HOSPITALIDADE EUCARÍSTICA
P. Dr. Silfredo Bernardo Dalferth, IECLB
INTRODUÇÃO
Desde 1965 — depois de mais de 400 anos da separação — acontecem diálogos em nível internacional entre representantes oficialmente nomeados pela Federação Luterana Mundial e pela Igreja Católica Romana.1
O escândalo da divisão da Igreja se evidencia fundamentalmente na exclusão de cristãs e cristãos da comunhão do corpo de Cristo. Nunca devemos esquecer, porém, que a questão da Santa Ceia se coloca de modo diferente para católicos romanos e evangélicos luteranos2. Por isso, consensos e convergências terão que vir ao encontro dos parceiros de diálogo.
A Eucaristia não acontece nas igrejas, mas a Igreja acontece a partir da Eucaristia, isto é, a corporalidade da própria Igreja se expressa na unidade da Eucaristia. No entanto, o primeiro passo não é a celebração comum, nem ainda a intercomunhão, mas a Hospitalidade Eucarística, isto é, a Ceia do Senhor é celebrada cada vez por uma das Igrejas, sob sua responsabilidade, mas à qual membros de uma outra Igreja poderiam ser admitidos de forma excepcional.3
Nesse sentido, as bases doutrinárias de ambas as Confissões serão analisadas nesta palestra dentro da perspectiva do diálogo ecumênico.
HERMENÊUTICA ECUMÊNICA
A unidade da Igreja na unidade do corpo de Cristo é o axioma hermenêutico. A unidade da Igreja de Cristo não é somente uma afirmação teológica e doutrinal, mas já uma realidade em Cristo visível. A unidade da Igreja de Cristo como axioma hermenêutico é a meta do diálogo ecumênico. Assim foi formulado de forma contundente no documento Caminhos para a Comunhão:
A meta da unidade nos é dada (antecipadamente); não pode ser construída nem manipulada, mas é recebida; ela não é uma realidade totalmente nova, reservada para um futuro distante, mas nos elementos fundamentais, está já agora presente e atuante entre nós (n. 4). A meta da unidade é discernível na palavra e na obra do Senhor, no testemunho da Sagrada Escritura, e no ensinamento e na vida da Igreja (n. 5). A unidade que buscamos já está realizada em seus princípios. Apesar de todos os nossos pecados, o Senhor não desistiu de seu agir unificador. […] Ele está consumando o que começou (n. 6). A unidade da Igreja é graça que veio a nós na encarnação do Filho de Deus, na qual se unem a divindade e a humanidade inseparavelmente numa só pessoa (n. 10).4
Nessa perspectiva, os batizados, num determinado local, também devem tornar a unidade visível na celebração da mesma Santa Ceia.5
Conforme a Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas em Nova Delhi, de 1961, a unidade da Igreja deve tornar-se visível localmente: Nós cremos que a unidade, que é ao mesmo tempo vontade e dádiva de Deus à sua Igreja, se tornará visível, se todos, em cada lugar, que são batizados em Jesus Cristo e confessam a Ele como Senhor e Salvador, se sabem conduzidos pelo Espírito Santo a uma comunhão plenamente comprometedora, que confessa a una Fé Apostólica, anuncia o Evangelho uno, quebra o pão uno […].6
DOUTRINA LUTERANA DA EUCARISTIA
A Igreja Antiga conhecia o termo mysterium para definir a transcendência do mistério divino.7 Para a Igreja, o termo sacramento tem sua origem em Agostinho, que o definiu como signum. Nesses termos, Lutero define sacramento como sinal exterior,8 isto é, o sinal enquanto sinal é incomparavelmente menos do que a coisa em si.9 Quem perfaz o sacramento é a Palavra10. Para Lutero, a Palavra é o sacramento dos sacramentos11. Aqui cabe uma analogia à teologia da Igreja Católica Romana: a Eucaristia é fonte e ponto culminante de toda a vida cristã, oferecem a Deus a Vítima Divina e a si mesmos com ela12. Todos os outros sacramentos se ordenam à Eucaristia, pois nela está contido todo o bem espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa […].13 É o sacramento dos sacramentos.14 Nesse sentido, estamos na tradição comum desde a Igreja Antiga.15
Para Lutero, o termo sacramento é sinônimo de sinal e, ao mesmo tempo, distingue entre a Palavra e o sinal no sacramento.16 Lutero cita Agostinho: Crede, inquit Augustinus, et manducasti.17 Nesse sentido, Lutero não coloca o peso numa simples ritualidade da Santa Ceia, a saber: no signum, mas no comer e beber espiritualmente.18 O fundamento, segundo Lutero, está na distinção entre testamento e sacramento.19 Podes viver, ficar piedoso e crente sem o sacramento. Mas não podes viver, ficar piedoso e crente sem a Palavra […].20 A Eucaristia está ligada essencialmente à Palavra.
A realização (Werck) desse sacramento é a comunhão de todos os santos?21 Para o Reformador, a Santa Ceia torna real que Cristo é com os santos um só corpo espiritual e, semelhante a um povo de uma cidade, é uma comunidade e corpo, onde cada cidadão é um membro do outro e de toda a cidade, […] com o corpo espiritual de Cristo incorporados.22
Dessa forma, Lutero acentua a dimensão existencial da corporalidade da Igreja, da membridade fundamental entre os seus membros que têm cuidado uns dos outros. A Santa Ceia e a corporalidade da comunidade no corpo de Cristo são uma unidade.23 Também na tradição da Igreja Católica a Santa Ceia é o sacramento da unidade. Conforme Tomás de Aquino, é o fruto da união mística de Cristo com o corpo místico, a Igreja.24
A comunhão dos santos, assim Lutero, luta conjuntamente contra o pecado. A Santa Ceia é força espiritual contra a tendência (neygung) para a ira, ódio, orgulho e impureza, etc., que nos ataca, porque nós vivemos.25 É consolador para os santos que nessa luta ninguém está sozinho, mas com Cristo e todos os seus santos na terra e no céu, pedindo, diante de Deus, pela remissão dos pecados. A Santa Ceia é um sinal de que a luta contra o pecado não é algo individual, mas de Cristo e seus santos no céu e na terra.26
Podemos verificar bases teológicas comuns: segundo o Tridentinum, o efeito da Santa Ceia é a união das pessoas com Cristo,27 de semelhante modo, também para a Reforma a Eucaristia é a unidade da Igreja com Cristo. A Santa Ceia é o sacramento da unidade. Lutero usa a figura de que muitos corpos de grãos formam um só corpo do pão. Dessa forma, cada qual é inserido nessa unidade do corpo de Cristo.28
Os elementos da Santa Ceia são transformados para serem uma só essência com aquele que é tomado nesta refeição.29 E assim, diz o Reformador, aconteça que nós finalmente sejamos de igual forma (gleych formig) com Cristo.30
Os elementos se transformam no verdadeiro e natural corpo e verdadeiro e natural sangue de Cristo e, nessa transformação, nós também somos transformados […] no corpo espiritual de Cristo.31 O objetivo da Santa Ceia é a unidade do corpo espiritual de Cristo, isto é, a comunhão dos seus santos.32
Historicamente foi acentuada a diferença entre a compreensão luterana e a compreensão católico-romana, no tocante à presença real de Cristo na Eucaristia. Foi esquecido que, na verdade, há o consenso da presença real, mesmo entendida de diferentes maneiras. A maneira como se entende a presença real pode permanecer aberta.33 A presença real, segundo a compreensão católica, conforme o Tridentinum, é do Cristo todo através da transformação da substância.34 Alguns são da opinião de que dessa forma não se fala personalmente de Cristo, mas antes `naturalisticamente’.35 A discussão ecumênica da Comissão Mista Internacional Católico-Luterana demonstrou, no entanto, que a Doutrina da Transubstanciação não quer explicar o como, mas confessar e guardar o caráter de mistério da presença real.36 A Reforma também usou o conceito substância, mas não materialmente, e sim no sentido da presença do Cristo vivo. Ele está presente vere et substantialiter.37
