Proclamar Libertação – Volume 33
Prédica: Marcos 5.21-24, 35-43
Leituras: Daniel 12.1-3; 1 Tessalonicenses 4.13-18
Autor: Ana Isa dos Reis
Data Litúrgica: Dia de Finados
Data da Pregação: 02/11/2009
1. Introdução
O presente recurso homilético destina-se ao Dia de Finados. Em algumas comunidades, esse dia é marcado por celebrações em igrejas e cemitérios. É um dia em que, de maneira especial, trazemos à memória nossas pessoas queridas já falecidas. Muitas pessoas que estarão presentes às celebrações enfrentaram o luto há algum tempo, quem sabe já tenham superado os momentos mais difíceis ou ainda sofram com um luto que já perdura muitos meses e, talvez, até anos. Outras pessoas estão recém experimentando o luto; ainda choram pela morte de uma pessoa querida, quem sabe ocorrida naquela semana. A celebração do Dia de Finados deve ser uma oportunidade para que as pessoas possam experimentar um pouco de conforto em meio à tristeza, possam ouvir sobre a ressurreição, a vida e a morte, sua e dos seus, e possam ter a certeza da presença de Deus ao lado delas, especialmente quando passam pelo vale da sombra da morte.
Os textos previstos falam da esperança na ressurreição para a vida eterna. O texto de Daniel relata o fim dos tempos, quando serão salvos os povos de Deus que “estão inscritos no livro de Deus”. O texto de 1 Tessalonicenses relata a vinda de Jesus e, assim como Daniel, conta sobre o juízo final, em que muitos serão salvos pela fé e outros, que não creram, serão condenados. Os textos, como bem lembra 1 Tessalonicenses (nos v. 13 e 18), querem ser palavras de ânimo e coragem ao povo de Deus.
É preciso ter claro que a mensagem do juízo final e da ressurreição nem sempre é de fácil compreensão para as pessoas. Trabalhar esses temas nos grupos das comunidades ajuda na apropriação e compreensão desses temas.
2. Exegese
2.1 – Estrutura do Evangelho de Marcos e da perícope
1.1-9.50 – A atuação de Jesus na Galiléia
1.1-13 – Título, João Batista, batismo e tentação de Jesus
1.14-3.35 – Início da atuação: curas, conflitos, chamamento de discípulos
4.1-41 – Parábolas do reino e a calmaria
5.1-43 – Três curas
5.1-20 – Cura de um homem dominado por espíritos maus
5.21-24 – Pedido de Jairo
5.25-34 – A cura da mulher enferma (que sofria de hemorragia)
5.35-43 – A ressurreição da filha de Jairo
6.1-9.50 – Rejeição em Nazaré, instruções aos discípulos, morte de João Batista, distribuição de pães e peixes, curas, confissão de Pedro, conflitos, transfiguração
10.1-52 – A caminho de Jerusalém
11.1-13.37 – A atuação de Jesus em Jerusalém
14.1-16.8 (9-20) – Paixão, morte (e ressurreição) de Jesus
2.2 – Observações exegéticas acerca dos versículos da perícope
V. 21 e 22 – O v. 21 localiza onde aconteceu o encontro de Jairo com Jesus: junto ao mar. O chefe da sinagoga é um oficial da sinagoga ou um presidente leigo da congregação. O termo grego é archisunagogon, que talvez designe a pessoa que não conduzia a adoração pública, mas que arranjava as coisas para os outros fazerem, que cuidava das questões materiais e financeiras das sinagogas. Marcos diz que era Jairo, detalhe omitido em Mateus. Aliás, a perícope aparece mais condensada em Mateus, sendo omitidos detalhes que aparecem no desenrolar dos versículos em Marcos, a exemplo do anúncio da morte dessa jovem, que aparece em Marcos e Lucas, bem como a omissão da idade da menina. Jairo vem até Jesus. Ele é um líder judeu que arrisca sua reputação ao aproximar-se de Jesus. Jairo prostra-se diante de Jesus num gesto de desespero, de reverência e submissão.
