Nossa Fé – Nossa Vida
Guia da vida comunitária na IECLB
(versão 2010)
Qual o fim e a missão da IECLB?
Assim diz a Constituição da IECLB, no Art. 3º:
Em obediência ao mandamento do Senhor, a IECLB, através de suas comunidades, tem por fim e missão:
I – propagar o Evangelho de Jesus Cristo;
II – estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária;
III – promover a paz,a justiça e o amor na sociedade;
IV – participar do testemunho do Evangelho no país e no mundo.
O que é a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)?
É o convívio de pessoas por ela batizadas ou admitidas, diferentes umas das outras, todas elas, no entanto, chamadas para viverem seu Batismo.
Nesse Batismo Deus dignifica-nos para ser membros de seu povo, pela obra salvadora de seu Filho.
Como igreja cristã, o Espírito Santo nos chama a participar do serviço de Cristo no mundo, no ambiente em que vivemos. Somos, desta forma, Igreja de Jesus Cristo no Brasil.
Segundo a lei de nosso país, somos, como entidade civil, uma associação religiosa constituída por comunidades evangélicas e organizada legalmente em paróquias e sínodos.
O que cremos?
Cremos que Deus cria a nós, o universo e tudo que nele existe; cremos que somos sua propriedade.
Cremos que Deus nos salva por Jesus Cristo. Pelo seu poder ele nos liberta do campo de força do pecado.
Cremos que Deus nos santifica pelo Espírito Santo. Ele nos faz renascer para uma nova vida e nos torna seus discípulos e suas discípulas.
O que significa “confissão luterana”?
Integramos a comunhão das igrejas luteranas que confessa e manifesta sua fé, baseada nas Sagradas Escrituras, pelos credos da igreja antiga, pela Confissão de Augsburgo e pelo Catecismo Menor de Lutero.
Cremos em uma só Igreja de Cristo, a comunhão dos santos; cremos na boa nova da justificação pela graça, abraçada na fé. Cremos que este evangelho cria vida nova, reformando constantemente a igreja.
Nossa tradição confessional não nos isola de outros cristãos. Com ela participamos da ecumene. Vinculados em fé e ação com todas as igrejas no mundo que confessam Jesus Cristo como Senhor e Salvador, procuramos viver a unidade da Igreja de Jesus Cristo: universal, una, santa e apostólica.
Por que igreja organizada?
A igreja não pode ser feita por nós. Através do Espírito Santo Deus nos chama, por sua palavra e por seus sacramentos, e nos faz membros de seu povo.
Como membros deste povo, nos reunimos em comunidade e organizamos o nosso convívio: Estabelecemos normas e ordens e criamos as condições indispensáveis para uma atuação missionária conjunta. As formas de organização podem mudar e também diferir, mas sempre devem estar a serviço de Cristo e de sua missão.
O que faz a IECLB?
A IECLB é instrumento através do qual Deus nos faz proclamar e viver a boa-nova da salvação, testemunhada nas Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos.
Através dela, Deus nos faz viver o amor, empenhando-nos pelo bem-estar e pela salvação do próximo.
Através dela, Deus nos faz viver em comunhão, como membros de seu povo no mundo.
Como a IECLB realiza sua tarefa?
A IECLB realiza sua tarefa pelas comunidades e paróquias, que são a base de seu trabalho, e pelas direções em nível sinodal e geral.
A direção da Igreja empenha-se em fortalecer e aprofundar a comunhão entre as comunidades; em auxiliar na concretização de seus objetivos; em promover o intercâmbio de suas forças e meios em prol da vida e ação missionária em comum.
Para tanto, cuida da ordem na Igreja e da formação de obreiras e obreiros, acompanhando e regulamentando sua vida funcional e disciplinar.
A comunidade realiza sua tarefa de participar do serviço de Cristo sob responsabilidade própria, orientada pela direção da Igreja.
A comunidade congrega seus membros em torno de um centro comum de culto, pregação e celebração dos sacramentos. Anima e promove a participação dos membros na concretização de seus objetivos: testemunhar o evangelho dentro e fora das fronteiras da comunidade; zelar para que o testemunho seja dado segundo a confissão luterana; dedicar-se à assistência espiritual e à ação diaconal; promover o ensino e a formação evangélica luterana das pessoas batizadas; engajá-las, conforme seus dons, nos desafios da vida comunitária e social, com vistas à promoção do bem comum.
Comunidade, sínodo e Igreja geral podem criar e manter serviços, órgãos e instituições educacionais e diaconais para cumprir sua tarefa.
Quem é membro da IECLB?
Somos membros da IECLB pelo Batismo que ela administra ou reconhece.
O membro de outra igreja cristã é admitido mediante profissão de fé, após ter recebido a necessária instrução sobre a doutrina e vida comunitária da IECLB. A admissão de menores de catorze anos deve ser requerida pelo responsável por sua educação.
Todas as pessoas batizadas são inscritas no quadro de membros da comunidade.