Cristo está presente no pão, com pão, sob pão.38 O corpo de Cristo tem três modos de ser.39 O primeiro modo é corporal no sentido do espaço. O segundo é o modo imperceptível e espiritual. Este modo não está ligado ao espaço. O terceiro é o modo divino e celestial, pois Ele é uma só pessoa com Deus.40
Mas dizemos que Deus não é um tal ser esticado, comprido, largo, gordo, alto, fundo, mas um ser sobrenatural e inescrutável, que pode estar ao mesmo tempo totalmente dentro de cada grãozinho e, mesmo assim, em todos e sobre todos e fora de todas as criaturas, […] pois um corpo é muito para a Divindade, por demais espaçoso, e poderiam estar alguns milhares de Divindades nele. Nada é tão pequeno, Deus é menor ainda. Nada é tão grande, Deus é maior […].41
Também aqui o pensamento da Reforma se afirma de forma fundamental na simultaneidade. A presença real é o modo de o Cristo elevado estar presente. É uma presença divina! E assim Lutero afirma no Colóquio de Marburgo sobre a Santa Ceia: Deus potest servare, quod corpus non sit in loco, quod sit in loco et non in loco. O espaço de Cristo não está na compreensão humana. É o modo de Deus ocupar o espaço, sem a lógica da matemática.42 Lutero acusa os zwinglianos de terem uma má dialética.43
Na questão da presença real, a Comissão Internacional referiu, no Documento acerca da Eucaristia, a opinião de que ambas as posições não deveriam mais ser vistas como antagonismos separa-dores.44 Aqui cabe a observação de uma acentuação teológica, no sentido personal da presença de Cristo por parte de teólogos católicos. Johannes Bentz e Theodor Schneider cunharam os conceitos de presença personal e presença atual.45 Em semelhante forma, o holandês Piet Schoonenberg cunhou o conceito da transsignificação. O pão que comemos é a pessoa de Cristo.46 Semelhante a Lutero, T. Schneider afirma que a Igreja é a hóstia viva no dia-a-dia do mundo, através do doar-se (Hingabe).47
Para a Reforma, a Santa Ceia e o anúncio do Evangelho são inseparáveis.48 Assim os sacramentos são definidos pela graça. São chamados meios da graça. De modo fundamental, a Palavra não está somente ao lado do sacramento como pregação, mas é, ela própria, cerne do sacramento. A Santa Ceia é Evangelho! Assim, com a Palavra, a Santa Ceia, o Batismo e a Absolvição são meios da graça.49
Podemos observar que, de forma análoga, também o Concílio Vaticano II afirma que a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia estão tão estreitamente unidas, que formam um só ato de culto.50 O Vaticano II afirma que da mesa são distribuídos aos fiéis tanto da Palavra de Deus como do Corpo de Cristo.51 Com base nessa passagem da Dei Verbum, o Catecismo da Igreja Católica afirma que a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo de Cristo.52 No tocante a isso, os consensos e convergências quanto à justificação por graça e fé são de fundamental importância para consensos e convergências na questão da Eucaristia.53
Os reformadores expressaram a compreensão da Santa Ceia como sendo Evangelho, isto é, a oferta de salvação pelo próprio Cristo.54 Condenou-se o sacrifício da missa por causa do sacrifício único de Cristo por nós.
Podemos registrar o consenso de que não há a repetição da presença sacramental do sacrifício único na cruz de Cristo, como resultado fundamental do diálogo interconfessional sobre a Eucaristia.55 Aqui deve ser ressaltado que já o Tridentinum fala da dependência do sacrifício da missa do único sacrifício da cruz.56
Em virtude da união existente entre Cristo e seu Corpo, a Igreja participa no auto-sacrifício de Cristo. Unicamente nesse sentido pode-se dizer que a comunidade sacrifica a Cristo.57 Lutero fala do sacrificium laudis et confissionis, isto é, do sacrifício da Igreja de louvor em gratidão ao testamentum, do Evangelho da salvação.58
Na denominação do sacrifício eucarístico como ‘sacrifício expiatório’, trata-se da intenção de ‘confirmar enfaticamente que na celebração eucarística da Igreja a presença do sacrifício expiatório único sobre a cruz é eficaz, para a remissão dos pecados e para a vida deste mundo.59
Conforme a Reforma, a Missa é communicatio sacramenti.60 O critério para a participação na Ceia do Senhor é a fé no Cristo e a recomendação da confissão sincera que vem do coração,61 ouvindo o Evangelho que se expressa também nas Palavras da Instituição, mediante o desejo da comunhão com Cristo e seu corpo, a Comunhão dos Santos. A alma faminta [..1 incita a si mesma.62
A Reforma defendeu a não-obrigatoriedade e a liberdade de participação da Santa Ceia. Os cristãos mesmos, conforme a sua consciência, devem decidir quando participam da Santa Ceia. Os próprios cristãos têm direito e poder.63
De outro lado, temos que advertir sobre a seriedade do sacramento, sua administração e sua participação correta. A Santa Ceia não é para ser um veneno e morte. A Santa Ceia não quer atribular as consciências, mas consolá-las e torná-las contentes.64 Por um lado, a Igreja é descrita de forma bem concreta e palpável.., os sete caracteres da Igreja… Por outro lado, nós não vemos a Igreja, nós a cremos. Por um lado, podemos vê-Ia, descrevê-la; por outro lado, Lutero afirma: Escondida está a Igreja, escondidos estão os santos.65
O partir do pão de Jesus não evoca o sacrifício, mas a comunidade. Para Lutero, frangere não significa outra coisa do que in multa partiri.66 De forma fundamental: repartir o pão é reparti-lo como comunidade! A definição luterana de missa é o sacramento mesmo, a saber: a Palavra de Cristo como dádiva que, recebida na comunhão, não é sacrifício a Deus. Verificamos em Lutero uma equalização de missa e sacramento, de sacerdotes e leigos: Re ipsa missae et sacramenti omnes sumus aequales, sacerdos et laici.67
No Catolicismo se acentuou o sacrifício como um conceito ativo, de realização. É uma atualização incruenta do único sacrifício de Cristo, mas mesmo assim real.68 Na Reforma não se acentuou o oferecer e o operar, mas o receber e o estar aberto.69
O simul iustus et peccator70 da Reforma é, fundamentalmente, uma dialética experiencial! Nessa dimensão da justificação e santificação por Cristo experimentamos que somos pessoas. Trata-se de urna dialética vivencial na perspectiva da justificação e santificação. Do ponto de vista da alma, o ser humano já está justificado o suficiente; a pessoa, entretanto, permanece na terra e precisa reger o seu próprio corpo e lidar com as pessoas. A luta do crente consiste em fazer o corpo de igual forma com o espírito.71 Para uma continuação dos estudos da Declaração Conjunta Doutrina da Justificação por Graça e Fé este ponto deve ser mais esclarecido.
O perdão dos pecados não é simplesmente um pressuposto negativo para participar da vida eterna, mas é o estar como ser humano sob a graça ou o juízo de Deus. O perdão dos pecados é tudo o que Deus tem para dar.72 Fundamental é verificar essa afirmação sobre o perdão, na perspectiva do conceito de pecado. Pecado é, segundo Lutero, a quebra do relacionamento com Deus e perda do verdadeiro relacionamento com o próximo: Pois Deus não quer dar a ninguém a graça, nem perdoar o seu pecado, se ele não perdoa também o seu próximo.73
A justificação é expressão da incondicionalidade da dádiva salvífica de Deus.74 No entanto, a justificação não se deve limitar a ser entendida como um perdão individual dos pecados em uma dimensão forense de declarar o pecador justo.75 A justificação é fundamentalmente pertinente à Igreja como um todo. O crente está na comunhão de todos os justificados pela graça e fé e na sua vivência em amor! A justificação por graça e fé é uma realidade personal e, a partir da inserção como membro no corpo espiritual de Cristo, uma realidade eclesial. A Igreja é o corpo sacramental da graça de Deus! Lembrando que na Santa Ceia somos transformados para sermos em conjunto O corpo espiritual de Cristo.
