Proclamar Libertação – Volume 36
Prédica: Hebreus 7.23-28
Leituras: Jeremias 31.7-9 e Marcos 10.46-52
Autora: Verner Hoefelmann
Data Litúrgica: 22º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 28/10/2012
1. Introdução
Onde o ser humano encontra um auxílio real para as suas necessidades? Com quem ele pode contar realmente? Onde ele experimenta salvação frente às forças hostis que ameaçam sua vida? Em torno dessas perguntas se poderia aglutinar a mensagem dos textos previstos para este domingo. O texto de Jeremias provém do período em que Josias, rei de Judá, havia expandido seus domínios sobre o território de Israel. Reacendeu-se nesse tempo o interesse pelos exilados do Reino do Norte. Seus descendentes estavam espalhados entre as nações, prestes a perder sua identidade. Com o auxílio de uma palavra divina, o profeta transmite a essa gente uma palavra de consolo e esperança. Eles são chamados a apresentar sua súplica a Deus e a alegrar-se, pois esse haverá de salvá-los, libertá-los, congregá-los e guiá-los para fontes perenes de água, assim como o pastor que cuida de suas ovelhas.
O texto de Marcos fala do cego Bartimeu. Sentado à beira da estrada, na saída de Jericó, ele pede esmolas aos peregrinos que sobem a Jerusalém para a festa da Páscoa. Ao saber que Jesus está passando por ali, ele suplica por misericórdia ao Filho de Davi. Enquanto os circunstantes o repreendem e ordenam que ele se cale, Jesus chama-o, acolhe e restaura sua visão. Em seguida, ressalta sua fé, mediante a qual ele recebe cura e salvação e em decorrência da qual ele passa a segui-lo no caminho de sua paixão e morte.
O texto de Hebreus descreve o sacerdócio superior e incomparável de Cristo, que pode salvar integralmente aqueles que por ele chegam a Deus e que vive para interceder por aqueles que confiam em sua mediação. As respostas, como se vê, fluem na mesma direção: ajuda real o ser humano encontra junto a Deus e junto àquele que Ele constituiu como filho, messias e sacerdote eterno e eficaz: Jesus Cristo.
2. Exegese
2.1 – O contexto da epístola
A epístola é anônima e provavelmente jamais se chegará a saber quem a escreveu. Vários nomes já foram sugeridos e descartados: Paulo, Lucas, Clemente de Roma, Barnabé, Apolo. Orígenes resumiu a questão ao dizer que só Deus sabe quem realmente a escreveu. Também é difícil definir a época de sua redação e seus destinatários. Estou entre os que pensam que ela foi destinada a judeu-cristãos situados em ambiente helenista, familiarizados com o culto judaico e suas instituições. O serviço que se presta no templo ainda vigora ou ao menos ainda está presente na memória dos leitores. Não estamos muito longe, portanto, do ano 70, quando o templo foi destruído. Doutro modo não faria muito sentido a cristologia da epístola centralizada em seu sacerdócio, que é comparado ao sacerdócio e ao culto judaico. Os leitores, eventualmente, poderiam formar um pequeno grupo dentro de uma comunidade maior (5.12), motivo pelo qual são exortados a não deixar de congregar-se com os demais (10.25). A epístola é entendida como uma palavra de exortação (13.22), que quer fortalecer os fiéis para que eles possam enfrentar ameaças internas em vista de um certo cansaço e esmorecimento na fé (5.11; 6.11-12; 10.23-25; 12.3) e ameaças externas, com a iminência de novas dificuldades e sofrimentos (10.32-36; 12.4).
Apesar das incógnitas, estamos diante de um documento extraordinário, que expõe de forma abrangente e profunda a natureza da pessoa e obra de Jesus Cristo. Lutero, como se sabe, tinha restrições a alguns de seus textos, que negam a possibilidade de arrependimento aos que, depois de experimentar a salvação, tornam a cair (6.4-6; 10.26-31; 12.17). Apesar disso, o reformador escreve: “Ela seguramente constitui uma epístola de qualidade exemplar, que fala do sacerdócio de Cristo de forma magistral e exaustiva com base na Escritura. Ela igualmente interpreta bela e sobejamente o Antigo Testamento”. É isso, realmente, o que se pode ler em cada uma de suas páginas: o autor procura entender e explicar a relevância da pessoa e obra de Jesus Cristo a partir do Antigo Testamento, que nele encontra seu verdadeiro sentido.
