Prédica – Lucas 16.1-13
15º Domingo após Pentecostes – 02/06/2019
02/06/2019 – 15º Domingo após Pentecostes
Pregação: Lucas 16.1-13;
Leituras: Amós 8.4-7 * Salmo 113
Jadecir Rodrigues Coelho – Porto Velho/RO
LITURGIA DE ABERTURA
ACOLHIDA
Saudamos a todos/as com as palavras do apóstolo Paulo à comunidade de Filipos: “Eu trago vocês no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos vocês são participantes da graça comigo” – Filipenses 1.7.
Seja com todos/as a paz que vem do nosso Senhor Jesus Cristo, Ele que nos acolhe aqui neste momento especial.
Acolher os/as visitantes
CANTO DE ENTRADA
473 – HPD II – Jesus em Tua Presença
Ou: Nº ____________________________________________________
SAUDAÇÃO
Nós não nos reunimos em nosso próprio nome, mas estamos aqui como comunidade que cristã unida no amor de Deus, Pai; na graça de Jesus Cristo, nosso salvador e na comunhão do Espírito Santo. Amém!
CANTOS DE INVOCAÇÃO
85 – HPD I – Vem Espírito Divino
Ou: Nº ____________________________________________________
CONFISSÃO DE PECADOS
Querido Deus, reunidos como família cristã em comunidade, trazemos diante do teu altar todas as nossas mazelas e falhas cometidas, pois estamos conscientes de que pecamos por palavras, ações, pensamentos e também muitas vezes nos omitimos cruzando nossos braços, quando poderíamos ter feito algo em prol de nossos irmãos/irmãs e nada fizemos.
Outras vezes nos deixamos levar por correntes e pensamentos humanos que pensam somente pensam e querem “levar vantagem em tudo” sobre o semelhante, tornamo-nos egoístas e insensíveis diante da realidade que nos cerca, agimos por interesse próprio, esquecendo-nos de realizar a partilha amorosa de nossos dons a serviço da comunidade e da sociedade, testemunhando de maneira coerente a fé cristã.
Mas, Senhor, reconhecemos e confiamos na tua graça e no teu amor misericordioso, e com o coração arrependido, queremos pedir humildemente o teu perdão que cura, liberta e salva.
Por Cristo, nosso Senhor, oramos. Amém!
ANÚNCIO DO PERDÃO
O Senhor, nosso Deus, é fiel e para sempre dura a sua fidelidade. Ele se alegra por aqueles que se voltam novamente para ele.
Jesus mesmo disse: “Vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam de arrependimento” – Lc 15.7.
Por isso, todos aqueles/as que com muita humildade confessaram os seus pecados, anuncio a graça e o perdão de Deus. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém!
KYRIE
Em nosso mundo, por todos os lados, vemos sinais de violência, dor e sofrimento. Existem muitas pessoas que sofrem vitimados pelas guerras, pelo desemprego, da injustiças cometidas no âmbito do lar, no trabalho, nas escolas.
Vemos através dos noticiários a corrupção que está impregnada no mundo, sobretudo; na política. Crianças passando fome, muitas vendidas para a prostituição onde são violentadas.
Sim, constatamos com tristeza num país que se declara cristão, tantas práticas que não são coerentes com a fé que abraçamos, por isso clamamos por misericórdia, cantando: Pelas dores deste mundo, ó Senhor (Livro Canto 56)
ORAÇÃO DO DIA
Santo e Trino Deus, nós queremos agradecer por este momento em que podemos estar juntos para celebrar com fé e gratidão reunidos como família cristã luterana. Somos gratos porque o Senhor nos chamou para aqui nos servir com a sua Santa Palavra.
O Senhor esteve conosco ao longo da semana que passou e sempre que oramos, a sua resposta chegou até nós. Pedimos que especialmente neste culto, possamos ouvir com atenção a sua palavra a fim de que ela possa orientar-nos na caminhada de fé, levando seus ensinamento e orientações para a vida em nosso dia a dia. Nós pedimos e agradecemos em nosso de Jesus que vive e reina para sempre! Amém!
