E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor
Milton Schwantes
O Senhor é eixo dessa parte do Segundo Artigo. No Catecismo Maior, Lutero até centraliza, explicitamente, o todo do Segundo Artigo na realidade e na experiência do senhorio de Jesus. Impõe-se, pois, que o senhorio de Jesus seja o tema teológico da prédica e que existência e superação dos senhores terrenos seja a problemática atual, em meio à qual o sermão se movimenta. Iniciemos delineando, sucintamente, flagrantes dos senhores em nosso meio e em nós.
Muitos senhores estão incorporados à nossa vida. Destaco três momentos diferentes desta realidade:
Em relação ao trabalho se estabelece o que e quem é um senhor. A sociedade, na qual nos encontramos, está organizada de tal maneira que a grande maioria das pessoas, no campo e na cidade, tem que vender seu trabalho. Quem compra trabalho, empregando gente, não paga o que o peão ou o empregado, realmente, produz. Para a grande maioria só paga o suficiente, o mínimo, para que o trabalhador possa alimentar-se, ainda que precariamente. Desse jeito colonos e operários se afundam na miséria enquanto que alguns acumulam. Nossa terra está dominada pelos senhores que souberam organizar o trabalho em seu benefício. Nesta situação o anúncio do senhorio de Jesus será revolucionário!
Igualmente na família se estabeleceram senhores, claramente identificáveis. O homem é senhor da mulher. Pais se valem de seus filhos, fazendo-os trabalhar em seu benefício. O esquema de domínio estabelece, na família, o direito do homem sobre a mulher e o dos pais sobre os filhos. De certo modo até se pode generalizar dizendo que este tipo de relações impregna famílias de tradição cultural ou de situação económica diferentes. Pois, o senhorio do homem não só vamos encontrar em famílias de patrões mas igualmente em famílias de operários!? Nesta situação o anúncio do senhorio de Jesus só poderá ser antiautoritário!
Também o coração da gente não está livre de senhores. Nossos corações não são paraísos, são antes jaulas. Neles vamos elaborando nossos deuses, os senhores que são capazes de nos dominar e atormentar. Além disso propaganda e educação vão tratando de domesticar nosso interior, apelando aos deuses do coração. Somos possuídos pelos deuses que são nossas próprias e fatídicas obras; o despotismo se aninha em nós. Funcionar como senhor é a angústia da própria alma. Nesta situação o anúncio do senhorio de Jesus será conversão!
Enfoquei três momentos, buscando exemplificar neles o todo da realidade. Minha intenção, de modo algum, é a de sugerir que o pregador escolha um dos três ângulos, que eventualmente até opte por aquele que melhor condiz à sua linha teológica. Afinal, a realidade, acima simbolizada sob três ângulos diferentes, é indivisível. O senhorio universal de Jesus está relacionado à totalidade do existente, ao estrutural, ao familiar, ao pessoal. O reducionismo não é nada aconselhável. Afinal, representa boa dose de ingenuidade acreditar tanto que a mudança das relações económicas decrete o surgimento do novo homem quanto que um coração convertido vá criar uma economia democrática e socializada. E certamente não corresponde a uma antropologia consistente deduzir a exploração do trabalhador da angústia despótica do coração. Portanto, através dos três enfoques de acima estou propondo que relacionemos o senhorio de Jesus ao todo da realidade.
É possível que, face à nossa situação peculiar, se torne necessário ressaltar — mais por motivos pastorais do que teológicos — um dos aspectos em meio a esse todo. Pessoalmente vejo que se deva sublinhar que o senhorio de Jesus é a crise dos senhores que se estabeleceram em cima do trabalho de todos. Este acento não só se impõe pela miséria crescente de colonos e operários, mas está na origem do próprio surgimento da formulação do Credo. Passemos, pois ao estudo de história e intenção do inicio do Segundo Artigo.
II
Deparamos com três asseverações do conteúdo da fé. Cada qual tem sua história e intencionalidade específicas e, em conjunto, ressaltam um determinado aspecto teológico. Iniciemos pelo aprofundamento das diversas partes: (1) Jesus Cristo, (2) Filho Unigênito de Deus, (3) nosso Senhor, e concluamos com (4) um resumo.
