Proclamar Libertação – Volume 34
Prédica: Miqueias 5.2-5a
Leituras: Lucas 1.39-45 (46-55) e Hebreus 10.5-10
Autor: Manoel Bernardino de Santana Filho
Data Litúrgica: 4º Domingo do Advento
Data da Pregação: 20/12/2009
1. Introdução
Um dos grandes problemas da sociedade hoje é o medo da solidão. Apesar e por causa da globalização, do desenvolvimento de diversas formas de comunicação pessoal, o número de pessoas solitárias aumenta a cada dia. Copacabana, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, é o bairro que concentra o maior número de pessoas solitárias do Brasil. Pessoas de alto poder aquisitivo, que, por isso mesmo, foram se isolando mais e mais do contato com outras pessoas e estão envelhecendo na solidão, da qual não mais conseguem fugir.
A solidão é produzida por diversos fatores, entretanto, por mais que se tente resolver, tal problema tem aumentado dia a dia.
Daí porque as narrativas sobre o nascimento de Jesus adquirem uma importância singular: os evangelistas afirmam que Deus não é um Deus solitário. Deus
é Deus de comunhão, de partilha, de estar junto, Deus que faz parceria com o ser humano, que compartilha suas alegrias e tristezas, que se faz presente em todas as horas. Portanto Deus é o Deus que não nos deixa sozinhos, solitários, desamparados, e essa mensagem é revelada em toda a Bíblia, pois Deus é revelado como Deus de companheirismo, amizade e relacionamentos.
Hoje, ao comemorar o Natal, lembre-se que ele significa a presença de Deus em meio a seu povo. Então não desanime. Por maiores que sejam as dificuldades, não deixe que o pavor da solidão se abata sobre sua vida, porque não estamos sós. Deus está conosco. Jesus é nascido. Ele se faz presente em nossa vida e quer o melhor para mim e você. Nunca estamos sozinhos!
2. O texto
“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me saíra o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
Portanto o Senhor os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.
Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do Senhor, na majestade do nome do Senhor seu Deus; e eles habitarão seguros, porque agora será ele
engrandecido até aos confins da terra.
Este será a nossa paz”.
3. Exegese
O livro do profeta Miqueias orienta-se pela sequência de palavras de desgraça e salvação. Pode-se dividi-lo em quatro partes:
1. 1.2-3.12 (desgraça)
2. 4.1-5.14 (salvação)
3. 6.1-7.7 (desgraça)
4. 7.8-20 (salvação)
O título de 1.1 atribui o livro a Miqueias de Moreshet Gat, cidade situada a 35 km a sudoeste de Jerusalém, onde ele era ancião do clã ou da localidade. Isso o levou a estabelecer contato com a capital Jerusalém por motivos funcionais. Miqueias é também chamado de “Amós do Reino do Sul”. Com Amós ele tem em comum a sensibilidade pelos abismos sociais e pelos problemas e causas estruturais.
As palavras de desgraça (Mq 1-3 e 6.1-7.7) constituem uma crítica maciça ao Estado e à sociedade que enfrenta sem tolerância a ordem econômica que arruinava os pequenos agricultores no período médio do reinado e no início da época pós-exílica. Os agricultores estavam sendo liquidados pela prática sistemática e inescrupulosa do endividamento. Isso levou à destruição da ordem social igualitária, que se assentava, no século VIII a.C., sobre o princípio: um homem, um campo, uma casa. Miqueias é uma denúncia contra o estabelecimento de uma sociedade de classes, promovida pelos ricos latifundiários, que demanda exigências de exploração dos pequenos agricultores. Tudo isso levou à decadência social e à perda da solidariedade.
Portanto nossa perícope se coloca dentro da mensagem de salvação e gira em torno da renovação de Sião enquanto lugar de justiça abrangente, o que fascina as nações e conduzirá ou à espontânea transformação do armamento bélico (espadas em relhas de arado e lanças em podadeiras, 4.3) ou à destruição violenta de todos os equipamentos de guerra e ídolos.
Miqueias projeta a visão de um novo começo messiânico, que virá não em Jerusalém, mas em Belém, cidade natal de Davi, pelo nascimento de um “soberano de paz” (Is 7.14-17; 9.1-6; 11.1-9). Mateus e Lucas recorreram (Mt 1-2; Lc 1-2) a Miqueias 4-5 para proclamar, à luz dessa promessa, Jesus como portador messiânico de justiça e paz.
