. Entretanto o significado mais aceito pelos estudiosos é que ela está relacionada com a palavra acadiana birtu, que significa laço, vínculo, ou seja, estabelecer uma situação legal por meio de um testemunho acompanhado de juramento. Por isso seu caráter perpétuo não pode ser quebrado.
A narrativa de Êxodo 24.1-11 combina duas tradições da aliança. A primeira tradição é Javista e está nos v. 1-2, 9-11. Ela relata, em estilo antigo, uma experiência mística de contornos misteriosos no alto sobre o monte na presença de Deus. Dela participam Moisés, Arão e seus filhos e setenta anciãos. A aliança é selada com uma refeição de comunhão, através da qual se estabelece uma ligação de intimidade com o mistério de Deus. A segunda tradição é Eloísta e aparece nos v. 3 e 8. Descreve com detalhes uma cerimônia de sacrifício para a aliança, em que o essencial é o rito do sangue aspergido sobre o altar (símbolo de Deus) e sobre o povo. O sangue é sinal de vida. Portanto, entre Deus e Israel existem uma aliança sacramental, uma comunhão de vida, uma nova relação de intimidade e de amor.
V. 1 – A narrativa do Sinai, que fora suspensa em 20.21, é reiniciada aqui. A menção a Arão e a seus dois filhos (Nadabe e Abiú, cf. Êx 6.23) corrobora a autenticidade da narrativa, pois os filhos foram posteriormente mortos por causa de um delito contra Deus (Lv 10.1-2). Com eles também estavam os setenta anciãos, provavelmente representando os 70 descendentes de Jacó (cf. Êx 1.5; Gn 46.27). Eram os representantes do povo para testemunhar à nação a natureza da aliança. Eram homens de mais idade, chefes de famílias, respeitados como líderes e que gozavam de prestígio entre os israelitas.
V. 2 – Somente Moisés é admitido na presença imediata de Deus. Os outros permanecem ao pé do monte. As descrições são as mesmas que vemos em Êxodo 19.10ss.
V. 3 – A cerimônia tem início com Moisés lendo ao povo todas as palavras do Senhor (o Decálogo, cf. 20.1ss) e todos os estatutos (a lei casuística, cf. 21.1ss). Toda e qualquer aliança envolvia a leitura e a aceitação pública de seus termos. Por isso o povo promete: “Tudo o que falou o Senhor faremos”. Era necessário que o povo não apenas soubesse o que o Senhor lhe impunha por meio da aliança que estava para ser estabelecida e o que Ele lhe prometia, mas também declarasse sua disposição para cumprir o que lhe era imposto.
V. 4 – “Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.” Percebe-se que é a segunda vez que Moisés estava tomando nota por escrito de tudo (17.14). Esses acontecimentos que revelam a maneira de Deus agir e reger entre os homens deviam ser ensinados e relembrados, a fim de guiar o povo (cf. 13.8-9,14s). O altar representa a presença de Javé no meio de seu povo (cf. 20.24). As doze colunas representam as doze tribos de Israel, ou seja, a congregação. As colunas são testemunhas simbólicas e também um memorial da aliança ali celebrada. São sinais para as doze tribos, que se empenharão em renovar e viver a aliança.
V. 5 – Ofertas de paz eram sacrifícios em que uma parte do animal era queimada, e o resto era comido pelo sacerdote e pelas pessoas que o estavam oferecendo. Serviam para fortalecer a comunhão. É significativo que não se fale em oferta pelos pecados. Era um povo redimido, que agora, por meio desses sacrifícios de dedicação e comunhão, estava se empenhando e penetrando em uma comunhão íntima e entrelaçada com seu Redentor. Os jovens mencionados neste versículo não eram primogênitos nem sacerdotes araônicos, mas homens escolhidos por Moisés para esse ato em particular, talvez os membros mais fortes e mais ativos da comunidade.
V. 6 – “Moisés tomou metade do sangue (rituais de sangue são comuns à maioria das alianças) e o pôs em bacias, e a outra metade aspergiu sobre o altar.” Essa dupla separação do sangue tinha conexão com as duas partes envolvidas na aliança (Deus-povo), levando-as a uma unidade.
V. 7 – Então leu ao povo o Livro da Aliança. A leitura torna solene o acordo verbal até então existente. Mais uma vez, podemos ver que a Lei de Deus estava sendo escrita durante a viagem por Moisés. Geralmente essa expressão é aplicada ao Código da Aliança, que aparece em 20.22-23.19. Aqui essa expressão também deve incluir os Dez Mandamentos (20.2-17) e talvez outras passagens, como 19.5-6. “Tudo o que falou o Senhor faremos.” Antes de ouvir os mandamentos e agora, depois de compreender a natureza da Lei de Deus, o povo compromete–se a cumprir as exigências de Deus, codificadas no Livro da Aliança, e promete obedecer (19.8).
