Olhando Corinto de perto
A cidade de Corinto tinha sido destruída em 146 a.C e fora reerguida como colônia romana no ano 44 d.C.. Além da presença dos habitantes remanescentes, com suas culturas e cultos, Corinto foi repovoada principalmente por romanos. Também se deslocaram para lá outros povos. Entre eles, havia judeus.
Sua localização geográfica favorecia-a do ponto de vista estratégico. Estando próxima a dois portos, o comércio era intenso. Isto fez com que Corinto também se transformasse rapidamente numa metrópole e, possivelmente, num centro financeiro do comércio antigo. Em decorrência disso, havia ali todo tipo imaginável de profissões e categorias sociais.
Por causa da diversidade cultural, havia em Corinto um número incontável de cultos e templos, um modelo de sincretismo antigo, um mercado religioso livre.
Paulo chegara pela primeira vez a Corinto na sua segunda viagem missionária, em 49 ou 50 d.C. A partir da sua atuação, nascera a comunidade cristã nesse local. Depois da sua saída, os cristãos daquele lugar, entre os quais havia os recém-convertidos do paganismo, estavam expostos à influência constante das culturas e religiões que lá coexistiam. E isto trouxe conseqüências para a comunidade.
No caso dos cristãos de origem judaica, a tradição da realização da refeição comunitária tradicional ajudava-os a preservar de modo natural os componentes sociais e, principalmente, religiosos dos eventos comunitários. Mas este não foi mais o caso das igrejas gentílicas ou de forte influência gentílica, como em Corinto, apesar da presença de judeus na comunidade. Ali, nos clubes helênicos normalmente a motivação religiosa do evento mostrou ser um pretexto para encontrar-se. Por isso, em Corinto, os aspectos seculares e sociais obscureceram, em grande parte, os elementos religiosos e sacramentais da refeição comunitária. Se Paulo tinha introduzido naquela comunidade a ceia do Senhor ainda vinculada ao ágape (refeição comunitária fraternal), é fácil de perceber que os cristãos de origem não judaica, recém-convertidos, ainda instáveis na fé, podiam colocar o peso maior nos aspectos da sua tradição religiosa e cultural do que naqueles observados na fração do pão e na bênção do cálice.
Pelas razões acima apontadas, os acontecimentos da comunidade de Corinto chocavam-se com a posição de Paulo. Enquanto a expressão da fé se articulava de forma cada vez mais individualizada e a estratificação social crescia; enquanto as divisões (1Co 1.10) e a falta de preocupação com os irmãos e irmãs que tinham fome (11.21) aumentavam, Paulo queria que a vida cristã contribuísse para a .edificação. (14.12) do corpo comunitário. Para ele, a plenitude do reino irrompido com Cristo ainda estava por acontecer. Mas a fé precisava ter expressão histórica já agora, na forma da vivência comunitária. O símbolo-chave na resposta de Paulo é o do corpo: o corpo do indivíduo, o corpo de Jesus Cristo e a Igreja. Paulo queria ver a comunidade de Corinto unida, seus membros solidários uns com os outros. Deu ênfase à atenção para com os membros “mais fracos”, “menos dignos”, “que menos tinham” (1Co 12.22-24).
Para dialogar: a relação entre vida em comunidade e a ceia do Senhor.
Olhando o texto de perto
A primeira carta de Paulo, escrita aos coríntios por volta do ano 55 d.C., precisa ser interpretada a partir do quadro acima descrito (contexto). A comunidade cristã de Corinto conhecia a mensagem evangélica, que fora previamente anunciada por Paulo (1Co 1.9). Mesmo assim, ela convivia com inúmeras distorções, quando sua conduta era confrontada com o conteúdo daquela mensagem. Uma dessas distorções está descrita em 1Co 11.17-34. E ela trata expressamente da relação entre ceia do Senhor (ou Eucaristia) e conflitos comunitários. E é no meio dessa trama de Evangelho e conflitos em Corinto que encontramos um raio de luz sobre o tema da presença (ou ausência!) de crianças na ceia do Senhor.