Miqueias identifica a pequena cidade como lugar do nascimento do futuro Messias. Com dezenas de cidades na região, a escolha de Belém torna-se uma profecia notável. E se Maria tivesse demorado apenas mais 24 horas na viagem de Nazaré a Belém, Jesus teria nascido fora da cidade proferida pela profecia messiânica (Mt 2.5). Se essa profecia de Miqueias não se tivesse cumprido, toda a estrutura profética do Antigo Testamento teria caído com ela.
O lugar do nascimento é tão exatamente predeterminado, que os fariseus e os escribas, quando consultados a respeito por Herodes, sem vacilar citam o nosso texto. Beth-lehem, a cidade de Davi, antigamente teve o nome de Efrata (Jo 7.42; Gn 35.19; 1Sm 17.12). Era o lar da família de Noemi (Rt 4.11), dos descendentes de Rute, como Davi (Sl 132.6); eram os antigos efratitas. A pequena cidade não pertencia aos “milhares”, pois a sua população não chegava a isso. Foi pois, em si, uma cidade de pouca importância. Na época de Davi, como lugar do nascimento desse rei, se tornou conhecida. Efrata quer dizer “frutífera”.
O profeta, humilde cidadão de uma vila inexpressiva, alegrou-se com a revelação divina de que o Cristo nasceria numa cidadezinha parecida com a sua, e não na imponente capital. A revelação confirmou que o futuro soberano de Belém reinaria e, mais ainda, que ele seria um ser que existe “desde os dias da eternidade” (5.2). Ele teria o coração de pastor para apascentar o povo e a força necessária para cumprir o propósito de Deus (5.3). Não é que ele viria simplesmente para impor a paz: Miqueias afirma que “ele será a paz” (5.5). Paz universal, paz implantada no coração de cada pessoa, não resultado de qualquer pressão externa. A tradução literal é: “este (homem) será paz”. Outra versão diz: “e este homem será a paz”, a paz personificada: ele conquistará e transmitirá a paz. Desde o cântico dos anjos (“Paz na terra”; Lc 2.14) até as saudações do ressuscitado: “Paz seja convosco” (Jo 20.19), ele, em toda a sua atividade, em todas as suas palavras, comprova ser o prometido Príncipe da Paz. É essa mensagem que os profetas anunciaram, que os apóstolos e evangelistas proclamaram mundo afora: Nele, e só nele há paz com Deus.
Deus escolheu esse homem simples, Miqueias, para ser o porta-voz de acontecimentos que se cumpririam alguns séculos depois. Após longa demora, o mundo ouviu a proclamação dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens”. Nascia Jesus, o Príncipe da Paz, que no seu ministério declarou: “A minha paz vos dou” (Jo 14.27). Não é a paz instável das políticas humanas, mas a paz duradoura da reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo. Temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).
4. Meditação
A profecia de Miqueias trata de justiça e esperança. Essa pequena profecia, não em qualidade, mas na dimensão física de seu texto, contém uma das mais belas mensagens de toda a Bíblia. O Miqueias histórico foi contemporâneo de Isaías e Oseias. Diante da opressão do pobre e da corrupção moral, ele e seus companheiros foram solidários com os menos favorecidos.
Miqueias se alegrou, como humilde cidadão, com a revelação de que o Cristo nasceria numa cidade semelhante à sua. A revelação confirmou ainda que o menino seria o próprio Filho de Deus. Como Isaías, viu o futuro Messias. Como Oseias e Amós, que denunciaram a opressão do pobre e a corrupção moral e espiritual, Miqueias reflete em seu texto os ecos dessas advertências proféticas. Anuncia que ele será a nossa paz. Não a paz instável das políticas estabelecidas por formas de governos. Nem a paz estabelecida por alianças espúrias, por conveniências de Estado. Políticas de paz que Israel conhecia muito bem por ter diversas vezes tentado livrar-se de seus inimigos, estabelecendo relações iníquas com nações que não queriam seu bem.
