História – Base Confessional – Compromissos
1. O que cremos e confessamos
1.1. As Escrituras como norma da fé
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), uma das Igrejas-herdeiras da Reforma, é Igreja da Palavra, isto é, tem como um de seus pilares confessionais que somente as Escrituras são a norma determinante do que a Igreja proclama e ensina. A presente edição da Bíblia, juntamente com credos e confissões, com hinos e liturgias em uso na IECLB, constitui, por assim dizer, uma reafirmação desse vínculo vital da Igreja com a revelação de Deus legada pelas Escrituras Sagradas.
Em torno da Bíblia, desde a Igreja antiga, foram elaborados credos e confissões que resumem e atualizam os conteúdos da fé cristã para cada época. A própria Bíblia dá algumas razões para a formulação de um credo: a necessidade de confessar o que se crê (Mt 10.32-33; Rm 10.9-10). Jesus perguntou aos seus discípulos e pergunta a nós: “Mas vós […], quem dizeis que eu sou?” (Mt16.15). Credos e confissões são testemunhos afirmados em novas situações de conflito e mesmo sob perigo de vida e de martírio. Assim surgiram os primeiros credos ecumênicos concisos em uso na maioria das Igrejas que confessam Jesus Cristo como único Senhor e Salvador.
1.2. Somente Cristo – somente pela graça – somente pela fé
Como o povo de Deus está num “caminho que se faz caminhando”, de tempos em tempos é necessário clarear o que diz a Bíblia e reafirmar no novo contexto o que cremos e confessamos. Os escritos confessionais do tempo da Reforma também são credos, mas elaborados com mais detalhes em meio às tensões teológicas do século 16. Quando para a salvação “da alma” eram exigidas determinadas obras e rezas, peregrinações, sacrifícios e compra de indulgências, foi necessário recorrer à Bíblia e afirmar que somente Cristo é Mediador e Salvador. Segundo Lutero, Cristo é a mensagem central da Bíblia, e a justificação do pecador se realiza somente pela graça de Deus oferecida por Cristo. E essa graça do perdão e da salvação pode ser recebida somente pela fé, não por obras e sacrifícios que nos tornassem merecedores diante de Deus. Contudo, a fé que recebe a graça produz frutos de gratidão e torna a pessoa crente livre e atuante em obras de amor. São os dois lados da mesma moeda que, segundo Lutero, norteiam a ética cristã: “O cristão é um senhor livre de tudo, a ninguém sujeito — O cristão é um servo dedicado a tudo, a todos sujeito”. O ser livre se dá na fé, o servir, no amor (Da Liberdade Cristã, livro de 1520).
1.3. Nossas confissões de fé
É claro que os credos ecumênicos e as confissões luteranas (com especial referência à Confissão de Augsburgo, 1530, e ao Catecismo Menor de Lutero, 1529) não estão em pé de igualdade com a Palavra de Deus, mas são palavras humanas em resposta à Palavra de Deus, devendo sempre ser testadas à luz das Escrituras. No entanto, não devem ser desprezados como orientação para a fé. Embora em muito menor grau, essa distinção vale, obviamente, também para hinos e liturgias, testemunhos cantados e celebrados no culto – a matriz da vida cristã e comunitária.
Hoje, experimentamos transformações cada vez mais rápidas e assaltos à fé bíblica que podem nos deixar desorientados, balançados por todo vento de doutrina (Ef 4.14). É difícil ficar imune às influências do pluralismo religioso, do subjetivismo, da busca de emoções e fenômenos, do querer sentir e “ver para crer”. Mas, com o distanciamento do que eventualmente se considera dogmatismo ultrapassado, crescem as incertezas e a solidão das pessoas. Por isso é salutar lembrar as verdades objetivamente afirmadas e confessadas, experimentadas e vividas como essenciais por pessoas que nos precederam na fé. Não se trata de verdades abstratas. São bom depósito (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.14), tradições (1 Co 11.2; 2 Ts 2.15) e padrões éticos confiáveis, comprovados ao longo da caminhada com o Deus que se fez carne na história, que habitou entre nós por Jesus Cristo e continua presente pela Palavra, mediante a ação do Espírito Santo.