Temos direito a voz e voto na assembleia da comunidade, a partir da confirmação ou profissão de fé. Podemos ser eleitos para cargos deliberativos a partir dos dezoito anos, e para cargos executivos, a partir dos 21 anos.
O que faz o membro da IECLB?
O membro integrado na comunidade participa na vida de culto da comunidade.
É ali que Deus nos serve, por meio da palavra, dos sacramentos e da comunhão fraternal, em solidariedade e partilha. O serviço de Deus nos conforta, liberta e nos desafia para lhe servirmos na comunidade e no mundo em que vivemos.
Por gratidão, o membro contribui financeiramente com a comunidade, para que esta possa realizar a missão de Deus no mundo, manter a sua administração, bem como da paróquia, do sínodo e da IECLB.
A comunidade é, pois, alvo e instrumento da missão de Deus. A fim de conscientizar e capacitá-la para essa tarefa, Deus lhe concede ministérios, cargos e funções. Os ministérios – Cargos e funções na Igreja
Os ministérios – Cargos e funções na Igreja
O que são os ministérios?
Na Igreja, a rigor, há um só ministério: o de testemunhar o evangelho de Cristo, confiado à comunidade. Todos os outros ministérios específicos, criados pela comunidade ou Igreja, devem estar a serviço daquele.
Quem realiza a obra de Cristo no mundo?
Todos nós, como membros da Igreja de Cristo, somos sacerdócio real, representantes de Deus, encarregados por ele mesmo, para proclamar e vivera boa-nova da salvação em Cristo, no ambiente em que vivemos.
Com que participamos da obra de Cristo?
Os membros da comunidade têm muitos dons, nem sempre conhecidos e despertados. Todos eles devem ser utilizados na busca do alvo da comunidade: ser instrumento da missão de Deus no mundo.
Na IECLB temos quatro ministérios específicos: o pastoral, o catequético, o diaconal e o missionário. São desdobramentos do único ministério de testemunhar o evangelho. São oriundos dele e para ele estão voltados. Entre si dividem funções e atribuições específicas, compartilhando do mesmo objetivo último, denominado „Ministério Eclesiástico“. Os quatro ministérios específicos agem de maneira compartilhada, tanto entre si quanto com as pessoas colaboradoras e líderes, atuando com elas em equipe.
Eles motivam os membros da comunidade a lerem a Bíblia, a fim de conscientizá-los de sua vocação e capacitá-los para o serviço de testemunhar o evangelho em família, no lugar de trabalho e estudo, na comunidade e sociedade em geral. Estão, portanto, a serviço do “sacerdócio universal de todos os crentes”. Esse serviço motivador e instrumentalizador denominamos “ministério compartilhado“.
Qual a função do ministério pastoral?
O pastor e a pastora, credenciados pela Igreja, são chamados pelo conselho paroquial ou outro órgão diretivo, para exercer, segundo o ministério compartilhado, a pregação pública do evangelho, a administração dos sacramentos e o aconselhamento pastoral. Dedicam atenção especial à formação e ao acompanhamento de pessoas colaboradoras leigas. Juntamente com os demais ministérios específicos, são corresponsáveis pela administração da comunidade.
Qual a função do ministério catequético?
O e a catequista, credenciados pela Igreja, são chamados pelo conselho paroquial, por outro órgão diretivo da Igreja ou pela escola, para exercer, segundo o ministério compartilhado, a educação cristã, em todas as faixas etárias e nos múltiplos contextos educacionais. Dedicam atenção especial à formação e ao acompanhamento de pessoas colaboradoras leigas.
Qual a tarefa do ministério diaconal?
A diácona, o diácono ou a diaconisa, credenciados pela Igreja, são chamados pelo conselho paroquial, por outro órgão diretivo da Igreja ou instituiçãodiaconal, para exercer, segundo o ministério compartilhado, o testemunho prático da fé cristã, promovendo o bem-estar integral de pessoas e do meio ambiente. Empenham-se na prevenção e cura do sofrimento humano, trabalhando pela eliminação das causas dos males. Dedicam atenção especial à formação e ao acompanhamento de pessoas colaboradoras leigas.
Qual a tarefa do ministério missionário?
O missionário e a missionária, credenciados pela Igreja, são chamados pelo conselho paroquial, ou outro órgão diretivo da Igreja, para exercer, segundo o ministério compartilhado, o serviço evangelístico, especialmente além de suas fronteiras. Empenham-se na formação e edificação de comunidade. Nesse sentido, atuam em estreita ligação com a paróquia mais próxima e o respectivo sínodo e sob sua coordenação. Dedicam atenção especial à formação e ao acompanhamento de pessoas colaboradoras leigas.
Qual a tarefa de pessoas colaboradoras leigas?
A amplitude da missão de Cristo requer que a comunidade chame pessoas leigas para participarem, segundo o ministério compartilhado, na realização de cultos e ofícios, na instrução cristã, assistência, orientação de grupos, visitação, música, administração e em outros campos de ação, conforme necessidade e possibilidade.
Qual a tarefa de presbíteros e presbíteras?