Ler 1 Coríntios 11.17-34
O que intranqüiliza Paulo em relação à comunidade de Corinto é o que lá se passa com a ceia do Senhor. Sua intervenção é consistente e veemente. É isto que revela um conjunto de expressões presentes no v. 17.
“Vos prescrevo”. É um termo que, no Novo Testamento, expressa toda a autoridade de Cristo, na qual o apóstolo tem parte. É pela autoridade de Cristo que Paulo se manifesta em Corinto.
“Vos ajuntais”. O uso repetido deste verbo (vv. l8,20,33,34), em conjunto com o termo igreja (vv. 18,22), bem como a contraposição de “para melhor” e “para pior” (v. 17) acentuam as contradições reinantes na comunidade, especialmente quando confrontadas com as divisões apontadas no próximo versículo. O que, pela lógica, deveria ser motivo de alegria e razão para louvar a comunidade, assim como Paulo fizera anteriormente (11.2), é causa para a ausência do elogio (não vos louvo, 11.17) e motivo da sua crítica e perplexidade. A comunidade experimenta a contradição de reunir-se para fortalecer as divisões. O que se passa na comunidade não contribui para a “edificação”, para um estar aí para o outro.
A comunidade está corroída por “divisões” (v. 18), por desavenças, divergências de opinião e perturbação da paz. Há formação dos “partidos” (v. 19). Estruturam-se grupos e escolas teológicas. É, na comunidade de Corinto a divisão é organizada! E a divisão reinante, já mencionada no início da carta (1.10-12), agrava-se com as celebrações eucarísticas. Desta forma, o que caracteriza a vida de uma .igreja., uma comunidade (vv. l8,22) reunida, congregada, isso é negado pelo modo de proceder dos cristãos de Corinto, quando se encontram para a ceia do Senhor.
Para dialogar: reunir-se para fortalecer as divisões, mesmo celebrando a Ceia.
Capta-se o cerne da crítica de Paulo a partir do seu conceito de “igreja”, expresso pela figura do .corpo. (Rm 12.4-5). De acordo com 1Co 10.16-17, o encontro da comunidade é a manifestação do “corpo” que ela recebe na ceia do Senhor. A comunidade é e recebe o corpo de Cristo. Portanto, o ato de receber o pão e beber do cálice e o encontro em si tornam-na corpo de Cristo. É por isso que Paulo valoriza tanto o “momento da comunhão”. Ali é que se expressa que o corpo de Cristo recebido na ceia do Senhor congrega a comunidade e a faz corpo de Cristo. Paulo quer que a comunidade entenda que o corpo de Cristo, dado na ceia do Senhor, congrega aqueles que o recebem num corpo e os torna responsáveis no amor mútuo. Há, portanto, uma unidade entre corpo, igreja e responsabilidade com o irmão e a irmã (10.14s. e 10.23s.).
A comunidade reúne-se para celebrar a ceia do Senhor (v. 20). É de singular importância entender essa “ceia do Senhor” a partir da tradição judaica. Ela não foi fruto da magia de Jesus. Paulo refere-se a ela enquanto refeição normal e completa. A ceia do Senhor era naquela vez uma real refeição conjunta no círculo da comunidade, para a qual os membros traziam algo para comer. Cada qual trazia sua parte consigo. E isso era pensado assim que tudo seria colocado junto e, então, distribuído uniformemente.