V. 8 – “O sangue da aliança.” Moisés somente conclui o ritual da aspersão com o sangue unificador e criador de comunhão após o povo comprometer-se a obedecer a Deus. O povo aceitou sua parte no sacrifício ordenado por Deus e em sua vontade revelada. Jesus proclamou o cumprimento desse simbolismo por ocasião da última Ceia, quando ofereceu o cálice: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos” (Mc 14.24). Jesus é o sacrifício e, ao mesmo tempo, o único mediador entre Deus e o povo.
V. 9-11 – Estes versículos fazem parte da tradição javista e dão sequência aos eventos descritos nos v. 1 e 2. Unindo as duas tradições da aliança, pode–se concluir que, após a purificação com o sangue, o povo está habilitado a subir ao monte, ver Deus e com Ele celebrar o banquete da aliança. “Viram o Deus de Israel.” O v. 10 não descreve Deus, mas o chão onde seus pés pisam. Portanto eles viram uma manifestação visível do Senhor, mas não a plenitude de sua glória e poder. A descrição concentra-se exclusivamente sobre a área por baixo dos pés de Deus, que é comparada a um pavimento de safira. É, por assim dizer, um reflexo do céu. Deus pôde ser imaginado entronizado sobre as águas que estavam por cima da cúpula do céu (Sl 29.10). “Não estendeu a mão.” Não lhes causou dano, Deus não os matou. Geralmente, quem visse Deus face a face morreria (Êx 20.19-21). O fato de pessoas verem o Deus de Israel sem sofrer nenhum dano é algo completamente inédito no Antigo Testamento. “Comeram e beberam juntos.” Trata-se de uma refeição sagrada. Refeições semelhantes como celebração da conclusão de uma aliança são registradas em Gênesis 31.46, Êxodo 18.12, Mateus 26.26-30 e 1 Coríntios 11.23-25. Essa refeição é especial, pois simboliza o relacionamento entre Deus e seu povo. Confirma amizade e comunhão dos participantes da refeição com seu Deus e entre eles próprios. Dessa forma, a refeição chega a ser um símbolo da identidade de um grupo ou de um povo.
3. Meditação
Considerando a data de Quinta-feira Santa e seu significado na preparação da Páscoa e considerando os textos previstos, proponho que se trabalhe o tema da aliança em conexão com a celebração da Santa Ceia, pois o tema invariavelmente apontará para a aliança no sangue de Jesus Cristo. Conforme a tradição da igreja antiga, foi na Quinta-feira da Paixão que Jesus instituiu a Santa Ceia no círculo de seus discípulos, e por isso ela é celebrada em toda a cristandade nessa data. Sendo assim, o culto todo deveria estar voltado para a celebração da Eucaristia.
Como introdução à pregação, poder-se-ia mostrar para a comunidade reunida a figura de uma aliança e perguntar: Quem de nós usa uma aliança? O que ela significa? Casamento, acordo, pacto, sinal de compromisso. Quando vemos uma pessoa usando aliança no dedo, sabemos que ela tem um acordo, um compromisso mútuo, um pacto de confiança, de fidelidade, de amor e de companheirismo com outra pessoa.
Fazemos vários acordos em nossa vida. Por exemplo: a amizade entre duas pessoas é um acordo de confiança em que uma pode contar segredos e intimidades à outra. Outro exemplo de aliança é quando pessoas fazem negócios, compra e venda, permutas, contratos. Existem também alianças entre grupos econômicos que querem fortalecer-se, aumentar seus ganhos. Acordos acontecem no campo da política quando candidatos e partidos se unem. Acontecem na comunidade para realizar alguma obra, acontecem também no casamento quando duas pessoas se unem.
Acordos e alianças não são novidade para nós. Surge então a pergunta: O que caracteriza um acordo? Um acordo acontece somente quando há pelo menos duas partes envolvidas. Não existe acordo de uma pessoa com ela mesma. Ninguém casa sozinho. Além disso, para acontecer um acordo, deve haver uma iniciativa, uma proposta e uma resposta.
Geralmente, quando acordos são cumpridos, há satisfação entre as partes envolvidas. Há alegria. Mas o que acontece quando um acordo não é cumprido? Infelizmente, muitos acordos são rompidos. E o rompimento de um acordo pode trazer punição para a parte que causou o rompimento. Quando um cônjuge trai a confiança do outro, ele destrói o casamento. Quando um acordo comercial é quebrado, isso traz implicações legais, batalhas judiciais para cobrar indenizações.