OS CAMINHOS DO DIÁLOGO ECUMÊNICO ENTRE AS IGREJAS CATÓLICA ROMANA E EVANGÉLICA LUTERANA.
CONSENSOS E CONVERGÊNCIAS
1. Onde a Santa Ceia é celebrada com as palavras da instituição de nosso Senhor Jesus Cristo, acontece a comunhão entre Cristo e os crentes e comunhão entre as pessoas, extrapolando as fronteiras confessionais.76
2. Não deveríamos distinguir entre o recebimento da Santa Ceia e a comunhão da comunidade.77
3. O parecer do Instituto de Estrasburgo, de 1973, diz que houve mudanças na celebração da Santa Ceia na Igreja Católica Romana. Atualmente o caráter de Ceia está sendo mais acentuado, e a prática da distribuição de ambos os elementos progride.78 Permanecem ainda em uso elementos da ideia sacrificial.79 A adoração da hóstia consagrada e a prática de procissão na Eucaristia ainda não terminaram.80
4. Há um entendimento quanto à presença real. A forma da presença real fica em aberto. 81
5. O único sacrifício do Cristo na cruz não é repetido na Santa Ceia.82 No diálogo, interpretou-se a ação sacrificial de forma a não restringi-la à celebração da Santa Ceia, mas vê-la na perspectiva da vida da Igreja.
6. Conforme o Relatório de Malta, é uma contradição que cristãos batizados não possam participar juntos na Santa Ceia.83 Conforme Unitatis Redintegratio (UR) 22, o Batismo constitui o vín-culo sacramental da unidade que liga a todos os que foram regenerados.84 Este artigo, porém, fala que o Batismo é de per si… só o início.85 Falta a unidade plena […] proveniente do Batismo. Do ponto de vista católico, as outras comunidades eclesiais não conservam a genuína e íntegra substância do mistério eucarístico, sobretudo por causa do defeito (defectus) do sacramento da Ordem.86 Aqui cabe a observação de que, na tradição católica romana, se afirma a sacramentalidade da Igreja como um todo, e, a partir deste, os sete sacramentos.87
7. No diálogo bilateral entre a Conferência dos Bispos alemães da Igreja Católica Romana e a VELKD (Vereinigte Evangelisch-Lutherische Kirche Deutschlands) formulou-se o seguinte consenso: A unidade de Cristo e da Igreja é por isto – no entendimento desta palavra grega na linguagem da Igreja latina – `sacramentum’ , o sacramento propriamente dito. Nesta unidade Cristo não pára de ser a cabeça de seu corpo. Por isso, não é desmedido falar de Cristo como o sacramento original (Ur-Sakrament).88 Num sentido mais restrito, só se fala do Batismo e da Santa Ceia como sacramentos, por causa da Instituição do próprio Cristo e porque unem Palavra e Sinal. Mas a Confissão de Augsburgo e a Apologia da Confissão consideram também a Absolvição (a Absolvição está numa relação direta com a Penitência e a Confissão)89 e a Ordenação como sacramentos. Por isso, a confissão de culpa e o anúncio da graça não fazem parte da liturgia da Santa Ceia. Aqui encontro a explicação por que Lutero não incluiu a confissão de culpa nas duas liturgias de Santa Ceia que elaborou!90 Nunca foi definitivamente fixo o número de sacramentos.91 Na Igreja medieval foram fixados os sete sacramentos em diferenciação aos ritos.92
8. Na Igreja Católica Romana, cada Sacramento tem o seu especifico. No sacramento do Batismo, todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas do pecado.93 Permanece, porem, a concupiscência, isto é, o incentivo do pecado.94 0 sacramento da Penitencia perdoa os pecados praticados por causa da concupiscencia.95 0 sacramento da Santa Ceia é a comunhão com Cristo, e com a Igreja. E um fortalecimento que preserva do pecado. É próprio da Eucaristia ser o sacramento daqueles que estão na comunhão plena da Igreja.96
Aqui se analisa e se argumenta com vistas as outras comunidades eclesiais. Não se fala da individualidade cristã: A pessoa torna-se membro deste povo, não pelo nascimento físico, mas pelo `nascimento do alto’, `da água e do Espírito’ (Jo 3.3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo.97 Se pessoas fora da Igreja Católica Romana são incorporadas a Cristo pela fé e pelo Batismo (UR 3), sendo todos vinculados pelo mesmo Batismo, tido seria um argumento para a Hospitalidade Eucarística e a intercomunhão?
9. Do lado luterano se afirma que a pratica da Santa Ceia deve orientar-se por aquilo que o serviço de reconciliação para a pessoa exige da Igreja.98 Nesse sentido, todos os batizados devem poder participar da Santa Ceia, caso contrario ha uma contradição interna”.99 A Santa Ceia é aceitação do ser humano para a reconciliação através da obra salvadora de Jesus Cristo.100
A QUESTÃO DO SACRIFÍCIO NA TEOLOGIA
Para Lutero, é fundamental opor entre o verbo ou testamento de Cristo, isto é, de todo o evangelho e da universal consolação do seu exemplo.101 Na compreensão do sacrifício podemos, na minha opinião, colocar as diferenças confessionais no seguinte ponto teológico: na compreensão luterana, existem dois momentos teológicos na cruz: o da justificação, como sendo o aspecto total, e o da santificação como consequência. No primeiro momento, a cruz é a origem e o conteúdo da fé, ou seja, Cristo morreu por nós na cruz.102 Em um segundo momento teológico, a cruz também é a origem do amor e da ética cristãs, isto é, a cruz é o exemplo da ética e da liberdade cristãs. Lutero coloca na seguinte ordem: credere, amare, crucem ferre.103 Primeiro vem a pessoa, depois a obra; primeiro, a justificação, o testamento; depois, a santificação e o exemplo (exemplum: seguimento). Trata-se, entretanto, fundamentalmente de uma relação de conjunto, pois a fé é a existência de Cristo naqueles que creem.104 Finalmente, a vida do crente e da Igreja é ser e tornar-se em igual forma espiritualmente e, como consequência, viver em igual forma a santificação conforme a imagem e sofrimento de Cristo.105
Do ponto de vista da teologia católica, podemos verificar antes uma unidade entre a cruz como o sacrifício de Cristo e o exemplo. Sofrendo pela humanidade, deixa um exemplo a ser seguido.106 Essa unidade também se expressa na concepção do sacramento e do sacrifício.107 No dizer do Vaticano II, os sacramentos destinam-se à santificação dos homens, para a edificação do corpo de Cristo e, enfim, para prestar culto a Deus. […] Conferem a graça, mas a celebração dos mesmos dispõe otimamente os fiéis à frutuosa recepção da mesma graça, a honrar a Deus do modo devido e a praticar a caridade.108
Lutero argumenta justamente com o exemplo de Cristo: Além disso, temos a nosso favor o exemplo de Cristo, porque, na última Ceia, quando instituiu esse Sacramento e fez seu testamento, Cristo não se ofereceu a si mesmo ao Pai nem o fez como obra boa em favor dos outros; ao contrário, sentado à mesa, propôs a cada um em particular o testemunho e lhe deu o sinal. Já a missa, quanto mais se assemelhar à primeira de todas as missas que Cristo fez na Ceia, tanto mais cristã será.109 O testamento vem de Deus e exige fé. Da fé é que então resulta o sacrifício como consequência.110 A missa, assim Lutero, é parte do Evangelho, e inclusive é suma e compêndio do Evangelho.111 A Palavra faz o sacramento. A substância da missa não é propriamente outra coisa senão as Palavras de Cristo.112 Lutero conclui: Um cristão deve saber que na terra não existe maior salvação (heylthumb) do que a Palavra de Deus, por-quanto também o sacramento foi feito através da Palavra de Deus e é abençoado e santificado […]”.113
A SUCESSÃO APOSTÓLICA
O diálogo ecumênico acerca da Intercomunhão e Hospitalidade Eucarística não se restringiu à Ceia do Senhor, mas é relacionado à compreensão do ministério. A dificuldade do lado católico está no reconhecimento do ministério, no tocante à sucessão apostólica. O reconhecimento do ministério de outras Igrejas significará o reconhecimento das outras Igrejas.
