Tema: Sacerdócio geral — vamos pegar juntos!
Explicação do tema:
É grande a tentação de concentrar atividades de liderança comunitária nas próprias mãos. Funções de serviço são transforma¬das em cargos de poder. A consequência é a existência de uma estrutura eclesiástica de atendimento.
A Igreja da Nova Aliança é um povo de sacerdotes! Cada um é portador de um caris¬ma que o capacita a realizar sacrifícios de ação de graças a Deus e ao próximo.
O corpo de Cristo, como corporação de sacerdotes, vai manifestar seu caráter orgâ¬nico e vivo na medida em que tiver condições e espaço para assumir em conjunto o serviço em favor do Reino de Deus.
Texto bíblico: Efésios 4.7-16
Autor: Martin Volkmann
I — Confronto com a realidade
Ao longo da história da Igreja sempre de novo surge a discussão em torno do ministério e da relação deste com a comunidade. No início vemos as comunidades sem um ministério específico, mas a multiplicidade de dons se manifestando na vida da comunidade (1 Co 12-14). Nas cartas pastorais já se reflete a formação de determinados ministérios e, no final do século II, temos então o episcopado monárquico com o monopólio da direção e da pregação. No decorrer da Idade Média se desenvolvera a ideia de que a vida monástica era o melhor, senão o único caminho para a salvação, fruto, entre outras coisas, da distinção entre clero e laicato. A Reforma, não por último, representou um movimento de protesto contra toda a clericalização e uma de suas ênfases foi justamente o sacerdócio geral de todos os crentes. Em nossos dias escutamos exatamente nas igrejas provenientes da Reforma a acusação de que são uma igreja de pastores. Por outro lado, justamente na Igreja Católica, que se destaca pela clara distinção entre clero e leigos, pode-se observar um grande movimento dos leigos nas Comunidades de Base. Assim lemos num Material de Estudos da CNBB sob o subtítulo O fiel, 'pedra fundamental' da comunidade eclesial o seguinte: Numa situação como a nossa (…) é preciso redescobrir e revigorar a vocação que todo cristão, homem ou mulher, tem de ser 'pedra fundamental' da Igreja no meio e na época em que Deus o situou (p. 133).
Que se conclui deste levantamento rápido? Uma questão crucial do ser igreja é justamente a compreensão de comunidade e de ministério. Vejamos mais de perto a situação da IECLB!
Sem dúvida, a acusação de ser uma igreja de pastores caracteriza muito bem a IECLB, apesar de haver muitas situações e muitas pessoas e comunidades que buscam superar esta situação. Há na IECLB um monopólio do ministério nas mãos dos pastores. Este monopólio é, de um lado, em relação à comunidade:
— O pastor é o dono da comunidade; todas as decisões passam por ele.
— A comunidade é atendida pelo pastor. A comunidade tem determinas necessidades fixas
— culto, ofícios, ensino — e o pastor atende estas necessidades. O pastor estando ausente, a comunidade estagna, caso não for atendida por uma paróquia vizinha.
— Onde há pessoas engajadas que dirigem estudos bíblicos ou coordenam a escola dominical ou fazem visitas a doentes, estas são auxiliares ou colaboradores do pastor.
Mas este monopólio, por outro lado, também é em relação aos demais obreiros. Conforme Nossa Fé — Nossa Vida (p. 11) há somente um ministério: o de testemunhar o Evangelho de Cristo. Todos os outros ministérios, criados pela Comunidade ou Igreja, devem estar a serviço daquele. Isto pressupõe a existência de vários ministérios como desdobramento deste um. Na prática, porém, o único ministério parece ser o do pastor:
— Os pastores estão representados estatutariamente em to¬dos os grémios diretivos da Igreja e as lideranças máximas devem ser necessariamente pastores: Pastor Presidente, Pastor Regional, Pastor Distrital. Enquanto isso os demais obreiros — catequistas, diáconos, assistentes comunitárias — só podem comparecer a concílios como convidados ou como delegados leigos. Por isso as diversas moções apresentadas nos Concílios Distritais durante o ano de 85 so-licitando alteração do Regimento Interno para possibilitar representação destes obreiros nos órgãos diretivos da Igreja.
— O Regulamento do cargo de catequistas reconhece como obreiros da Igreja apenas aqueles que têm vínculo empregatício com uma comunidade. Por isso os catequistas pleiteiam que a IECLB reconheça como seus obreiros também aqueles catequistas sem vínculo direto com o trabalho da Igreja, mas que exercem a tarefa catequética no ensino religioso em escolas públicas, além da realização de um exame pró-ministério, à semelhança do que é feito pêlos pastores.
