Creio no evangelho que liberta
Proclamar Libertação – Volume 40
Prédica: Gálatas 1.11-24
Leituras: 1 Reis 17.17-24 e Lucas 7.11-17
Autoria: Cristina Scherer
Data Litúrgica: 3º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 05/06/2016
Sabemos que no hay tierra ni estrellas prometidas.
Lo sabemos, Señor, lo sabemos y seguimos contigo trabajando.
Sabemos que mil veces y mil veces pararemos de nuevo nuestro carro y
que mil y mil veces en la tierra alzaremos de nuevo nuestro viejo tinglado.
Sabemos que por ello no tendremos ni ración ni salario.
Lo sabemos, Señor, lo sabemos y seguimos contigo trabajando.
(León Felipe, España 1884-1968)
1. Introdução
A maior ameaça vem de dentro! Essa afirmação pode ser aplicada aos nossos sentimentos, porém na vida da igreja ela também é realidade. Pois as maiores ameaças estão dentro dela e não fora. É claro, o cristianismo teve momentos fortes de perseguição e ameaças externas, de outros povos, outras religiões. Mas se tivermos um olhar mais atento, observaremos que as ameaças internas são as mais presentes e causadoras de grandes feridas ainda hoje.
Olhemos para nossas comunidades: quantas feridas, palavras, gestos, omissões são causadas por pessoas cristãs, participantes da igreja, membros de grupos, do presbitério? Quanta inverdade, injustiça, desamor, falta de partilha e solidariedade estão presentes dentro das igrejas e povoam as mentes e corações das pessoas que são batizadas e pertencem ao corpo de Cristo? Quanta teologia não condiz com o evangelho da liberdade, da graça e do amor e está presente neste mundo e entra na comunidade cristã? As ameaças que nos querem escravizar com tradições, comportamentos, atitudes e sentimentos estão entre nós e provêm dos que são cristãos e cristãs, assim como as soluções para os problemas e adversidades também estão entre nós.
O texto para pregação encontra-se na Epístola aos Gálatas. Em nenhuma outra carta o apóstolo Paulo fala com tanta ênfase do tema da liberdade cristã e da justificação por graça e fé como essa; pois ele não pretende que os gálatas voltem à submissão de forças que são capazes de obstruir a liberdade que haviam alcançado pela fé através da proclamação do evangelho realizada por ele. Paulo não deseja que cristãos e cristãs voltem a outro evangelho (Gl 3.1-5) e afirma que quem nega a liberdade está negando o próprio Cristo (TAMEZ, p. 89-90).
As leituras que acompanham o texto para pregação deste culto apontam para a ação do evangelho anunciado por Paulo, que conduz a pessoa a crer, a confiar e a esperar em Deus. O evangelho que desperta fé, liberta de opressões, é sinal de graça e amor, recria a vida e alimenta a esperança por meio de Jesus Cristo.
2. Exegese
Quem são os gálatas? No tempo do Novo Testamento, a Galácia era uma província romana da Ásia Menor, que abrangia os seguintes territórios: a Galácia propriamente dita, a Frígia, a Pisídia e a Licaônia. A Galácia é citada no livro dos Atos (At 16.6; 18.23) e era uma província romana desde 25 a.C. As igrejas da Galácia devem ter sido fundadas por ocasião da primeira viagem missionária de Paulo (At 13.1-14,26). No século I, o termo Galácia podia indicar regiões diferentes no centro da atual Turquia. Seus habitantes eram estrangeiros, indo-europeus (celtas/gálios), migrados para a Ásia Menor. A região da Galácia, onde Paulo anuncia o evangelho, fica provavelmente ao norte (Pisídia, Licaônia). Fica nas mediações do mar Negro. A Epístola aos Gálatas é uma espécie de carta circular, endereçada às “igrejas da Galácia”, escrita entre os anos 54 e 57.