A Reforma Luterana concorda com o ministério episcopal da Igreja Antiga.114 Contudo, a sucessão apostólica e a comunidade se confundem na tradição da Reforma. Todos são sacerdotes com o mesmo poder, onde é escolhido um dentre a multidão e ordenado, para que exerça esse mesmo poder em nome de todos.115 No contexto da Reforma, colocou-se o acento cristológico na comunidade e, nesse sentido, o apostolado é da comunidade que constitui os apóstolos.116
Quanto à apostolicidade da Igreja, alcançou-se o seguinte consenso: O especial ministério eclesial, passado através da ordenação, é ‘instituição (institutio) de Jesus Cristo’ e como tal ‘constitutivo para a Igreja’.117 A tarefa do ministério é reunir e erigir a comunidade cristã através do anúncio do Evangelho e a celebração dos sacramentos e guiar a comunidade em sua liturgia, missão e diaconia.118 Esse ministério está inserido na comunidade e, ao mesmo tempo, está em pleno poder diante da comunidade.119
O grupo de Dombes foi o que mais delineou perspectivas em passos pragmáticos a serem dados. Da parte católica romana, sugere-se que o ministério na Igreja advinda da Reforma Luterana seja reconhecido como um despontar pneumático que surgiu em uma situação emergencial. […] Dessa forma, os membros católicos pedem às autoridades competentes da Igreja Católica Romana que reflita (bedenken) a urgência da situação ecumênica, que corresponde à vontade de unidade de Cristo, e pede que a Igreja Católica Romana analise com seriedade o reconhecimento do ministério luterano.120
Com a substituição de est por subsistit in de LG 8, a Igreja Católica Apostólica Romana reconhece que, em conjunto com outras Igrejas cristãs, é carregadora do cristianismo. Trata-se, porém, de um reconhecimento limitado. Com a substituição de est por subsistit in é reconhecido no Concílio que também em outras Igrejas podem ser encontrados elementa plura sanctificationis et veritatis (não todos os elementos!). Esses elementos que perfazem o ser Igreja, presentes em outras Igrejas, impelem (impellunt) para a unidade da Igreja a successore Petri et episcopis in eius communione gubernata.121
De qualquer forma, não existe mais uma relação de exclusividade entre Igreja Católica Romana e a Igreja de Cristo: Mesmo nesta questão, na Igreja Católica, permanecem significativas diferenças de opinião; verifica-se, do ponto de vista católico, que não existe uma identidade exclusiva entre a una Igreja de Cristo e a Igreja Católica-Romana. Esta una Igreja de Cristo se realiza de forma análoga também em outras Igrejas. Isso significa, ao mesmo tempo, que a unidade da Igreja Católica Romana não é plena, mas que ela almeja a unidade plena. Nesse sentido, também a celebração eucarística na Igreja Católica sofre de imperfeição (Unvollkommenheit). Ela somente será um pleno sinal de plenitude, se todos os que, através do Batismo, são fundamentalmente convidados para a Ceia do Senhor, realmente possam dela participar.122 Aqui cabe a observação de que na Igreja Antiga somente os que eram incorporados pelo Batismo podiam participar da Santa Ceia.123
O problema, porém, não é a consciência da unidade cristã, mas a sua mediação. A pergunta pela intercomunhão e pela Hospitalidade Eucarística nunca pode ser discutida e avaliada de forma isolada, mas sempre no contexto de toda a Igreja. A razão da comunhão eucarística traz em seu bojo a comunhão das Igrejas.124 A continuidade do diálogo ecumênico acerca do Ministério Apostólico deve ser o primeiro ponto a ser aprofundado.
Deve ser ressaltado que ambas as confissões acentuam a indisponibilidade (Unverfügbarkeit) da Palavra de Deus e vêem na autoridade eclesial um serviço a esta Palavra.125
RESPONSABILIDADE PASTORAL DAS IGREJAS
Devemos caminhar em direção da unidade histórica da Igreja de Cristo, porque a unidade cristã é criada segundo a imagem e semelhança do Deus Uno e Trino.126 A divisão da Igreja é um sofrimento para os cristãos e sofrimento para o mundo. A unidade da Igreja é unidade para o mundo. Igual a Cristo, sua Igreja existe ‘para a vida do mundo’ (Jo 6, 51).127 Seus membros devem estar unidos, para que o mundo creia (Jo 17, 21).128 A missão da Igreja sofre incalculável prejuízo por causa da sua irreconciliabilidade. Como o mundo acreditará na Boa Nova do amor reconciliador, […] se os seus mensageiros vivem irreconciliados uns lado a lado dos outros ou até uns contra os outros?129
As Igrejas têm uma responsabilidade pastoral de agirem na questão da intercomunhão entre católicos romanos e evangélicos luteranos para não confundirem os crentes.130 Por outro lado, as Igrejas têm responsabilidade pastoral de irem ao encontro daqueles que sofrem por causa angústia da separação (Not der Trennung) e necessitam procurar a comunhão conjunta na Santa Ceia.131
Na Eucaristia celebramos a comunhão com o Cristo vivo. Celebramos de forma real com o Cristo real. Celebramos em um mundo dividido por muitas barreiras sociais, ideológicas, etc. Essa divisão não é somente a divisão no mundo, mas se espelha para dentro do corpo de Cristo; se espelha nas pessoas que estão presentes na Eucaristia. A Eucaristia é a comunhão no corpo de Cristo, apesar das adversidades e divisões das pessoas na história. A Eucaristia quer superar a divisão entre as pessoas e celebrar a vitória de Cristo sobre o mundo. Celebramos em esperança a unidade escatológica em Cristo.
A maior responsabilidade pastoral é com as famílias. Paradoxalmente, são justamente as famílias que estão quebrando barreiras confessionais. Devemos nos referir à realidade de muitos casamentos mistos.132 Para Lutero, a família é o menor Estado e a menor Igreja. O Vaticano II chamou a família de ‘Igreja doméstica’. Para Lutero, mães e pais são os pastores e bispos dessa Igreja. Para LG n. 11, os pais são os primeiros mestres da fé. Se partimos do fato de que a família é a menor célula organizacional da sociedade, mesmo que em muitas realidades esteja esfacelada, reconhecemos que ela também é a unidade que se espelha e reproduz para dentro da Igreja.