Estamos vivendo dias que chamamos de expectativas do Advento. Vemos que cada evangelista procurou dar um enfoque diferente àquilo que seria o acontecimento mais importante de todos os tempos: o nascimento do Messias. Lucas apresenta a narrativa do ponto de vista de Maria. Ali vemos a maneira como ela encarou todos os acontecimentos relacionados ao nascimento: o espanto, o temor, a submissão. Mateus apresenta a narrativa do ponto de vista de José. É com esse homem simples que aprendemos muitas coisas sobre nossa relação com Deus.
Vivemos em um mundo mágico onde a fé simples e racional dá lugar a crendices, misticismos, horóscopos. É verdade que precisamos não racionalizar completamente a nossa fé. É necessário perceber um certo “rumor de anjos” em nossa sociedade (Peter Berger). Quantas vezes não descremos da maneira como Deus pode vir falar conosco? Deus enviou um anjo para esclarecer as dúvidas do coração aflito de José e também de Maria. Precisamos estar atentos à voz de Deus, porque a vontade dele é sempre esclarecer nossas dúvidas. Mas o “anjo” pode ser uma pessoa próxima, pode ser um irmão, pode ser alguém estranho, como pode ser alguém do meu convívio, que Deus usa para esclarecer meus espantos. O autor aos Hebreus afirma que homens houve que sem saber “acolheram anjos” (Hb 13.2). Por isso não se deve desprezar a palavra de ninguém. É preciso ponderar todas as coisas, pois aquele que você rejeita pode ser o porta-voz de Deus para esclarecer suas dúvidas e acabar com seu tormento.
Advento é tempo de revelação da verdade de Deus. Maria confrontou seu esposo. Confrontou a verdade. Jesus é aquele que vai nos levar à verdade, mas é certo que muitos haverão de rejeitar essa verdade. Será que estamos dispostos, prontos, para enfrentar os desafios da verdade de Deus em Cristo? O Senhor nos chama à verdade. Estranha para alguns, mas verdade. Sempre verdade.
Advento é a coragem de ser mãe. Preparar o ventre para a salvação. Ali em Belém Maria teve seu Filho, Salvador do mundo. Muita gente diz sim aos planos de Deus, mas não tem coragem de ir adiante.
É tempo de salvação, de reconciliação, de paz. O mensageiro anuncia a salvação e sai de cena. Anuncia sua mensagem e vai embora. É Cristo quem precisa ficar em seu coração. Ele é a mensagem de Deus encarnada, que vem dar um novo sentido à nossa vida.
Advento é o anúncio de que algo prometido virá para renovar a nossa vida e responder à nossa angústia. O Natal nos anuncia que toda vida é sagrada e reme- te a um mistério sacrossanto. Portanto todo atentado contra a vida é uma agressão ao próprio Deus.
Estamos falando de Natal, mas vivemos em um constante estado de guerra, seja em nível mundial, seja em nível da nossa sociedade. Conflitos étnicos, econômicos e sociais eclodem em toda parte. Nossas cidades são assoladas pela violência cotidiana.
Não é muito diferente dos dias de Acaz. Isaías remete-nos ao tempo da guerra. Judá, o Reino do Sul, estava sob ameaça de invasão bélica. Uniram-se, na época, o rei da Síria e o rei de Israel (Reino do Norte) e atacaram Jerusalém. Isso gerou grande angústia nos moradores de Jerusalém, a ponto de o texto bíblico dizer que “o povo ficou com tanto medo que tremia como varas verdes” (Is 7.2, de acordo como a Bíblia na Linguagem de Hoje).
Foi nessa circunstância que Deus levantou o profeta Isaías para transmitir ao rei Acaz uma mensagem de conforto. Deus queria que o rei Acaz lhe pedisse um sinal, mas esse se recusou. Então Deus falou por intermédio do profeta Isaías: “O Senhor mesmo lhe dará um sinal: a jovem concebeu e dará à luz um filho e porá nele o nome de Emanuel, Deus conosco” (Bíblia de Jerusalém). O termo hebraico almah significa jovem ou jovem casada, sem filhos. É um termo que é aplicado a Miriã (Êx 2.8), que tinha 14 anos, e a Rebeca (Gn 24.16).