— Regularmente os obreiros se reúnem em conferência para promoverem a comunhão, a orientação teológica e esclarecimento das questões eclesiásticas (Regulamento do Ministério Pastoral, Art. 14 § 2.°). Apesar de os obreiros catequistas e diaconais também fazerem parte destes encontros, estes, em muitos lugares, ainda são chamados de Conferência Pastoral, termo oriundo do tempo em que apenas havia os obreiros pastores.
Nas colocações acima referente aos obreiros, especialmente aos pastores, já transpareciam aspectos da comunidade. Se há dificuldades no ministério, também as há na comunidade, porque um não vive sem o outro.
Uma comunidade que se deixa manipular, que apenas quer ser atendida em suas necessidades, ainda não descobriu o seu ser igreja. Uma comunidade, que se entende como clube, ao qual eu me associo e pago minhas contribuições, necessariamente verá nos obreiros meros funcionários a serviço dos associados. Será uma comunidade com muitos sócios e poucos membros.
Por que as pessoas fazem parte de uma comunidade? Numa pesquisa de opinião realizada no Distrito,Eclesiástico Uruguai há alguns anos, 74 pessoas responderam: Porque toda pessoa de bem pertence a uma comunidade; 94 responderam: Porque meu pai também foi; 23 responderam: Porque sou de origem alemã e 232 responderam: Porque lá tenho comunhão com Deus e com meu próximo (Quem assume esta tarefa, p. 120). Considerando as outras respostas com poucas indicações, conclui-se que mais ou menos a metade dos entrevistados não sabia muito bem por que pertence a uma comunidade. Pode-se falar aí em povo de sacerdotes?
Assim, o confronto com a realidade nos leva a concluir que, de um lado, a concentração da liderança no ministério pastoral leva a que os pastores se transformem em instância de poder em relação aos demais obreiros e em relação à comunidade que eles atendem. Outrossim, onde outros obreiros já conquistaram seu lugar ao sol, a mesma tentação existe para catequistas,-diáconos etc. em relação à comunidade. Por outro lado, a comunidade, que é atendida pelos obreiros, ou não sabe que como Igreja da Nova Aliança é um povo de sacerdotes e que cada um é portador de um carisma que o capacita a realizar sacrifícios de ação de graças a Deus e ao próximo ou não tem as condições e espaço para assumir em conjunto o serviço em favor do Reino de Deus.
II — Confronto com o texto
1. A perícope proposta está numa relação muito próxima com os versículos anteriores.
Nestes a ênfase recai sobre o tema da unidade da Igreja garantida pelo próprio Cristo (veja a contraposição um/uma — todos/tudo nos vv. 4-6). Os vv. 7-17 continuam este tema, porém sob um outro enfoque: Unidade não significa uniformidade, mas ela se manifesta na multiplicidade/pluralidade dos dons. Além disso, a ideia da unidade volta nestes versículos novamente na figura do corpo (vv. 12 e 16), respectivamente da plenitude do Cristo (w. 9-10, 13, 15b-16). Assim, o texto se movimenta em torno das seguintes ideias:
a) Tese central: a cada qual um dom – v. 7
b) Fundamentação bíblica à base do SI 68.19:
— plenitude de Cristo – v. 8a
— dádivas às pessoas – v. 8b
c) Desenvolvimento destas duas partes:
— a plenitude de Cristo se manifesta em sua onipresença – vv. 9-10
— o onipresente distribui dons específicos – v. 11
d) Finalidade: aplicação dos dons tendo em vista a vivência da unidade – vv. 12-16.
Três vezes no texto aparece o verbo Dl DOMI (dar, conceder) em conexão com dons, cada vez, no entanto, com objeto distinto: no v. 7 — a graça: no v. 8 — dádivas e no v. 11 — apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Quanto ao sujeito doador, o contexto não dei¬xa dúvidas: é o próprio Cristo. Mas por que a distinção no objeto? E qual a relação entre a cada um de nós (v. 7), aos homens (v. 8) e apóstolos, profetas (…) (v. 11)? A graça, no v. 7, não é a graça salvífica (Rm 1.7; 5.20s; Gl 1.15; 5.4 etc), mas o carisma, a concretização da graça salvífica no serviço do crente (cf. dom da graça Rm 12.6; 1 Co 12.4, 28,30). No v. Sesta graça é caracterizada como um presente do Senhor exaltado. Descer e subir referem-se à encarnação e exaltação, de maneira que, transpondo todas as esferas do espaço, Jesus se apodera destas esferas, estando presente em todo o espaço.