A menor Igreja é a família! Dividimos a família. Com a Hospitalidade Eucarística fortalecemos a família. É um argumento teológico em uma argumentação simultaneamente sociológica. E por que argumentos sociológicos não podem ser argumentos teológicos? Conseguirão as famílias constituídas por casamentos mistos, como está expresso em Familiaris Consortio, responder ao delicado dever de serem artífices da unidade?133
PERSPECTIVAS DE ADMISSÃO MÚTUA À CEIA DO SENHOR
1. As concordâncias, aproximações e entendimentos aqui expressos permitiram aos participantes do diálogo considerar as divergências na concepção da Santa Ceia, julgadas até agora divisórias entre as Igrejas, como teologicamente superadas ou ao menos superáveis.134
2. De parte de ambas as Igrejas, deve ser afirmado o seguinte: Sem a comunhão eucarística não existe comunhão eclesial plena, sem comunhão eclesial não existe comunhão eucarística verdadeira.135
3. O encontro de cristãos e cristãs em um determinado lugar tem comunhão com todo o Cristo e com toda a Cristandade de todos os tempos e lugares.136
4. Católicos e luteranos estão de acordo em que a Eucaristia acontece sob as duas espécies.137
5. Católicos e luteranos estão de acordo em que Cristo está presente na Santa Ceia como o crucificado que morreu por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, como sacrifício único oferecido pelos pecados do mundo.138
6. A Igreja Católica Romana vê a possibilidade da partilha da vida sacramental com as Igrejas Orientais, fundamentalmente por causa da Sucessão Apostólica.139
7. Luteranos podem participar na Santa Ceia na Igreja Católica Romana, se existem razões suficientes,140 isto é, em perigo de morte, manifestando a fé católica neste sacramento.141
8. A celebração comum da Ceia do Senhor é o sinal e a expressão mais plena da comunhão eclesial.142
9. A Comissão Mista Internacional Católico-Luterana vê a urgência pastoral para a admissão mútua na Ceia do Senhor. Em muitos lugares, cristãos e cristãs de nossas Igrejas já se encontram, ocasionalmente, em torno da mesma mesa.143
10. A Comissão Mista está ciente dos riscos, tais como, o da ambiguidade e da minimização das divergências que ainda existem, o do relaxamento dos vínculos com sua própria Igreja e da constituição de uma ‘terceira Igreja’, o da ruptura da relação entre comunhão eucarística e comunhão eclesial.144
11. Juntos, nós afirmamos o vínculo indissolúvel entre Igreja e Eucaristia; a solidariedade entre comunhão eclesial e comunhão eucarística não pode ser rompida: comungar nesta ou naquela Eucaristia é ter parte na comunhão desta ou daquela Igreja. Assim sendo, o documento da Admissão Mútua na Ceia do Senhor reafirma a passagem central do Documento de Dombes: A partilha do mesmo pão e do mesmo cálice, em dado lugar, constitui a unidade dos comungantes com o Cristo inteiro, entre eles mesmos e com todos os outros comungantes em todos os tempos e em todos os lugares. Repartindo o mesmo pão, eles tornam manifesta sua pertença à Igreja em sua catolicidade.145
12. A frase seguinte no documento da Admissão Mútua à Ceia do Senhor me parece ser o maior e fundamental argumento: Não é possível jogar uma contra a outra a Eucaristia-expressão da unidade e a Eucaristia-fonte e meio desta unidade.146 O Decreto sobre o Ecumenismo, do Vaticano II, afirma que a communicatio in sacris não pode ser usada para restabelecer a unidade dos cristãos.147 O significado dessa comunicação (communicatio) depende principalmente de dois princípios: da necessidade de testemunhar a unidade da Igreja e da participação nos meios da graça.148 Nestes termos, o documento da Admissão Mútua à Ceia do Senhor afirma: […] a comunhão de fé entre a Igreja Católica e estas Igrejas não é suficiente para que um católico possa se unir em verdade à Eucaristia que nelas é celebrada.149 As propostas católicas afirmam que a Igreja de Cristo, conforme UR n. 4, subsiste de forma inadmissível na Igreja Católica […] e que a realidade verdadeira do ministério eucarístico nos é dada ali em sua plenitude; pensamos, igualmente, que nas Igrejas da Reforma há deficiências quanto ao organismo sacramental pelo qual a Igreja se constrói visivelmente.150 Portanto, para que a participação de católicos seja legítima, é necessário o reconhecimento da eclesialidade das Igrejas Luteranas.151
13. A Comissão concorda em que se deve evitar julgar a legitimidade da participação na Eucaristia de uma outra Igreja somente do ponto de vista do reconhecimento do ministério que a presi-de.152
14. A Comissão Mista insiste no fato de que a Eucaristia é sinal e expressão de uma comunhão eclesial já existente, e então se; pergunta como, na situação atual de separação entre nossas Igrejas poderia ser possível já participar da Eucaristia em verdade.153
15. A Comissão Mista julga que a partilha do mesmo pão eucarístico somente tem sentido, se existe um consenso na fé suficiente para permitir um reconhecimento mútuo das Igrejas, que deve incluir o reconhecimento dos ministérios que por elas são exercidos e dos sacramentos que nelas são celebrados; […] se existem relações reais e vivas entre as Igrejas, bem como entre seu membros que pretendem se encontrar em torno da mesma mesa eucarística; […] se as autoridades, responsáveis pela unidade e fidelidade na fé das Igrejas confiadas a seu ministério, reconhecem a legitimidade de tais atos […].154
16. No documento Admissão Mútua à Ceia do Senhor estão as propostas católicas para a admissão de um cristão da Igreja Luterana: para viabilizar tal admissão, estes cristãos devem compartilhar no essencial da fé da comunidade católica que os acolhe, particularmente no que diz respeito à Eucaristia, e reconhecendo naqueles, que presidem sua celebração, ministros autênticos do Evangelho desta comunidade,155 tendo vínculos reais com a vida da Igreja Católica, sendo assim assegurada a conexão entre a partilha do mesmo pão e a partilha da mesma fé, entre comunhão e Eucaristia.156
17. Não é possível ainda uma admissão indiferenciada e geral à plena comunhão eucarística.157 Ela ainda não parece nem justificada nem oportuna.158
PONTO DE VISTA LUTERANO
(ADMISSÃO MÚTUA À CEIA DO SENHOR)
18. Quanto ao ministério, as Igrejas Luteranas nunca negaram a existência do ministério na Igreja Católica Romana.159
19. Com base nos diálogos teológicos entre nossas Igrejas, surgiram convicções fundamentais quanto à compreensão do Evangelho […], os luteranos julgam que podem, desde agora, recomendar ocasionais celebrações em comum da Eucaristia.160
PERSPECTIVAS NA IGREJA CATÓLICA ROMANA
20. Com o movimento litúrgico deste século, houve uma mudança significativa da Santa Ceia na Igreja Católica. Na teologia dos mistérios é explicitado que não só Cristo mesmo, mas também a sua ação salvífica está presente na Eucaristia, integrando em seu efeito os crentes no seu dia-a-dia. O culto da Palavra (Wortgottesdienst) relacionado com o Sacramento ganha o seu significado de volta. 161
21. A encíclica Mediator Dei de Pio XII fala pela primeira vez da presença do Senhor glorificado na liturgia, que é identificada essencialmente com a Santa Ceia.162
22. A Igreja Católica redescobriu o caráter de Ceia da Eucaristia.163
23. Com relação à pergunta sobre o que é fundamental e abarcativo da Santa Ceia, J. Ratzinger define a Eucaristia nos seguintes termos: A forma fundamental da Ceia do sacrifício de gratidão (Dankopfermahl), na qual o próprio Senhor agradece, se sacrifica e se dá como alimento e para o beber da vida eterna, através da qual ao mesmo tempo os seus de forma nova e mais profunda deixa ser comunidade, Igreja.164
UM SÓ SENHOR, UMA MESA E UMA SÓ IGREJA — PALAVRAS FINAIS
O primeiro passo é a Hospitalidade Eucarística. O segundo passo é a intercomunhão. O último passo é a comunhão em uma só Igreja.
A comunhão da Ceia do Senhor de cristãs e cristãos de diversas confissões fortalece a consciência de que a mesa do Senhor é uma somente. Esta una mesa do uno Senhor da Igreja é indivisível. Mesmo que queiramos dividi-la, não temos autoridade nem poder para dividi-la. A mesa da Eucaristia é indivisível, porque nosso Senhor Jesus é indivisível. Quebrar o pão da Eucaristia é a ação integrativa e inclusiva de Deus, para que sejamos membros em seu Corpo.
Nesse sentido, celebraremos a unidade do Corpo de Cristo já existente e anterior às confissões! O argumento para tal afirmação é a unidade do próprio Cristo. Na unidade de Cristo a Igreja é una sola. Se Cristo é um, não existe alternativa para a Igreja. A unidade da Igreja é uma realidade.
Exatamente nesse ponto nos colocamos sob o mandamento de Deus: de superarmos as dificuldades doutrinárias com o diálogo e a convivência cristã. A Hospitalidade Eucarística é um passo significativo em direção à unidade dada, para a vivência cristã do celebrar juntos o Corpo de Cristo, que, na realidade, já somos.
Lembramos, finalmente, que estamos diante de Deus como Igrejas e como indivíduos. Dessa forma, as normas eclesiásticas devem servir à vida religiosa dos crentes.165 Nenhuma norma religiosa tira a responsabilidade de um membro da Igreja.166 Quando dialogamos como Igrejas acerca da Hospitalidade Eucarística, devemos saber que, […] em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência, nem impedido, dentro dos devidos limites, de proceder segundo a mesma, em particular e em público, só ou associado com outros.167
Finalizando, quero citar um pensamento do teólogo Hermann Sasse: Quem destrói a comunidade cristã comete pecado em relação ao próprio Cristo. Quem causa divisões na comunidade da Santa Ceia celebra a Santa Ceia indignamente e come e bebe o corpo e o sangue do Senhor para si mesmo como juízo.168
Notas:
1. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl, n. 1.
2. Eucharistische Gastfreundschaft — Stellungnahme des Strassburger Instituts zur lutherisch-katholischen Abendmahlsgemeinschaft, n. 10 d. In G. GASSMANN et al. (ed.), Um Amt und Herrenmahl — Dokumente zum evangerisch/römisch-katholischen Gespräch, p. 133.
3. J. HOFFMANN, W. LOHFF, H. MAYER (COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA DE ESTUDOS), Admissão Mútua à Ceia do Senhor — Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, 11.3.
4. COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA, Caminhos para a Comunhão. In Revista Eclesiástica Brasileira, v. 42, fasc. 165, mar. 1982, p. 156-157.
5. G. GASSMANN e H. MEYER, Voraussetzungen und Gestalt kirchlicher Einheit, n. 13. In id., Die Einheit der Kirche. Voraussetzungen und Gestalt, p. 6-7.
6 ASSEMBLÉIA DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS, Seção III, n. 2. Cf. GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 4.
7 H. SASSE, Wort und Sakrament, Predigt und Hl. Abendmahl. In In Statu Confissionis, p. 76.
8. WA 2, 742, 15 (1529): euszerlich tzeichen.
9. WA 6, 505, 29-30: In omni enim sacramento signum, inquanto signum, incomparabiliter minus est quam res ipsa.
10.Ap. XIII, 5 fala do sacramento como verbum visibile.
11. H. SASSE, op. cit., p. 76.
12. LG 11.
13. PO 5, citando Tomás de Aquino
14. Catecismo da Igreja Católica, n. 1330.
15. L. A. ELCHINGER, Eucharistische Gastfreundschaft für gemischtkonfessionelle Ehepaare im Elsass. In H. SCHWÖRTER, Amt Eucharistie-Abendmahl, p. 92.
16. WA 6,518,10s. Cf. Carl F. WISLÖFF, Abendmahl und Messe, Die Kritik Luthers um Messopfer, p. 30, nota 34.
17. WA 6,518, 19-20.
18. WA 6, 518, 22-23: spiritualiter manducare et bibere.
19. WA 6, 522, 30s.
20. WA 11,433,18-20.
21. Cf.. WA 2, 743, 7-8.
22. WA 2, 743, 11-16.
23. WA 2, 743s. O aspecto da corporalidade na vida sacramental foi abordado como consenso. Cf. GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 71.
24. DS 698.
25. WA 2,744, 19-21.
26. Cf. WA 2, 744, 21-30.
27. Cf. DS 1320-1322.
28. WA 2, 748, 5s.
29. WA 2, 748, 31-32: Syntemal die speysz geht und wirt vorwandelt yn die natur und wirt eyn weszen mit dem gespeiyszten.
30. WA 2, 748, 38.
31. WA 2, 749, 8s.
32. WA 2,751, Vide 6-7.
33. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 19a, p. 137.
34. DS 1641. Cf. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl, n. 49: ganze und unversehrte Christus Cf. WA 6. 509, 27-30: Sed et Ecclesia ultra mille ducentos annos recte credidit nec usquam nec unquam de ista transsubstantiatione [ …] meminerunt sancti paires, donec cepit Aristotelis simulata philosophia in Ecclesia grassari in istis trecentis novissimis annis […] (Mais de mil e duzentos anos a Igreja creu retamente e a transubstanciação jamais foi lembrada pelos santos pais, até que Aristóteles grassou na Igreja nos últimos trezentos anos).
35. GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrentnahl, n. 49.
36.Ibid., n. 51.
37. Ap. X.
38.WA 26,447,22: ym Brot, mit brod, unter brod….
39. WA 26,335,29,
40. WA 26,335,38-336,10.
41. WA 26,339,33-40.
42. WA 30,111,158,2-7.
43. WA 30,111, 123,7.
44. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl, n. 51.
45.Cf. T. SCHNEIDER, Zeichen der Nähe Gottes. Grundriss der Sakramentaltheologie. Mainz, p. 160s.
46. Cf. ibid., p. 165.
47.Ibid., p. 168.
48. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 12 c., p. 135.
49. H. G. PÖHLMANN, Abriss der Dogmatik, p. 215s. Cf. BILATERALE ARBEITS-GRUPPE DER DEUTSCHEN BISCHOFSKONFERENZ UND DER KIRCHENLEITUNG DER VEREINIGTEN EVANGELISCH-LUTHERISCHEN KIRCHE DEUTSCHLANDS, Kirchengemeinschaft in Wort und Sakrament, n. 44.
50. SC 56.
51. DV 21.
52. Catecismo da Igreja Católica, n. 1346.
53. DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO POR GRAÇA E FÉ — Declaração Conjunta Católica Romana — Evangélica Luterana.
54 Eucharistische Gastfreundschaft, n. 13, p. 135.
55 Ibid., n. 22 a, p. 137. Cf. Diálogo USA I 2/a. In G. GASSMANN et alii (ed.), Um Amt und Herrenmahl — Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch, p. 60.
56 DS 1739. Cr. Catecismo da Igreja Católica, n. 613-614.
57 Eucharistische Gastfreundschaft, n. 22 b., p. 138.
58 WA 3,283,23. Cf. C. F. WISLÖFF, op. cit., p. 16s.
59 Eucharistische Gastfreundschaft, n. 22 c., p. 138.
60 CA XXIV. A Reforma Luterana foi acusada de abolirem a missa (CA XXIV). O que acontece é que Cristo ordena o façamos em memória dele. Razão por que a missa foi instituída com a finalidade de a fé, naqueles que fazem uso do sacramento, recordar quais os benefícios recebidos mediante Cristo, e erguer e consolar a consciência apavorada. Pois recordar a Cristo é recordar os benefícios e sentir que verdadeiramente são oferecidos a nós. E não basta recordar a história, porque isso também o podem os judeus e ímpios. A missa, portanto, deve realizar-se a fim de nela ser administrado o sacramento àqueles que necessitam de consolo, como diz Ambrósio: ‘Visto que sempre peco, sempre devo tomar remédio (CA XXIV). Como, pois, a missa é tal comunhão do sacramento, conserva-se entre nós uma só missa comum […] (CA XXIV). Para que alcancemos essa fé, foi instituído o ministério que ensina o evangelho e administra os sacramentos (CA V). Ensinam, outrossim, que sempre permanecerá uma santa Igreja. E a Igreja é a congregação dos santos, na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da Igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e à administração dos sacramentos (CA VII).
61 WA 15, 482, 31. Lutero recomenda a confissão secreta (WA 15, 485, 23-24). A confissão pode acontecer entre dois cristãos que se aconselham mutuamente (WA 15, 487, 29s). Para Lutero não devemos dar tanta importância às nossas próprias palavras ditas na confissão. Devemos dar importância para o evangelho e a absolvição (WA 15, 486, 20s). O fundamental é crer na graça de Deus e nesta graça os pecados confessados e os não-confessados são perdoados (WA 15, 489, 25s).
62. WA 15, 481, 23-24; WA 15, 485, 10-11: Pois a Deus ninguém pode vir senão por desejo e livre vontade. Por isto ninguém pode obrigar (Denn zu Gott kan nyemand kommen denn der mit lust und freyem willen kompt, darurnb kan dich nyemand dahyn treyben).
63. WA 15, 481, 16-17: […] recht und macht haben […1.
64. WA 15, 498, 23s.
65. WA 40, I 68s; WA 18, 652; WA 46, 624. Cf. V. VAJTA, Die Einheit der Kirche und die Feier des Heiligen Abendmahls. In id., Kirche und Abendmahl — Studien und Dokumente zur Frage der Abendmahlsgemeinschaft im Luthertum, p. 340s.
66. WA 8, 438,14.
67. WA 6, 525,12.
68. Trid. Sess. 22 Can. 1: S. q. d. Cf. C. F. WISLÖFF, op. cit., p. 114.
69. Cf. WA 10 II, 211,36s.
70. WA 7,137,14s: Omnis persona simul peccatrix est, dum justa est (WA 7,137,14s). Cf. S. B. DALFERTH, Die Zweireichelehre Martin Luthers im Dialog mit der Befreiungstheologie Leonardo Boffs, p. 94.
71. WA 7,3011-24. Cf. id., Ibid., p. 139.
72. C. F. WISLOFF, op. cit., p. 39.
73. WA 15, 484, 14-15: Denn Gott will keynem gnedig seyn noch seyn sund vergeben, er vergebe denn seynem nehisten auch. Cf. S. B. DALFERTH, op. cit., p. 123.
74. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 10 c., p. 133.
75. Ibid., n. 10 c, p. 133.
76. Ibid., n. 14, p. 135s.
77. Ibid., n. 21, p. 137.
78. Ibid., n. 15, p. 136.
79. Ibid., n, 17 a., p. 136.
80. Ibid., n, 17 b., p. 136.
81. Ibid., n. 19 a, p. 137.
82. Ibid., n. 22 a, p. 137.
83. EVANGELISCH-LUTHERISCHE/RÖMISCH-KATHOLISCHE STUDIENKOMMISSION. Das offizielle lutherisch-katholische Gespräch auf Weltebene (Relatório de Malta) – Bericht der evangelisch/römisch-katholischen Studienkommis-sion Das Evangelium und die Kirche (1971). In Um Amt und Herrenmahl – Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch, Frankfurt am Main: Otto Lembeck, p. 49. Cf. UR (Decreto sobre o ecumenismo) n. 3: Pois aqueles que crêem em Cristo e foram devidamente batizados estão em certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja Católica (p. 219).
84. UR n. 22.
85 Ibid., n. 22. Sobre o reconhecimento mútuo do Batismo, cf. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 75.
86 Ibid., n. 22. Catecismo da igreja Católica, n. 1400. Cf. J. HOFFMANN, W. LOHFF, H. MAYER (COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA DE ESTUDOS), Admissão Mútua à Ceia do Senhor – Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, n. 18.
87. LG 1. Cf. C. ROCCHETTA, Os Sacramentos da Fé, p. 173s.
88 GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 43. Cf. também Evangelischer Erwachsenenkatechismus (Vereinigte Evangelisch-Lutherische Kirche Deutschlands), p. 1125.
89. Ibid., p. 46.
90. Cf. N. KIRST, Liturgia. In Christoph SCHNEIDER-HARPPRECHT (org.), Teologia Prática no Contexto do América Latina. São Leopoldo: ASTE, Sinodal, 1998, p. I24s. 91
91. Cf. também Evangelischer Erwachsenenkatechismus (Vereinigte Evangelisch-Lutherische Kirche Deutschlands), g. 1125.
92. 0 número de sacramentos foi fixado no Concílio de Florença em 1439. Cf. BILA-TERALE ARBEITSGRUPPE DER DEUTSCHEN BISCHOFSKONFERENZ UND DER KIRCHENLEITUNG DER VEREINIGTEN EVANGELISCH-LUTHERISCHEN KIRCHE DEUTSCHLANDS, Kirchengemeinschaft in Wort und Sakrament, n. 44 e 46. Cf. também CA XI-XIII.
93. Catecismo do Igreja Católica, n. 1263. Cf. DS 1316.
94. Ibid., n. 1264. Cf. DS 1515.
95. Ibid., n. 980 e 981.
96. Ibid., n. 1395.
97. Ibid., n. 782.
98. Relatório de Malta, n. 72.
99. Ibid.
100. Ibid.
101. WA 6, 523, 17-19.
102. WA 25,321,23-24: Ea redemptio est, qua Christus morte sua exhausit in cruce peccatum, mortem et infernum et redimit nos liberatione perpetua.
103. WA 25,430, 34-35.
104. Cf. H.-M. BARTH, Luthers Ethos der Freiheit, p. 13.
105. WA 2,138,35s.
106. Catecismo da Igreja Católica, n. 618.
107. T. DE AQUINO, S. Th. III q. 79 a 7.
108. SC 59.
109. WA 6, 523, 21-26.
110. Cf. WA 6, 526, 13s.
111. WA 6, 525, 36.
112. WA 6,515,17.
113. WA 10, 19, 27 20, I.
114. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 106. Cf. CA 28,28; Ap. XIV,1. Cf., ainda, GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das geistliche Amt der Kirche, n. 42.
115. WA 6, 407, 34s.
116. WA 40,173,21-24. WA 40,179,17-19.
117 GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft, n. 57, em alusão a Alle unter einem Christus, n. 18. Cf. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVAN-GELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das geistliche Amt der Kirche, n. 17.
118 Ibid., n. 57, em alusão a GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das geistliche Amt in der Kirche, n. 31.
119 Ibid., n. 57, em alusão a GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das geistliche Amt in der Kirche, n. 14 e 23.
120. Relatório de Malta, n. 63.
121. LG n. 8. Cf. CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo, n. 17.
122. Relatório de Malta, n. 71.
123. Didachê 9,5. Cf. V. VAJTA, Die Einheit der Kirche und die Feier des Heiligen Abendmahls. In id. (ed.), Kirche und Abendmahl, Studien und Dokumentation zur Frage der Abendmahlsgemeinschaft im Luthertum, p. 340.
124. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 9, p. 133.
125. Ibid., n. 10 a. Cf. Relatório de Malta, n. 21.
126. COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA, Caminhos para a Comunhão, n. 44. In Revista Eclesiástica Brasileira, vol. 42, fasc. 165, 127 de 1982, p. 163.
127. Ibid., n. 48.
128. Ibid., n. 48.
129. Ibid., n. 49.
130. Relatório de Malta, n. 74.
131. Ibid.
132. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 3, p. 131.
133. Cf. CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo, n. 66.
134. Cf. Eucharistische Gastfreundschaft, n. 23, p. 138.
135. GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl, n. 26.
136. Ibid., n. 27.
137. Ibid., n. 64.
138. Ibid., n. 56.
139. UR, n. 15.
140. GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl, n. 72. 1
141. CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo, n. 130-131.
142. HOFFMANN, W. LOHFF, H. MAYER (COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA DE ESTUDOS), Admissão Mútua à Ceia do Senhor — Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, n. 1
143. Ibid., n. 4 a.
144. Ibid., n. 4 b e n. 17.
145. GRUPO DE DOMBES (COMISSÃO MISTA FRANCESA), Auf dem Wege zu ein und demselben eucharistischen Glauben, n. 21. In G. GASSMANN et alii. (ed.), Um Amt und Herrenmahl — Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch, p. 108.
146. J. HOFFMANN, W. LOHFF, H. MAYER, (COMISSÃO MISTA INTERNACIO-NAL CATÓLICO-LUTERANA DE ESTUDOS), Admissão Mútua à Ceia do Senhor — Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, n. 5.
147. Ibid. n. 8.
148. UR 8.
149. J. HOFFMANN, W. LOHFF, H. MAYER (COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA DE ESTUDOS), Admissão Mútua à Ceia do Senhor — Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, n. 18.
150. Ibid., n. 23.
151. Ibid., n. 24.
152. Ibid., n. 7 a.
153. Ibid., n. 7 b.
154. Ibid., n. 7 d.
155. Ibid., n. 16.
156. Ibid., n. 15.
157. Ibid., n. 25.
158. Ibid., n. 25.
159. Ibid., n. 27. Cf. Relatório de Malta, n. 64.
160. Ibid., n. 27. Cf. Relatório de Malta n. 64, n. 72 e 73.
161. C.-P. MÁRZ, Eucharistie. In Lexikon der katholischen Dogmatik, p. 945.
162. Ibid., p. 148.
163. Ibid., p. 148.
164. Ibid., p. 149.
165. Relatório de Malta, n. 32, p. 34.
166. Ibid., em alusão à DH, n. 2.
167. DH n. 2.
168. H. SASSE, Thesen zur Frage nach der Kirchen— und Ahendmahlsgemeinschaft (1937). In Friedrich Wilhelm HOPF (ed.). In Statu Confissionis Gesammelte Aufsätze von Hermann Sasse, p. 117: Wer die Einheit der christlichen Gemeinde zerstört, versündigt sich an Christus. Wer Spaltungen der Abendmahlsgemeinde verursacht, feiert das Abendmahl unwürdig und isst und trinkt Leib und Blut des Herrn sich selbst zum Gericht.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSEMBLÉIA DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS 1961, em Nova Delhi, Seção III.
BARTH, Hans-Martin. Luthers Ethos der Freiheit. In id. e LEIPOLD, Heinrich (ed.). Luther. Der Streit um sein Erbe. Ringvorlesung des Fachbereichs Evangelische Theologie der Philipps-Universität Marburg im Wintersemester 1983- 1984, p. 9-20, Kassel, 1984.
BILATERALE ARBEITSGRUPPE DER DEUTSCHEN BISCHOFSKONFERENZ UND DER KIRCHENLEITUNG DER VEREINIGTEN EVANGELISCH-LUTHERISCHEN KIRCHE DEUTSCHLANDS, Kirchengemeinschaft in Wort und Sakrament. Hannover: Lutherisches Verlagshaus, 1984.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA.
COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA, Caminhos para a Comunhão. In Revista Eclesiástica Brasileira, v. 42, fasc. 165, março de 1982, p. 155-183.
COMISSÃO MISTA INTERNACIONAL CATÓLICO-LUTERANA, Das Evangelium und die Kirche. In GASSMANN, Günther et al. (ed.). Um Amt und Herrenmahl — Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch. Frankfurt am Main: Verlag Otto Lembeck, p. 23-54, 1974.
CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, Diretório para a Aplicação e Normas sobre o ecumenismo. São Paulo: Paulinas, 1994.
DALFERTH, Silfredo Bernardo. Die Zweireichelehre Martin Luthers im Dialog mit der Befreiungstheologie Leonardo Boffs. Frankfurt am Main: Peter Lang, 1996.
DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO POR GRAÇA E FÉ — Declaração Conjunta Católica Romana — Evangélica Luterana. Porto Alegre: Cebi e Edipucrs, 1998. Eucharistische Gastbereitschaft — Stellungnahme des Strassburger Instituts zur lutherisch-katholischen Abendmahlsgemeinschaft. In GASSMANN, Günther; LIENHARD, Marc e MAYER, Harding (ed.), Um Amt und Herrenmahl, Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch. Frankfurt am Main: Otto Lembeck, 1974, p. 129-146.
ELCHINGER, Léon Arthur. Eucharistische Gastfreundschaft für gemischtkonfessionelle Ehepaare im Elsass. In SCHWÖRTER, Horst, Amt Eucharistie-Abendmahl. Leipzig: Benno, 1996, p. 91-96.
EVANGELISCH-LUTHERISCHE/RÖMISCH-KATHOLISCHE STUDENKOMMISSION, Das offizielle lutherisch-katholische Gespräch auf Weltebene (Relatório de Malta) — Bericht der evangelisch/römisch-katholischen Studienkommission Das Evangelium und die Kirche (1971). In Um Amt und Herrenmahl Dokumente zum evangelisch/römisch-katholischen Gespräch. Frankfurt am Main: Otto Lembeck, 1974, p. 21-54.
Evangelischer Erwachsenenkatechismus da VELKD (Vereinigte Evangelisch-Lutherische Kirche Deutschlands). Gütersloh: Gütersloher Verlagshaus, 1975.
GASSMANN, Günther e MEYER. Die Einheit der Kirche. Voraussetzungen und Gestalt. Stuttgart: LWB-Report, 1983, v. 15, p. 3-28.
GEMEINSAME ROMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMIS SION, Einheit vor Uns. Modelle, Formen und Phasen katholisch/lutherischer Kirchengemeinschaft. Frankfurt am Maio: Otto Lembeck, 1985.
GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das Herrenmahl. Frankfurt am Main: Otto Lembeck, 1979.
GEMEINSAME RÖMISCH-KATHOLISCHE EVANGELISCH-LUTHERISCHE KOMMISSION, Das geistliche Amt der Kirche. Frankfurt am Main: Otto Lembeck, 1981.
HOFFMANN, J., LOHFF, W., MAYER, H. (Comissão Mista Internacional Católico-Luterana de Estudos). Admissão Mútua à Ceia do Senhor — Documento da Segunda Fase do Diálogo Internacional Católico-Luterano, 1979 (Documento não foi publicado no Brasil).
KIRST, Nelson. Liturgia. In SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph (org.), Teologia Prática no Contexto da América Latina. São Leopoldo: ASTE, Sinodal, 1998, p. 119-142.
MARZ, Claus-Peter. Eucharistie. In Lexikon der katholischen Dogmatik. Freiburg: Herder, 1991, p. 944-945.
PÖHLMANN, Horst Georg. Abriss der Dogmatik. Gütersloh: Gütersloher Verlag-shaus Gerd Mohn, 1973.
ROCCHETTA, Carlo. Os Sacramentos da Fé. São Paulo: Paulinas, 1991.
SASSE, Herrmann. Thesen zur Frage nach der Kirchen— und Abendmahlsgemeinschaft (1937). In HOPF, Friedrich Wilhelm (ed.), In Statu Confissionis — Gesammelte Aufsätze von Hermann Sasse. Frankfurt und Berlin: Lutherisches Verlagshaus, 1965, p. 115-121.
SCHNEIDER, Theodor. Zeichen der Nähe Gottes. Grundriss der Sakramentaltheologie. Mainz, 1979.
VAJTA, Vilmos. Die Einheit der Kirche und die Feier des Heiligen Abendmahls. In id., Kirche und Abendmahl — Studien und Dokumentation zur Frage der Abendmahlsgemeinschaft im Luthertum. Berlin und Hamburg: Lutherisches Verlagshaus, 1963, p. 307-344.
WISLÖFF, Carl Fr. Abendmahl und Messe. Die Kritik Luthers um Messopfer. Berlin und Hamburg: Lutherisches Verlagshaus, 1969.
Siglas:
AP- Apologia Confissionis Augustanae
CA – Confessio Augustana
DH – Dignitatis Humanae — Declaração sobre a liberdade religiosa
DS – DENZINGER, H. e SCHONMETZER, A. Enchiridion symbolorum definitionum et declarationum de rebus fidei et morum. Herder, 1965
DV – Dei Verbum. Constituição dogmática sobre a Divina Revelação
LG – Lumen Gentium. Constituição Dogmática sobre a Igreja
PO – Presbyterorum Ordinis. Decreto sobre o ministério e vida dos presbíteros
ST – SUMMA THEOLOGICA
SC – Sacrosanctum Conciliam. Constituição sobre a Sagrada Liturgia
Trid. – Concílio de Trento
WA – D. Martin Luthers Werke. Kritische Gesamtausgabe, Weimar, 1883s
Veja mais:
Hospitalidade Eucarística
Apresentação – Huberto Kirchheim
Palavras de Apresentação – Dom Ivo Lorscheiter
Hospitalidade eucarística – Declaração de um seminário bilateral — IECLB-CNBB
Hospitalidade eucarística – Silfredo Bernardo Dalferth
Lucas 17.11-19 — Uma reflexão ecumênica – Gottfried Brakemeier
Admissão Mútua à Ceia do Senhor – Joseph Hoffmann, Wenzel Lohff e Harding Meyer
Eucaristia e unidade eclesial – Juan A. Ruiz de Gopegui, SJ