V. 23 – Aos pés de Jesus, Jairo conta que sua filha está à morte. A atitude desesperada de Jairo denota a gravidade da doença de sua filha e o desespero que toma conta dele. Jesus curava de várias formas, também à distância. No entanto, o uso da imposição de mãos é relatado algumas vezes nos evangelhos. Alguns supõem que esse ato seja mera “boa psicologia”, pois consola através do toque. Mas também é verdade, de acordo com muitas pesquisas, que na imposição de mãos acontece uma transferência de energia, o que também pode ser depreendido do relato da cura da mulher doente, em que o próprio Jesus diz ter-lhe saído poder (Mc 5.30).
V. 24 – Jesus tinha o poder de curar à distância, o que fez algumas vezes, mas geralmente acompanhava as pessoas que o convidavam para suas casas ou lugares onde estava a pessoa que precisava de ajuda, mostrando compaixão e interesse pelos problemas delas. É assim que Jesus age com esse homem desesperado. Jesus compreende Jairo, sua dor e sua esperança. Então segue Jairo até a casa onde estava a filha querida desse pai que vem procurar ajuda.
V. 35-37 – Marcos relata a chegada dos mensageiros por parte da família de Jairo, anunciando a morte da menina. Esses, sem nenhum rodeio, trazem a notícia que Jairo tanto temia: sua filha havia morrido. Esses mensageiros ainda continuam dizendo que não era mais para Jairo incomodar o Mestre. Certamente o disseram na perspectiva do sentido da morte para eles: a morte é o fim, um caso perdido, não havia mais nada a fazer, a morte tinha vencido e nada poderia mudar essa realidade, nem mesmo Jesus, esse cara a quem Jairo havia recorrido em seu desespero. Jesus percebe o choque de Jairo, seu desespero estampado no rosto. Afinal, quem não se desesperaria com a notícia (de forma tão direta e até bruta) da morte de sua pessoa querida? Diante do desespero, Jesus reage. Não fica calado, mas imediatamente oferece consolo. Jesus encoraja à fé, anima em meio ao desespero e convida a confiar mesmo contra toda a aparência e realidade. Jesus poderia ressuscitar a filha de Jairo, mesmo que esse não cresse, mas justamente ali Jesus chama Jairo para não perder a esperança, a crer somente. E Jairo certamente atende esse pedido, porque não aceita o que os mensageiros pedem, ou seja, deixar o Mestre e não aborrecê-lo mais. Jairo permanece ao lado de Jesus e segue o caminho até sua casa. Jesus não vai sozinho com Jairo. Ele convida três discípulos. O porquê do convite a esses três não nos é revelado. Talvez, como dizem alguns pesquisadores, eram os mais achegados a Jesus. O certo é que esses três têm a oportunidade de testemunhar o quanto Jesus leva a sério o sofrimento das pessoas e o quão poderoso ele é, inclusive diante da morte.
V. 38-40a – Continuando o caminho, Jesus chega à casa do chefe da sinagoga. Os lamentos pela morte da menina já haviam começado. É provável que, no caso da menina da perícope, Jesus tenha encontrado um grupo que incluía cantores voluntários e assalariados, carpideiras comuns que tinham a função de chorar pela pessoa morta e alguns vizinhos curiosos. Jesus sempre foi solidário com as pessoas sofredoras, mas nunca concordou com ostentação. Por isso ordena que todas aquelas pessoas se retirem. Essas pessoas riem de Jesus por causa da afirmação de que a menina está dormindo. No grego, o verbo está na forma intensiva para mostrar o desprezo e a zombaria que aquelas pessoas demonstraram por Jesus. Eram lamentadores profissionais, que tinham visto muitos casos de morte e conheciam bem seus indícios e a jovem certamente os apresentava. A questão se a jovem estava realmente morta ou não é bastante discutida entre os exegetas. Alguns acham que ela estava em estado de coma, outros que ela realmente estava morta e que Jesus usou a expressão “mas dorme” para indicar que, naquele caso, a morte não tinha maiores conseqüências do que o sono temporário, pois a jovem logo despertaria para a vida.
