História da CECLBH
As primeiras famílias alemãs chegaram em Belo Horizonte antes da Primeira Guerra Mundial. A razão da vinda foi a oportunidade de trabalho em Belo Horizonte, que estava em construção. Por volta de 1930, já havia na cidade uma pequena comunidade austríaco-germânica. Muitas famílias tinham fixado residência no bairro Serra. Esse fato acabará por determinar o local da construção da futura Igreja Luterana de Belo Horizonte.
Pastores da Comunidade Luterana de Juiz de Fora percorriam o interior do Estado, visitando as colônias alemãs – João Pinheiro, David Campista, Álvaro da Silveira e Raul Soares. Nessas ocasiões, o pastor também realizava ofícios em Belo Horizonte. A primeira visita de um pastor luterano às famílias residentes em Belo Horizonte ocorreu em 1912.
Em 25 de janeiro de 1933, é fundada a Comunidade de Belo Horizonte pelo Pastor Viktor Schwaner. Nesse mesmo ano a comunidade recebe seu primeiro pastor, Walter Schlupp. Inicialmente cultos e aulas de alemão eram realizadas numa casa alugada pela Sociedade Escolar Alemã. O complexo relacionamento com a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) dificultava o trabalho. Três meses após a fundação da Comunidade de Belo Horizonte, um pastor da Missouri passou também a visitar as famílias.
Em 1935, em substituição ao P. Schlupp, veio o P. Alfred Busch, que, como o P. Schlupp, ao lado das funções comunitárias, exercia também funções junto à Escola Alemã. Foi uma época de entusiasmo, destacando-se aí a construção de uma sede social alemã para aulas, cultos e atividades culturais. A falta de dinheiro limitava o trabalho pastoral e, para garantir o salário do pastor, a comunidade recebia recursos da Alemanha.
A partir de 1936 a Comunidade passou a fazer parte da Igreja Evangélica da Alemanha, à qual foi filiado o Sínodo Brasil Central. Nesse período, a língua oficial da Comunidade era o alemão.
No afã de ter uma sede própria, em 1939, a Comunidade de Belo Horizonte conseguiu um terreno, mas o vendeu em seguida porque não contava com recursos para a construção de uma igreja.
A partir de 1942, com a Segunda Guerra Mundial, as atividades sociais e religiosas da comunidade foram praticamente encerradas. A sede social foi requisitada pela polícia e entregue ao exército. Pastor e grande parte dos alemães ficaram em prisão preventiva. A requisição do terreno por parte da polícia não é um episódio ainda totalmente digerido pela Comunidade, pois o imóvel jamais foi devolvido. Membros ativos nesse período entendem que a comunidade deve reivindicar seu direito nem que fosse em forma de uma indenização. O presidente da comunidade durante o período em que o General Geisel esteve no poder disse que foi desestimulado pelo Cônsul Alemão em Belo Horizonte a levar a questão do imóvel ao então presidente da república.
A partir de 1945 o P. Schwaner transferiu-se de Juiz de Fora para Belo Horizonte. Em 27 de janeiro de 1946, com 50 famílias, a comunidade é (re)fundada agora com o nome de Comunidade Evangélica de Belo Horizonte. Por 14 anos os luteranos usaram o templo da Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte. A reedificação da comunidade no pós-guerra foi difícil.
Com a chegada da Siderúrgica Mannesmann, a partir de 1953, e de outras empresas alemãs o número de famílias luteranas cresce consideravelmente. P. Schwaner é contratado como professor de língua da Mannesmann, o que facilitava o contato com as famílias luteranas que vinham da Alemanha. Ainda que crescesse o número de alemães que vinham para as firmas aqui instaladas, a adesão à comunidade era baixa e o número de membros oscilava freqüentemente com o retorno dos alemães para Alemanha.
Em 1961, através de uma doação e de uma ajuda da Alemanha, a comunidade adquiriu um terreno de 650 m² na Serra e pôde, finalmente, em 16 de setembro 1962, inaugurar o seu templo. A casa pastoral só foi construída em 1969 e inaugurada em 28 de novembro de 1970.
