Prédica: Jeremias 1.4-10
Autor: Clemente João Freitag
Data Litúrgica:10º. Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 31/07/1988
Proclamar Libertação – Volume XIII
l – Reflexão inicial
O presente texto está trabalhado no PL, v. 7, p. 184-191, ao qual recomendo consultar na medida do possível.
Israel vivia um momento de reencontro com Deus, sob o comando do rei Josias que aceitou praticar uma reforma religiosa na vida do país. Não foram muitos os reis que caminharam com o povo no culto a Javé, pois uma das características do reinado em Israel era a pratica do distanciamento de Deus, resumido na palavra apostasia. Este afastamento de Deus por parte da liderança e população em geral era a força germinativa da semente profética. De acordo com a situação sócio-política-religiosa acontece a profecia. Em seu primeiro estágio profético, Jeremias teve adeptos e simpatizantes, principalmente quando participou da reforma religiosa. Contudo, já nesta fase, surgiram inimigos. Quando da brusca morte de Josias e a mudança ocorrida no comando político, Jeremias passa a ser arauto de Deus no campo sócio-político como uma prática mais determinante. Isto lhe rende ameaças de morte e perseguições. Neste segundo período ficou sem adeptos e seguidores. Foi considerado um traidor da pátria. No desenrolar de sua missão profética conviveu com duas situações extremas no campo político-religioso: a da restauração religiosa e a implosão catastrófica do povo de Deus como nação-estado. Tendo em mente a época da restauração da fé na exclusividade em Javé, e o fim de Israel como povo independente (586 a. C.), entenderemos melhor o caminho percorrido por esta nova investida profética. O trabalho de Jeremias revela que o caminho da graça só é viável mediante o juízo. E o juízo não é criação do profeta, mas o fruto da idolatria. Neste sentido, na profecia em estudo, não é possível afiançar um exagero no caráter denunciativo da missão profética, em detrimento do reduzido espaço cedido ao anúncio da graça. Tal disparidade reflete o grau de pecado e opressão vivida e praticada em Israel. Vale constatar que as profecias da graça, da glória, também imperavam em Israel e eram voz dominante e aceita pela grande maioria.
Jeremias descende da linhagem sacerdotal e é apresentado como convocado a profeta mesmo antes de nascer. Surge com ele uma nova concepção profética, onde a reflexão permanente própria sobre sua missão é parte de sua prática profética e cresce na dimensão de questionar a vontade de Javé. Nesta
perspectiva a crise do profetismo assume espaços consideráveis quando o profeta sonha viver no deserto e falar coisas agradáveis tendo, contudo, que gritar, clamar e anunciar situações duras e cruéis. O consolo, as graças por ele anunciadas e até praticadas não soavam como tal. A corrupção do pecado da idolatria já havia apagado qualquer outra possibilidade de fé. Em sua luta interior com a missão profética, passa a ser quase que como o protótipo do servo sofredor. Assim, o texto em questão também pode ser compreendido como sendo a face do povo escolhido, espelhada na figura do profeta, visto que com o exílio resultou um peso maior para com as responsabilidades individuais no tocante à conservação e propagação da tradição do Javismo. Israel como estado não pesava mais. Mediante estes acontecimentos ficou ampliado o horizonte profético até aí exercitado: por um lado mais individualizado, pelo outro, cresceu em termos universais.
II – Considerações exegéticas
Inicialmente é viável observar que a perícope (Jr 1.4-10) reflete um trabalho redacional posterior, que remonta à fase pós-exílica. Esta sintetização teológica captou com precisão o momento percorrido pelo profeta e o transmitiu com tal determinação que, numa primeira observação, permanecemos estagnados ante a dureza e o peso do chamado e da prática proféticas em pauta. A perícope, além de conter elementos da doutrina deuteronomística, usa parcelas da tradição sacral egípcia, concernente à escolha de reis (veja-se adiante). Do ponto de vista teológico denota o caminho extra-oficial que Deus usa para denunciar a idolatria e o anúncio de uma nova era mais universal de sua ação salvadora para com a humanidade.