Ceia do Senhor é, de acordo com Paulo, uma realização da comunidade, composta de dois momentos distintos, mas de forma alguma separados. Ceia do Senhor é uma refeição durante a qual se realiza o ato (sacramental) que Cristo instituiu por ocasião de sua última ceia com os discípulos. Somente se pode falar da concepção paulina da Eucaristia quando se tem em mente a unidade da refeição comunitária para saciar a fome e Eucaristia sacramental. Para Paulo, a ceia do Senhor é composta pela refeição comunitária e a ceia cultual. Por ser ceia do Senhor, é ele quem convida. E o Senhor convida a todos. E, de acordo com Paulo, o Senhor convida a todos também para a refeição. Mas, em Corinto, a ceia não é mais do Senhor, pois eliminou-se uma das partes que a compõem quando o convite é feito por ele. Ora, uma refeição onde não se põe em comum, onde não se partilha entre todos o que cada um trouxe, onde cada um come egoisticamente o seu próprio prato, não poderá servir de contexto à celebração da ceia do Senhor.
O apóstolo diz aos coríntios que, na sua comunidade, a ceia do Senhor está substituída e deturpada pela “própria ceia” (v. 21). Os alimentos ofertados pelos membros economicamente melhor situados, destinados para a partilha comunitária, são utilizados para a refeição particular, de grupo privado, que transcorre antes da ceia sacramental. Os melhor situados fazem desses alimentos um banquete particular. E, por essa refeição não mais estar determinada pelo Senhor, mas por cada um, a comunhão dissolveu-se. Por causa disso, a ceia do Senhor está destruída.
A comunhão é destruída quando se celebra a ceia particular. O escândalo está consumado quando, ao invés de partilhar os alimentos, os que nada puderam trazer passam fome ao lado de uma mesa farta. A satisfação física dos carentes e famintos por ocasião da ceia comunitária era um sinal de que a salvação trazida por Jesus também inclui a corporalidade do ser humano.
Com seu objetivo de ajudar a comunidade de Corinto a superar o conflito existente, Paulo não traz novidades, mas apela para a instituição de Jesus (v. 23). Essa ele reafirma como valor recebido e já transmitido à comunidade. A ela, e tão-somente a ela, o apóstolo recorre no contexto da discussão em Corinto. Ele resgata a prática eucarística enraizada na tradição judaico-cristã, tradição que o próprio Jesus assumira. E, ao fazer menção ao evento fundante (a lembrança da noite da traição de Jesus e da instituição da ceia do Senhor), Paulo reaviva o caráter histórico do Jesus crucificado, agora o Cristo eucarístico.
O mesmo ocorre com o pedido para que a ceia do Senhor seja em memória de Jesus (v. 24). Paulo demonstra que na ceia do Senhor, que é anámnesis (recordação que torna o recordado algo vivo, presente) da vida, morte e ressurreição de Jesus, não se estão ingerindo apenas alimentos, apesar da sua insistência na partilha. Na ceia do Senhor, come-se e bebe-se o corpo e o sangue do Filho de Deus, que se encarnou na condição humana e atuou na história. Por ser “em memória” de Cristo, a ceia do Senhor reafirma publicamente, diante da comunidade e do mundo, a ação salvífica de Deus e o senhorio do crucificado. Ao citar a narrativa acerca da última ceia de Jesus, Paulo indica que, segundo a tradição, a verdadeira refeição, o comer e beber juntos, é parte integrante da celebração eucarística.
Para dialogar: a relação entre nossas festas comunitárias e a ceia do Senhor.
E é nesse ambiente que Paulo atesta que a ceia do Senhor está sendo tomada “indignamente”(v. 27). Come-se indignamente quando a ceia do Senhor é transformada em refeição particular (v. 21), exclusivista e instante (supostamente) sacramental desvinculado da comunhão plena, com Deus e com o semelhante. O v. 21 fornece os dados concretos para entender o que é indigno. A indignidade é expressa através do resguardo da celebração própria, particular, do desprezo dos pobres, do embebedar-se; quando ela é usufruída de forma inapropriada.