Em 1971 a comunidade contava com 140 famílias (93 membros contribuintes e 47 famílias mais ou menos ligadas), perfazendo um total de 500 almas. A partir de 22 de agosto de 1971, o P. Wolf Dieter Wirth assumiu as funções pastorais da Comunidade. Em dezembro de 1975, constatou-se que a comunidade tinha 150 famílias contribuintes e 110 endereços de famílias ligadas à comunidade sem serem contribuintes. A causa do crescimento foi a visitação às famílias. Em 1972 percebeu-se a necessidade ampliação do salão paroquial. Em 1974 a comunidade comprou uma casa pensando na mudança da família pastoral. Porém, isso não se concretizou. O plano só foi concretizado em 1997, com a compra de um apartamento situado à Rua Palmira. Nesse período, o foco central do trabalho da comunidade era a OASE. Vale lembrar ainda que em 1976 foi realizado, em Belo Horizonte, o Concílio Geral da IECLB, que contou uma participação ativa da comunidade, sobretudo do Sr. Georg Fuchs como delegado.
Em 1979, com a vinda de um estagiário da Alemanha, surge em Santa Fé, a Missão Suburbana. A partir de 1980 começa também o atendimento de famílias em Patos de Minas. Diante das dificuldades em atender toda essa ampla área, é criado o segundo pastorado com a seguinte missão: atender idosos e acompanhar a construção de um ancionato – que receberá o nome da sua idealizadora, Sra. Luisa Griese -, dar continuidade à Missão Suburbana e atender, alternadamente, o triângulo mineiro.
Em 1982 o segundo pastorado é preenchido com a vinda do P. Hermann Mühlhäusser. A venda de uma casa, doada pela Sra. Irene Schott, possibilitou a aquisição de uma casa na região da Pampulha, onde foi instalado o segundo Pastor com sua família. Essa casa tinha inclusive espaço suficiente para realização de cultos. A decisão pela aquisição de uma casa na região da Pampulha deveu-se à crescente concentração de famílias luteranas naquela região e à proximidade do distrito de Justinopólis, onde estava em curso, no bairro Santa Fé, o projeto da Missão Suburbana. Em função do trabalho desse projeto missionário é construída a capela em Santa Fé e, dentro da perspectiva da Missão Suburbana, é fundada, em 1984, a Associação Comunitária Povo Unido.
Entrementes, foi lançada a pedra fundamental do futuro ancionato. A área de 17.000 m², localizada em São José da Lapa e destinada à construção, foi adquirida mediante a venda de um terreno na Pampulha, que, por sua vez, tinha sido adquirido mediante a venda de uma casa doada pela Sra. Augustine Löwi. Já antes da chegada do P. Wolf Dieter Wirth, a Sra. Luisa Griese havia doado duas casas no bairro Santo Antônio para esse fim. Uma delas foi vendida e aplicada na construção do ancionato. Além disso, doações de diversas fontes contribuíram para as obras do Ancionato. Entre essas fontes, cabe destacar o Martin-Luther-Verein da Baviera, que doou verba para o início da construção.
Em 1987 o P. Wolf Dieter Wirth transferiu-se para Uberlândia/MG e, no mesmo ano, o P. Hermann Mülhäusser transferiu-se para Blumenau/SC. No período de atuação do P. Wolf Dieter Wirth e, mais tarde, do P. Hermann Mülhäusser, a CECLBH assiste a uma paulatina transformação do seu perfil. Foram dados os primeiros passos concretos em direção à uma comunidade missionária e diacônica. A perspectiva missionária não se manifestava apenas no projeto Missão Suburbana em Santa Fé, mas principalmente na lenta transformação da comunidade, onde os cultos em alemão foram dando lugar a cultos em português.
Com a saída do Wolf Dieter Wirth e do P. Hermann Mülhäusser, candidatou-se o casal Maria Luisa e Paulo Rückert, que assumiu as funções pastorais em agosto de 1987. O acento do trabalho pastoral do casal Rückert foi a espiritualidade cotidiana. Em fevereiro de 1989, a P. Dirci Bubantz, que estagiara na comunidade, assume o pastorado em Santa Fé, dando seguimento ao projeto Missão Suburbana. Durante os dois anos da atuação da P. Dirci foram confirmados 4 jovens em Santa Fé e o trabalho estava ganhando consistência. Em janeiro de 1989, o casal Rückert deixou a Comunidade.