Nós sabemos o que acontece com acordos quebrados, mas o acordo anunciado por Deus é diferente daquilo que conhecemos. É uma aliança eterna. Um pacto que foi estabelecido pelo derramamento de sangue e por isso não pode ser quebrado. Conhecemos o relato de diversas alianças feitas entre homens. Mas a Aliança do Sinai foi feita entre Deus e seu povo. Esse tipo de aliança era distinta de um acordo humano, no qual as duas partes se aproximavam uma da outra em nível igual. Na aliança concluída no Sinai, Deus é o único que pode cumprir verdadeiramente a sua promessa. Ele alcança o ser humano como um ato de graça.
Essa aliança, firmada com os descendentes de Abraão segundo a carne, sob o signo da circuncisão e a observância estrita da lei, foi reinterpretada e atualizada na morte sacrificial de Jesus na cruz. Foi através de sua morte e de seu sangue derramado que Jesus estabeleceu uma nova aliança, que mudaria o rumo da história da humanidade, tanto para os judeus como para os gentios. Essa nova aliança foi entendida como a soma ou totalidade de todas as alianças anteriores. Pois tanto a aliança do Sinai como a do Calvário foram firmadas com sangue. Naquela, de animais. Nessa, de Jesus Cristo, autor e consumador da salvação de todos os que nele creem. Isso constrói a noção da Ceia do Senhor para nós cristãos, pois, sempre que celebramos a Eucaristia, somos lembrados de que, naquela última ceia que Jesus celebrou com seus discípulos antes da crucificação, enquanto comiam, Jesus tomou um cálice, deu graças a Deus e disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos”. Mais tarde, quando os discípulos testemunhavam a morte de Jesus na cruz, lembraram-se das palavras que ele dissera ao erguer o cálice. Compreenderam que esse sacrifício é que nos traz o perdão e liberta-nos da escravidão do pecado. É o sangue de Jesus Cristo que estabelece e mantém nossa aliança com Deus.
A Santa Ceia lembra-nos que a aliança de Deus com a humanidade não ficou só em palavras, pois ninguém ama apenas com palavras. “Deus amou as pessoas de tal maneira, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna.” A Santa Ceia reafirma e concede o benefício inteiro do sacrifício de Jesus por nós. Nela temos a presença real de Jesus, que disse com clareza que “isto é meu corpo” e “este cálice é a nova aliança no meu sangue” (1Co 11.24-25). Jesus ordenou celebrar a Ceia “em memória de mim”. Por isso, sempre que, em obediência à ordem de Jesus, celebramos a Ceia, reafirmarmos que esse é o sangue da nova aliança, inaugurada por Jesus.
Assim como o povo do Antigo Testamento, reafirmamos nossa fidelidade ao Senhor: “Tudo o que falou o Senhor faremos”. Como seu povo, permitimos que Deus venha até nós para que vivamos de sua comunhão plena e profunda, pois a Ceia do Senhor cria e estabelece comunhão com Cristo (1Co 10.16) e sustenta a comunhão entre os que comungam. A Santa Ceia é o momento de lembrar e atualizar nossa aliança com Deus, firmada no sangue de Jesus. É o momento de renovar o nosso compromisso na promoção e defesa da vida criada por Deus e celebrar a festa da alegria, da gratidão e do louvor. A Ceia antecipa a comunhão plena com Deus, pois fomos reconciliados com Deus mediante o sacrifício de Jesus.
A partir de Jesus, nós somos feitos povo de Deus, e, assim como o povo do Sinai, celebramos a Ceia, a refeição de comunhão com Deus na nova aliança. A Santa Ceia é o símbolo de um relacionamento entre Deus e as pessoas. Ela cria e confirma a amizade e a comunhão dos participantes com seu Deus e entre eles próprios. Por isso quem participa da Eucaristia assume sua parte na aliança, torna-se membro da família de Deus, que cumpre sua parte oferecendo-nos o perdão dos pecados, a salvação e uma vida nova. Através de Jesus nós conhecemos e experimentamos a comunhão com Deus.
4. Imagens para a prédica
Sugiro como imagem para a pregação esta música, que poderá ser cantada ou recitada como poesia:
Como é precioso, irmão, estar bem junto a ti
E juntos lado a lado andarmos com Jesus
E expressarmos o amor que um dia Ele nos deu
Pelo sangue que no calvário sua vida trouxe a nós
A aliança do Senhor eu tenho com você
Não existem mais barreiras em meu ser
Eu sou livre pra te amar, pra te aceitar e pra te pedir
Perdoa-me, irmão
Eu sou um com você no amor do nosso Pai
Somos um no amor de Jesus.