Este Senhor onipresente é o Senhor atuante. Como? Concedendo dons (no v. 8 o termo presentes/dádivas se baseia no correspondente da LXX). Quanto à segunda pergunta acima, a ênfase no complemento a cada um de nós (v. 7), respectivamente, aos homens (v. 8b) deixa claro que os dons não são apenas os ministérios especiais mencionados no v. 11. Pelo contrário, toda pessoa que faz parte do corpo de Cristo (veja a ênfase em todos nós no v. 13) tem um dom (cf. Rm 12,4). Mais ainda, este dom é dado diferentemente a cada um de nós, segundo a medida da dádiva de Cristo (v. 7). Portanto, a unidade do corpo de Cristo, que fora enfatizada tanto nos versículos precedentes, se manifesta justamente na mutiplicidade e variedade dos dons. Ninguém tem a totalidade, mas todos têm algo (Voigt, p. 260).
Mas porque o autor fala a seguir no v. 11, nos ministérios especiais? Trata-se de uma lista completa ou são mencionados apenas exemplarmente alguns? A questão, em última análise, gira em torno do problema se são esses os ministérios constitutivos da Igreja ao lado dos quais não há outros (opinião defendida por Voigt e Schnackenburg) ou se o autor menciona apenas esses, porque eles mais aparecem de maneira que não representam o círculo completo daqueles que são vocacionados para o serviço da comunidade (Käsemann, p. 289).
Sem dúvida alguma, os apóstolos e profetas têm relevância decisiva na formação da Igreja e são insubstituíveis (2.20; 3.5). Outrossim, os pastores e mestres, na época da redação da carta, igualmente representam um grupo de pessoas próprio, responsáveis pela direção das comunidades locais (Cf. At 20.28; 1 Pe 5.2; Didaquê 13.2. Difícil de se decidir é se estes últimos são dois grupos distintos ou apenas um só, de maneira que os mestres caracterizariam uma das funções principais dos pastores — veja At 13.1; 1 Co 12.28, que falam a favor da primeira opção; veja 1 Tm 3.2; 5.17;Tt 1.9; 2.1,7, que favorecem a segunda alternativa). Já os evangelistas (At 21.8; 2 Tm 4.5) são os pregadores do evangelho em continuidade e conformidade com os apóstolos. Eles representam, pois.um grupo intermediário entre os apóstolos, de função geral, e os pastores e mestres, de função local.
Assim podemos dizer que o Senhor conferiu autoridade a determinadas pessoas para um serviço específico (veja abaixo). Mas isso não significa supremacia ou exclusividade do dom.
Todos têm um dom e todos estão desafiados a por este dom a serviço. Algumas pessoas, porém, têm um dom especial para um serviço especial.
3. Qual a finalidade destes dons? Os vv 12-16 o expressam sob vários ângulos:
v. 12 — aperfeiçoamento dos santos
v. 13 — plenitude da fé
v. 14 — firmeza na fé
v. 15 — permanência na verdade da fé
v. 16 — crescimento na unidade
Pode-se entender as tarefas no v. 12 como se referindo apenas aos ministérios especiais do v. 11. Mas, considerando que o texto enfatiza que todos (v. 13!) têm um dom e que este dom se caracteriza como tal justamente por engajar a pessoa no serviço, apenas a primeira tarefa (aperfeiçoamento dos santos) se refere a estes ministérios e as demais ao serviço dos santos. Assim, a tarefa daqueles que têm o dom de anunciar o quérigma é especificado no sentido de que eles devem preparar os santos para o serviço, isto é, para o serviço geral na edificação do corpo de Cristo (Käsemann, p. 290). Portanto, a existência de ministérios especiais não significa acomodação da comunidade; pelo contrário, o ministério especial está aí para que a comunidade seja posta em condições de ela mesma ser ativa no serviço. Toda a comunidade é uma comunhão de serviço (cf. Voigt, p. 261). Assim, ministério especial e todo membro do corpo de Cristo contribuem, num trabalho conjunto, para a edificação do corpo de Cristo (w. 12 e 16). Mas nesta edificação é decisiva a atuação do próprio Cristo (v. 16!). É ele que faz com que as diferentes partes se ajustem e, assim, participem do crescimento na unidade. Destarte o v. 16 enfatiza duas coisas básicas: Todos somos engajados na edificação do corpo, ninguém é cristão isoladamente; na conjugação das diferentes partes é que se constitui o corpo e no corpo bem ajustado é que cada parte isolada atinge o seu objetivo. Além disso, tudo isso só é possível na medida em que as diferentes partes permanecem na dependência do cabeça, que é Cristo: é ele quem garante a unidade.