Em julho de 1989, P. Ralf Weissenstein assumiu as funções pastorais na Serra. Neste período, foi constituído um grupo de trabalho, cuja tarefa era dar continuidade às obras do ancionato Lar Luisa Griese, que foram paralisadas antes da fase de acabamento. A primeira reunião do grupo de trabalho deu-se no dia 17 de setembro de 1989. Participavam desse grupo os seguintes membros da CECLBH: Sr. Francisco Berenstein, Sr. Cláudio Berenstein, Sr. Conrado Wagner, Sr. Nelson e Sra. Roswitha, Sr. Friedrich Renger e Sra. Elisabeth Renger. Mais tarde o grupo foi acrescido dos seguintes nomes: Sra. Ana Jokl, Sra. Lieselotte Jokl, Sra. Barbara Markus, Sr. Sigfried Hubert, Sr. Valentin, Sr. Mario Rieper, Sr. Gustavo Bücker e o P. Ralf Weissenstein.
Entrementes, visando oferecer suporte jurídico e financeiro ao Lar Luisa Griese, foi fundada, em agosto de 1990, a Instituição Beneficente Martim Lutero (IBML). Em setembro de 1991, o P. Ralf Weissenstein deixou a comunidade. Em agosto do mesmo ano, o Conselho Paroquial da CECLBH decidiu encerrar os trabalhos em Santa Fé, alegando falta de verbas. A Pª. Dirci desligou-se do pastorado e continuou residindo em Santa Fé. Esse período foi de muita tensão na comunidade e algumas feridas ainda não estão completamente cicatrizadas.
Em dezembro de 1991, o P. Karl-Hans Zeller, vindo da Alemanha, assumiu as funções pastorais. Nesse período, a CECLBH estava vinculada ao Distrito Brasil-Central. As distâncias e as diferenças sócio-culturais com a realidade do Brasil-Central dificultavam o trabalho da Comunidade. Não obstante, muitas iniciativas foram desencadeadas em várias áreas, ativando e mobilizando amplos setores da CECLBH. A CECLBH foi animada a tornar-se uma comunidade cada vez mais acolhedora e aberta a novidades. Cabe mencionar aqui as seguintes iniciativas:
Na área musical, surge, em 1992, o Departamento de Música. Em 1993 é fundada uma pequena orquestra. Muitos jovens da comunidade interessam-se pelo aprendizado de um instrumento. Para isso, são oferecidas aulas regulares, visando a capacitação desses jovens e seu aproveitamento na orquestra. Essa momento de efervescência musical é sustentado por doações que sustentavam a compra de instrumentos e proviam fundos para realização das atividades. Entretanto, diferenças de compreensão quanto à orientação do Departamento, acabarão acarretando, em outubro de 1996, a saída do casal coordenador do Departamento. Outra pessoa assumiu a coordenação do Departamento. Graças aos esforços dos próprios participantes, o coral vem resistindo à essas mudanças e às mudanças de regentes.
No início de 1992 o trabalho em Santa Fé foi reativado, com a criação da Creche Cantinho Amigo. A opção por uma creche resultou de uma pesquisa feita junto à população acerca de suas necessidades reais e imediatas. Simultaneamente, vem se tentando, através de pequenas celebrações e momentos de leitura e reflexão bíblica, formar uma comunidade em torno desse trabalho diaconal. Não se pode falar ainda nem de um ponto de pregação nem de uma comunidade. Evidentemente, a experiência frustrada da Missão Suburbana em Santa Fé gerou nas pessoas uma incerteza quanto à continuidade e persistência do trabalho. A base de confiança para uma proposta que vá além do serviço prestado foi abalada.
Também em 1992, a família pastoral iniciou a oferta de cursos de trabalhos manuais para jovens das redondezas. O trabalho chamava-se inicialmente Projeto Esperança. Os trabalhos, inicialmente realizados no salão paroquial da Igreja da Paz, cresceram e demandaram espaço mais adequado. Em agosto de 1996 um barracão foi alugado na vila Fátima. A partir de um contrato de comodato, firmado com Associação de Moradores Vila Senhora de Fátima, do Aglomerado da Serra, proporcionou ao trabalho um local adequado para as atividades. A partir de setembro de 96 as atividade passaram a funcionar nesse local e o resto do ano foi dedicado à avaliação e planejamento das atividades futuras. O Projeto Esperança passou a chamar-se Centro de Integração Martinho (CIM). A partir de 1998 o CIM começou a atender regularmente 100 crianças e adolescentes.