(Koinonya, Como é precioso)
5. Subsídios litúrgicos
Liturgia da Ceia do Senhor
L: Na Ceia do Senhor, temos a oportunidade de reafirmar nossa aliança com Deus através de Jesus. Foi Ele quem instituiu a Ceia como alimento que fortalece a nossa comunhão. Por isso preparamos a mesa. Enquanto os elementos para a Ceia são trazidos, a comunidade canta.
C: (♪) Nosso Pai nos põe a mesa (HPD 358)
L: Louvado sejas, Deus da nova e eterna aliança, pelo pão e pelo fruto da videira, frutos da ampla e generosa natureza que alimenta teus filhos e tuas filhas. Dá que esse pão e esse fruto da videira sejam recebidos por nós nesta Ceia, como comida e bebida da salvação em Cristo Jesus.
C: Amém.
L: Que Deus esteja com vocês.
C: E também com você.
L: Vamos elevar os nossos corações a Deus.
C: Ao Senhor os elevamos.
L: Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
C: Isso é digno e justo.
L: Sim, digno e justo, e nosso dever é que, em todos os tempos e lugares, te demos graças, Deus libertador, porque tiraste o teu povo da escravidão do Egito e firmaste com ele uma aliança. E mesmo que teu povo não conseguiu obedecer e cumprir a sua parte nesse novo relacionamento contigo, tu firmaste através do sangue de teu filho Jesus Cristo uma nova e eterna aliança. Tu proporcionaste um novo começo para nós através de Jesus, que foi morto na cruz e sepultado. Mas ele ressuscitou e contigo vive na glória. Por tua grande bondade, enaltecemos-te, cantando o sempiterno hino:
C: (♪) Santo, santo, santo.
L: Santo és tu, Senhor, pois antes de deixar seus discípulos, teu Filho instituiu a Ceia que reanima nossa fé e renova nossas forças para te servir. Por isso lembramos e celebramos o que Jesus mesmo instituiu cantando:
C: (♪) Nosso Senhor, na noite em que foi traído, tomou o pão… (ou HPD 367)
L: Portanto, todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, anunciais a morte do Senhor por nós, até que ele venha.
C: Anunciamos, Senhor, a tua morte e proclamamos a tua ressurreição.
Vem, Senhor Jesus.
L: Pedimos-te, Deus, que nos envies o teu Santo Espírito, a fim de que nesta refeição nos tornemos um só corpo em Cristo, um corpo que vive o amor e anuncia a esperança.
C: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.
L: Guia-nos, Senhor, à festa da alegria, preparada para o teu povo em tua presença, pois sabemos que estamos unidos com todas as pessoas que nos antecederam, teus servos e tuas servas, que creram e viveram pela fé a nova aliança em Cristo. Juntos aguardamos o dia da grande Ceia, que está preparada e será servida por ti.
C: (♪) Por Cristo, com Cristo e em Cristo, seja a ti Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre. Amém.
L: Em Cristo, Deus reconcilia-se conosco. E a reconciliação de Deus conosco é que abre o caminho para a reconciliação entre nós. Sinal desse compromisso é o gesto da paz que queremos realizar agora, dando-nos um abraço.
C: (♪) Paz, paz de Cristo (HPD 368).
L: Como filhos e filhas de Deus, dispomo-nos a manter a comunhão e a viver em comunidade, num só espírito, participando do mesmo corpo de Cristo.
Oremos de mãos dadas a oração que Jesus nos ensinou:
C: Pai nosso…
L: O cálice da bênção pelo qual damos graças é a comunhão do sangue de Cristo. O pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo. Mesmo sendo muitos e diferentes, em Cristo formamos uma família na fé.
C: (♪) Nós, embora muitos, somos um só corpo.
L: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
C: (♪) Cordeiro de Deus.
L: Venham à mesa do Senhor, pois tudo está preparado. Deus convida-nos a partilhar de seu amor e viver desse alimento.
Hinos: HPD 141 – 144 – 146 – 404 – 405 – 406 – 407.
L: Bendito sejas, Deus amado, porque a tua Ceia restaura entre nós a comunhão e renova nosso compromisso contigo e com todo o povo da Nova e Eterna Aliança. Une-nos, Senhor, e guia-nos, dia após dia, nesse amor familiar. Por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.
C: Amém.
Bibliografia
COLE, Robert Alan. Êxodo: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1972.
RAVASI, Gianfranco. Êxodo. São Paulo: Paulinas, 1985.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).