Por isso se compreende que o v. 14 fale dos perigos que ameaçam a comunidade. Onde o corpo bem harmonioso busca sua energia da cabeça e de lá se deixa orientar para o serviço certo no lugar certo, ali não há mais espaço para falsas doutrinas. Esta, sem dúvida, é uma ameaça da comunidade: permanecer infantil e, assim, ser facilmente levada por qualquer onda que se diz ser a boa nova. Por isso, participar do corpo de Cristo significa sempre estar exposto a estas ameaças. E só se permanece no corpo de Cristo onde se é mantido pelo próprio cabeça (v. 16) e onde se tem em vista o alvo proposto (vv. 13 e 15).
Em contraposição ao ser infantil com todas as suas ameaças, o pertencer ao corpo tem como meta a plenitude da fé (vv. 13 e 15). Esta unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus não significa simples harmonia mediante eliminação de discórdias entre as pessoas, mas esta unidade justamente se concretiza à medida que a comunidade se deixa ajustar pelo próprio Cristo: não somos nós que concretizamos a unidade; é o próprio Cristo que a garante (vv. 1 -6,16). Isto é destacado pelos complementos do v. 13, onde se fala da perfeição e plenitude do Cristo. O homem perfeito não é ninguém outro do que o próprio Cristo. Assim, a unidade da fé não é outra coisa do que a nossa total e exclusiva vinculação com o Cristo (Käsemann, p. 292). Isto também é expresso pelo v.15, onde o permanecer/seguir na verdade não se refere ao ser verdadeiro na verdade do Evangelho. Esta é a condição, no duplo sentido da palavra, para o crescimento na unidade, garantida pelo próprio Cristo.
III — Confrontando realidade e texto
Na análise da realidade concluímos que há uma concentração no ministério pastoral e um menosprezo/desconhecimento dos dons da comunidade. A análise do texto nos levou à conclusão de que todos os membros do corpo têm um dom e que a existência dos ministérios especiais visa justamente o aperfeiçoamento dos santos para, juntos e sob a ação do próprio Cristo, desempenharem o seu serviço e promoverem o crescimento do corpo, tendo em vista a unidade.
Entre realidade e texto há, em certos aspecto», um contraste gritante. Por isso o estudo deste texto poderá justamente levar à redescoberta da estrutura genuína do corpo de Cristo: um conjunto de membros, cada qual com seu dom contribuindo para a edificação deste corpo. Esta fora a redescoberta reformatória de Lutero. Ele escreve, em 1523: Pois isto ninguém pode negar, que cada cristão tem a palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote (…).
Portanto certifica-se aqui mais uma vez que um cristão não só tem o direito e a autoridade para ensinar a palavra de Deus, mas que ele tem o dever de fazê-lo, sob pena de perder sua alma e cair na desgraça de Deus (Pelo Evangelho de Cristo, p. 197s). E, no seu livro Comunidade — Comunhão — Fraternidade, Schönweiss afirma: Cada membro é importante, sim imprescindível em seu lugar e em sua função. Na comunidade de Jesus não existem os graus: importante, menos importante, completamente dispensável (p. 30; e nós poderíamos acrescentar o inverso: Também não existem os graus importante, mais importante, totalmente indispensável).
Esta é a estrutura do corpo de Cristo. Mas por esta estrutura ser uma realidade escatológica, a Igreja vive sob a ameaça constante de recriar em seu bojo a estrutura típica deste mundo: uma estrutura de poder, onde alguns poucos mandam e a maioria é uma massa passiva.
Por iso esse texto é um duplo desafio. De um lado, para os detentores do ministério especial: Até que ponto meu ministério é um serviço para o aperfeiçoamento dos santos? Até que ponto meu serviço é uma junta ligada às demais na edificação do corpo pelo próprio Cristo?
Por outro lado, é um desafio para a comunidade: Como você entende o seu pertencer à comunidade? Você está consciente de que, como membro do corpo, tem um dom? Você sabe que este seu dom quer ser posto a serviço do Reino? Você, comunidade, é um organismo vivo que possibilita a participação de todos? Como você abre espaços para, em conjunto, assumir o serviço em favor do Reino?