O conteúdo da epístola é exposto em três blocos: a) 1.1-5.10 descreve a majestade da pessoa de Jesus, o Filho de Deus, que é superior aos anjos e aos grandes personagens da antiga aliança (Moisés, Josué, Arão); b) 7.1-10.18 descreve a obra de Cristo, o sumo sacerdote eterno e misericordioso, superior ao sacerdócio levítico, ao santuário e aos sacrifícios da antiga aliança; c) 11.1-12.29 fala sobre a santificação e a eficácia da fé, que brota do encontro vivo com a pessoa de Jesus Cristo e da experiência pessoal de sua obra salvífica. Cada trecho conclui com uma exortação, que conclama contra a apostasia (5.11-6.20), convoca para a fidelidade na fé (10.19-39) e para o discipulado no cotidiano (13.1-21).
2.2 – O contexto da perícope
O texto de pregação está inserido, portanto, no segundo bloco da epístola, que descreve a obra sacerdotal de Cristo, mostrando como ela supera o culto, o sacerdócio e os sacrifícios do Antigo Testamento. Antes de nos debruçar sobre a perícope, porém, convém informar-nos brevemente sobre o seu contexto literário. O autor sabe que, em Israel, o sacerdócio é transmitido por herança paterna e que Jesus, como descendente da tribo de Judá e do rei Davi, não possuía linhagem levítica e sacerdotal (Hb 7.14). Como falar, então, de sua obra sacerdotal? O texto diz que Jesus participa de uma ordem sacerdotal superior, de origem divina, prefigurada em Melquisedeque. Trata-se de um misterioso personagem vinculado à história de Abraão, que concentrava as funções de rei e sacerdote. Como rei e sacerdote, Melquisedeque abençoou Abraão e recebeu o dízimo dele após o retorno de uma batalha (Gn 14.17-20). Ora, pondera o autor, se ele abençoou Abraão e recebeu dele o dízimo, é porque é superior ao patriarca e aos seus descendentes, os sacerdotes levitas (Hb 7.1-2). Além disso, chama a atenção que as Escrituras silenciam sobre os antepassados e descendentes de Melquisedeque. Desse silêncio o autor deduz que o sacerdócio que ele representa é eterno (Hb 7.3).
O único texto do Antigo Testamento que se refere novamente a Melquisedeque é o Salmo 110 (v. 4). Trata-se de um salmo atribuído a Davi, no qual Deus, sob juramento, atribui um sacerdócio eterno ao rei-sacerdote messiânico, segundo a ordem de Melquisedeque. O próprio Davi, portanto, teria reiterado a superioridade e a eternidade desse sacerdócio. Esse versículo do Salmo é repetido amiúde na epístola, como referência a Jesus (Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-3,11,17,21). Existem assim, na compreensão do autor, duas linhas histórico-salvíficas de sacerdócio no Antigo Testamento: a) a linha terrena, que vai de Abraão até Arão, passando por Levi e os sacerdotes dessa linhagem; b) a linha celestial, que inicia com Melquisedeque, passa por Davi (a quem foi confiada a palavra do Sl 104) e desemboca em Cristo.
2.3 – A perícope
O texto de prédica, portanto, é parte de um bloco que quer mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo, o fiador de superior aliança (Hb 7.22), em relação ao sacerdócio levítico. Os v. 23-25 falam sobre os efeitos do sacerdócio permanente de Cristo, sobretudo de sua obra redentora e intercessora. Os v. 26-28 falam sobre a natureza de Jesus como sumo sacerdote, que com seus atributos inigualáveis está plenamente habilitado a exercer suas funções.