Estando em missão em Éfeso, Paulo recebe notícias sobre as igrejas da Galácia. Uma ameaça cerca essa comunidade. Paulo é acusado de anunciar um evangelho sem fundamento. A carta é, em primeiro lugar, uma resposta a essa situação. Paulo inicia dizendo que alguns pregadores põem em dúvida o seu estilo missionário e a sua legitimidade como apóstolo. A carta dá a entender que pessoas de fora fizeram adeptos na comunidade local, colocando em dúvida a ação evangelizadora de Paulo e o conteúdo que anuncia como apóstolo (confira Gl 1.6; 3.1; 4.17; 6.12).
Assim temos nessa carta a preocupação de Paulo centrada em dois pontos:
1. provar sua autoridade e legitimidade como apóstolo;
2. explicitar a verdade e a liberdade do evangelho.
Mas quem são esses falsos apóstolos e deturpadores da ação missionária de Paulo? Como Paulo lida com eles? Para os estudiosos, há várias possibilidades: judeus cristãos judaizantes, apegados à lei mosaica e à circuncisão; cristãos judaizantes de origem pagã e outros.
A carta vai direto ao assunto. É polêmica do início ao fim. O que está em jogo é o evangelho de Jesus Cristo anunciado por Paulo – a essência de sua vida e de sua pregação. Esse evangelho produz liberdade e não a escravidão à tradição da lei.
Paulo fala de sua experiência pessoal. Testemunha o que causou a invasão de Cristo ressuscitado em sua vida. Apela para o seu passado e vivência zelosa no judaísmo e a perseguição da igreja de Deus. Destaca sua vocação: separado desde o seio materno para evangelizar os gentios, a exemplo dos profetas Isaías e Jeremias (Gl 1.5). Nessa autodefesa inicial, o destaque é dado à revelação divina. Frisa que não foi por influência humana nem por ordem dos apóstolos de Jerusalém que começou a atuar. Ele só depende de Deus, de sua graça, de sua revelação, de sua força. Em outra carta, ele mesmo escreve: “Então o Senhor me disse: A minha graça te basta…” (2Co 12.9).
Para Paulo, a verdade do evangelho que ele defende é a mensagem de salvação que lhe fora revelada pelo próprio Jesus, mensagem de liberdade e salvação. Essa revelação é sinal da mais pura graça de Deus, não é conquista ou mérito humano. A boa notícia do evangelho fala da liberdade que há no viver e no seguir a Cristo e a consequente quebra das algemas da observância da lei.
Assim, em toda a carta, o destaque é dado ao evangelho que significa o acontecimento salvífico, realizado na morte e ressurreição de Jesus, cuja mensagem é anunciada por meio da vida concreta de Paulo, pois o que ele recebeu de Jesus Cristo é o que ele anuncia (cf. 1Co 1.17; 11.23).
O conteúdo da Epístola aos Gálatas pode resumir-se no seguinte:
Introdução: 1.1-10;
I. Origem divina do evangelho: 1.11-2.21;
II. O evangelho faz-nos filhos/filhas de Deus: 3.1-4.7;
III. O evangelho faz-nos livres: 4.8-5.12;
IV. Vida cristã, caminho de liberdade: 5.13-6.10;
Conclusão: 6.11-18.
No texto de Gálatas 1.11-24, Paulo quer provar a origem divina do evangelho que anuncia em sua missão como apóstolo (v. 11). Ele faz uma retrospectiva em sua vida, em sua caminhada. Lembra seu comportamento antes de sua conversão, quando perseguia os que eram do “caminho”, pessoas que confessavam o evangelho de Jesus Cristo. Fazia isso para preservar a tradição da lei judaica (v.13-14). Nesse trecho ficam claras a educação que Paulo recebeu e a linha farisaica que seguia.
Após lembrar o episódio do passado em que era inimigo do evangelho, nos v. 15-16a, Paulo lembra o momento de sua transformação, quando lhe foi revelado que Jesus Cristo é Filho de Deus. Fala da visão que teve em Damasco (At 9) e do momento em que foi chamado para ser apóstolo. Tudo isso foi ação de Deus, ação amorosa e gratuita, anterior a qualquer obra sua (Rm 9.11s).