1. O Segundo Artigo remete a uma pessoa: Jesus de Nazaré, no primeiro terço do primeiro século. Atuou na Galíléia, foi executado em Jesusalém. Dele certamente nada saberíamos não fosse o testemunho de discípulos e fiéis. O que sabemos deste Jesus tem a marca da Io. Depois de decénios de tentativas de recompor o Jesus histórico a pesquisa constata que em sua origem o Novo Testamento não é reportagem sobre a vida de uma pessoa mas o testemunho e a narração sobre o Salvador. Este Salvador não é um mito celestial mas um acontecimento histórico e terreno. Jesus é gente!
Este Jesus de Nazaré é Cristo; nele não só temos história humana mas, concomitantemente, acontecimento divino. O titulo Cristo expressa a profundidade teológica de Jesus de Nazaré. Para mentalizar que a expressão Jesus Cristo” já comprime humanidade e divindade na pessoa do nazareno, se faz necessário rememorizar que nesta expressão só a primeira parte é nome, a segunda é titulo. Em nossos dias o antigo titulo Cristo quase passou a ser’parte do nome. Tendemos a perder a dimensão de confissão contida no título Cristo. Mas em passagens como Mc 8.29; 1 Jo 2.22; At 18.28 etc. podemos redescobrir que, para o Novo Testamento, Cristo é um título atribuído a Jesus na fé. O mesmo se há de deduzir das muitas passagens, nas quais Cristo é anteposto a Jesus (cf. em especial as cartas paulinas Rm 2.16; 6.3; 2 Co 1.19; F1 1.6 etc.; Ef 2.20; 1 Tm 1.15 etc.). E, não por último, devemos ter em mente que as formulações mais antigas (gregas e latinas) que estão na base de nosso Credo antepunham o título Cristo ao nome Jesus. Logo, Cristo é um titulo de relevância teológica.
A relevância reside em que neste título é retomada a história do povo de Deus do Antigo Testamento e conduzida a seu ápice; em Cristo reverenciamos a história salvífica particular de Javé em Israel. Mas o Cristo (í.e. o Messias, o Ungido) que confessamos em Jesus não é idêntico aos ungidos da antiga aliança (em especial os reis, cf. 1 Rs 1.34, 39). Ao atribuirmos o título messiânico a Jesus confessamos que aquele que foi executado na cruz é, escandalosamente, a manifestação plena de Deus. O Cristo/Messias Jesus transcende o messias esperado! A segunda afirmação deste início do Segundo Artigo tematiza esta dimensão divina de Jesus e a aprofunda.
2. A primeira asseveração destacara o Messias, a segunda ressalta o Filho. Exatamente messianidade e filiação divina de Jesus são diversas vezes paraleiizados no Novo Testamento. Passagens como Mc 14.61 (és tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito), Rm 1.3-4 (veio da descendência de Davi, e foi designado Filho de Deus), 1 Jo 4.15 (aquele que confessar que Jesus é Filho de Deus) exemplificam esta estreita ligação entre o título Cristo e o título Filho de Deus. Característico para o epíteto Filho é o fato de haver sido, desde o início, uma confissão; a fé descobre em Jesus sua filiação a Deus (cf. Mc 1.11; 3.11; 15.39; Mt 16.16; Lc 1.32; At 8.7; 1 Jo 5.5 etc.). Sua intenção precipua é a de expressar a genuinidade e a autenticidade da autoridade de Jesus devido a sua relação peculiar com Deus, o Pai. Nosso título é, pois, eminentemente teológico!
Para a sua compreensão teológica mais detalhada é elucidativo acompanhar, ainda que em toda brevidade, sua história na era neotes-tamentária. Já nas próprias comunidades judaico-cristãs da Palestina Jesus era confessado como Filho de Deus, ainda que tal titulo tenha poucos similares no messianismo do judaísmo da época. Trata-se mais bem de uma criação do movimento de Jesus. O próprio Jesus aparentemente não se autodesigna de filho, mas em todo o caso corrobora sua filiação divina ao designar Deus de Pai (Lc 11.2; Mt 11.25ss). Porém, a filiação divina de Jesus tornou-se realmente relevante nas comunidades gentílico-cristãs em meio ao mundo helenista. E neste contexto recebe novas conotações. Nosso título fora formulado, inicialmente, em meio ao messianismo judaico e nele a filiação divina do messias sublinhava a função histórica e a ação peculiar de Jesus. Já no mundo helénico nosso título tende a expressar também ou até prioritariamente algo do ser e da essência divinos presentes em Jesus. O acento migra de um sentido mais histórico para um sentido mais ontológico. (Aliás, o mundo religioso helénico conhecia uma série de filhos de divindade, de heróis, em cuja vida e em cujos atos se manifestaria algo do fluido divino.) Certamente foi esta ótica helénica que facilitou a formulação da pré-existência do Filho, a pertença do Filho ao Pai de eternidade a eternidade. Para nós hoje há de ser relevante interpretar o título Filho de Deus na tensão entre uma linha mais encarnada e histórica, presente na origem do título no mundo judaico, e um acento mais ontológico e transcendental, presente na recepção deste epíteto no mundo helénico. Fundamental me parece ser que não percamos a raiz histórica do titulo na experiência do messianismo judaico.