A participação na ceia do Senhor torna-se indigna e redunda em culpa (segundo Mt 5.21, estará sujeito a julgamento) quando se destrói seu caráter comunitário. A ceia do Senhor é destruída quando ela não é compreendida como commnunio. Na comunhão com os outros, trata-se da comunhão com Deus. Por isso, inversamente, ao ferir a comunhão mútua, a comunidade de Corinto se torna culpada do corpo e sangue do Senhor. Além disso, a culpa e a indignidade vêm à tona porque as atitudes que impedem a comunhão são idênticas às que causaram o assassinato de Jesus. Impedir ou aniquilar a comunhão é tornar-se “réu” (culpado) da morte de Cristo. Indigna e culpada é toda pessoa que come separada, anterior, particularmente a comida que (a) está destinada para ser partilhada no grupo em que há carentes e famintos que dela dependem e (b) serve para celebrar a memória da morte e ressurreição de Cristo. Indigna de participar da ceia sacramental é toda pessoa que quer celebrar a comunhão eucarística, mas nega-se a partilhar ou a empenhar-se pela partilha do pão que sacia a fome física.
Para dialogar: compreender corretamente o que Paulo aponta como sendo indigno.
Dá para transferir essa questão da (in)dignidade para as crianças?
Por isso é que Paulo pede: ”examine-se” (v. 28) quem participar da ceia do Senhor. Desta afirmação, especialmente a partir do contexto em que o auto-exame está proposto, já se pode deduzir que esse exame não trata do reconhecimento individualizado e introvertido do pecado, pelo qual a pessoa tivesse que resolver seu caso exclusivamente com Deus. O auto-exame conduz à declaração pública da culpa que surgiu a partir do comportamento indevido na relação com o próximo. A culpa é conseqüência do comportamento .indigno. na ceia do Senhor. Fazendo um auto-exame, a pessoa percebe que a ceia instituída pelo Senhor foi deturpada.
O auto-exame permite averiguar se há coerência entre uma atitude anterior, já tomada, e outra que está na iminência de ser tomada. No caso de Corinto, seria uma questão de verificar a coerência interna, constante e conseqüente entre o comportamento adotado por ocasião da refeição propriamente dita e o momento da celebração da memória da morte e ressurreição de Cristo. Trata-se de um auto-exame que olha para a realidade circundante, para o contexto. Fazendo-o, o indivíduo vai reconhecer-se inserido num coletivo. Além disso, o “examine-se” proposto por Paulo também está fundamentado nas palavras de Jesus “fazei isto em memória de mim”. O desvirtuamento da ceia do Senhor em Corinto seria evitado se a própria razão de ser do evento fosse recuperada, de acordo com sua instituição na origem. Isto também resultaria num auto-exame adequado.
Para dialogar: nossa compreensão do “examine-se” é o mesmo que Paulo aponta?
No v. 29, Paulo adverte que é preciso “discernir” o “corpo” para evitar o “juízo”. O verbo discernir traduz um discernimento que sonda a singularidade de cada um dos aspectos que perfazem o todo de uma situação vivenciada. Trata-se de uma análise minuciosa. Juízo refere-se ao julgamento do fim dos tempos, que, no entanto, se decide no comportamento havido na história presente.
Paulo quer que os cristãos de Corinto, particularmente aqueles que comem antecipadamente (v. 21), que têm casa e comida (v. 22), percebam, por meio do discernimento, que na ceia do Senhor estão envolvidas diversas dimensões. Ela é refeição, é presença viva de Jesus Cristo, é expressão do corpo comunitário. Comer e beber a ceia do Senhor e negar-se a partilhar (ou encontrar razões para não possibilitar a comunhão plena) é colocar-se sob a ira de Deus. Sem discernimento, há julgamento. O julgamento, portanto, está relacionado à postura que os julgados adotam na convivialidade com o próximo na comunidade e na sociedade, especialmente por ocasião da celebração da ceia do Senhor (v. 21). Não basta participar da ceia do Senhor para corresponder ao que Jesus pediu que fosse realizado em sua memória, para obedecer a sua ordem. Tal participação nem é garantia de salvação. Antes, pode ser razão para provocar a ira de Deus e conduzir à condenação. Aquele ou aquela que não espera pelo outro; que não aceita a outra na refeição – comunitária e eucarística – reúne-se e come para seu próprio julgamento.