1.4. O que é Igreja?
Segundo Lutero, “graças a Deus, uma criança de sete anos sabe o que é a Igreja, a saber, os santos crentes e os ‘cordeirinhos que ouvem a voz de seu pastor’” (Os Artigos de Esmalcalde, 1537). Ou seja, uma comunidade que se reúne para ouvir e acolher com fé a palavra de Jesus. Assim, a Igreja não é primordialmente uma estrutura nem um prédio. Tampouco se caracteriza como tal por ter pessoas que nela ocupam funções hierárquicas. Ela é povo, é comunidade, mas não um povo ou uma comunidade qualquer e, sim, uma congregação de irmãos e irmãs na fé que ouvem a Palavra de Deus. Por isso Lutero também acentuou que a Igreja é criatura da Palavra. E a Confissão de Augsburgo, documento confessional básico da Reforma luterana, define que a Igreja é “a congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente, e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho”.
Lucas Cranach, o Velho, o grande pintor da época da Reforma, retratou magistralmente o que é a Igreja em uma de suas pinturas mais conhecidas. Na gravura ao lado, divisa-se Lutero no alto do púlpito, pregando à comunidade reunida, que pode ser vista no lado oposto. Na parte central, em nítida preeminência, encontra-se o Jesus crucificado. É nele que se concentra toda a atenção. A comunidade o fita; para ele o pregador, no caso Lutero, aponta. Isto é Igreja: Cristo crucificado no centro, uma comunidade que para ele olha e por ele se orienta, um pregador que não tem dignidade própria, apenas aquela de ser testemunho e arauto de Cristo.
1.5. Dar razão da esperança
Assim, a Bíblia, contendo os princípios elementares da doutrina de Cristo (Hb 6.1-3), e os complementos em torno dela nesta edição especial para a IECLB nos testemunham que nossa fé tem raízes na realidade da história de Deus com seu povo. Tem a ver com fatos acontecidos que nos ajudam a entender nossa identidade eclesial e nossa fé, fé que, por sua vez, precisa com- provar-se também na realidade do contexto atual. Por esse motivo, como Igreja que sempre está em processo de reforma, devendo dar razão da esperança (1 Pe 3.15), importa perguntar: que quer Jesus Cristo, neste momento, de uma Igreja precisamente com as características da IECLB? Que significa ser Igreja, ser Evangélica, ser de Confissão Luterana e estar no Brasil?
2. Ser Igreja de Jesus Cristo no Brasil – um pouco de nossa história
2.1. A origem da IECLB: comunidades e paróquias isoladas – 1824 a 1886
Até a independência do Brasil (1822), o governo português impedia a entrada de imigrantes não-lusos e evangélicos no país (à exceção de um grupo de suíços em 1819). Já em 3 de maio de 1824, um grupo de imigrantes alemães evangélicos chegou a Nova Friburgo/RJ e outro grupo aportou em São Leopoldo/RS, em 25 de julho do mesmo ano. Esses grupos de maioria evangélica constituíram as primeiras comunidades que hoje integram a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB. Outras levas se seguiram. A colônia de São Leopoldo tornou-se uma forte base do Protestantismo e ponto de partida para uma progressiva expansão. Mais tarde, projetos similares de colonização para os Estados vizinhos, até o Espírito Santo, deram origem a muitas comunidades protestantes bem como a centenas de escolas comunitárias.