O Filho Jesus tem uma relação qualificada com o Pai: é unigénito. Neste termo o Credo recorre à linguagem da escola joanina, na qual cinco passagens (Jo 1.14, 18; 3.16,18; 1 Jo 4.9) qualificam Jesus de unigénito. A função deste adjetivo é a de insistir na divindade de Jesus e em sua pré-existência. Sua relação com o Pai tem traços peculiares e únicos. Além do mais, não parece ser nenhum acaso que na formulação do Credo se tenha recorrido a um conceito joanino e não a um termo dos sinóticos que se valem do adjetivo amado (Mc 1.11; 9.7) para dar ênfase à relação especial entre Jesus e Deus. Acontece que a linguagem joanina já se encontra em intensa recepção e interpretação da linguagem helénica que vem a constituir o pano de fundo de nosso Credo. Afora este motivo mais genérico para o uso do conceito unigénito, historiadores da Igreja Antiga encontram justamente neste termo uma alusão polémica aos gnósticos valentinianos (do 2°/3° século), que valorizam a palavra unigénito, interpretando-a, contudo, de modo docético, isto é, o Filho unigénito eterno e divino era dissociado da pessoa histórica de Jesus. O Credo, ao contrário, insiste na identidade do pré-existente com o encarnado; o crucificado é Filho de Deus.
Em resumo, nossa segunda parte é essencialmente teológica, destacando basicamente que em Cristo deparamos com Deus, ou melhor, com seu Filho. Isto é, a revelação derradeira e plena de Deus em Jesus ainda não desdobra todo mistério de Deus. Por isso Jesus é Filho e não Pai. No Filho Deus se nos dá como pessoa e amigo, sem desvendar-se em sua plenitude última, daí porque é deveras adequado que Lutero fale do Deus absconditus.
3. Em nossa terceira asseveração de fé Lutero não só encontra o centro deste inicio mas a suma de todo Segundo Artigo. Para o reformador o senhorio de Jesus é qualificado por sua obra redentora, mediante a qual ele nos conquista para seu domínio, afugentando tiranos e carcereiros (Catecismo Maior); Senhor é sinónimo de Redentor. Esta dimensão salvífica do senhorio de Cristo é tão importante para Lutero que, no Catecismo Menor, aquele nosso Senhor que é expressão da confissão comunitária é interpretado como meu Senhor (cf. F1 3.6) que é expressão da fé pessoal de quem Cristo se tornou Senhor.
É relevante que o Credo fale em nosso (!) Senhor. Refere-se, pois, a um envolvimento pessoal e comunitário. Se bem que também o primeiro verbo do Credo esteja formulado na 1* pessoa (creio), só neste início do Segundo Artigo desponta um envolvimento ou uma aplicação pessoal dos conteúdos descritos no Credo. O todo do Credo Apostólico apresenta os conteúdos de fé de um modo tal que se poderia ter a impressão de estar diante de um deciframento demasiadamente distanciado ou até objetivo da fé. Este perigo de interpretação é justamente superado em nossa terceira parte, na qual o objeto da confissão passa a ser sujeito da fé ou, em palavras de Lutero (no Catecismo Maior): a confissão é dirigida àquele que nos conquistou, tornando-se nosso Senhor. Certa tendência à ortodoxia, presente no Credo, é, pois, remediada, no início do Segundo Artigo, por um lampejo de piedade. Esta parte do Credo é, consequëntemente, deveras valiosa por expressar envolvimento e subjetívidade — seja ela comunitária e coletiva (nosso Senhor) ou pessoal e individual (meu Senhor).
Contudo, toda esta valozi ração que estamos a dar à expressão nosso Senhor não mereceria ser profundamente questionada. Afinal, historiadores da Igreja Antiga acreditam que dentro do Credo este nosso Senhor é mais recente que as demais partes deste início do Segundo Artigo. Não há, pois, uma flagrante contradição entre dois resultados: por um lado atribuímos importância básica à expressão em questão e, por outro lado, temos que supor nela um dos assim chamados acréscimos secundários? Parece-me que, exatamente nesse exemplo, se pode redescobrir que a constatação de que determinada parte é cronologicamente posterior não implica, de modo algum, em descrédito teológico. Pelo contrário, a inclusão de nosso Senhor, justamente, deu ao Segundo Artigo um foco aglutinador e uma tónica de envolvimento pessoal. O que cronologicamente é secundário, tornou-se teologicameníe central!