Os v. 23-24 dizem que o sacerdócio de Cristo é único, contínuo e imutável. Não era o caso do sacerdócio levítico: Quando Arão e seus filhos foram convocados no Sinai, tinha-se em mente, desde o início, uma pluralidade de sacerdotes (Êx 28.43). A pluralidade era inevitável, pois eles eram seres mortais e seu sacerdócio encerrava-se com a morte. Por isso o sacerdócio tinha que ser transmitido adiante de pai para filho. Não assim com Cristo: embora ele também tenha morrido, o seu sacerdócio não cessou nem foi transferido para outras pessoas, porque sua morte foi vencida pela ressurreição. Aquele a quem Deus falou em juramento “Tu és o meu sacerdote para sempre” (v. 21) não passa o seu sacerdócio a nenhum sucessor. Como a morte não tem mais poder sobre ele, ele detém um sacerdócio único e intransferível.
O v. 25 traz a afirmação central do texto. Ele fala sobre o efeito do sacerdócio de Cristo, que consiste em salvar e interceder. Antes, o autor já havia dito que em decorrência de seu sacerdócio Cristo pode socorrer-nos (2.18) e compadecer-se de nossas fraquezas (4.15). Agora, ele acrescenta que Cristo pode salvar eis to panteles. A expressão grega tem um significado qualitativo (integralmente, totalmente, plenamente), mas também temporal (definitivamente, para sempre). Essa redenção é oferta válida para todos, mas se torna eficaz naqueles que por meio de Cristo chegam a Deus. Além disso, a obra sacerdotal de Cristo é descrita ainda com o verbo interceder, a mesma palavra utilizada por Paulo para designar a intercessão do Espírito e de Cristo (Rm 8.27,34). Como pessoa que unifica em si mesmo a divindade e a humanidade (4.15; 5.1; 8.1), ele é o fiador e mediador da nova aliança (7.22; 9.15): nele Deus se aproxima dos seres humanos; por intermédio dele os seres humanos se aproximam de Deus. Ele é o nosso representante diante de Deus: por isso podemos confiar plenamente em sua intercessão. Ele é o representante de Deus diante de nós: por isso devemos olhar para ele a fim de enxergar os propósitos de Deus em relação à humanidade.
Os v. 26-28 transferem o foco da reflexão para outro aspecto: aqui não se fala mais da ação redentora de Cristo, e sim da natureza divina de sua pessoa. Jesus é o sumo sacerdote incomparável, que com seus atributos está plenamente habilitado a exercer suas funções. Dezessete vezes Cristo recebe esse título na epístola ou é comparado ao ofício deles na antiga aliança. O v. 26 elenca algumas qualidades ideais de um sumo sacerdote, perfeitamente vislumbradas em Cristo: ele é hosios (devoto, piedoso, santo, que agrada a Deus); akakos (sem maldade, inocente, sem culpa); amiantos (puro, sem mácula); kechorismenos apo ton hamartolon (separado dos pecadores), mesmo sendo um ser humano como nós (2.4) e tendo sido tentado como nós (4.15); hypseloteros ton ouranon genomenos (elevado mais alto do que os céus), onde se encontra à destra do trono de Deus para interceder pelos seus (8.1). Os v. 27-28, por seu turno, comparam os sumos sacerdotes da antiga aliança com o sumo sacerdote Jesus. Eles se distinguem em quatro aspectos: a) os sacrifícios daqueles eram diários, enquanto o sacrifício de Jesus é único; b) aqueles deviam oferecer primeiramente um sacrifício por si mesmos para expiar seus próprios pecados, enquanto Jesus, por não ter pecados, não necessitava disso; c) aqueles ofereciam sacrifícios de dádivas, enquanto Jesus ofereceu-se a si mesmo em sacrifício; e) aqueles foram constituídos pelas leis do Sinai e eram pessoas sujeitas à fraqueza, enquanto Jesus foi constituído como Filho perfeito por meio de um juramento divino.
3. Meditação
O conteúdo do texto pode ser resumido em poucas palavras. Seu pano de fundo é o culto judaico, conforme o ritual descrito no Pentateuco. Sacerdotes e sacrifícios desempenhavam ali um papel fundamental. Os sacerdotes eram pessoas separadas e consagradas para o serviço a Deus em nome do povo. Faziam o papel de mediadores: representavam o povo diante de Deus e Deus diante do povo. Cabia-lhes presidir os rituais de sacrifício, mediante os quais se restabelecia a santidade das pessoas, necessária para a comunhão com Deus. O texto compara o sacerdócio e os sacrifícios da antiga aliança ao sacerdócio e ao sacrifício de Cristo. Exalta a magnitude e a superioridade de Cristo, quer como sacerdote, quer como sacrifício. O que o distingue e torna superior é sua condição humana, mas sem pecado, seu sacrifício único e definitivo em benefício do ser humano, sua exaltação ao céu e seu serviço perpétuo de intercessão e salvação. Ele ofereceu a si mesmo de uma vez por todas, de modo que nenhum sacrifício é mais necessário.