A introdução, a partir de 93, de novos cancioneiros com ritmos brasileiros deu início à paulatina substituição dos tradicionais hinos de origem alemã. Hoje o novo cancioneiro convive com o antigo hinário. Os cultos, transferidos para as 9:30 hs, passaram a ser celebrado somente em português, sendo que o terceiro domingo do mês estava reservado para o culto em alemão. Entretanto, a grande freqüência dos membros de fala portuguesa levou a transferência do culto alemão para 8:30 h. Essa mudança suscitou e suscita alguns questionamentos por parte dos falantes da língua alemã.
Em 1993 cinco casais, inclusive o casal pastoral, participaram do trabalho com casais em São Paulo e trouxeram a metodologia para Belo Horizonte. Em 1994 aconteceu o primeiro encontro organizado pela equipe, criada a partir da experiência em São Paulo. O trabalho com casais vem se organizando e conta hoje com uma equipe organizadora dos encontro e uma equipe de apoio. A equipe está preparando o VII Encontro. Até o momento o trabalho já atingiu 73 casais, incluindo aí casais do Espírito Santo e Rio de Janeiro que vieram conhecer a experiência em curso na CECLBH. A equipe organizadora vem reelaborando e reestruturando o material recebido e pode-se dizer que o Encontro de Casais da CECLBH tem um hoje perfil próprio, cujos pilares fundamentais são a abertura ecumênica da proposta e a ação voltada para a pessoa no constante encontrar-se e reecontrar-se consigo, com o outro e com Deus. Esse segundo enfoque tem revertido de forma positiva no despertar de lideranças dentro da CECLBH. A experiência tem mostrado também que o trabalho com casais vem servindo como porta de retorno para pessoas que, por razões diversas, estavam distantes da comunidade.
Ainda em 1993, no mês de agosto, começou a funcionar o Lar Luisa Griese, acolhendo alguns idosos, mas sem chegar à sua capacidade máxima. As obras foram concluídas com auxílio financeiro da Alemanha e também de um jantar tradicional alemão, o Biergarten, que estava já na IV edição.
Em 1994 surge a idéia de desenvolver um trabalhos missionário, priorizando as áreas de Contagem e Betim. Surge o projeto missionário Belo Horizonte II. Inicialmente o trabalho não visava a criação de um segundo pastorado, mas de uma vaga para um/a catequista. No início de 1995, após tramitar nas instâncias distritais, o projeto foi enviado, em maio de 1995, para as instâncias regionais e, no mesmo mês, para a Secretaria de Missão. Em julho de 1995, a CECLBH recebeu a notícia de que o projeto foi aprovado pela IECLB com duas ressalvas. Em primeiro lugar, do total orçado a IECLB aprovou financiamento apenas para 50% das despesas. Em segundo lugar, o financiamento estava condicionado à obtenção destes recursos no exterior. A IECLB deteminou ainda que o preenchimento do segundo pastorado só deveria acontecer após a obtenção desses recurso e que o nome escolhido deveria ter o aval expresso da direção da IECLB. Em novembro de 1996, a CECLBH foi notificada de que os recursos foram obtidos junto à Obra Gustavo Adolfo, na Alemanha. Em março de 1997, a Assembléia da CECLBH decidiu que a vaga para o trabalho missionário deveria ser preenchida por um/a pastor/a. Em julho do mesmo ano, a CECLBH pediu para que a vaga fosse publicada. Vale registrar que a CECLBH não ficou parada, esperando os recursos prometidos. De 1994 a 1996, a CECLBH tocou com recursos humanos e financeiros próprios a missão em Contagem, dando início às atividades e alugando um pequeno salão para as atividades comunitárias.
Surgiu dentro da Equipe Organizadora do Encontro de Casais a idéia de começar um culto especial, diferente e com um liturgia mais solta. Iniciou-se, então, em 1996, o culto de louvor. Esse culto, sempre com a participação dos casais, tem como objetivo o louvor e a reflexão. Um momento forte desse culto é o convite aos aniversariantes do mês, já contatos antes por carta e telefone, para que se posicionem junto ao altar para um momento especial de bênção. A frequência ao culto tem crescido assim como o interesse das pessoas pelo momento da bênção, mesmo que não estejam aniversariando.