Isso não se deu por acaso. Acontece que o titulo Senhor é fundamental desde a Escritura. Ele ainda não é aplicado tão assiduamente para o Jesus histórico, ainda mais que, no âmbito judaico, Senhor não era usual como cognome do Messias, e quando é aplicado, então seu pano de fundo é o evento pascoal, como bem se pode observar em Lucas (24.3; 22.33, 49,61 etc.; cf. Mt 8.25 com Mc 4.38!) Em todo caso, nas comunidades judaico-cristãs o título era usado (1 Co 16.22!). Nelas e posteriormente nas comunidades gentílico-cristãs representa a mais antiga formulação de uma confissão de fé: Jesus é Senhor (1 Co 12.3; Rm 10.9; F1 2.11). Esta brevíssima fórmula confessional e aclamatória talvez fosse utilizada por ocasião do batismo (At 8.16; 19.5;1 Co 6.11). Senhor é, pois, o título cristológico por excelência (Rm 15.30; 16.18; 1 Co 1.2 etc.). Que isso tenha ocorrido tem um significado todo especial. Pois a tradução grega do Antigo Testamento (isto é, a Septuagínta) se vale do termo Senhor (KYRIOS) para traduzir o tetragrama (Javé). Assim sendo o Novo Testamento aplica a Jesus o titulo que, para os ouvidos dos conhecedores da Septuaginta, designa o próprio Deus Javé. O epíteto Senhor é essencialmente teológico.
Na aclamação de Jesus como Senhor celebra-se fundamentalmente sua presença. Em jogo não está tanto a ação continua e ininterrupta de Deus (o que por exemplo faz parte do conteúdo do titulo Cristo, um cognome repleto de esperança e messianidade) mas sua ação atua) e presente na celebração comunitária (1 Co 12.3; 15.58; Ap 22.20; cf. Mt 18.20). Trata-se de uma afirmação presente em sentido expresso. (W. Trillhaas, p. 47)
A celebração deste Senhor presente sempre é conflitiva. A história da Igreja Antiga evidencia a potencialidade contestatória contida no título Senhor, atribuído ao crucificado. Pois, também os imperadores romanos passaram a reivindicar o título Senhor (César é Senhor). Assim ao aclamar Jesus como Senhor a comunidade cristã contestava o senhorio imposto pelo dominantes. O senhorio de Jesus não se acomoda ao senhorio de déspotas; o senhorio do Messias não é adaptável ao senhorio patronal. Os mártires da Igreja Antiga e da Igreja de nossos dias evidenciam a provocação política contida na aclamação de Jesus como nosso/meu Senhor.
4. Após o estudo das diversas asseverações deste inicio do Segundo Artigo, devo resumir:
Este inicio se compõe de títulos. Neles é ressaltada a divindade de Jesus; sublinham momentos teológicos: Cristo, Filho Unigénito de Deus, Senhor. O testemunho neotestamentário e a interpretação de Lu-tero requerem que não nivelemos estes títulos mas que os centralizemos no senhorio de Jesus. Lutero inclusive vê todo Segundo Artigo resumido no epíteto Senhor que entende como Redentor.
Muito importante também é a palavrinha nosso. Neste início transparece o envolvimento pessoal/comunitário. O Credo não enumera de modo ortodoxo objetividades, mas descreve conteúdos de fé, da piedade comunitária e pessoal.
Neste inicio pouco se fala da encarnação. Mas, quando o Credo menciona Jesus, assinala de que o Filho de Deus e o Senhor não são títulos que são deduzidos de algum drama restrito à esfera divina. A veracidade destes títulos se evidencia na obra histórica da pessoa de Jesus. Esta dimensão da humanidade do Cristo é a temática de diversas das frases subsequentes deste Segundo Artigo.
III
Entendo que um sermão temático quase que se impõe. O senhorio de Jesus será o tema teológico da pregação.