Eles administram e dirigem a comunidade, assegurando a continuidade do trabalho eclesiástico em todos os setores da comunidade, segundo o ministério compartilhado, em corresponsabilidade com obreiros e obreiras. Atuam em equipe com os obreiros e as obreiras e as pessoas colaboradoras leigas.
Quem exerce a direção em nossa Igreja?
Assim como a comunidade, também a nossa Igreja chama dentre seus membros aqueles que a dirigem, em nível paroquial, sinodal e nacional. A comunidade participa da eleição dos mesmos, através dos seus delegados que a representam na reunião do conselho paroquial, na assembleia sinodal e no concílio da Igreja.
O que é necessário para exercer uma função?
Todo membro da igreja que nela recebe uma tarefa específica, seja no ministério diaconal, catequético, missionário, pastoral ou no serviço de presbítero e presbítera, deve estar consciente de sua vocação. É devidamente preparado para sua função por meio de cursos, seminários e retiros, realizados pelos responsáveis nos respectivos setores de trabalho.
Deve ser credenciado pelos órgãos competentes e oficialmente incumbido do cargo a ele confiado.
O culto – Reunião da comunidade cristã
Por que nos reunimos em culto?
Confiamos na promessa de Jesus Cristo de estar presente onde duas ou três pessoas estão reunidas em seu nome.
O Espírito Santo faz-nos reconhecer que Deus é nosso Pai e doador de todas as coisas. Faz-nos saber que Deus veio ao nosso encontroe nos serviu em Jesus Cristo. Faz-nos agradecer a Deus por este serviço, adorando-o e louvando-o.
O Espírito Santo fortalece a comunhão no encontro com outras pessoas. Faz-nos sair do isolamento. Confronta-nos com a palavra de Deus, fazendo-nos conhecer sua vontade. Pelo sacramento do santo Batismo certifica-nos de sua aliança. Pelo sacramento da Ceia do Senhor une-nos no mistério do corpo de Cristo, fortalecendo-nos para a missão de servir a Deus e ao próximo.
Onde se realiza o culto?
O culto acontece em local devidamente preparado, no templo ou em outro lugar. Deve favorecer um ambiente em que Deus nos serve com sua palavra, os sacramentos e a bênção e facilitar a adoração comunitária.
Por que culto em domingo?
Baseados no testemunho da Bíblia, trabalhamos seis dias e descansamos no sétimo. Desde o início, o dia de descanso foi santificado e chamado o Dia do Senhor.
Ele nos é oferecido para fortalecer-nos, em todos os sentidos, no viver diário. Para a comunidade primitiva, o primeiro dia da semana, tornou-se o Dia do Senhor por causa da ressurreição de Jesus Cristo, o evento central da fé cristã.
Por isso o domingo é um dia apropriado para celebrar cultos, embora também possam ser realizados em qualquer outro dia da semana.
Qual o sentido da forma de culto?
A forma de culto facilita a participação consciente das pessoas. Historicamente, nossa ordem de culto apresenta variações na forma, devido às diferentes tradições e situações de nossas comunidades.
Novas formas de culto, elaboradas no espírito da confissão luterana, podem ajudar-nos a compreendê-lo melhor.
Na medida do possível, essas formas devem ser adaptadas à ordem vigente. Isso ajuda a nos sentirmos ambientados, mesmo quando nos reunimos com irmãos ou irmãs em outro lugar.
Quem dirige o culto?
O culto é a reunião da comunidade em nome de Deus; é ela, portanto, quem o realiza. O pastor ou a pastora dirigem o culto, podendo encarregar, em concordância com o presbitério, outros obreiros e obreiras, membros ou grupos com a direção parcial ou total.
Qual o sentido das diferentes partes do culto?
Hinos e música no culto servem para expressar o que nos move como filhos e filhas de Deus, louvando-o e glorificando-o como nosso Criador, Salvador e Santificador.
Por intermédio da confissão dos pecados reconhecemos o quanto ficamos devendo perante Deus e as outras pessoas. Pedimos perdão e o recebemos pela proclamação da graça de Deus, que nos coloca na relação certa.
A prédica, que pode acontecer em diferentes modalidades, é a comunicação do evangelho. Ela nos confronta com a vontade de Deus, nos consola e lembrada nossa tarefa como pessoas cristãs, preparando-nos para a ação missionária em nossa vida diária.
Por meio da confissão pública da fé, glorificamos os feitos de Deus e nos comprometemos a viver, digna e responsavelmente, em comunhão com Deus, com as pessoas e o meio ambiente.
Nossa solidariedade com outras pessoas se torna concreta quando recolhemos a oferta, dada em gratidão a Deus e em favor do próximo.
Os anúncios e avisos servem para nos informar sobre realizações e acontecimentos relacionados com a vida em comunidade e sociedade, convidando para intercessão e ação.
Ao orarmos no culto, agradecemos pelas dádivas de Deus, por sua bondade e seu amor. Lamentamos pelos sofrimentos e pelas dores. Rogamos por seu auxílio e intercedemos em favor das necessidades do mundo, deixando de pensar apenas em nós mesmos. Na oração nos voltamos para Deus e para as pessoas.