Em dado momento da epístola, o autor havia revelado sua preocupação com o estado espiritual dos fiéis para os quais escreve. Diz ele que ainda teria muitas coisas a acrescentar e aprofundar, mas entende que seus interlocutores não estão maduros para acolher e elaborar a mensagem. Parecem estagnados no estágio da infância espiritual, necessitando sempre de novo dos princípios elementares da palavra de Deus (5.11-14). O problema não está na mensagem, difícil de ser entendida e vivenciada, mas nos ouvidos embotados e endurecidos, que não se abrem para aprofundar a grande experiência da fé. Para ficar na imagem utilizada em 5.12, o texto de pregação deste domingo certamente não é leite que se dá a crianças na fé, mas alimento sólido para pessoas adultas e experimentadas.
No culto, porém, estarão pessoas que vivenciam sua fé em diferentes níveis. Como se fazer entender, de modo que todos possam levar para casa uma mensagem relevante para suas vidas? Eis aí o desafio da pregação sobre esse texto. Não se pode pressupor que a comunidade conheça o pano de fundo do culto sacrificial judaico, nem é preciso reconstituí-lo em detalhes na pregação. Mas se pode falar sobre um dos aspectos centrais do texto, ou seja, a função mediadora e representativa de Jesus, para fortalecer a confiança dos ouvintes em sua pessoa e em sua obra de salvação.
Experiências com mediação e representação as pessoas fazem todos os dias, mesmo que nunca tenham refletido sobre isso. De várias formas, confiamos nossas necessidades e demandas a outros, para que representem nossa causa junto a instâncias às quais não teríamos acesso nem influência. Elegemos pessoas para exercer cargos públicos no âmbito municipal, estadual e federal, na expectativa de que representem nossos interesses e promovam o bem-estar da sociedade da qual fazemos parte. Contratamos advogados para defender nossas demandas, na esperança de que a justiça seja estabelecida. Confiamos nossos filhos nas mãos de professores, para que nos ajudem a educá-los e transformá-los em cidadãos honrados e úteis para a sociedade. Entregamos nossas doenças nas mãos dos médicos, para que eles restabeleçam nossa saúde e qualidade de vida. Transferimos para o motorista de ônibus a responsabilidade de nos conduzir para o local desejado, porque não temos condições de fazê-lo por conta própria. Fazemos isso naturalmente, porque sabemos de nossas limitações e de nosso poder limitado de encontrar soluções ou de exercer influência. Da mesma forma, temos decepções amargas com pessoas que nos representam. O político que ajudamos a eleger distancia-se de seu belo discurso de campanha e defende apenas causas corporativistas. O advogado que contratamos mostra-se incapaz de defender nossa demanda. O médico em quem confiamos erra o diagnóstico, e nossa saúde piora.
Em contraposição a essas experiências, o texto proclama que nossa causa junto a Deus está muito bem representada. Na pessoa de Jesus, a humanidade está plenamente representada diante dele. Ele se tornou em tudo semelhante a nós, para ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel que perdoa os nossos pecados (2.17). Não há dor, sofrimento ou angústia que ele não tivesse experimentado, para crescer em obediência e ser autor de nossa salvação (5.7-8). Não há tentação que ele não tivesse enfrentado, para compadecer-se de nossas fraquezas e socorrer-nos em nossas necessidades (4.15-16). Por conhecer a alma humana, sem ter caído em pecado e sem ter quebrado a comunhão com Deus (4.15), ele está plenamente credenciado a representar-nos diante de Deus, a interceder por nós e a proporcionar-nos salvação.
Isso não significa, porém, que Jesus Cristo seja nosso moço de recados ou nosso pistolão, que está obrigado a resolver nossos problemas, como frequentemente se ouve de alguns “mercadores” da palavra. Ele próprio, diante da iminência de sua paixão, ensinou-nos a expressar a nossa vontade, mas também a submetê-la à vontade de Deus (Mc 14.35-36). Deus, assim como Jesus, conhece-nos melhor do que nós mesmos: conhece nossos segredos ocultos, nossas motivações secretas, nossos objetivos dissimulados, até mesmo aqueles que brotam de nosso subconsciente ou inconsciente. Por isso ele nos concede não aquilo que queremos, mas aquilo de que precisamos para refletir novamente a imagem de Deus. Jesus, como nosso intercessor e advogado junto ao Pai (1Jo 2.1), está plenamente qualificado para representar nossa causa diante de Deus. Não precisamos de outros mediadores, pois “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Nele podemos confiar plenamente. Por intermédio dele podemos apresentar-nos diante de Deus com a dignidade de reis e sacerdotes (Ap 5.10; 1Pe 2.9), porque ele, nosso sumo sacerdote à destra de Deus, intercede por nós e opera a nossa salvação.
4. Imagem para a prédica
Cristo é o sumo sacerdote inigualável, porque representa a natureza humana diante de Deus e a natureza divina diante dos seres humanos. Ele intercede por nós para reconstituir em nós a imagem de Deus, desfigurada pelo pecado, e conduzir-nos de volta a Deus e a seus propósitos para conosco. A esse propósito se pode refletir sobre a história do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard acerca de um bando de gansos de curral.
Todos os domingos, os gansos reuniam-se perto do cocho de comida. Um deles, um ganso pregador, subia com dificuldades numa cerca e falava a seus congêneres sobre as glórias do reino dos gansos. Recordava-lhes quão maravilhoso era ser ganso e não galinha ou pavão. Fazia-os ver que possuíam uma grande herança e falava-lhes das maravilhosas oportunidades que lhes deparava o futuro.
Às vezes, enquanto lhes pregava, sobrevoava o curral um bando de gansos selvagens, que se dirigiam para o sul, sobre o mar Báltico, a mais de mil metros de altura, formando um V, rumo à França ensolarada. Sempre que isso acontecia, todos os gansos levantavam a vista, emocionados, e comentavam: “Assim é como somos realmente. Nosso destino não é passar toda a nossa vida neste curral malcheiroso. Nosso destino é voar”.
Mas logo desapareciam de sua vista os gansos selvagens e só se ouvia ainda o ressonar de seus grasnidos no horizonte. Então os gansos voltavam a contemplar as comodidades à sua volta, suspiravam e voltavam à lama e à sujeira do curral. Jamais voaram.
Fomos criados não para ficar no curral, mas para estender as asas e aprender a voar. Deus tem altos propósitos para nós. A salvação, em seu sentido mais elevado, é o processo de converter-nos na pessoa que realmente somos na mente de Deus. É nesse sentido que nosso sumo sacerdote intercede por nós, até que sejamos plenamente transformados à sua imagem (adaptado do livro Fuerza para Vivir).
5. Subsídios litúrgicos
Oração da confiança:
Senhor, porque tua mão forte me sustenta, confio serenamente em ti.
Porque te acercaste de mim com amor, confio serenamente em ti.
Tu me fortaleces, tu me animas, eu te louvo porque tua vontade é boa.
Senhor, porque sei que tu és meu Salvador, confio em ti.
Porque tu foste o Cordeiro de Deus que me substituiu na morte, confio em ti.
Porque tu intercedes por mim diante do Pai, confio em ti.
Porque tu estás à minha direita e me ajudas, confio em ti.
Se me ameaça o inimigo, olho com firmeza para ti,
porque tu és o meu refúgio.
Ainda que o futuro esteja velado aos meus olhos, confio em ti.
Aconteça o que acontecer, que se cumpram os teus planos, pois confio em ti.
Se não vejo mais que o próximo passo, também isso me basta,
pois tu mesmo me acompanhas.
Amém. (traduzido de: http://www.clailiturgia.org/confianza-1475.html)
Bibliografia
GUTHRIE, Donald. Hebreus. Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1984.
LAUBACH, Fritz. Carta aos Hebreus. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2000.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).