LITURGIA DA PALAVRA
LEITURAS BÍBLICAS
1ª Leitura Bíblica: Amós 8.4-7
2ª Leitura Bíblica: Salmo 113
3ª Leitura Bíblica: Lucas 16.1-13
CÂNTICO INTERMEDIÁRIO
Nº 640 – Livro de Canto – Cada dia o dia inteiro
Ou ____________
PREGAÇÃO
Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, o Pai, e a comunhão do Espírito Santo esteja com cada um de nós. Amém!
A reflexão acerca da palavra de Deus deste domingo tem como fundamentação bíblica a parábola do administrador infiel.
Na verdade, ela está inserida após uma sequência de três parábolas que Jesus contou anteriormente: a ovelha perdida, o dracma perdida e o filho pródigo (Pai misericordioso).
Devemos notar que a razão de Jesus proferir essas parábolas foi que os fariseus e escribas estavam murmurando por ele andar e comer com pecadores e publicanos.
Contexto
Jesus se utiliza do recurso pedagógico de uma parábola enfatizando algo muito interessante: a atitude de um mau administrador que é elogiada e serve de exemplo para os filhos da luz.
Como este texto pode servir de estímulo para a prática da contribuição e a administração em nossas comunidades e como deve nos ajudar a livrar-nos da ideia de querer sempre levar vantagem em tudo?
Entender como era a sociedade na época de Jesus é o ponto de partida para poder compreender a extensão e a profundidade contidas nas palavras de Jesus!
É preciso ter presente que a sociedade daquela época era bem diferente da nossa. De uma lado, apenas as famílias poderosos de Jerusalém e os grandes proprietários da região de Tiberíades, localizada junto ao Mar da Galileia, podiam acumular moedas de ouro e prata.
De outro lado, estavam os camponeses que muito mal podiam conseguir algumas moedas de bronze e cobre, ambas de pouco valor.
Refletindo
A parábola do administrador infiel tem alguns detalhes que diferenciam da ética cristã, destoam da vida que Deus espera dos seus, contradiz a conduta cristã. Isso pode assustar no primeiro momento, levando a um mau entendimento da parábola.
Todavia, jamais Jesus ensinaria que os seus discípulos agissem desonestamente como o administrador infiel. Não seria do feitio de Jesus ensinar a esperteza, a falcatrua, o engano, a mentira e o furto.
Ao contar esta parábola, Jesus faz uso de uma linguagem simples para falar do dinheiro, tratando o assunto de uma maneira direta e clara, tecendo severas críticas às práticas da alta sociedade daquele tempo que buscava o “dinheiro injusto” ou as “riquezas injustas”, pois havia muita riqueza obtida de maneira injusta, de uns poucos que se fechavam em seu próprio egoísmo e fazendo dela o seu próprio deus.
De acordo com o evangelista Lucas, a parábola do “administrador infiel” foi destinada especificamente para o grupo de seus discípulos, uma vez que a mentalidade vigente estava também muito arraigada em suas mentes e os afetava.
Que outras pessoas assim pensassem era uma coisa, porém seu seleto grupo de seguidores não poderiam ter dúvidas quanto ao bom uso do dinheiro. Segundo os fariseus a riqueza era bênção de Deus, prêmio pela observância da Lei.
E isso fica muito evidente e claro quando constata-se em Lucas 16.14, onde é mencionado que os fariseus zombavam de Jesus, pois eles amavam o dinheiro!
Diante dessa situação e realidade, Jesus corrige essa visão distorcida, afirmando que ela não era evangélica, que entre os seus seguidores não deve ser assim, de que não se pode fazer qualquer coisa com o dinheiro, principalmente quando se está em jogo a vida de outras pessoas, de que há um modo de ganhar e gastá-lo sem se tornar escravo dele.
Jesus, ao contar a parábola do “administrador infiel”, ressalta o senhorio de Deus que se opõe frontalmente ao exaltado pelo ser humano centrados no dinheiro e no poder.
A questão que permeia o texto que ora refletimos, é a orientação dada por Jesus diante questão para que não haja nenhuma dúvida diante da incompatibilidade de ser fiel a Deus ao dinheiro, pois a fidelidade a este último, implica em tornar-se seu escravo e deixar-se conduzir por ele e a riqueza, pois no v. 13, ele afirma que não se pode servir a dois senhores, a Deus e também ao dinheiro!
A propósito, refletindo sobre o assunto, o biblista espanhol José Antonio Pagola, afirma que: “A riqueza tem um poder subjugador irresistível. Quando o indivíduo entra na dinâmica de ganhar sempre mais e de sempre viver melhor, o dinheiro termina substituindo a Deus e exigindo sempre submissão absoluta. Nessa vida já não reina o Deus que pede solidariedade, mas o dinheiro que só busca o próprio interesse” (“O caminho aberto por Jesus”, p. 267, Editora Vozes, 2012).
O que fazer então se vivemos, sobretudo hoje, numa sociedade que exalta e enaltece o ter em detrimento do ser? Que resposta cristã vivencial devemos dar diante de uma mentalidade que destaca as posses e o poder como sonho de felicidade onde o lucro e o consumismo determinam a busca e realização pessoal? Viver essa mentalidade e visão mundanas não acabam por fragilizar e despersonalizar o relacionamento desejado e querido por Deus?
As respostas vêm das próprias palavras e dos ensinamentos de Jesus. Quando uma pessoa faz do dinheiro seu ponto de apoio e único objetivo ou meta de vida, a obediência ao Deus verdadeiro deixa de existir, sucumbindo-se diante dos valores terrenos e mundanos que, por sua vez, não consideram as necessidades daqueles que estão ao seu redor e que vivem à margem de tudo num sistema que privilegia o mercado e este, é excludente, acaba por relegar um contingente enorme de pessoas à miséria extrema e às condições de vida que são desumanas, tornando-se cego às realidades que excedem ao material, às riquezas, acúmulo de bens, posses etc, o seu coração fica insensível, endurecido, pois somente se interessa buscar e satisfazer seus próprios interesses egoísticos, fechando-se à solidariedade e à partilha diante da realidade e necessidade dos outros.
Em um mundo assim, predomina ao que chamamos de “esperteza” humana, tornando-se um recurso utilizado não somente naquela época de Jesus, mas por muitos nos dias de hoje que defendem e propagam a famosa “lei de Gérson” que dizia: “Leve vantagem você também”, num comercial de cigarros nos anos 1980!
Gérson era um jogador famoso da seleção brasileira de futebol nesse período. Será que não impera em nós também essa mentalidade de “levar vantagem em tudo” e também pelo “jeitinho brasileiro”?
Retomando à parábola, bem que poderíamos aplicar as expressões acima. O rico dono de terras recebe uma denúncia contra um de seus administradores. Em geral, um administrador dispunha de total liberdade para cuidar da propriedade de um senhor.
Normalmente, a recompensa pelo seu trabalho vinha dos empréstimos e da cobrança de altos juros. Ao ser demitido, o administrador busca uma solução rápida para garantir o seu futuro.
“Que farei, uma vez que meu senhor me retire a administração? Cavar? Não tenho força. Mendigar? Tenho vergonha… Já sei o que farei para que, uma vez afastado da administração, tenha quem me receba na própria casa”.
A atitude do administrador é egocêntrica, pensa somente em si mesmo, em achar uma forma de ficar bem, mesmo que seja à custa de seu senhor.
O administrador beneficia duas pessoas: uma que devia cem barris de óleo e outra cem medidas de trigo, e propõe a redução das dívidas. Um novo registro das dívidas é providenciado por escrito.
Que quantidades são essas? É difícil saber ao certo. O fato é que o administrador concede um abatimento muito generoso.
A estratégia do administrador é elogiada! Todavia, em hipótese alguma, Jesus louva a desonestidade ou a conduta do administrador, mas a sua astúcia e habilidade para encontrar uma saída para a sua situação, daí a conclusão: “Os filhos deste mundo são mais prudentes com sua geração do que os filhos da luz” – Lc 16.8.
Da mesma forma que o administrador agiu com rapidez para sair de sua crise, os crentes deveriam reagir na ordem da fé, afinal as coisas e os bens que são mundanos passam, enquanto que os bens celestiais provenientes de Deus são eternos!
Sabemos que Deus é o verdadeiro dono de toda riqueza e nós somos os administradores dos bens que estão sob nossa responsabilidade. É fundamental que tenhamos plena consciência de que a vida não é nossa, nem as riquezas, nem os talentos, nem os predicados, nada é nosso, pois tudo é de Deus, Ele é o criador e tem senhorio absoluto de todas as coisas.
Que o acolhimento da Palavra de Deus possa mobilizar nossas capacidades, forças, dons, talentos e também os recursos de que dispomos para tornar presente o Reino de Deus entre nós, procurando não nos deixarmos ser conduzidos pela mentalidade terrena do administrador infiel.
Somos filhos da luz conforme disse Jesus, e que possamos ir além, ainda que parece estarmos “nadando contra a correnteza”, pois anunciar a Boa Nova do Reino é preciso! Que o Trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, abençoe-nos hoje e sempre!
HINO
Nº – 519 – Livro de Canto – Jesus Cristo é Rei e Senhor
Ou: _____________________
CONFISSÃO DE FÉ
Como resposta a pregação que ouvimos queremos como cristãos unidos confessar a nossa fé:
Creio em Deus Pai…
CANTO PÓS CONFISSÃO (proceder motivação e o recolhimento das ofertas)
166 – HPD I– Dá-nos olhos claros
ORAÇÃO DE INTERCESSÃO
Motivos de Oração:
1. Aniversariantes
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Oremos
Louvado sejas o Senhor, Deus eterno e Pai amado, por demonstrar o seu amor por nós na cruz de Cristo e por fazê-lo ressurgir dentre os mortos.
Agradecemos por Jesus ter mostrado o caminho da salvação e por podermos segui-lo sendo seus discípulos/as. Ajuda-nos ó Senhor, a pagar o preço e a obedecê-lo pela sua palavra.
Pedimos pela paz no mundo, pelas pessoas que são injustiçadas, pelas autoridades que governam nossa nação e o façam com equidade e justiça. Assiste a sua igreja e faça com que ela possa trilhar sempre pelos caminhos da verdade e da fidelidade.
Guarda e protege os aflitos, os que estão sobrecarregados, principalmente os que não têm um teto e um lar; aqueles que passam fome para saciar sua fome no cotidiano de suas vidas.
Também queremos pedir, querido Deus, pelos os que estão doentes cuidados em suas casas e os que estão hospitalizados. Incluímos também outros pedidos recolhidos…
Tudo mais queremos colocar nas mãos do Trino Deus, orando juntos a oração que Jesus nos ensinou, dizendo: Pai nosso…
LITURGIA DE DESPEDIDA
AVISOS
Próximo Culto: ___/___/______ às ___:___ h.
Oferta último Culto: R$ _________ – destinada para…
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BÊNÇÃO
“O Senhor te abençoe e te guarde.
O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti.
O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz” – (Nm 6.24-26).
ENVIO
Que Deus abençoe nos abençoe e que o sirvamos com amor e alegria!
CANTO FINAL
Nº 73 – Livro de Canto – Ontem, hoje e para sempre
Ou: ____________________
Bibiliografia
BOUZON, Emanuel; ROMER, Karl Josef. A palavra de Deus. No anúncio e na oração. São Paulo: Paulinas, 1980;
PAGOLA, José Antonio. O caminho aberto por Jesus. Petrópolis. Editora Vozes, 2012;
SHCNEIDER-HAPRPPRECHT, Cristoph. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo, Sinodal, 1994, v. 20, p. 260-264.