O Batismo e a Ceia do Senhor transmitem-nos a promessa do evangelho em palavra visível e atuante.
A bênção, no fim do culto, assegura-nos que Deus está conosco em todas as situações. Incumbe-nos de passar adiante o que recebemos e aprendemos. Sob a bênção, saímos da reunião dispostos a viver o culto no serviço de Deus no mundo.
Batismo – O grande dom de Deus
Por que batizamos?
Batizamos porque Deus quer dar nova vida a todos. Cristo nos enviou com a tarefa de fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e ensinando-os a guardar todas as coisas que Cristo ordenou. No Batismo em nome do trino Deus nos é oferecida a graça de Deus que nos faz seus filhos e suas filhas e nos motiva a viver em comunidade.
O que Deus nos dá no Batismo?
Pelo Batismo participamos da vida, morte e ressurreição de Cristo por nós. Somos marcados por sua cruz, que é a vitória sobre o nosso fracasso e o ponto de partida para um novo começo.
Aceitos por graça, somos chamados a andar em novidade de vida, oferecendo-nos a Deus como instrumentos de justiça.
Por que batizamos com água?
A água que usamos no Batismo, unida à palavra de Deus, comunica-nos que morremos para o pecado e ressurgimos mediante o lavar regenerador do Espírito Santo, para uma vida nova a cada dia.
Quem é batizado?
Batizamos as crianças, porque a graça de Deus vem ao nosso encontro sem que a tenhamos merecido, solicitado ou entendido. Essa graça quer ser abraçada na fé, tanto por parte dos pais e padrinhos quanto, posteriormente, pela criança. A fé, contudo, é despertada e mantida, até o fim bem-aventurado, pelo Espírito Santo. Neste mesmo sentido, após o devido preparo, também batizamos pessoas adultas, que professam sua fé nesta ocasião. Tal Batismo não requer o ato posterior da Confirmação.
Batizamos na igreja, durante o culto, ou, excepcionalmente, em qualquer outro lugar, mas sempre na reunião com irmãos e irmãs.
Quem batiza?
O sacramento do Batismo é ministrado pelo pastor ou pela pastorada comunidade do batizando. Essa função pode ser delegada a outros obreiros e obreiras ou a um membro da comunidade, devidamente incumbido.
Em caso de emergência, qualquer pessoa cristã pode batizar, observada a presente ordem. Também tal Batismo deve ser inscrito no registro batismal e a criança, em caso de restabelecimento, ser apresentada em culto à comunidade.
Como realizamos o Batismo?
Pela mensagem bíblica conscientizamo-nos da ordem do Cristo ressurreto de fazer discípulos, lembrando-nos de sua promessa de estar sempre conosco.
Deus aceita a pessoa batizada como herdeira da vida eterna e compromete a comunidade a acolhê-la e valorizá-la como membro.
Mencionamos seu nome e a batizamos, com água simples, em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Impomos nossas mãos, durante a oração pela bênção, para que Deus a tenha em suas mãos e use nossas mãos para acompanhá-la em seus caminhos.
Quem pode ser padrinho ou madrinha?
Pode assumir a função de padrinho ou madrinha quem foi batizado e professou sua fé, quem vive confiante no trino Deus, participa em sua comunidade e quem tem condições de orientar e apoiar a pessoa batizada na vida e na fé evangélica. É desejável que pelo menos a metade dos padrinhos e das madrinhas seja da IECLB.
Como pai, mãe, padrinhos e madrinhas desempenham sua função?
Confessam sua fé em Cristo; comprometem-se em auxiliar a pessoa batizada na vivência desta fé, introduzindo-a na mensagem bíblica, incentivando-a a confiar, a crer e a amar, e preparando-a para colocar seus dons a serviço. Tudo isto através do seu testemunho e seu exemplo pessoal.
Por que o diálogo pré-batismal?
O diálogo, antes do Batismo, no encontro com os pais, padrinhos e madrinhas, visa prepará-los para sua missão, a fim de que sejam conscientes em sua ação.
O que é a bênção à mãe ou aos pais?
Com a imposição das mãos, abençoamos, em nome de Deus, a mãe e o pai da criança. A bênção compromete-os a ser pai e mãe responsáveis e lembra-os de que podem contar com Deus,seu auxílio e sua proteção.
Quando pode ser negado o Batismo?
O presbitério, com o pastor ou a pastora, pode negar a realização do Batismo, quando este grande dom de Deus é menosprezado por pessoas ignorantes, indiferentes, incrédulas ou que não participam da vida comunitária, fazendo do Batismo um mero costume.
Pode o Batismo ser repetido?
Por causa da fidelidade e santidade de Deus, o Batismo realizado conforme a presente ordem acontece uma só vez na vida. Devemos, no entanto, viver o Batismo diariamente. Mediante o arrependimento, Deus afoga em nós o pecado E, através do perdão, nos faz ressurgir para uma nova vida de fé e amor.