Numa parte a prédica assume características mais dogmáticas: o Senhor Jesus é Deus. Para realizar esta tarefa proponho valer-se do acima exposto. Por certo que não é fácil conscientizar-se nem da validade de conteúdos dogmáticos e nem da necessidade de falarmos da divindade de Jesus. (Afinal, o capitalismo garante que a felicidade vem da Coca-Cola e que dimensões mais profundas da vida, se eventualmente existirem, em nada alteram as realidades da vida.) Mas Jesus seria Redentor e, em consequência, o existente seria radicalmente transformável, se não fosse Filho de Deus?
Numa outra parte a prédica assume a atualidade: o Senhor e os senhores. Como se haveria de confessar que Jesus é o Senhor sem por radicalmente em cheque os patrões, isto é, a acumulação baseada na exploração do trabalho de outras pessoas? Entendo que nesta parte nflo basta falar do pecado tirânico incorporado a nós e manifesto na família. O senhorio de Jesus também destrona tiranos e carcereiros.
IV – Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Senhor, nosso Deus e Pai! Na verdade, não te reconhecemos como Senhor da vida e do mundo. Antes nos afastamos de ti.Não cremos que na morte de teu filho te tornaste nosso Senhor. E os lampejos de fé que em nós surgem são criação tua, não obra nossa. Na verdade, Senhor, não conseguimos crer por nossa própria força. E ai estamos submetendo-nos a senhores terrenos. Ao invés de sermos iguais e lutarmos pela igualdade, damos força aos fortes e respeitamos demais os senhores. Tem piedade de nós, Senhor!
2. Oração de coleta: Bondoso Pai, Deus eterno! Trazemos diante de ti a nossa vida. Por vezes até fica difícil de definir por que nos reunimos; até parece que o costume tomou conta de nós. Mas inúmeros também são nossos anseios. Há doença. Há desemprego. Vivemos em meio a intrigas. A fé anda vacilante. Esta vida que cada um de nós expressaria a seu modo trazemos diante de ti. Permite que em meio a esta vida cheia de limites possamos louvar-te, em nome de Jesus, teu Filho, que contigo e o Espirito Santo vive e reina de eternidade a eternidade. Amém.
3. Oração final: Te louvamos e agradecemos, Senhor nosso, pois mais uma vez pudemos reunir-nos. Estás preservando nossa vida e tua Igreja. Continuas mantendo todo universo em tua sabedoria. Por tudo isso te enaltecemos, dedicando a ti fé e amor.
E assim nos sentimos encorajados a te pedir. Pedimos por esta Comunidade, por todas as pessoas que a compõem. Te pedimos pelas demais Comunidades cristãs de nosso lugar. Permite que nos aproximemos delas e que nelas floreça teu Evangelho. Te imploramos pelo que assumiram cargos de liderança nas Comunidades, e em especial em nossa Comunidade, pela diretoria e pelo que se dedicam nos diversos serviços comunitários. Também te invocamos pela Igreja em todo mundo, para que sempre mais pessoas reconheçam que tu mesmo agiste em Jesus, que dele fizeste teu Filho e nosso Senhor.
Por causa de tua morte por nós nos sentimos igualmente encorajados a te pedir por uma sociedade mais justa e por mais pessoas que se empenhem em favor da justiça. Te pedimos pelas organizações dos sindicatos, das associações de bairros, dos agricultores que lutam por terra, permite que destes muitos esforços surja uma sociedade mais justa e fraterna, com menos senhores que exploram e judiam dos pequenos. Em especial te solicitamos, Senhor, que abras os olhos dos países ricos que qual senhores atrozes exploram nosso povo. Faze-nos instrumentos teus.
Acima de tudo, Senhor, te damos graças que através de teu único Filho, nosso Senhor, nos encorajaste a apresentar a ti as ansiedades de nossas vidas. Atende-nos. Amém.
V – Bibliografia
ALT, H.-P. e ROEPKE, C.-J. Crer Hoje, o credo cristão explicado para a atualidade. São Leopoldo, 1973.
GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. Vol.1. São Leopoldo/Petrópolis, 1976.
KELLY, J.N.D. Altchristlicke Glaubensbekenntnisse. Geschichte und Theologie. Göttingen, 1972.
LUTERO, M. Catecismo Maior e Catecismo Menor. In: Livro de Concórdia. São Leopoldo/Porto Alegre, 1980.
THIELICKE. H. Ich glaube, das Bekenntnis der Christen. Stuttgart, 1965.
TRILLHAAS, W. Das apostolische Glaubensbekenntnis, Geschichte-Text-Auslegung. Witten, 1953.
WEBER, O. Grundlagen der Dogmatik. Vol. 2. Neukirchen, 1962.
Proclamar Libertação – Suplemento 1
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia