O convite gracioso de Deus
Proclamar Libertação – Volume 46
Prédica: Isaías 55.1-9
Leituras: Lucas 13.1-9 e 1 Coríntios 10.1-13
Autoria: Wilhelm Sell
Data Litúrgica: 3º Domingo na Quaresma
Data da Pregação: 20/03/2022
1. Introdução
Estamos no terceiro domingo do tempo de Quaresma. São quarenta dias que antecedem a Páscoa. É tempo de reflexão sobre o caminho de Jesus Cristo até sua morte e ressurreição. É comum ouvirmos que antigamente esse tempo era tratado com mais reverência e respeito: no âmbito social não havia festas (incluindo casamentos), danças e música alta; no âmbito pessoal alguns também excluíam a ingestão de bebida alcoólica e de alimentos como a carne vermelha. Eram pequenos sinais externos de empatia ao tempo da profunda e total afeição de Jesus Cristo com as pessoas e o cosmos. Mas mesmo que a prática desses sinais penitenciais externos esteja enfraquecida em nossos tempos, a igreja tem como tarefa chamar cristãos e cristãs a refletir sobre esse tempo de forma que se torne significativa a trajetória do Deus encarnado à cruz. E nesse sentido, os textos previstos para leitura podem nos ajudar a indicar caminhos.
O texto de Lucas 13.1-9 está dividido em duas partes. Nos versículos 1 a 5 encontramos uma reflexão de Jesus Cristo sobre duas notícias trágicas. A primeira, o assassinato de alguns galileus peregrinos, a mando de Pilatos, enquanto esses imolavam seus sacrifícios. Alguns religiosos afirmam se tratar do juízo de Deus sobre aqueles que haviam sido mortos, pois seriam demasiadamente pecadores. A segunda notícia, as 18 vidas que se perderam com o desabamento da torre de Siloé, também esses não pereceram por causa de algum juízo de Deus. Jesus Cristo afirma que o juízo de Deus está sobre toda a nação judaica, sobre toda pessoa que não se arrepende. A fim de exemplificar a situação do povo, Jesus conta então a parábola da figueira estéril (versículos 6 a 9). Compara Israel como uma árvore que não estava produzindo frutos. Para o dono da terra, ela deveria ser arrancada para dar lugar a outra, sadia e frutífera. Mas o vinicultor intercedeu e, por isso, o proprietário estava disposto a dar uma nova chance para que, bem adubada, ela tenha nova chance de produzir frutos. É indicativo que também Deus estaria disposto a dar uma nova chance a Israel para se arrepender. Para Jesus Cristo, o surgimento dos frutos é marca na vida da pessoa que se arrepende. Aliás, uma lição que Israel tinha dificuldade histórica em entender, como vemos no texto de 1 Coríntios 10.1-9. Em suma, os textos de leitura ajudam a refletirmos quais são sinais externos que mais importam para o tempo da Quaresma: revisão de vida por meio da palavra de Deus, coração contrito e arrependido, e, consequentemente, o surgimento de frutos concretos para o mundo.
2. Exegese
O texto previsto para a homilia deste 3º Domingo da Quaresma é Isaías 55.1-9. Ele está inserido na parte final da coleção de textos do Dêutero-Isaías (capítulos 40 a 55). Enquanto o “Primeiro-Isaías” (capítulos 1 – 39) tem como pano de fundo a oposição e a dominação política por parte dos assírios, o Dêutero-Isaías reflete a situação política sob a dominação dos babilônios, sendo que o fim do reinado destes já aparece no horizonte por causa do Império Persa, liderado pelo rei Ciro II. Portanto o período abarcado por Dêutero-Isaías é entre 553 e 538 a.C.
O tema que perpassa todo esse bloco de textos é a esperança que brota em meio da realidade complexa, dura e desesperadora por causa do exílio babilônico. O profeta então anuncia que Jahwé conduzirá seu povo de volta para Jerusalém, como num novo êxodo. Diferente da libertação do Egito, esse novo agir salvífico iniciará por Israel, mas abraçará também outros povos (40.5; 41.17-20; 45.1-7,14-17,24; 49.7,14-21,22-26; 52.1-10). Em 55.3 aparece então a promessa do descendente de Davi, aquele que será o novo rei escatológico, que o será para além de Israel. Ou seja, a partir de Israel Deus alcançará todo o mundo, trazendo um novo aspecto de esperança.
Alguns estudiosos sugerem que o capítulo 55 tenha surgido como uma transição entre os capítulos 49-54 e 56-66, uma espécie de dobradiça sobre a qual giram essas seções principais do livro. Aparece o novo aspecto da esperança entrelaçado com a recapitulação da importância de aceitar a palavra profética, pois a vontade de Deus será concretizada apesar do possível ceticismo dos ouvintes. Ou seja, quando nada mais se pode oferecer e em nada mais é possível se agarrar, a graça, a generosidade e a fidelidade de Deus estão presentes. Isso se tornará ainda mais nítido na análise dos versículos.