A Ceia do Senhor
O que é a Ceia do Senhor?
A Ceia do Senhor é a celebração da comunhão mais íntima possível com Cristo, com as irmãs e os irmãos na comunidade. Cristo – que por nós morreu, ressuscitou e voltará no final dos tempos para erguer em definitivo seu reino – realmente se torna presente.
Ele nos serve como hospedeiro e alimento. Dá-nos seu corpo e sangue, em forma de pão e vinho. Convida-nos a participar alegremente de sua ceia. Proclama a vitória sobre nosso pecado, fracasso, egoísmo e desunião. Permite-nos antecipar a alegria do banquete eterno. Ele nos envolve, pelo perdão e pela partilha, numa nova relação com Deus, conosco mesmos, com irmãs e irmãos. Liberta-nos para repartir o pão nosso de cada dia.
Onde celebramos a Ceia do Senhor?
Celebramos a Ceia do Senhor sempre na reunião com os irmãos e as irmãs: na igreja, no lar, no hospital ou em outro lugar.
Como nos preparamos?
A fim de participarmos dignamente da Ceia do Senhor, analisamos nossa situação perante Deus e o meio em que vivemos, à luz da vontade dele.
Ao constatar nossa situação precária, dirigimo-nos a Deus, em oração, ao próximo, em conversa franca, e nos arrependemos de nossas faltas.
Estamos dispostos a melhorar o modo de viver, aceitando o perdão de Deus e do outro e concedendo-o ao próximo.
Como celebramos a Ceia do Senhor?
Lembrados da ordem de Cristo, realizamos a ceia em sua memória. Comemoramos a vinda, vida, morte, ressurreição e a volta de Cristo.
Segundo as palavras da instituição, ele se oferece a nós, em seu corpo e seu sangue, para a remissão dos pecados. Quando a comunidade celebra, com pão, vinho e as palavras da narrativa da instituição da ceia, Cristo recria e cria a comunhão.
O que acontece na Ceia do Senhor?
Ao recebermos a palavra de perdão junto com pão e vinho, experimentamos na fé a libertação da culpa.
Assim é renovada a comunhão com Deus, com os irmãos e as irmãs e com o meio em que vivemos.
O amor de Deus, que se reparte em nosso favor, nos liberta e motiva para o repartir solidário.
Através da Ceia do Senhor experimentamos, já agora, um antegozo do que ele nos dará, em plenitude, no seu reino: a eterna comunhão em justiça, paz e amor.
Por que oramos na Ceia do Senhor?
Por meio da oração na Ceia expressamos gratidão e louvor pelo amor de Cristo. Ele vem a nós, torna-se nosso irmão, e nos reveste com amor e dignidade. Pedimos seu auxílio para perdoar e amar o próximo e promover paz e justiça no mundo.
Por que pão e vinho?
Na véspera de sua morte, Jesus confraternizou com seus discípulos, comemorando, na ceia pascal, a libertação do povo de Deus.
Ao dar-lhes pão e vinho, ele se ofereceu a si mesmo, fazendo-os participantes da libertação universal, oferecida a todos e todas, por sua morte e ressurreição. Por isso usamos o pão ou a hóstia, feitos de farinha e água, bem como o vinho. Por amor e solidariedade com crianças e pessoas que se abstêm de bebida com teor alcoólico, oferecemos suco de uva.
Quando participamos da Ceia do Senhor?
Participamos da ceia frequentemente, pois a comunhão com Cristo, os irmãos e as irmãs precisa ser alimentada sempre.
Quem distribui a Ceia do Senhor?
A administração do sacramento da Ceia cabe ao pastor, à pastora ou a outra pessoa obreira ou colaboradora, incumbida desta tarefa.
Quem pode participar da Ceia do Senhor?
Como pessoas batizadas, somos convidados a participar da Ceia quando livremente desejarmos que seja revigorada a comunhão com Deus, com a comunidade e com a criação. Nesta comunhão também crianças batizadas, ainda não confirmadas, podem participar.
Quem não está preparado?
Não estamos preparados para participar da Ceia, quando não reconhecemos os pecados e deles não nos arrependemos; quando não estamos dispostos a melhorar nossa vida; quando não aceitamos o perdão de Deus e não perdoamos ao próximo; quando não repartimos as dádivas recebidas.
Confissão e Absolvição
Por que confessar os pecados?
À luz da palavra de Deus, reconhecemos que falhamos diariamente no que fazemos e deixamos de fazer. Tornamo-nos culpados perante Deus e o meio em que vivemos, perturbando ou destruindo a comunhão e a integridade da criação.
Por outro lado, experimentamos que o perdão da culpa reconhecida restabelece a comunhão com Deus e com o meio em que vivemos.
O que fazer para receber o perdão?
Não nos desculpamos apenas, nem nos fechamos em nós mesmos, nem ainda procuramos compensar nossa culpa com bons propósitos e boas ações. Pelo contrário, confiantes no perdão, superamos nosso orgulho, medo e inibições.