Para dialogar: ceia do Senhor é… ou tem a ver com… o que tudo?
A situação da comunidade de Corinto, apesar da gravidade, não está perdida. Há chances de mudar. Eis a esperança cristã! O caminho é o discernimento, o reconhecimento do erro e da culpa. Procedendo deste modo, evita-se sofrer um julgamento. Diante do que ocorre em Corinto, Paulo afirma que cada pessoa recebeu de Deus a capacidade de auto-examinarse, de reconhecer o erro, de corrigir comportamentos e atitudes. Aos que, em Corinto, não aguardam para partilhar a comida e, com isso, receber dignamente o corpo e sangue do Senhor, o caminho desse auto-exame passa pela reaproximação com aqueles irmãos e irmãs que “nada têm”.
A comunidade de Corinto pode reverter o quadro vigente porque, de acordo com Paulo, é o próprio Senhor que assim o espera (v. 32). O ato de ser julgado por Deus quer evitar o julgamento derradeiro e condenatório. É exatamente esse julgamento condenatório que pode ser evitado pelo julgamento corretivo de Deus. Através do seu julgamento, Deus não visa simplesmente condenar. Ele quer admoestar e conduzir para a correção. Na verdade, ainda que faça uma admoestação extremamente severa, Paulo aponta a graça e a misericórdia de Deus. Pelo julgamento corretivo, Deus almeja colocar cada pessoa em sintonia com o próximo, animando-a para o exercício da responsabilidade cristã. É por esta razão que os cristãos, desde os primórdios, praticavam com regularidade o gesto da paz (ósculo santo), que hoje pode ser traduzido num caloroso abraço. É o gesto que expressa a disposição de quem comunga em deixar conduzir-se a uma comunhão comprometida através do sacramento.
A possibilidade da absolvição na hora do juízo passa pelo correto relacionamento com os que, na ceia do Senhor, necessitam saciar também a sua fome (v. 21) e que, para isso, carecem da solidariedade dos demais. O v. 33 expressa de forma concisa a compreensão que Paulo tem da ceia do Senhor. O apóstolo exorta os integrantes da comunidade a esperarem uns pelos outros para o início da ceia do Senhor. Este é o meio para poderem acabar da forma mais simples com seus delitos contra a fraterna ceia do amor na refeição conjunta. Ceia do Senhor é o encontro celebrativo no qual a comunidade partilha os alimentos necessários para saciar a fome e realiza o ato sacramental que re-atualiza a memória da morte e ressurreição de Cristo. Desse modo, a ceia do Senhor concretiza a fraternidade que Paulo prefigura na sua maneira de tratar a comunidade de Corinto: meus irmãos. O que importa é concretizar essa “fraternidade” quando da celebração da ceia do Senhor.
A comunidade de Corinto é animada a realizar, à luz da memória viva de Cristo, sob os impulsos advindos da comunhão, o que já era praxe até mesmo em muitos círculos sociais da tradição helenista: não nos convidamos para comer ou beber, mas para beber e comer em conjunto. O texto de 1 Coríntios 11 não permite concluir que, nessa época, a ceia do Senhor não estava mais associada a um ágape. A unidade original entre Eucaristia e refeição fora quebrada pela postura dos economicamente melhor situados. Mas Paulo insiste no resgate dessa unidade. Deixa bem claro: quem celebra a ceia do Senhor também partilha o alimento que sacia a fome da irmã e do irmão em Cristo.
Para dialogar: será que o texto de 1 Co 11 pode ser utilizado para melindrar, dificultar ou mesmo impedir a presença das crianças na ceia do Senhor?
Ao usar 1 Co 11 como critério para dizer que crianças não estão preparadas para participar da ceia do Senhor, não estamos desviando o foco de outras questões centrais do significado desse sacramento, essenciais para nossa vida em comunidade e para nosso testemunho público?
(Este estudo está baseado no capítulo II da tese de doutorado de Martini, intitulada Eucaristia e conflitos comunitários. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2003).