As agruras dos dias de pioneirismo e os retrocessos resultantes das condições locais hostis foram paulatinamente sendo superados. Aqueles imigrantes, homens e mulheres com suas famílias e, posteriormente, seus descendentes, constituíram comunidades que se caracterizaram pela ajuda mútua. Em sua maioria colonos, desenvolveram, em meio às dificuldades, uma economia próspera, baseada na agricultura familiar, voltada para a produção de alimentos básicos para a população. Artesãos e comerciantes, pequenos empresários e industriais deram primeiramente às comunidades rurais e, mais tarde, a cidades, em particular do Sul do país e do Espírito Santo, um matiz peculiar, em que os valores culturais, a ética do trabalho, a ênfase na educação e, não por último, a valorização da Igreja ocuparam um lugar destacado. Diante da frequente omissão do Estado nas mais diferentes áreas, como, por exemplo, na educação e na saúde, tomaram suas próprias iniciativas e as fizeram florescer. Não lhes sendo permitido construir locais de culto com aspecto de Igreja, as comunidades construíram escolas, usando-as também para os cultos. Assim, as comunidades de fé e as sociedades escolares andaram de mãos dadas. Nesse processo todo, contribuíram decisivamente para um desenvolvimento equilibrado da economia de nosso país.
Somos gratos, em especial, pela herança eclesial e teológica. Aqueles imigrantes e seus descendentes perseveraram na fé evangélica e a transmitiram a seus filhos e filhas. Conscientes do sacerdócio de todas as pessoas crentes, quando não havia pastores nem professores formados, escolheram dentre seus membros quem melhor pudesse assumir as respectivas funções. Não descuidaram do serviço diaconal prestado por parteiras e, mais adiante, passaram a construir também hospitais.
Mantiveram e desenvolveram um espírito sóbrio no trato das questões religiosas, respeitando crenças diferentes das suas. A Bíblia, o Catecismo (preponderantemente o Catecismo Menor de Lutero), o canto e a oração alimentaram sua fé. Valorizaram sobremaneira a família, a associatividade, o canto coral. Mesmo preservando, em boa medida, suas tradições culturais, por exemplo o estilo de suas casas, a culinária, a indumentária, suas festas e, não por último, seu idioma, entenderam-se muito cedo como cidadãos deste país que os havia acolhido, como a outros contingentes de imigrantes, entendendo que estavam contribuindo para o bem-estar e o progresso da nova pátria.
2.2. Comunidades se congregam em Sínodos – 1886-1949
Quanto a estruturas eclesiásticas mais amplas, o primeiro organismo permanente foi o Sínodo Rio-grandense — Igreja Evangélica no Rio Grande do Sul, fundado em São Leopoldo em 1886. Seguiram-se o Sínodo Evangélico-Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados (1905), a Associação de Comunidades Evangélicas de Santa Catarina e Paraná (1911) e o Sínodo Evangélico Brasil Central (1912). Esses Sínodos abrangiam comunidades do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, tendo cada um suas características confessionais próprias. A consolidação da organização e a identidade confessional avançaram de mãos dadas ao longo de muitos anos. Como decorrência desse processo, a vertente luterana tornou-se a expressão oficial de confessionalidade na IECLB, sem, no entanto, excluir as demais tradições teológicas existentes no seu universo, mas, sim, acolhendo-as e moldando-as nessa confessionalidade, com peculiaridades contextuais. Prevaleceu nesse diálogo a lógica evangélica da inclusão. Esse Luteranismo, de cunho decididamente ecumênico, tem características próprias da IECLB.
2.3. A constituição da Igreja no país: os Sínodos se congregam em Federação – 1949
Ainda sem seu nome definitivo, a IECLB se constituiu quando, em 26 de outubro de 1949, os quatro Sínodos regionais se uniram na Federação Sinodal, a qual, sem uma estrutura centralizada, passou a exercer funções eclesiais em nome dos Sínodos que a constituíam. Assim, pleiteou filiação e foi acolhida como Igreja-membro no Conselho Mundial de Igrejas (CMI) já em 1950 e na Federação Luterana Mundial (FLM) em 1952. Em 1954, ela foi cognominada de “Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB”. Importa reconhecer que a aproximação entre os Sínodos foi acelerada pelas dificuldades causadas pelas guerras mundiais. Vítimas de nacionalismo exacerbado, as comunidades foram vistas com reservas e sofreram discriminações. Contudo, superaram a experiência dolorosa, fortalecendo-se em sua convicção e postura de cidadãos, integrantes do povo brasileiro e comprometidos com este país.