É viável e possível para um trabalho homilético permanecer apenas com os vv. 4-10 do capítulo 1 sem perder o indicador da profecia, uma vez que o capítulo todo é divisível em quatro blocos (4-10; 11-14; 15-16; 17-19) como frutos do trabalho redacional posterior. Mas, devido a este mesmo trabalho redacional, todo o capítulo pode ser aceito como uma perícope, sem ferir o cerne da pregação pro-fética.
Adentrando nos versículos propostos (4-10) percebemos que eles não só falam da vocação do profeta, mas também do início de sua pregação e dos respectivos destinatários. Ainda como observação preliminar, esta perícope não nos apresenta a fala de Deus, mas bem antes, um diálogo de Deus com o profeta.
V. 4 – Devido ao trabalho redacional ficou preservada uma característica da ação de Deus através dos tempos. Ou seja, Deus não aceita ser prisioneiro do templo, das leis e da ordem oficial existente que permite injustiças. Neste caso aqui, a palavra salvadora de Deus mais uma vez é revelada a quem não pertence ao círculo oficial de contactar com Deus. Este rompimento, este desrespeito para com a ordem religiosa estabelecida, causará uma série de contratempos ao profeta. Este caminho escolhido por Deus para propor um novo pacto requer uma sério de ajustes, como mostram os vv. seguintes. Vale lembrar, Deus não usou os instrumentos legais (sacerdotes) para propagar sua mensagem. Isto torna mais pesada a mensagem profética.
V. 5 – Este v. fala do encargo profético que Jeremias não buscou, mas lhe foi imposto. Por outro lado, o suposto autoritarismo de Deus pode ser compreendido como uma consagração de Deus que transcende ao humano sem, contudo, caracterizar a suposta predestinação, uma vez que para profeta ainda não se ê predestinado e gerado, mas chamado e convocado. Esta linha de pensamento pode ser reforçada quando se descobre que na prática de entronização dos reis egípcios acontece algo semelhante ao aqui descrito. Aceitando este ritual paralelo, percebe-se que Jeremias passa a receber um tratamento real, no tocante ao seu chamado e missão. É Deus mesmo quem oficializa e autoriza Jeremias a ser profeta. A situação de pecado (luxúria-violência-atropelos sociais-falsidade-confiança no templo-sacrifícios) em que o estado estava, exigia uma intervenção direta, tornando algo aparentemente ilegal em verdadeiro. O chamado de Deus passa a ser irrevogável e ele deve executar sua missão para que a nação possa ser salva da apostasia a que está submetida. Ainda neste v. nos é apresentada uma imagem de profeta que transcende à prática profética conhecida. Jeremias passa a ser o profeta das nações, na medida em que estas nações interferem no viver do povo de Javé e, concomitantemente, as palavras do profeta tenham especial significado a estes povos. Esta universalização da profecia passa a ser uma característica nascida no viver exílico, tendo como pano de fundo o fim da breve experiência do Estado Nacional de Israel. Deus não oferece a salvação ao seu povo mediante uma ação de cúpula, nem está preocupado em salvar o estado como tal.
V. 6 – Para ser profeta não é necessário ser um grande homem, possuidor de méritos para tal. Além disto, Jeremias não havia alcançado a maioridade e, menos ainda, conquistado os seus direitos como cidadão israelita. Desta forma sua fala não teria peso, apesar da linhagem sacerdotal. Bem antes, sabia que não tinha autorização, e nem foi chamado conforme as leis existentes para falar em público. Ou ainda, este v. caracteriza quão dura é a missão de profetizar em meio ao reinado opressor. Jeremias chega ao ponto de propor a devolução do dom. Não por último a radicalidade desta eleição de Jeremias, desde o ventre materno, caracteriza mais uma vez a escolha de Deus pelos caminhos não oficiais e não privilegiados.
V. 7 – Deus reconhece Jeremias como profeta. Nesta perspectiva o intima a realizar sua missão, para o bem de seu povo. O interesse do profeta está abaixo do interesse de Deus em salvar o seu povo. Dá-lhe autorização verbal e o põe a caminho. A cada instante, em cada circunstância Jeremias recebe nova pa¬lavra de Deus, caracterizando assim a dinamicidade da profecia dentro de uma situação conturbada.