Também a partir de 1996, no esforço de oferecer melhor qualificação às lideranças da comunidade, o P. Hans envolveu-se na organização de cursos de capacitação teológica (ICTE) para leigos da região sudeste. Os membros da CECLBH fizeram-se presentes nos cursos nos anos de 1996, 1997, 1998 e 1999. Entrementes, a IECLB estava passando por mudanças estruturais, que culminou, em 1998, na criação dos sínodos como unidade administrativas e eclesiais. A CECLBH, nesse meio tempo, havia deixado de pertencer ao Brasil-Central e retornado à região Sudeste, vindo compor, posteriormente, o Sínodo Sudeste.
Em 1 de janeiro de 1998, o P. Col. Valério Schaper, aceito pela comunidade em novembro de 1997, começou a trabalhar na CECLBH, ocupando o segundo pastorado dentro do projeto de missão Belo Horizonte II, que estava voltado para as áreas de Contagem e Betim. Com retorno iminente do P. Hans para a Alemanha e a recente aquisição de um apartamento na Rua Palmira, próximo à R. Dona Salvadora, o P. Valério foi instalado nesse apartamento e, em virtude das circunstâncias, ocupou-se com o trabalho da CECLBH como um todo, sem que fosse dado um acento especial ao trabalho missionário em Contagem e Betim. A publicação para o preenchimento do pastorado, que vagara com o retorno do P. Hans, é feita desde meados do primeiro semestre de 1998.
O retorno para Alemanha do P. Hans, e sua família, em agosto de 1998 foi sentido profundamente pela comunidade que, depois de um longo período de instabilidades nas relações obreiros/as-comunidade, havia reencontrado seu eixo e adquirido um claro e firme direcionamento para sua existência como comunidade. O carisma do P. Hans marcou decisivamente o perfil da CECLBH.
Diante da saída do P. Hans, da incerteza quanto ao preenchimento do pastorado vacante e do crescente volume de trabalho gerado na CECLBH, Aneli Schwarz, ex-pphpista da CECLBH e fiel colaboradora nos trabalhos regulares da comunidade, acelerou seu planejamento pessoal e encaminhou ao Sínodo e à IECLB o seu pedido de ordenação. A Pª. Aneli foi ordenada em 1999 num regime de pastorado de tempo parcial, dando ao origem ao pastorado voluntário na CECLBH. Ela continuou ocupando suas funções normais e integrais de secretária numa empresa em Belo Horizonte. Somente com essa ajuda da Pª. Aneli, não sem sacrifícios de sua parte, o trabalho pastoral pôde ser conduzido no segundo semestre de 1998, após a saída do P. Hans, sem maiores quebras de continuidade.
A CECLBH estava, porém, resolvida a dar seguimento ao projeto missionário em curso desde 1994. Entretanto, decepcionou-se com o desinteresse pela vaga pastoral em Belo Horizonte. Depois de alguns esforços, alguns nomes apareceram e a comunidade optou pelo nome do P. Cláudio Molz, que retornava de um período de trabalho em Quito, no Equador. Também essa vaga foi preenchida dentro de um resoluta disposição missionária da CECLBH e no claro anseio de ver florescer um trabalho em equipe, envolvendo e motivando a comunidade.
Considerando a amplitude da área abrangida pela CECLBH, a situação de diáspora de seus membros e a conseqüente dispersão de energia e multiplicação de atividades, a comunidade concluiu que deveria tentar coordenar e orientar todos esses esforços para otimizar a melhor aplicação dos recursos humanos e financeiros. Buscando fazer frente a essa conclusão, buscou-se assessoria para a elaboração de um planejamento estratégico.
A IBML vem se estruturando sempre mais e, a partir de 1998, assumiu a coordenação do Biergarten, visando transformá-lo numa fonte de recursos para os trabalhos da instituição. A diretoria da IBML vem dando seguimento às mudanças organizacionais que P. Hans tinha desencadeado a partir de uma nova proposta de estatutos e de reestruturação funcional. A diretoria vem se preocupando com a questão do marketing da instituição, a qualificação das diretoras e das administradoras, com um plano de cargos e salários compatível com a realidade do país e da instituição. A IBML começa também a buscar fontes alternativas de financiamento para seus trabalhos e até mesmo trilhar caminhos que lhe proporcione no futuro meios de auto-sustentação.
( Apresentação da CECLBH – Em Planejamento para o Novo Milênio)