Reconhecemos a culpa e em arrependimento sincero a confessamos, rogando que sejamos perdoados, para que possamos iniciar vida nova.
A quem confessar os pecados?
Devemos confessar os pecados a Deus, individualmente, em oração; em conjunto, na reunião dos irmãos e das irmãs; ao próximo, diante de quem falhamos, dando, se possível, o primeiro passo para reparar a falta cometida.
A quem procurar quando a consciência pesa?
Quando sentimos a necessidade de encontrar consolo e perdão, procuramos o pastor, a pastora ou outro obreiro e obreira ou outra pessoa em quem depositamos confiança. O confessor ou a confessora, por ordem de Cristo, nos pode dar a absolvição, que aceitamos como sendo de Deus mesmo. O obreiro ou a obreira, pelo voto de ordenação, é obrigado a guardar sigilo sobre a confissão. A mesma coisa se espera de qualquer pessoa que ouviu uma confissão.
O que é a absolvição ou a retenção dos pecados?
Jesus Cristo delegou aos discípulos o poder de perdoar pecados às pessoas arrependidas e de retê-los às pessoas impenitentes. Por conseguinte, a comunidade cristã é chamada a praticar esta grande oferta do perdão dos pecados e a responsabilidade de retê-los.
O que nos oferece a absolvição individual?
O perdão concedido individualmente é, antes de mais nada, a grande oportunidade de conforto espiritual.
Pela absolvição, experimentamos alívio em nossa consciência atribulada e libertação do peso da culpa não-perdoada. Somos fortalecidos para uma vida nova.
Quando não há perdão?
Não haverá perdão se não estivermos dispostos a reconhecer nossa culpa, nem a nos arrepender, nem ainda a reparar, quando possível, nossas faltas.
Quais as consequências do perdão?
O perdão de Cristo reconcilia-nos e restabelece a comunhão com Deus e com o meio em que vivemos. Por isso somos chamados a reparar as faltas cometidas, mostrando, assim, que estamos dispostos a produzir frutos dignos de arrependimento sincero.
A Confirmação
O que é a Confirmação?
Para viver conscientemente a fé, à qual somos chamados pelo Batismo, e ser eficientes cooperadoras e cooperadores de Deus, devemos estar preparados. Pois a aliança, que Deus faz no Batismo, requer de nós uma resposta pessoal:
Sim, Senhor, quero viver contigo em tua comunidade e servir-te com meu tempo, meus dons, talentos e bens.
O culto de Confirmação
O culto de Confirmação nos irmana com a comunidade, com mães, pais, padrinhos e madrinhas. Deus, através de sua palavra e sacramento da Ceia do Senhor, confirma-nos sua aliança e nos fortalece e envia para a missão.
Como professamos nossa fé?
Confessamos publicamente nossa fé com as palavras do Credo Apostólico ou Niceno, que temos em comum com todas as pessoas cristãs na terra, ou com palavras próprias. Expressamos o propósito de aceitar a incumbência de Deus, de servir como seus instrumentos, junto com as irmãs e os irmãos dentro e fora da comunidade.
Na oração da comunidade e na imposição das mãos, Deus renova sua bênção.
Por meio do Espírito Santo, certifica-nos de seu amor, proteção e amparo em todo o mal. Dá luz a nossos passos pela palavra que nos é dada como lema para a vida.
Deposita em nós sua confiança e nos valoriza como pessoas colaboradoras em sua missão salvadora no mundo.
Como nos preparamos para a Confirmação?
Participamos do ensino confirmatório, a partir dos onze anos, em encontros e cursos, seminários e retiros, com duração mínima de 50 horas.
Qual a finalidade do preparo?
O preparo nos quer ensinar as bases da fé, através da mensagem bíblica, da confissão de nossa Igreja, do testemunho do Catecismo Menor e da vivência da comunhão cristã.
O preparo também quer facilitar a experiência e prática de uma vida de fé e amor. Como parte do preparo pode haver, após devida conscientização, a celebração da Ceia do Senhor, no grupo do ensino confirmatório.
Quem prepara?
O preparo é dado por catequista, pastor, pastora ou por um membro sob sua orientação, devidamente incumbido desta tarefa.
Participam também as mães, os pais, padrinhos e as madrinhas. Segundo a promessa que fizeram no Batismo, incentivam os jovens e as jovens para o estudo, acompanhando-os em seu desenvolvimento; apoiando-os com sua convicção, seu exemplo e testemunho pessoais.
Qual a finalidade do culto de apresentação de confirmandos e confirmandas?
O preparo é concluído num culto, antes da Confirmação, em que os confirmandos e as confirmandas, juntamente com seus pais, mães, padrinhos e madrinhas e a comunidade, participam de um diálogo. Nele é evidenciado que os jovens foram instruídos conscienciosamente nas principais partes da fé evangélica de confissão luterana, que implica participar ativamente da vida comunitária.
Quem não pode participar da Confirmação?