V. 8 – Ser profeta traz transtornos, desprezo, perseguição, conflito, prisão, sequestro, luta, zombaria e ameaças que sintetizam a reação humana ante às propostas de Deus que Jeremias executa; Deus é sabedor de tudo isto e lhe oferece algo mais poderoso: sua presença como salvação. Só é salvo quem está a perigo e reconhece a necessidade salvadora. Os perigos são muitos e a salvação ê uma só.
V. 9 – Rito de chamamento e consagração que oficializa mediante ação simbólica a missão profética de Jeremias. Deus mesmo consagra e purifica a boca do profeta. Aquele que não tinha autoridade para falar aos seus, agora é porta-voz de Deus mesmo para as nações e reinos, falando com determinação para uma situação especifica que seu povo vivia. Este v. configura que ê uma visão divina e que novas revelações dependem das circunstancias adversas que o profeta irá passar.
V. 10 – Juntamente com o v. 5 este é o destaque da perícope e do capítulo inteiro. Poder-se-ia, inclusive, afirmar que são a síntese do livro todo. O v. 10 não só reflete a mensagem do Jeremias histórico, mas também a ação e a compreensão de sua profecia através dos tempos. Assim, ao proferir o juízo e as esperanças, Jeremias de fato desempenha um papel relevante na história da profecia. O seu arrancar e derrubar estão intrinsicamente relacionados com o final da história da salvação, iniciada com e no povo de Israel. Em sua profecia não há mais perspectiva de Israel se reerguer como estado livre. Os fatos históricos é que dão vida e peso às palavras proféticas de juízo. Nesta dimensão a catastrófica situação do povo e de seus líderes como estado são a materialização da profecia. So-mente após o arrancar e derrubar é possível o construir. O construir e plantar surge como uma nova abertura de esperança, e indica a proximidade da Nova Aliança de Deus com o universo. O Deus do juízo que Jeremias pregou durante tanto tempo e com tanta insistência, também é um Deus da reparação, da restituição, e de novas perspectivas em termos de orientação. Dentro desta Nova Aliança o arrancar e derrubar não surgirão mais. Esta é a boa nova anunciada por Jeremias aos povos e reinos. Aí a justiça e o direito terão lugar assegurado, e a paz será uma consequência direta da nova aliança que o construir e plantar trarão. A graça só é aceita, semeada e plantada após o arrancar e o derrubar. Isto nos leva a crer que o juízo abre os caminhos da salvação como castigo purificador que prepara tudo para a Nova Aliança com Deus.
Ill – No rasto da prédica
Inicialmente percebo que esta perícope é altamente perigosa para o trato de nossa fé esquematizada e exigente no tocante ao consolo. Ainda mais que foi uma mensagem que já causou transtornos, prisão e outras coisas mais ao mensageiro de então. O caminho aqui proposto por Deus, para uma Nova Aliança, não nega as bênçãos e o conforto espiritual. Caso contrario não teria resistido. Bom antes, parte do princípio de que não há um justo sequer; ninguém busca a Deus. Jeremias é obrigado, desde o ventre, a seguir seu Deus. Inclusive aqueles quo exigem consolo, paz e conforto estão no caminho da idolatria. Nesta perspectiva Javé traça um perfil e segue outra trilha, a qual é ignorada e indesejada pela prática da religião oficial. Este caminho extra-oficial que Deus usa, recupera o corne, o coração do javismo, onde a vida do povo é um reino de justiça, direito e paz, sinalizado pela circuncisão do coração. Numa sociedade, num estado onde a idolatria ocupa lugar de destaque, surgem dificuldades para a ‘igreja oficial’ ser o ponto de retorno. Ao menos é o que esta perícope sugere. Diante da incompetência sacerdotal e dos governantes idólatras, Deus não suporta mais ver, sentir e ouvir os clamores oriundos do pecado, que ê a quebra do pacto. O exercício da livre iniciativa no campo da idolatria faz Deus reagir mais uma vez em forma de profecia. Não foi a melhor reação de Deus para boa parte dos ouvintes de Jeremias. Tanto assim que não consideravam as pregações de Jeremias como sendo de Deus.