Jovem aqui não é virgem. Diz respeito apenas a uma jovem mulher, independente de sua condição sexual. Isaías estava se referindo à jovem esposa de Acaz, grávida do herdeiro do trono. Provavelmente se esperava que o sucessor fosse o Messias, aquele que reuniria de novo Israel e Judá e promoveria a paz. Isso fica evidente no capítulo 9, quando Isaías celebra o nascimento de Ezequias, herdeiro de Acaz, dizendo: “Já nasceu uma criança, Deus nos deu um menino que será nosso rei. Ele será chamado de Conselheiro-Maravilhoso, Deus-Forte, Pai- eterno, Príncipe da paz”. Esses títulos são comparáveis ao protocolo que era preparado para o faraó quando de sua coroação. O menino de estirpe real terá a sabedoria de Salomão, a bravura e a piedade de Davi e as grandes virtudes de Moisés e dos patriarcas (11.2). A tradição cristã que se exprime na liturgia de Natal, ao dar esses títulos a Cristo, mostra que Ele é o verdadeiro Emanuel.
De fato, Ezequias é muito elogiado (2Cr 29). Mas não era o Messias, e o próprio Isaías irá reconhecer isso.
Na mensagem do Novo Testamento, que relê os textos proféticos a partir da nova realidade inaugurada por Cristo, pela morte e ressurreição do Senhor irá compreender que Ele sim é o Messias. Por isso Mateus, ao compor seu texto, recorre àquele episódio entre Isaías e Acaz. Só que ele usa a versão da Septuaginta, que traduz almah (jovem) por virgem. Essa tradução trouxe alguns problemas para a fé cristã, tais como o horror à sexualidade e a valorização da virgindade como estado ideal.
Mas o que importa é a mensagem nas entrelinhas do texto: Jesus sim é o Emanuel, o Deus conosco, o próprio Deus em forma de criança. Deus veio ao mundo na forma de criança; criança pobre, envolta em panos.
Essa criança trouxe paz e luz a todas as nações (Is 9.1). O povo esperava o Messias, e naquela noite, em Belém, a espera findou. O nascimento de Jesus se deu em circunstâncias desfavoráveis. Tempos ruins, de dominação estrangeira, como nos dias de Isaías. José e Maria foram a Belém porque o imperador Augusto ordenou um recenseamento. Veja as semelhanças entre os textos de Isaías e Lucas: O povo estava em trevas. E Lucas afirma que aos pastores da noite sobreveio uma grande luz (Lc 2.9). O homem sem Deus está diante das trevas da noite e da escuridão.
Os pastores foram as primeiras testemunhas desse fato inusitado. Eram gente desprezada; aos olhos da elite, gente sem classe. Deus subverteu tudo. Não apareceu nos palácios, nem nos templos. Pastores, gente humilde, à margem da sociedade foram as testemunhas do maior evento da humanidade. A luz brilha para a humanidade a partir dos menores.
Finalmente, é preciso dizer que muitos hoje experimentam suas vidas como que envoltas em penumbra e trevas. Hoje há muitos famintos e outros tantos desempregados, pessoas enfermas, com problemas familiares. E o que é pior: sem esperanças. Não há maior escuridão do que essa, ou seja, quando andamos como cegos, desorientados e sem esperanças.
A grande promessa de Deus é esta: “Uma grande luz brilhando na escuridão”, discernindo caminhos, oferecendo orientação diretamente do Maravilhoso Conselheiro e prometendo a paz outorgada pelo Príncipe da Paz.
5. Imagens para a prédica
5.1 – Vamos a Belém encontrar o rei
Jesus é o grande presente, é a promessa de Deus aos homens. Ele é o rei prometido desde os tempos antigos. Isaías diz: “A glória do Senhor nasce sobre ti”. Mas é o mesmo profeta que também prediz o nascimento do Messias: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (9.6).
Os reis deste mundo são inacessíveis. Não se pode falar com eles em qual- quer lugar. Nem mesmo podemos falar com eles por nossa própria vontade. Mas Jesus é um rei diferente. Ele está sempre à disposição. Qualquer um de nós pode chegar até ele com nossas orações.
5.2 – Vamos a Belém encontrar o amor
Todos conhecem a mensagem de João: “Porque Deus amou o mundo ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (3.16). Aqui o autor tenta expressar o amor de Deus por nós. Ele amou o mundo e deu seu filho. Em Belém, encontramos esse maravilhoso presente de Deus. Ali, no estábulo, nasceu aquele que foi preparado por Deus para dar sua vida em nosso lugar. Deus manifestou sua graça e misericórdia enviando seu filho amado. Deus é amor. Em Belém encontramos o amor de Deus encarnado. Maravilhoso amor. Somente aquele que teme a Deus é que pode, pelo Espírito Santo, entender a dimensão desse amor. Não sabemos falar de Deus, mas, quando agradecemos a Deus, é porque o Espírito Santo nos dá condições de dizer: “Senhor Jesus”.
5.3 – Vamos a Belém encontrar o perdão
O Messias veio por causa de uma dívida que precisava ser paga, e nós, nenhum de nós tinha condições de pagar. Se Deus tivesse outra maneira de pagar essa dívida, não há dúvida que ele teria poupado seu filho. Mas não havia. A lei requeria um cordeiro inocente, sem mácula, para cobrir o pecado da humanidade. Nos antigos sacrifícios da lei, os animais oferecidos em sacrifício deviam ser os melhores do rebanho. Não podia ser aleijado, nem doente. Precisava ser são. Mas por mais perfeito que fosse, ainda assim não era o sacrifício perfeito. A Carta aos Hebreus nos diz que tudo aquilo eram sombras daquilo que viria depois em forma perfeita (10.1s).
Deus em Cristo nos concedeu o perdão completo. Não há mais dívida. Seu sacrifício cobriu todos os nossos pecados. Deus nos ofereceu o perdão. Estamos perdoados e nele não há mais contas a pagar. Ele pagou tudo.
5.4 – Vamos a Belém encontrar a alegria
Os textos que lemos nos falam da alegria da salvação. As boas-novas anunciadas aos pastores de Belém diziam: “Eis que vos trago boa nova de grande alegria…” Jesus é nossa salvação, mas essa salvação deve se traduzir em alegria pelo perdão alcançado. Somos agraciados. Jesus é a nossa alegria. Evangelho é boas-novas.
5.5 – Vamos a Belém encontrar a paz
Ele é a nossa paz. Justificados em Cristo, temos paz com Deus (Rm 5.1). Não há paz com Deus senão por meio de Cristo Jesus. Ele é aquele que nos proporcionou a paz.
Mas é preciso tomar uma atitude: Em Jesus temos o rei, o amor, o perdão, a alegria e a paz. Mas é preciso ir a Belém. A palavra Belém quer dizer: “Casa do pão”. Não há nome mais apropriado. Jesus é o pão da vida, o alimento que todos precisam para não mais sentir fome. Ele preenche nosso vazio. Você quer saciar sua fome, quer encontrar o rei, quer sentir-se amado, quer o perdão, quer sentir-se alegre e quer a paz? Então tome a direção de Belém. Vá a Belém, para não dizer, vá até Cristo. Dirija-se a ele. Busque a ele. Coloque sua vida e seus projetos diante dele. E o vazio de sua existência desaparecerá.
Nesta noite de Natal, lembre-se de que Jesus nasceu para nossa alegria. Alegre-se com o que ele nos oferece. Vá até Belém. Vá até Jesus.
6. Subsídios litúrgicos
Magnificat:
O Senhor fez em mim maravilhas. Santo é seu nome. A minha alma engrandece o Senhor, meu espírito Exulta em Deus, meu Salvador.
Pôs os olhos na humildade de sua serva, Doravante toda terra cantará os meus louvores.
O Senhor fez em mim maravilhas. Santo é seu nome.
Seu amor sempre se estende Sobre aqueles que o temem. Demonstrando o poder de seu braço, Dispersa os soberbos.
Abate os poderosos de seus tronos
E eleva os humildes.
Sacia de bens os famintos, Despede os ricos sem nada.
Acolhe Israel seu servidor, Fiel ao seu amor.
E à promessa que fez a nossos pais,
Em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
Desde agora e para sempre, pelos séculos.
Amém.
Bibliografia
BIBLIA SAGRADA. Sociedade Bíblica do Brasil. Versão Revista e Atualizada. Brasília. 1969.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulinas, 1986.
BERGER, Peter. Rumor de Anjos; a sociedade moderna e a redescoberta do so-brenatural. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
BRUEGGEMANN, Walter. A Imaginação Profética. Tradução: José Wilson de Andrade. São Paulo: Paulinas, 1983.
ZENGER, Erich et al. Introdução ao Antigo Testamento. Tradução:Werner Fuchs. São Paulo: Loyola, 2003.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).