2.4. A IECLB adota uma estrutura nacional a partir de 1968
A designação de Federação Sinodal foi suprimida no Concílio Geral de 1968, realizado em Santo Amaro, São Paulo, tornando-se Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, seu nome definitivo. Nesse momento, a IECLB também criou uma estrutura nacional. Foi estabelecida uma administração central com sede em Porto Alegre, os Sínodos deram lugar a Regiões Eclesiásticas, inicialmente em número de quatro, cada qual sob a orientação de um Pastor Regional de tempo integral.
Nesse período, a IECLB experimentou uma grande expansão geográfica através das migrações internas para o Oeste e o Norte do país. Com essa dispersão dos luteranos foram surgindo comunidades e paróquias nas novas áreas de colonização, nas regiões Centro-Oeste e Norte, até as divisas da Bolívia e da Venezuela. O atendimento pastoral, inicialmente precário ou inexistente, foi sendo assumido pela IECLB a pedido das comunidades que iam se consolidando. Dessa forma também se criaram novas Regiões e Distritos Eclesiásticos, somando oito Regiões e 48 Distritos Eclesiásticos na década de 1990. Atualmente, a IECLB expande-se também no Nordeste.
Com a constituição de uma Igreja de caráter nacional cresceram as oportunidades missionárias, mas também os desafios. Verificou-se um aprofundamento da consciência de responsabilidade social, especialmente durante o regime militar. Essa abertura para o contexto deu impulsos à cooperação ecumênica em causas comuns como direitos humanos, solidariedade com os povos indígenas, apoio aos pequenos agricultores, nos conflitos no campo e nas cidades. Simultaneamente, surgiram na IECLB movimentos internos e tendências teológicas que, não raro, causaram tensões à unidade, mas foram sendo incorporados através do diálogo.
2.5. A estrutura implantada em 1998
Durante vários anos, houve debates e estudos sobre uma estrutura mais funcional da IECLB, organizada que era em cinco níveis: Comunidade-Paróquia-Distrito-Região-Direção Central. Considerava-se demasiado grande a distância entre as comunidades e a Direção, motivo pelo qual acabou prevalecendo a proposta de substituir os níveis de Distrito e Região por novas unidades: os 18 Sínodos. A nova estrutura foi aprovada por Concílio Geral Extraordinário realizado de 28 de fevereiro a 2 de março de 1997, em Ivoti/RS. A nova Constituição e o Regimento Interno foram adotados a partir de 1998. Trata-se de uma estrutura descentralizada, em que os Sínodos constituem a Direção da IECLB nas áreas de sua jurisdição, estando, portanto, a liderança, agora, mais próxima das bases. Com a proposta da reestruturação também foi adotado novo sistema de contribuição: comunidades/paróquias contribuem com 10% de suas receitas para a manutenção dos Sínodos e da administração central da IECLB. É significativo que a IECLB, com essa reestruturação, voltou a ter Sínodos, termo cuja origem no grego implica o caminhar em conjunto, o estar juntos no caminho do discipulado. Enquanto a Igreja caminha e vai se desincumbindo de sua tarefa, confiamos que o Espírito Santo nos “guiará a toda a verdade” (Jo 16.13).
2.6. Missão e Diaconia
Outro marco na história da IECLB veio a ser o Concílio realizado em 2000, em Chapada dos Guimarães/MT. Pois nesse evento foi aprovado o PAMI-Plano de Ação Missionária da IECLB: Nenhuma comunidade sem missão – Nenhuma missão sem comunidade. Os propósitos do PAMI foram retomados no Fórum Nacional de Missão em julho de 2006, em Florianópolis/SC, surtindo novos impulsos para a continuidade da missão, tarefa permanente de Igreja viva. Missão é entendida num sentido holístico, integral, abrangendo tanto o testemunho do evangelho quanto a acolhida das pessoas através de serviços diaconais.
Assim, concomitantemente à pregação da Palavra, as atividades diaconais, coordenadas pelo Departamento de Diaconia e pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), são desenvolvidas em todos os níveis no espírito de serviço, contribuindo para que as comunidades se tornem acolhedoras e contribuam para o bem-estar da sociedade. O presente contexto desafia a Igreja a estar com as pessoas e caminhar solidariamente com elas em suas angústias e necessidades, compartilhando com elas os valores do evangelho e buscando disseminar novos sinais de esperança.
2.7. Vivência do sacerdócio geral e do ministério com ordenação
A IECLB, organizada em milhares de comunidades e pontos de pregação por todo o país, exercita o sacerdócio geral de todas as pessoas crentes batizadas e conta com numerosos grupos de mulheres, homens, casais e jovens. Em particular, os grupos de mulheres, ao longo dos anos, deram apoio e sustentabilidade ao trabalho das comunidades e da própria Igreja. A IECLB conta igualmente com grande número de grupos de estudo bíblico, de missão, de ação social, de visitação, de reflexão teológica e de participação ecumênica.
Ao longo de sua história, as comunidades da IECLB receberam pastores e missionários do exterior, em particular da Alemanha. Seu trabalho despertou a fé e contribuiu para a edificação de comunidades e a constituição da própria IECLB. Hoje, a IECLB conta com mais de mil obreiros e obreiras ordenados, que têm atuado também em mais de uma dezena de outros países, fortalecendo assim a comunhão universal. A IECLB ordena tanto homens quanto mulheres para os ministérios pastoral, diaconal, catequético e missionário. Que o trabalho missionário não é isento de perigos se nos tornou dolorosamente claro com o assassinato da diaconisa irmã Doraci Julita Edinger, em fevereiro de 2004, em Nampula, Moçambique, onde atuava desde 1998 na edificação de comunidade, na missão e na diaconia. Ela dedicou sua vida, por inteiro, às comunidades empobrecidas de Moçambique, sendo exemplo para a IECLB.
2.8. Unidade e compromissos da Igreja
A IECLB, por sua história e por seus compromissos atuais, acolhe, em seu meio, várias correntes com perspectivas teológicas, práticas e espiritualidades diversificadas, em alguns casos organizadas em movimentos ou pastorais específicas no interior da Igreja, com relativa autonomia de organização. Todas constituem expressões legítimas da vitalidade da Igreja, sempre e quando ancoradas nas Escrituras, identificadas com a confessionalidade da Igreja e propondo-se a observar seus documentos normativos. Nesse sentido, o 24º Concílio realizado em 2004, em São Leopoldo/RS, adotou um documento orientador intitulado: Unidade – Contexto e Identidade da IECLB. O mesmo Concílio também emitiu uma declaração acerca dos 180 anos do surgimento de suas primeiras comunidades, expressando gratidão por sua história, reconhecendo culpa por suas falhas e assumindo como compromissos:
— empenhar-nos em favor da paz, da justiça e da integridade de toda a criação;
— exercer, na vivência comunitária, na missão e na diaconia, uma prática em favor da inclusão social, superando toda espécie de exclusões;
— assumir com mais intensidade nossa responsabilidade pública, contribuindo para fazer do Brasil um país mais justo e mais solidário, superando a pobreza e a miséria;
— conjugar nosso envolvimento ecumênico com nossa tarefa de missão, no sentido de proclamar com destemor as razões evangélicas da esperança que há em nós em face dos desafios que se nos apresentam em nossa realidade, concomitante com o pleno respeito à diversidade de opções religiosas. (Declaração 180 anos)
São compromissos que assumimos. No entanto, a Igreja jamais pode basear-se em capacidades humanas, mas apenas na misericórdia de Deus. Acima de tudo, está a promessa de Cristo, válida também para a IECLB: “Eis que estou convosco…” (Mt 28.20). Por isso podemos olhar para o futuro confiados de que o Espírito Santo guiará a IECLB, a despeito de suas limitações e mesmo de suas falhas, nos caminhos de Deus.
P. Dr. Walter Altmann
P. Johannes Hasenack
[Publicado originalmente como encarte na Bíblia institucional da IECLB)