V. 40b-42 – Depois de ordenar que todas aquelas pessoas que já pranteiam (e que não acreditam que Jesus pode fazer algo pela menina, já que a mesma já estaria morta) saiam, Jesus entra no quarto onde está a menina, juntamente com o pai e a mãe dela e os três discípulos. Jesus toma a menina pela mão. Isso significa que ele tocou um cadáver e, conseqüentemente, torna-se impuro conforme a lei judaica. Ao tocá-la, Jesus transmite vida e resgata a menina como criatura digna, criada à imagem e semelhança de Deus. Jesus ordena, em aramaico, que a menina se levante. E a menina reage imediatamente, levantando-se. Em Marcos, aparece 41 vezes a palavra imediatamente, mostrando urgência. Em Marcos, a imposição de mãos está associada à palavra proferida por Jesus em aramaico, detalhe omitido em Mateus. Após levantar-se, a menina, que tinha 12 anos, detalhe que Marcos salienta, caminha. Todos ficam admirados. Afinal, o que acontece ali transcende todo entendimento humano.
V. 43 – O Evangelho de Marcos tem como característica o “segredo messiânico”, ou seja, o reconhecimento, a aceitação e a glorificação do senhorio de Jesus; conforme Marcos, são objetivo último de todos os sinais e milagres. Por isso, no relato de Marcos, Jesus pede que não espalhem a notícia do que havia acontecido ali com essa menina. Antes ainda de partir, Jesus ordena que tragam comida para a menina, o que denota a preocupação de Jesus com as necessidades básicas do ser humano e com a integralidade da pessoa.
3. Meditação
Ninguém quer morrer, nem mesmo o suicida. A morte corta as relações entre as pessoas, rompendo a possibilidade das pessoas voltarem a se encontrar em seus espaços de convívio (seja em casa, na escola, no trabalho, na igreja), provoca um sentimento de perda dolorosa, lança as pessoas no abandono. A morte sempre significa despedida, angústia e luto. Mesmo que todos nós saibamos que a morte é a única certeza que temos de algo que vai nos acontecer, cada um de nós, na hora em que ela se aproxima, é tomado por um sentimento de impotência, angústia e dor. O próprio Jesus também experimentou esse sentimento.
Diante da morte, todo ser humano luta para, de certa forma, fugir dessa realidade e reverter a situação de aniquilamento. Também foi assim com Jairo. Diante da morte de sua filha, uma menina de apenas 12 anos, Jairo lança mão de toda e qualquer possibilidade. Quem já não ouviu histórias de pais e mães que apelaram a tudo e a todos na urgência de salvar um filho ou uma filha ou mesmo algum familiar? Jairo sabe que sua filha está gravemente doente e pode morrer. Então ele se lança àquele do qual tinha, certamente, ouvido falar que fazia coisas maravilhosas. Jairo espera contra toda a esperança. Nem sabe se Jesus o ouvirá, se atenderá seu pedido; afinal, ele é um archisunagogon. Jairo arrisca tudo, ignora o que lhe pode custar essa procura desesperada por Jesus; apenas vai e lança-se a seus pés. E Jesus, compaixão, ouve-o e segue a seu lado até sua casa. Jesus é solidário com a dor de Jairo, percebe o desespero desse homem, anima-o durante a caminhada, especialmente após ouvir, ao lado desse pai, a notícia que Jairo não queria ouvir jamais: a morte da filha. Ninguém quer ouvir a notícia de que sua pessoa querida faleceu. Saber que a morte de fato se tornou a realidade encoleriza o ser humano e o atira ao chão, demonstrando a total incapacidade e nulidade que temos diante da morte.