Na prática da responsabilidade pela edificação e santificação dos membros da comunidade, o presbitério não admite à Confirmação quem, notoriamente, não é sincero no testemunho da fé; quem se propõe a levar uma vida sem Deus; quem se nega a participar do preparo, ou é negligente no mesmo.
O que resulta da Confirmação?
A Confirmação compromete com a participação responsável na vida comunitária: participar nas celebrações, nos grupos de estudo e serviço e nas assembleias; servir de madrinha ou padrinho no Batismo e de testemunha na bênção matrimonial; contribuir com seu tempo, seus dons e seu dinheiro.
Assim a nossa Confirmação, como dom e compromisso, nos fortalece e incentiva a viver diariamente o Batismo.
A bênção matrimonial – valorizar a família
O que é a bênção matrimonial?
No ofício da bênção matrimonial, o casal formado por um homem e uma mulher coloca seu matrimônio sob a bênção de Deus, sob a orientação da sua palavra e sob a intercessão da comunidade. Nesse ato, o casal manifesta publicamente ser de sua livre e espontânea vontade a intenção de levar uma vida matrimonial indissolúvel em fé, amor e compromisso recíproco conforme a vontade de Deus.
Quem recebe a bênção matrimonial?
A bênção matrimonial realizar-se-á somente aos que comprovarem habilitação perante a lei civil. No caso de união estável, o casal formado por um homem e uma mulher receberá a bênção para a vida em comum. Para a situação de concubinato não haverá bênção. A bênção matrimonial deverá ser solicitada com a devida antecedência, sendo que, pelo menos, uma das partes deve ser membro da IECLB.
Qual a preparação necessária?
A Igreja oferece curso para noivos e promove diálogo pré-matrimonial, os quais proporcionam a reflexão sobre a motivação dos noivos e sobre os fundamentos bíblicos e éticos do matrimônio bem como sobre a importância da vida em comunidade. A preparação inclui orientação sobre o significado e a ordem do ofício, bem como o anúncio e a intercessão em culto que antecedem a bênção matrimonial. No caso de a solicitação de bênção matrimonial vir de um casal de não-membros da IECLB, a concessão será precedida de um curso sobre a confessionalidade luterana que culmine com um ato de profissão de fé e filiação à comunidade.
Onde se realiza a bênção matrimonial?
A bênção matrimonial tem caráter de culto. Por isso se realiza na comunhão eclesial, na igreja ou em local preparado para culto comunitário. Ela é dirigida pelo pastor ou pela pastora ou por outra pessoa incumbida desta tarefa.
Quando pode ser negada a bênção matrimonial?
O presbitério pode desautorizar a realização da bênção matrimonial quando constatar condições que contrariem o texto e o espírito do presente documento orientador.
O que fazer quando um dos nubentes é de outra igreja cristã?
É desejável, sem dúvida, para a plena comunhão devida e a educação dos filhos, que ambos os cônjuges pertençam à mesma igreja. Por isso o casal, antes de contrair matrimônio, deve informar-se sobre o que une as duas igrejas e o que as distingue. Assim poderão decidir em que igreja querem participar. Quando não chegam a optar por uma das igrejas é necessário que encontrem uma maneira autêntica de viver sua fé cristã em seu meio ambiente, no convívio do dia-a-dia, aceitando e levando a sério a fé e o modo de crer do outro. A comunidade deve acolhê-los nesta opção. Quando um dos dois, pertencente à outra igreja cristã, o solicita, pode-se aceitar a participação do ministro dessa para participar do ofício da bênção matrimonial.
Como proceder quando um dos nubentes pertence a uma religião não-cristã?
Quando um dos nubentes é membro participante da igreja e o outro – que não é cristão – consente, a comunidade pode realizar a bênção matrimonial. Expressa, dessa maneira, o apoio e acompanha um de seus membros, num momento importante da vida, pedindo a Deus que mantenha unido o casalem alegrias e pesares.
Qual a situação de pessoas divorciadas?
Conforme a vontade de Deus, o matrimônio é indissolúvel. Em caso de conflito matrimonial, é recomendável que haja acompanhamento visando à reconciliação. Reconhecemos, no entanto, que as pessoas podem falhar no cumprimento da vontade divina. Neste caso, é dever nosso manifestar-lhes o perdão concedido pelo amor de Cristo. Ele alivia a consciência atribulada e fortalece para um novo começo. A realização da bênção matrimonial pode ser concedida a pessoas divorciadas, assumidas as consequências do vínculo desfeito e quando constatada a seriedade de um novo compromisso matrimonial.
Como tratar as situações especiais?
Devido à fragilidade humana, a IECLB não quer deixar de considerar com amor a situação de um número crescente de pessoas que, por motivos justificados, não têm ou não podem assumir, perante o Estado, o compromisso formal de uma união civil, desejem sinceramente levar uma vida em comum em amor e compromisso. Nesses casos, a IECLB abre a possibilidade para a “bênção para a vida em comum”
A bênção referida acima pode ser concedida para casais que vivem uma união estável. Este ato se rege por um rito litúrgico próprio.