A chegada desta intervenção de Deus acontece por um flanco descoberto, ou então, apenas camuflado (sincretismo de fé) com as exigências religiosas exercitadas até ali. Constata-se que de início a ação de Jeremias até que não foi muito exigente. Chegou a trabalhar com o rei em busca da reforma e do retomo aos monoteísmos. Isto foi passageiro e não pesou nas suas posteriores intervenções. Sintetizando esta primeira parte da reflexão, destaco o fato de Deus agir por meios e caminhos ignorados, considerados impossíveis e até indesejados por nós. A bênção, o consolo só acontece com o abandono da idolatria e a volta a Deus. Para tal anúncio, para tal ministério Deus não usa a religião oficial e seus instrumentos, como um todo, pois já fazem parte da prática e do sistema de idolatria reinante. Mediante a profecia é que Deus surge em meio à vida do povo. O caminho para a paz e a Nova Aliança é a profecia que prepara com o arrancar e plantar que Jeremias anuncia. Isto implica num confronto com a religião oficial e seus simpatizantes.
Sigo detectando em Jeremias uma linha de pensamento e prática que não soa suave e agradável aos ouvidos da fé que consegue conviver com as injustiças reinantes. Para o exercício da fé que não vê mais a salvação deste mundo, a profecia como força dinâmica é um espinho e entrave. Jeremias foi e é obrigado a falar e comunicar situações que o intranqüilizavam, enquanto outros diziam que tudo estava bem. Chega-se ao extremo de refletir no sentido de que algo impedia a sociedade e seus líderes de admitirem que estavam no caminho da apostasia. Consequentemente, tinham a verdade de Deus com eles. O teor profético de Jeremias era, pois, inoportuno, e fazia aflorar conflitos porque os punha a descoberto. Assim, para que tivesse chegado ao ponto da profecia acontecer, a nação devia estar vivendo um abandono sistemático de Javé. Certamente o estado trocou a lei de Deus pela violência, pela falsidade, pelas injustiças e outras perversidades. Resta-nos acreditar que são duas percepções diferentes da realidade que cerca o surgimento e a prática profética em Jeremias. Para Jeremias o pacto, a Santa Aliança não existiam mais. Não percebia entre os pagãos o que percebia em meio ao seu povo: a troca e o abandono de seu Deus e suas promessas. Já aos que dominavam a política e a religião oficial o pacto, a Aliança, ainda estavam acontecendo na sua prática de fé. Nesta perspectiva o que Jeremias realizou, de fato, foi e sempre será rechaçado. Propor uma prática que incita uma vivência oposta ao que se espera para alcançar a paz, o consolo e a soberania não é o mais desejado e aceito. Mais uma vez vale lembrar que a vivência em apostasia e o distanciamento da real situação vivencial do povo não permitem perceber quão dinâmica é a intervenção dê Deus na história da humanidade. Só enxergamos, percebemos e entendemos o que o trabalho redacional compactou em arrancar-derrubar-destruir- e arruinar, quando da leitura dos capítulos posteriores. De igual modo isto ocorre para com o edificar e plantar. Nesta perspectiva, não é por acaso que este tipo de profecia levou à perseguição e prisão do profeta. Pois, na essência a prática político-religiosa havia e estava levando o povo à destruição. O pacto com Deus já havia sido destruído, o povo como nação estava sendo derrubado e arruinado pelo estado. E, até aquele momento não havia acontecido nenhum sinal de mudança. Sem esta perspectiva o edificar e plantar não tinham sentido e não podiam ser aceito como graça e consolo. Plantar e edificar o que e onde, se o terreno ainda estava ocupado com luxúria e apostasia?
Acredito decididamente que não é um texto aconchegante aos mais tenros e celestiais ouvidos deste nosso século que aceitou a Nova República. Meditando nesta profecia chego numa situação que caracteriza a chamada ‘Igreja Progressista’ na América Latina, ou seja: a denúncia e o anúncio. Sua atuação, como a do profeta, não respeita os padrões religiosos normais e aceitos pela sociedade dominante. Contudo, resta-nos uma fraqueza, a de ceder diante das pressões dominantes, deixando assim, muitas e muitas vezes, escapar o trilho que Deus fez surgir à margem da estrutura oficial. Cabe-nos, assim como se deu com Jeremias, não permitir que a denúncia do coletivo sufoque a responsabilidade do individual. Do mesmo modo deve o anúncio do plantar e edificar não ser restrito ao campo do individual, mas edificar um novo coletivo.