Nos v. 16b-24, o apóstolo lembra aos gálatas que o evangelho que ele lhes havia anunciado não fora transmitido por intermédio dos apóstolos de Jerusalém e que o contato que teve com eles havia sido tardio e raro. Dessa forma, Paulo quer comprovar que o evangelho que anuncia é pura revelação de Deus a ele, sendo que o mesmo não tem sua origem em atuação humana. Ele afirma que foi à Arábia (v. 17) talvez em busca de quietude e solidão para ser fortalecido na missão. Lá permaneceu por um período de três anos (v.18). Mais tarde, foi a Jerusalém (cf. At 9.26) para uma rápida visita, onde permaneceu por quinze dias. Ali teve contato com somente dois apóstolos, Pedro e Tiago. Aqui o verbo usado é historeō, que significa visitar com o propósito de conhecer uma pessoa. Em seguida (v. 20-24), Paulo lembra que foi para a Síria e a Sicília (cf. At 9.30), afirmando assim que esteve mais presente em sua missão no norte do que na região da Judeia, pois lá o conheciam apenas de ouvir falar, destacando os rumores que aquele que outrora perseguia os cristãos agora era anunciador da fé. Por tudo isso glorificavam a Deus a seu respeito. Somente anos mais tarde (Gl 2.1), Paulo tem um contato mais intenso com os apóstolos em Jerusalém.
Em Gálatas 1.6-10, Paulo deixa claro que há somente um evangelho, o mesmo que ele apresentou aos gálatas. E esse evangelho deve estar acima de toda e qualquer opinião ou julgamento humano. Agora, em 11-24, Paulo precisa defender a origem, ou seja, de onde vem esse evangelho que ele anuncia e qual sua legitimidade diante de distintas opiniões de pessoas que se achegam na comunidade e são chamadas pelo apóstolo de “falsos mestres” e anátema (Gl 1.8-9).
O evangelho que Paulo anuncia é revelação de Jesus Cristo. Em Gálatas 1.1, Paulo afirma a origem de sua comissão apostólica. Nem a sua missão tampouco a sua mensagem derivam de seres humanos, mas unicamente de Deus. É como se Paulo afirmasse: o evangelho que preguei a vocês não é uma invenção, nem uma tradição, mas uma revelação. Em Romanos 16.25, Paulo fala em “meu evangelho”. Era “seu” não porque ele o havia criado, mas porque lhe fora revelado de modo especial. Suas palavras e mensagens não são suas, mas de Deus, que age por graça e amor.
3. Meditação
Não deixe morrer a profecia. (Dom Hélder Câmara)
A pergunta que esse texto suscita em nós pode ser esta: hoje falamos em nome de Deus ou de seres humanos, queremos agradar a Deus ou as pessoas? Lembremos, a exemplo de Jesus Cristo e tantas pessoas que lhe foram fiéis, que a tarefa de quem prega na igreja deve ser profética. A profecia vai no sentido de alertar que toda vivência cristã tem de ser coerente com o evangelho e não com ideias que levam a inversões ou distorções do mesmo.
(…) Para descobrir sua palavra (de Deus), homens e mulheres que desenvolvem a vocação profética têm de viver uma profunda busca e discernimento da palavra divina que devem reproduzir. E devem ter muito cuidado para não projetar seus desejos e confundir a palavra de Deus com seus próprios discursos e pensamentos. Durante toda a sua vida, quem é profeta ou profetiza busca sinais para poder confiar que a sua intuição vem mesmo da inspiração divina.
(Nascem profetas. Marcelo Barros: disponível em: http://www.cebi.org.br/_print. php?type=news&id=2721)
A Palavra que eu levo deve ser uma Boa-Nova, uma Palavra que liberta, que salva e que dá esperança. E é por isso que os verdadeiros profetas não são sempre aqueles que nós pensamos. Eles são dificilmente apoiados pelas instituições, mesmo pela Igreja… Pois a Igreja, ela também não gosta do que incomoda, não gosta de mudança, de novidade, e os profetas são frequentemente suspeitos. O teólogo francês Hyacinthe Vulliez escreve: ‘Quando queremos nos desfazer de um profeta, é habitual tratá-lo de anormal, de atípico e mesmo de estrangeiro, o que permite distanciá-lo e mesmo fazê-lo desaparecer. Não gostamos da pessoa que tem um discurso diferente do convencional. Ele incomoda, ele faz sair da monotonia de sempre, e isso o pessoal não gosta!’ (Profetas desconcertantes. Raumond Gravel, disponível em: http://cebi.org.br/_print.php?type=news&id=3194)
Quem está no processo de crescimento precisa encontrar força diante das adversidades para não abandonar o que iniciou. Diante dessa afirmação, cabe perguntar à comunidade à qual se prega: quais são as adversidades presentes em nosso meio hoje? São ameaças externas (extra nos) ou internas (intra nos)?
Como lidamos com as ameaças internas hoje? É possível fechar os olhos e fingir que nada acontece ou tentar empurrar a sujeira para baixo do tapete ou vamos encarar os problemas e adversidades de frente, como Paulo fez? Evidencia-se dentro da igreja a força de pessoas que querem distorcer e perverter o evangelho, invertendo-o, virando-o de costas e de cabeça para baixo. Pessoas que fazem parte da comunidade cristã também agem perturbando, causando intrigas, problemas, criando discussões, colocando em dúvida a palavra de Deus e a atuação de quem a prega, ministros e ministras da igreja. Na verdade, os maiores perturbadores da igreja (agora e naquele tempo) não são os que se lhe opõem de fora, que a ridicularizaram e a perseguem, mas aqueles que dentro dela tentam alterar o evangelho. São eles que perturbam a igreja. Inversamente, a única maneira de ser um bom membro na igreja é sendo um bom adepto do evangelho. A melhor forma de servir a igreja é crer no evangelho e pregá-lo (STOOT, p. 24).
Quem são as pessoas que hoje entram na comunidade cristã para semear divisão, dúvidas, conflitos, distorcer ou inventar outro evangelho a ser pregado? Há entre nós pessoas com resistências para aceitar o evangelho que anuncia a liberdade conquistada por Jesus Cristo mediante seu morrer e ressuscitar? Por que o fazem? Como a igreja pode ajudá-las?
Nossas comunidades gostam de ouvir a palavra do evangelho que fala de acolhida (a todas as pessoas) de amor, de respeito à diversidade, de inclusão (dos mais pobres e pequeninos hoje…) e relacionamento respeitoso de igual para igual, sem divisões de raça, idade, classe, gênero. Pregador ou pregadora que é fiel a esse evangelho terá acolhida na comunidade.
São questões que querem conduzir-nos no fiel testemunho da palavra de Deus entre nós, do qual não somos isentos, porém comprometidos com o evangelho da verdade, da justiça e da libertação. Se, de fato, a maior ameaça ao cristianismo vem de dentro das próprias comunidades, como ser igreja profética ainda? Como vislumbrar que a coerência da vivência do evangelho dos “de dentro” contagia “os de fora”?
O perigo é que sempre olhamos para fora e vemos a ação de outros e até os culpamos (olhar o cisco no olho do outro sempre é mais fácil). Penso que a pessoa que prega deveria ter coragem para olhar bem para dentro da comunidade, parar e meditar como andam os relacionamentos e como e onde as pessoas estão ou não dando voz ao evangelho que liberta, produz alegria, paz, amor, lembrando os frutos do Espírito Santo (Gl 5.22), para fazer uma ponte com o tempo litúrgico no qual nos encontramos.
Como pessoa ordenada para exercer o ministério na igreja, você já teve que se defender ou defender o interesse do evangelho perante o interesse de pessoas que tentavam inverter/distorcer/manipular a boa-nova de paz, amor e salvação a todas as pessoas? Como você se sentiu diante dessa situação? Como você percebeu a graça de Deus carregando-o nesse momento? Como denunciar profeticamente situações em que há interesses de poder dentro da igreja? Relembre um episódio de sua vida ministerial e compartilhe-o como testemunho com a comunidade, a fim de perceber que as ameaças estão bem próximas de nós. Cite outros exemplos de sua realidade.