Propõe-se a seguinte estrutura para Isaías 55.1-9:
v.1-3a: Introdução
v. 1-2a: Vinde, comprai e comei!
v. 2b-3a: Ouvi-me e vinde a mim!
v. 3b-5: Palavras de salvação: aliança eterna
v. 6-7: Buscai e invocai ao Senhor!
v. 8-9: Os pensamentos de Deus excedem a compreensão humana
V. 1-2a – Observamos aqui a insistência daquele que anuncia a proposta feita. Atenção! Não é mais uma oferta corriqueira e comum no mundo do mercado, de troca na hora de comprar. Mesmo a pessoa que não tem dinheiro deve vir e aproveitar, comprar ( שׁבר ) sem dinheiro, pois tudo está sem preço, é de graça. Venham todas as pessoas que têm sede. O convite é generoso e amplo, cada pessoa, individualmente, tem a liberdade de “comprar” sem dinheiro, pois tudo está por “conta” daquele que oferece: Jahwé. Portanto o uso do verbo שׁבר (comprar) é proposital, assim como a ausência de preço ( מחְיִר ). Um detalhe importante: Deus ou o profeta não somente oferece pão e água, mas há aqui uma provisão mais rica e generosa ao acrescentar o leite e o vinho. E, por fim, lança a pergunta: por que gastar dinheiro com aquilo que não é pão? E o fruto do seu trabalho, (ou o resultado do seu labor), com aquilo que não satisfaz (ou com aquilo que nunca será o suficiente = שׁבָעְהָ)?
V. 2b-3a – Novamente aquele que faz a proposta pede a atenção de seus ouvintes: me ouçam com atenção, e comam ( אכל ) aquilo que é bom e deleite o seu ser/alma/nefesh ( נפֶ֫שֶׁ ) com comida saborosa que sacia e mantêm (lit. gordura דּשֶׁ֫ןֶ = ). O ser/alma/nefesh (lit.: goela, garganta) faz referência àquilo que o ser humano é na sua essência: um ser necessitado. Ou seja, a comida oferecida para comprar sem dinheiro, na conta de quem oferece, é exatamente aquilo que satisfaz plenamente o ser.
V. 3b-5 – Após anunciar do que se trata aquilo que é oferecido, mais uma vez pede para que as pessoas ouvintes inclinem seus ouvidos, mas que, além de ouvir, também venham até a fonte dessa grandiosa benesse. Para aqueles que vierem o ser/alma/nefesh viverá, dando a ideia de completude, relembrando o relato da criação (Gn 2.7), quando Deus sopra o fôlego em Adam e ele se torna uma ser/alma/nefesh vivente ( נפֶשֶׁ חָיהָ ). Portanto Deus promete a restauração da condição perdida, a qual não vem com as próprias possibilidades, mas sim pela graça que estará sendo firmada/estabelecida ( כרת : cortar, separar com o corte) numa aliança perpétua, eterna ( עוֹלָם ), com as pessoas que compram sem dinheiro (ação pessoal responsiva) e, assim, são agraciadas. O termo “cortar” para fazer uma aliança aparece pela primeira vez nas Escrituras na história de Deus com Abraão (Gn 15), enfatizando que Deus literalmente corta uma aliança, ou seja, essa linguagem tem sentido com o sacrifício em que os animais eram cortados ao meio, simbolizando cada parte do acordo. Observa-se que o ser humano não tem a iniciativa/força, pelo contrário, quem decide fazer a aliança é o Senhor. Ao ser humano a aliança é oferecida de graça e ela é a concretização das fiéis misericórdias prometidas a Davi. E, assim como a aliança foi eterna com Davi (2Sm 7), ela também será eterna para com o povo de Israel. Há aqui uma amarração do presente com as promessas do passado e com aquilo que será no futuro prometido. Superando qualquer possível fragilidade humana, essa aliança está firmada naquilo que o próprio Deus concretizará por meio de Davi (pela sua semente – veja Sl 89.34-36) a todas as nações. Coaduna com essa interpretação o imperativo divino no início dos versículos 4 e 5 “eis” ( הֵן ), uma interjeição, ou seja, uma chamada de Deus para que o povo “veja” que assim como Davi serviu como testemunha e príncipe (líder), também o povo de Israel terá a mesma função: agir como “príncipe e governador dos povos” (v. 4). Israel deverá assumir o papel de líder entre as nações como testemunha de Jahwé aos demais povos. O povo de Israel recebe a função de chamar/convidar ( קרָָא ) uma nação que não o conhece e que lhe é também desconhecida para que venha estar junto de si e lhe obedecer por causa do Senhor. É um convite aos sedentos. Portanto nações que jamais ouviram falar do Senhor se apressarão para ouvir o seu chamado.
V. 6-7 – Jahwé não se mostra indiferente, inacessível e distante do povo, mas sim próximo, acessível e interessado. Desta forma, ele ainda se permite ser encontrado enquanto é tempo: Buscai ao Senhor enquanto Ele pode ser encontrado; invocai-o enquanto Ele está perto (v. 6). Percebem-se dois verbos nesse versículo que estão no imperativo, o verbo buscar ( דּרַָש ) e invocar ( קרָָא ). Esses verbos expressam a necessária resposta humana ao agir do Senhor. Deus está se dando ao encontro, por isso, busquem e invoquem enquanto é possível. Para quem busca o Senhor é assegurada a vida: Buscai-me e vivei (Am 5.4-6). Jahwé convida para estarem próximos dele: vinde! (v. 3). O v. 7 convida os perversos e iníquos ( (רָשׁעָ para que se convertam ) שָׁב ) de seus maus caminhos e dos seus pecados. Nesse arrependimento está incluída a mudança de mentalidade, de abandonar os velhos e maus hábitos e costumes, e voltar-se com sinceridade ao Senhor. Só assim ele se compadecerá e agirá em misericórdia, porque é grandioso em perdoar.
V. 8-9 – Temos nos v. 8 e 9 a compreensão de que todos se tornam perversos/ímpios (citados no v. 7) e maus quando se afastam do Senhor. Essa é a causa da desgraça que levou o povo à deportação, à dispersão, ao exílio. Israel é convidado a sair dos maus pensamentos e caminhos, pois todos acabaram alimentando-se de coisas terrenas (momentâneas e insaciáveis que o ser humano produz com suas próprias mãos), que os afastaram da presença de Deus. Aqui o Senhor adverte o povo sobre as diferenças entre as coisas do alto e as coisas terrenas: porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais alto do que os vossos pensamentos (v. 9). A graça de Deus ultrapassa/transcende a compreensão humana e ao mesmo tempo é garantia da eficácia da sua misericórdia justamente pela não capacidade de o ser humano conseguir compreender/alcançar tamanha graça de Deus, que descende do alto (pensamentos de Jahwé ≠ pensamentos humanos). Embora o ser humano tenha sido criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), é incapaz de ter uma compreensão plena das coisas do alto. Os pensamentos de Deus sempre estarão acima dos pensamentos do ser humano.
3. Meditação
É possível verificar que o texto do evangelho converge com o texto de Isaías. O tema comum de ambos é a vocação de Israel como testemunha de Deus. Enquanto em Isaías é anunciada essa vocação do povo de Deus em relação a todos os povos, Jesus Cristo conta uma parábola na qual compara Israel a uma figueira estéril, que não estava dando os frutosdevidos. Essa vocação não é exercida a partir das próprias possibilidades e capacidades, mas a partir da graça e companhia de Deus. A pergunta que permanece nesse tempo de Quaresma é sobre quais sinais externos Deus tem como expectativa para seu povo. É claro que esses sinais não se reduzem a esse tempo específico, o extrapola, mas é tempo propício
para a reflexão sobre eles.
As palavras do profeta Isaías são anunciadas para um povo que havia perdido as bases de sua esperança. E é notável que no decorrer de toda história do Antigo Testamento, a busca e o anseio pela saciedade em Deus são frequentemente associados e comparados ao anseio por água e comida. Não é por acaso que o profeta Isaías usa os alimentos que saciam a fome e a sede comparando-os com aquilo que Deus pode fazer na vida daquele povo. Isaías convida Israel para participar do banquete da salvação.
Deus quer ser lembrado por Israel e usa o profeta Isaías para chamar “vinde!” todo o povo (sem distinção de classes) para que se alimentem da palavra de Jahwé enquanto é tempo. A oferta que o profeta faz é demonstração da grandiosa misericórdia do Senhor. Ele insiste: venham! Comprem e comam sem dinheiro e sem preço! Ou seja, esse “vendedor” oferece os mantimentos que são essenciais e básicos sem custo, justamente porque o servo sofredor paga um alto preço (cf. Is 53.11-12).
Os convidados não são somente os da casa de Israel, mas por meio desses também os de fora. Todas as pessoas são chamadas ao banquete. A mesa está posta, o convite está feito! O que todos e todas precisam fazer é simplesmente ouvir com atenção o chamado que Jahwé faz a seus convidados e a suas convidadas. A pergunta é: será que as pessoas daquele contexto estavam dispostas a ouvir esse vinde? Será que conseguiam se enxergar como pessoas necessitadas de serem resgatadas de seu próprio mal? As mesmas perguntas servem para nós hoje! Deus, em sua misericórdia sempre vem ao encontro do ser humano, dando-lhe a chance de reconhecer-se como pecador, atribuir-lhe o perdão e viver a restauração para sua real humanidade.
Só é possível ouvir o que Jahwé tem a dizer quando os ouvidos do povo estiverem inclinados e atentos à voz do Senhor. É dessa forma que, antes de qualquer passo, é preciso escutar atentamente para ir na direção certa, a que leva à saciedade do ser. O profeta Isaías lembra o povo da aliança que Jahwé fez com os da casa de Davi com o intuito de frisar de que essa aliança é eterna e permanecerá para sempre com aqueles que estão sujeitos a serem moldados pelo agir, graça e misericórdia de Deus. É por isso que especialmente os v. 6 e 7 mostram o quão próximo do povo Deus se permite estar. Essa proximidade se tornou plenamente revelada em Jesus Cristo, o Messias anunciado já no Antigo Testamento pelos profetas. Jahwé deseja que o ser humano o busque enquanto for possível encontrá-lo. Esse encontro dá a todas as pessoas que ouvem a possibilidade de nova vida, de arrependimento e participação no banquete da salvação. A misericórdia do Senhor não cessa, sempre é tempo de autoanálise a partir da Palavra, se converter das más ações, da idolatria, do egocentrismo, e olhar para a cruz de Cristo e a salvação. Essa é a dinâmica de lei e evangelho.
Grandiosa é a graça de Deus que anseia pelo arrependimento do ser humano, que deseja que a humanidade se volte para ele. Por mais que o ser humano busque prazer e sentido nas coisas que ele pode alcançar com suas mãos, jamais encontrará consolo, conforto e saciedade sem estar ligado à Palavra eterna que o leva a estar na conformidade de Jesus Cristo. Por isso, embora todos e todas sejam chamados e chamadas à salvação por meio da graça e misericórdia de Deus, é necessário ir além do ouvir, para a concretização dessa Palavra na existência do ser. Isso não se traduz em uma abstração ou uma espiritualização privada à vida ou a determinadas partes da vida pessoal, mas se desdobra na concretude da vida, no agir e na forma de perceber as relações com Deus, consigo mesmo, com a outra pessoa e com a criação de Deus.
Por fim, o texto de Isaías vai ao encontro do tempo litúrgico da Quaresma. O sinal externo que realmente importa é a revisão de vida que se desdobra na consciente e decisiva escolha em viver a partir da obra de Cristo Jesus na cruz, do Deus que toma sobre si a justiça, dando a possibilidade de sermos justos e justas diante de Deus, de nós mesmos, do outro e do mundo. Aqui brota a real liberdade, aquela que é vivida no dia a dia e que brinda o mundo, na realidade penúltima, com os frutos do reino de Deus por meio de seus filhos e filhas, com vistas à realidade última. Essa é a maravilhosa graça de Deus. Venham todas as pessoas, aquelas que nada têm a oferecer e sirvam-se no banquete da salvação; por que gastar dinheiro, naquilo que não é pão? E do fruto do trabalho com aquilo que não satisfaz? O que Deus oferece por graça é justamente aquilo que satisfaz e que a nefesh pode se deleitar. Portanto buscai o Senhor enquanto ele pode ser encontrado; invocai-o enquanto ele está perto.
4. Imagem para a prédica
Cristãos e pagãos
Pessoas buscam a Deus na sua necessidade,
imploram auxílio, pedem felicidade e pão,
libertação de doença, culpa e morte.
Assim fazem todas as pessoas cristãs e pagãs.
Pessoas buscam a Deus na Sua necessidade,
acham-no pobre, insultado, sem abrigo e sem pão.
Veem-no envolto em pecado, fraqueza e morte.
Cristãos ficam com Deus na Sua paixão.
Deus busca todas as pessoas na sua necessidade,
satisfaz o corpo e a alma com o Seu pão,
sofre por cristãos e pagãos a morte na cruz
e a ambos concede perdão.
(BONHOEFFER, Dietrich. Resistência e Submissão. Cartas e anotações escritas na prisão. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2003. p. 469.)
Bibliografia
GOLDINGAY, John; PAYNE, David. The International Critical Commentary on the Holy Scriptures of the Old and New Testament: Isaiah 40-55. London, New York: T&T Clark International, 2006. v. 2.
SOFTWARE BÍBLICO LOGOS. Faithlife, 2000-2021.
Proclamar libertação (PL) é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).