O arrancar-derrubar-destruir- e arruinar passa a ser mais duro quando se descobre que é algo que corre por fora, afetando com isto uma ordem vigente. Esta ordem vigente vive a certeza de que não cabe a ela e seus simpatizantes a tarefa do plantar e edificar, mas sim ao Jeremias de ontem e hoje. Isto é pesado demais para quem favoreceu a idolatria e o afastamento de Deus. Ainda mais pesado era quando percebiam que, em meio à implosão nacional, Jeremias ia consolando, orientando o povo na perspectiva de um novo Pacto, uma nova Nação que seria com exclusividade de Javé. Antes de a denúncia tornar-se história não é fácil aceitá-la como verdadeira. Também em Jesus Cristo se deu algo assim: quando de sua morte, o soldado clamou: ‘Verdadeiramente este homem era justo*.
De igual forma o edificar e plantar só são aceitos e reconhecidos quando passam a se concretizar e materializar. Antes disto apenas servem para desprezo e perseguições. Cabe em nossa situação de ‘Nova República’ com Constituição nova saber aceitar o chamado de Deus para uma série de tarefas. Afirmaria ainda que compete ao(à) pregador(a) fazer brotar os dons do arruinar-derrubar-dostruir e arrancar em meio à comunidade cristã, mostrando que estes são passageiros. A Nova Constituição não conseguiu e nem conseguirá aplacar com a violência as injustiças reinantes em nossa Pátria. Também cabe ao pregador(a) fazer crescer mais p mais o dom do edificar e do plantar na vida da respectiva comunidade e coletividade maior, isto tanto na perspectiva individual como coletiva.
Resumo sugestiva para a pregação:
a) Trabalhar a questão que engloba o caminho que Deus usa para oferecer sua salvação à humanidade (passado e presente).
b) A dúvida que o caminho escolhido por Deus traz, tanto ao convocado como aos destinatários.
c) Quanto maior for a idolatria, tanto maior será o peso da profecia. A profecia do arrancar-derrubar-destruir- e arruinar não é superior ao edificar e plantar. Apenas o plantar e edificar farão parte da Nova Aliança, mas sem o arrancar da idolatria não surge o Novo Pacto.
IV – Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Senhor Deus! Não vivemos neste momento conforme tua orientação. Nós, como parte integrante de tua Igreja, colocamos de lado a salvação que nos ofereces em Jesus Cristo. Seguimos bem antes o comungar e defender da ordem estabelecida que oprime e mata. Ainda, como tua Igreja, aceitamos aquilo que é praticado contra o nosso próximo como se fosse algo de tua parte. Cabe-nos neste culto pedir perdão por todos aqueles que se perderam dos caminhos que possuem a direção da eternidade. Perdoa a direção de nossa Igreja, a diretoria da paróquia e a comunidade por não aceitarem tua manifestação em forma de profecia nos dias de hoje. E, a nós aqui reunidos, concede o teu perdão pelo fato de não aceitarmos o arrancar e, menos ainda, o edificar e plantar de uma nova Aliança que fizeste com Cristo. Perdão Senhor! que a profecia é vista como algo que destrói a nossa fé e os seus esquemas de salvação. Amém.
2. Oração de coleta: Senhor! nosso culto é pesado no tocante ao ouvir, refletir e praticar a fé cristã. Com o auxilio de teu Santo Espírito, invocamos e clamamos por tua presença em nosso viver pessoal e comunitário. Que tua Palavra opere em nós o milagre do plantar e edificar uma vida mais suave, onde a injustiça e o excesso de carga não nos atemorizem. Amém.
3. Oração final: Proponho que seja caracterizada pela situação que estamos vivendo sob a nova Constituição. Que cada item da profecia receba seu devido espaço coletivo e individual. Ainda, de posse do resultado do censo luterano, ligado ao e sereis minhas testemunhas, a oração final poderá incentivar o edificar e plantar da fé cristã, lá onde a idolatria e a opressão reinam.
V – Bibliografia
– CORDERO, G. Bíblia comentada. 2. ed. Madrid, v. 2.
– HERMANN, S. Jeremia. In: Biblischer Kommentar zum Alten Testament. Neukirchen, 1986. v. 12
– HOMBURG, K. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo, 1975.