No entanto, Jesus reverte esse quadro. A morte continua, sim, a última inimiga a ser vencida, mas já não tem mais a última palavra. Jesus venceu-a com sua morte e ressurreição. Essas investidas de Jesus contra a morte podem ser vistas em algumas passagens bíblicas, e o caso da filha de Jairo é um exemplo clássico. O que aconteceu com a menina da perícope foi um tipo diferente de ressurreição daquele experimentado por Jesus e o qual todos nós aguardamos. Jesus continua sendo a primícia dos que dormem (1Co 15.20s). A ressurreição que a filha de Jairo experimenta é como que uma volta de uma situação de não-vida para a vida (para aquela vida que estava vivendo antes de ficar doente). A menina volta a viver com o mesmo corpo (a mesma alma e o mesmo espírito), com o mesmo ser integral e continua sendo como era antes, apenas com uma experiência (de vida) diferente. A menina ainda é passageira, sujeita ao tempo e ao espaço, como antes, e irá morrer como todas as outras pessoas. A ressurreição de Jesus é algo diferente, trazendo elementos de descontinuidade ao que ele tinha vivido (ou àquilo que conhecemos dele a partir dos relatos bíblicos): depois de ressurreto, Jesus não estava mais sujeito ao espaço e ao tempo. Continuava corporal, é verdade, porque o jeito de Deus é tornar-se concreto, palpável e encarnado.
Hoje, a partir de Jesus, como pessoas cristãs, cremos na promessa da ressurreição para a vida eterna. Assim como Jairo, também podemos nos lançar aos pés de Cristo e contar-lhe nossa dor e nosso sofrimento. Jesus vai ao nosso lado nos pedaços difíceis do caminho de nossa vida ou carrega-nos em seu colo. Jesus não nos abandona em meio aos sofrimentos. Ele nos ouve, toma em seus braços e ali nos consola e anima. E também podemos ter a certeza de que nossa pessoa querida falecida não está jogada à própria sorte ou abandonada. A morte não nos lança ao nada, mas nos braços de Deus. Como diz Paulo: “Nem a morte e nem a vida, (…), nem nada pode nos separar do amor de Deus que é nosso por meio de Cristo Jesus” (Rm 8.38ss).
É bem verdade que não temos provas concretas, nem explicações racionais sobre a ressurreição. O que temos é a fé e temos a Cristo, e precisamos ser humildes para reconhecer que Deus nos escapa das mãos, fugindo à nossa racionalidade e aos nossos conceitos de tempo e espaço. A certeza que podemos ter é: quando morremos, caímos nas mãos de Deus. Morremos integralmente; afinal somos corpo, alma e espírito (diferente de concepções que dizem que o ser humano tem corpo, tem alma e tem espírito). Como seres integrais, a morte atinge-nos por completo; nenhuma parte de nós fica vagando por aí. O que permanece, no entanto, é nossa identidade; nosso ser permanece guardado com Deus até o dia do juízo final. Essa é a promessa que temos, que biblicamente podemos ler, mas que apenas podemos crer.
Também aqui vale a palavra de Jesus para nós: “Não temas! Crê somente!”. As pessoas enlutadas (e também nós) não precisam temer a morte, porque o que quer que venha com ela, Jesus já o passou antes de nós e o venceu a partir de sua ressurreição. Somos convidados a crer que nossa pessoa querida falecida está nas mãos de Deus e que Ele mesmo também cuida das pessoas enlutadas, consolando-as diariamente, animando-as e fortalecendo-as para seguir a caminhada. Deus está ao lado de seus filhos e filhas cada dia, mesmo que, algumas vezes, nós não consigamos sentir essa presença, como bem diz a canção: “Se bem que eu nada sinta do teu poder, que a luz da tua face não possa ver, eu sei que tu me guias, meu Bom Pastor (..)” (Hinos do Povo de Deus – volume 1 – n° 174).
4. Imagens para a prédica
Dentre as várias imagens possíveis para a prédica destaco duas:
a – a imagem de uma pessoa lançada aos pés de Jesus (assim como fez o próprio Jairo) e Jesus estendendo sua mão com carinho e amor. As pessoas enlutadas também são convidadas a aproximar-se de Jesus, a confiar que ele pode ajudar, a lançar nele suas esperanças. E Jesus é aquele que não vira as costas, mas é solidário, entende o sofrimento das pessoas e estende-lhes a mão. Aos pés de Jesus também podemos trazer nossa dor e sofrimento e estar seguros de que Cristo estará ao nosso lado e seguirá conosco nos pedaços difíceis da caminhada de nossa vida;
b – a morte não nos lança fora do corpo de Cristo, mas nos faz cair nas mãos de Deus. O medo da morte nos acomete, dentre muitos outros motivos também porque não sabemos o que vem com a morte. Afirmar que o que quer que venha com a morte já foi experimentado por Jesus ajuda a consolar as pessoas enlutadas e todos os seres humanos. Saber-se nas mãos de Deus, quer estejamos vivos, quer mortos, é uma imagem consoladora e animadora, também porque Deus (que prometeu “publicamente” estar ao nosso lado no dia de nosso Batismo) é a razão da vida e da morte, pelo menos das pessoas cristãs. E ali, nas mãos de Deus, continuamos recebendo seu cuidado.
5 Subsídios litúrgicos
Confissão de pecados:
Confessemos a Deus os nossos pecados. Em silêncio, vamos confessar individualmente a Deus os nossos pecados e depois dirigirei a confissão comunitária. Oremos: (momento de silêncio para confissão individual) Misericordioso Deus, confessamos que, como tua comunidade, pecamos em palavras, ações e omissões. Confessamos, Senhor, que muitas vezes não trazemos diante de ti nossas preocupações e angústias. Confessamos, Senhor, que nem sempre confiamos em ti de todo o coração e que, em meio ao desespero, nem sempre percebemos tua presença consoladora e confortadora. Perdoa-nos, ó Deus, quando fechamos nossas portas às pessoas que sofrem, quando não somos solidários e nem estendemos a mão aos desesperados e necessitados. Perdoa-nos, ó Deus, quando não cremos em mais nada, nem mesmo em ti. Renova-nos, Senhor, e estende tua mão sobre nós, assim como Jesus também fez, perdoando-nos e encorajando a crer. Por tudo isso e pelo que pesa em nós, Deus de amor e misericórdia, pedimos teu perdão. Amém.
Absolvição:
Assim disse Jesus: “Não temas! Crê somente!”. Confiantes nessa promessa, anuncio o perdão dos pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Oração do dia:
Misericordioso Deus, tu que sempre estiveste ao lado de teu povo, vindo até nós em Jesus Cristo, nós te pedimos que nos concedas fé para que coloquemos diante de ti toda a nossa dor, nosso sofrimento e nossas dúvidas, seguros de que tu nos ouves e nos consolas. Faze-nos experimentar teu poder vivificador e consolador. Por Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou e que vive e reina contigo e com o Espírito Santo hoje e sempre. Amém.
Oração geral da igreja:
Misericordioso Deus, damos-te graças pela vida e por todo o cuidado que tens para conosco. Agradecemos-te pelos anos que pudemos conviver com nossas pessoas amadas já falecidas e por todo o cuidado que tiveste para com elas. Bondoso Deus, em tuas mãos colocamos toda a saudade que sentimos de nossas pessoas queridas que já faleceram. Rogamos que, assim como cuidaste de cada uma delas enquanto viveram aqui conosco, tu também as sigas guardando em tuas misericordiosas mãos e permite que confiemos que nada, nem a morte e nem a vida, pode separar-nos do amor que tens por nós. Intercedemos, ó Senhor, por todas as pessoas enlutadas. Coloca a tua mão consoladora e confortadora ao redor de cada pessoa enlutada para que possa sentir tua presença constante. Intercedemos, ó Deus, por fé na ressurreição do corpo. Intercedemos, Senhor, por nosso mundo, para que experimente sinais de vida e para que a mensagem da ressurreição e vida plena arranque os sinais de morte e encoraje as pessoas a se unir na luta por um mundo mais justo e solidário para todas as pessoas. Intercedemos por tua igreja, para que sempre seja fiel testemunha do Cristo ressurreto e que tenha suas portas abertas para receber todas as pessoas e animar aquelas que estão tristes e desamparadas. Intercedemos, ó Senhor, por todas as pessoas doentes. Tu sabes o nome de cada uma delas, e rogamos que coloques tua mão curadora em torno delas. Esteja com as pessoas doentes, com seus familiares, com os cuidadores e com os profissionais da área da saúde, preenchendo-os com coragem e ânimo. Misericordioso Deus, diante de ti trazemos nossa oração, também aquela que está no fundo de nossos corações, rogando que tu nos escutes e nos atendas conforme a tua bondade. Por Jesus Cristo. Amém.
Oração Eucarística:
L:Graças te damos, ó Deus eterno, por sempre teres estado junto com teu povo e teres vindo até nós em Jesus Cristo. Damos-te graças, misericordioso Deus, pela dádiva maior, que é teu Filho Jesus Cristo. Jesus viveu entre o povo, curando, animando e ensinando, e foi solidário com as pessoas, colocando-se ao lado especialmente das pessoas que estavam sofrendo. Jesus experimentou a morte, mas a venceu através de sua ressurreição, trazendo a todas as pessoas a esperança na ressurreição para a vida eterna. Ressurreto, Jesus vive contigo, ó Senhor, e com o Espírito Santo. Celebramos a Ceia conforme a ordem do próprio Jesus. Muitas foram as vezes que Jesus se reuniu com seus discípulos e outras pessoas para cear. Mas, na última vez que jantou com sua comunidade de discípulos, na noite em que foi traído, Jesus tomou o pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”. De modo semelhante, depois de haver ceado, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. Envia, Senhor, teu Espírito Santo, o Espírito de nosso Senhor e de sua ressurreição, para que, partilhando o pão da vida e o cálice da salvação, tornemo-nos, em Cristo, um só corpo que anuncia a esperança. Lembra-te, Deus da ressurreição, de todas as pessoas falecidas, de todos os tempos e lugares e lembra-te também de nossos familiares que já partiram desta vida (aqui podem-se citar os nomes das pessoas já falecidas da comunidade, que faleceram naquele ano e/ou que sejam lidos os nomes que estiverem no livro dos Dípticos ou Mementos – livro esse que, com a devida capa e explicação, pode estar à entrada do lugar de celebração, com uma caneta, onde as pessoas podem anotar o nome de suas pessoas queridas já falecidas, independente da data da morte) e reúne-nos todos no teu reino, junto à mesa do banquete que nos tens prometido, quando não haverá mais lágrimas nem mortes. Louvamos-te, trino Deus, cantando:
C: Por Cristo, com Cristo e em Cristo, sejam a ti, Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre. Amém, amém, amém.
Sugestão de hinos de Hinos do Povo de Deus – volume 1: n° 67 (Cristo venceu a morte); n° 174 (Por tua mão me guia); n° 166 (Dá-nos olhos claros); n° 210 (Guia-nos, Jesus); n° 216 (Segura na mão de Deus); n° 237 (Graças dou por esta vida); n° 221 (Senhor porque me guarda a tua mão).
Sugestão de hinos de Hinos do Povo de Deus – volume 2: n° 393 (Salmo 121); n° 421 (Vaso novo); n° 461 (Tão longe); n° 473 (Em tua presença); n° 320 (Espírito Santo de Deus); n° 318 (Vem, Espírito de Deus).
Bibliografia
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo . São Paulo: Millenium, 1986.
WEHRMANN, Günther K.F. In:. PL n. 28, p. 253-259.
GAEDE NETO, Rodolfo. Os mementos na Oração Eucarística. In. TEAR n.10, p. 14-15.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).