Observação: Nesta seção de Nossa Fé – Nossa Vida pressupõem-se as definições do Novo Código Civil (2002) no tocante a casamento, união estável e concubinato.
O sepultamento eclesiástico – consolar pela ressurreição de Cristo
O que é o sepultamento eclesiástico?
O sepultamento eclesiástico tem caráter de culto. Nele a comunidade cristã se irmana com as pessoas enlutadas. Na despedida de seu ente falecido, proclama a vitória de Cristo sobre a morte e seus temores.
A comunidade consola as pessoas enlutadas, ora confiante em Cristo, o Senhor ressuscitado e vivo, que nos dá a esperança da vida eterna. Agradece a Deus por todo bem que tem feito à pessoa falecida e, por meio dela, aos seus.
A quem comunicamos o falecimento?
A solicitação de sepultamento deve ser encaminhada imediatamente ao pastor, à pastora ou à pessoa incumbida pela realização do mesmo.
Onde sepultamos os mortos?
Por lei, podemos sepultar as pessoas mortas somente em cemitérios. É manifestação de respeito zelar pela ordem no cemitério, para que o mesmo seja bem conservado. As inscrições nos túmulos devem dar testemunho da fé e da esperança cristãs.
Qual a forma do sepultamento?
Na igreja cristã tem prevalecido a forma de enterro, no qual a pessoa falecida é devolvida à terra de que foi formada.
Também a cremação é uma forma de devolver a pessoa morta à terra e está de acordo com os princípios cristãos. Recomenda-se, nesse caso, que a urna com as cinzas não seja guardada em casa, mas enterrada em local apropriado, para evitar que se criem amarras psicológicas ou que surja veneração a pessoas mortas.
A fé cristã proclama que nenhuma forma de sepultamento é capaz de impedir a ressurreição. Deus saberá recriar o que uma vez criou, mesmo que, aos olhos humanos, a pessoa falecida tenha desaparecido completamente. Sua família decide sobre a forma de sepultamento.
Quem é sepultado pela comunidade?
A comunidade realiza o sepultamento eclesiástico quando a pessoa falecida foi membro.
Também expressamos o amor cristão ao sepultarmos suicidas e crianças natimortas ou não-batizadas.
A realização do sepultamento eclesiástico dos que não foram membros depende de decisão específica a ser tomada pelo presbitério.
Este pode negar a realização do sepultamento eclesiástico, quando solicitado sob condições que contrariem a mensagem cristã ou venham em seu prejuízo.
Como participa a comunidade?
A comunidade demonstra sua solidariedade através da visitação antes, durante e depois do sepultamento.
O falecimento de um membro é participado durante um culto. Intercedemos em favor das pessoas enlutadas e confiamos a pessoa falecida à graça de Deus.
A disciplina fraternal – buscar relacionamentos justos
O que é a disciplina fraternal?
O convívio de irmãos e irmãs cria tradições, leva à formulação de confissões e requer o estabelecimento de normas. Essas são eficientes e úteis quando servem à proclamação do evangelho e nos auxiliam a vivê-lo. Também como pessoas cristãs vivemos ainda no campo de força do pecado e sofremos suas consequências.
Assim, pode acontecer que membros ou grupos na comunidade vivam sua liberdade de forma a ferir outras pessoas.
Essa situação de conflito, de posições e atitudes diferentes, que facilmente destroem o convívio, leva a comunidade a tomar medidas para restabelecer e manter a união.
Quando se torna necessária?
Não podendo viver sem irmãos e irmãs, havemos de permitir a confrontação do nosso procedimento com as normas, confissões e tradições em vigor na comunidade.
Por isso a disciplina fraternal se torna necessária quando, por nossas palavras ou ações e omissões, reclamamos para nós um direito que fere o amor fraternal ou contraria o estabelecido ou nos distancia da comunidade.
Quem exerce a disciplina fraternal?
O próprio Evangelho de Cristo corrige nossas atitudes, visando à santificação da vida no convívio de irmãos e irmãs.
A responsabilidade pelo bem-estar e pela salvação do próximo nos pode levar a corrigi-lo em amor. Da mesma forma devemos aceitar a correção pelos irmãos e pelas irmãs.
Na prática da disciplina fraternal cabe uma responsabilidade especial ao presbitério da comunidade, ao pastor ou à pastora e aos que, além desses,
exercem uma tarefa específica.
Como é exercida a disciplina fraternal?
A correção mútua requer comunicação. Essa efetua-se das mais diversas formas de informação verbal e escrita. Nada mais eficiente, no entanto,
do que o contato pessoal e o diálogo entre as partes de opiniões divergentes.
Caso nossa conversação com a outra pessoa não resolver o conflito, solicitamos que o presbitério trate do assunto confidencialmente.
Caso também ali não se encontrar uma solução, devemos tratá-lo na assembleia da comunidade, a qual, em último caso, decide pela maioria, respeitada a ordem vigente.
Caso uma parte continuar na convicção de ter sido injustiçada em seu direito de membro ou na defesa de sua posição, pode recorrer à direção da Igreja.
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