Jesus Cristo afirmou que um profeta não é bem aceito em sua própria terra (Lc 4.24). Que implicações essa afirmação de Jesus tem para a pregação do evangelho hoje, aliada ao exemplo de Paulo? Como profeta de seu tempo, Jesus teve uma missão bem clara (Lc 4.18-19), e nós temos essa missão explícita em nosso ministério? Quais os empecilhos para que essa missão se cumpra entre nós como pequenos profetas e profetisas hoje?
4. Imagem para a prédica
O que acontece com a inteligência?
Você não é bobo. Não acredita em qualquer coisa. Sabe distinguir o possível daquilo que é mentira. Eu lhe digo que no meu sítio há uma raça de gansos verdes de três pernas que botam ovos quadrados. Você não acredita. O seu filho lhe diz que no seu quarto há um elefante cor-de-rosa soprando bolinhas de sabão verdes. Você não acredita. Ou o menino está fazendo uma brincadeira ou ficou louco. A inteligência “testa” as ideias para saber se elas são dignas de crédito. Agora me explique: por que é que, quando se entra no campo da religião, as pessoas estão prontas a acreditar em qualquer coisa que outra pessoa lhes diz? Será que, para ter sentimentos religiosos, é preciso abandonar a inteligência? (Rubem Alves, Ostra feliz não faz pérolas, p. 225-226)
Analisar esse texto e o texto bíblico e perguntar onde estamos deixando de lado a inteligência na vivência do evangelho, da boa-nova entre nós?
5. Subsídios litúrgicos
Versículo de saudação
Sempre falamos como Deus quer, porque ele nos aprovou e nos deu responsabilidade de anunciar a boa notícia do evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções (1Ts 2.4).
Para o momento de Confissão, uma oração:
Que eu chegue a ti, Senhor, por um caminho seguro e reto, caminho que não se desvie entre prosperidade ou adversidades, de tal forma que eu te dê graças nas horas prósperas e nas adversidades conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras, nem abater-me pelas outras.
Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduz a ti ou de ti me separe.
Que eu não deseje agradar ou não receie desagradar a ninguém senão a ti. Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos por tua causa, Senhor, e que tudo que te diz respeito me seja caro, mas tu, meu Deus, mais do que o resto.
Qualquer alegria sem ti seja-me fastidiosa e nada eu deseje fora de ti. Qualquer trabalho, Senhor, feito por ti seja-me agradável, e insuportável aquele em que estiveres ausente.
Concede-me a graça de erguer continuamente o coração a ti, e quando eu cair, reconhecer meu erro (…).
Dá-me, Senhor Deus, um coração vigilante, que nenhum pensamento curioso arraste para longe de ti, coração nobre que nenhuma afeição indigna debilite; coração reto que nenhuma intenção equívoca desvie; coração firme que nenhuma adversidade abale; coração livre que nenhuma paixão subjugue.
Concede-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que te conheça, uma angústia que te procure, uma sabedoria que te encontre, uma vida que te agrade, uma perseverança que te espere com confiança e uma confi ança que te possua, enfim!
(São Tomás de Aquino – 1225-1274)
Bênção
Não ter nada.
Não levar nada.
Não poder nada.
Não pedir nada.
E, de passagem, não matar nada, não calar nada.
Somente o evangelho, como uma faca afiada.
E o pranto e o riso no olhar e a mão estendida e apertada.
A vida, a cavalo, dada.
E este sol e estes rios e esta terra comprada, como testemunhas da Revolução já estalada.
E mais nada!
(Dom Pedro Casaldáliga)
Hinos
Cancioneiro O Povo Canta: A verdade vos libertará, p. 70; Cântico de Maria, p. 40; Convite à liberdade, p. 267; Procurando a liberdade, caminheiro, p. 56.
Bibliografia
COTHENET, Eduardo. A Epístola aos Gálatas. São Paulo: Paulinas, 1985.
STOTT, John R. A mensagem de Gálatas. São Paulo: ABU Editora, 1989.
TAMEZ, Elsa. Contra toda condena. San José: DEI, 1991.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).