Cada membro recebe seu lugar determinado, mas já não será o lugar em que possa auto-impor-se com maior sucesso, mas no qual poderá servir da forma mais adequada. Na comunhão cristã tudo depende de que cada qual se transforme em elo indispensável de uma corrente. A corrente será inquebrável só quando também o menor elo engrena com firmeza. A comunidade que tolera a existência de membros desaproveitados, terá neles sua ruína. Será, pois, conveniente que cada qual receba um encargo determinado dentro da comunidade, para que, em momentos de dúvida, saiba que também ele não é inú¬til e inaproveitável. Toda comunhão cristã há que saber que não apenas os fracos necessitam dos fortes, mas quê também os fortes necessitam dos fracos. A exclusão dos fracos é a morte da comunhão (Bonhoeffer, p.47s).
IV — Sugestão de aplicação
Na elaboração deste subsídio sempre de novo voltava à minha mente a situação de um estudo em grupo sobre este assunto e não tanto a pregação. Ao meu ver é um assunto muito propício para ser debatido nos diversos grupos da comunidade.
Como roteiro de pregação aproveito as sugestões de Käsemann e Voigt e proponho:
— ninguém sai de mãos vazias: todos têm o seu dom
— ninguém é inútil: todos têm sua importância
— ninguém pode sozinho: todos juntos edificam o corpo.
V — Subsídios litúrgicos
1. Intróito: I Pe 2.9 ou Jo 15.5 ou I Co 12.12,14,27.
2. Confissão de pecados: Senhor Jesus Cristo, nós somos a tua comunidade. Através de nós teu evangelho continua presente em nossos dias. Através do nosso testemunho os que não te conhecem podem chegar a encontrar em ti a verdade e a vida. Mas a nossa realidade nem sempre favorece isso:
— Nós e muitos outros se chamam Igreja de Jesus Cristo. Nós todos temos o mesmo Senhor, mas vivemos e testemunhamos este Senhor separadamente.
— Internamente na nossa comunidade este testemunho sofre restrições: Quem fala de ti é o pastor, o catequista, o professor. Eles têm a tarefa de fazê-lo. Mas nós como membros do teu corpo deixamos de testemunhar a tua verdade.
— Além disso, restringimos a tua presença em nossa vida a certos momentos, por exemplo, no culto. Esquecemos que tu queres, que tu és Senhor de toda a nossa vida, também no trabalho, no relacionamento familiar, com os colegas, no lazer, em tudo enfim. E lá tu queres ser vivido.
Ali acontece o teu Reino. E disso nós nos esquecemos. Isto nós sabemos e por isso te confessamos a nossa culpa. Mas por, confiarmos em tua graça, nós te pedimos: Tem piedade de nós, Senhor!
3. Anúncio de graça: Is 40.31
4. Oração de coleta: Deus e Senhor, tu que estás perto dos que te invocam sinceramente, permanece conosco nesta hora em que queremos receber orientação de toa palavra para a nossa vida. Teu Espírito Santo nos ilumine para que compreendamos qual é a tua vontade para o nosso viver. Que tua palavra seja consolo para os corações aflitos e força para espíritos a fraquejar. Amém.
5. Leituras bíblicas: Ex 18.13-24; Jo 15.1-11; 1 Co 12.4-6,12-14,18-27.
6. Assuntos para a oração final — Agradecer pela oportunidade de comunhão, de ouvir a palavra, de louvar. Pedir pela ajuda do Espírito Santo para permanecer na comunhão e sob a orientação da palavra.
— Agradecer pela vida, pelo pão, pelo trabalho. Pedir por justiça, pão e trabalho para todos.
— Interceder pela Igreja universal e local, por cada um de seus membros, pelos obreiros, pelo presbitério, pela direção da Igreja.
— Interceder pelos membros do corpo de Cristo que sofrem: os enlutados, os necessitados, os presos, as viúvas, os órfãos, os viciados, os oprimidos.
VI — Bibliografia
– BONHOEFFER, D. Vida em Comunhão, São Leopoldo, 1982.
– CNBB, Ed. Comunidades: Igrejas na Base. In: Estudos da CNBB – 3.
– KÄSEMANN, E. Meditação sobre Efésios 4.11-16. In:____. Exegetische Versuche und Besinnungen. v. 1.4. ed. Göttingen, 1965.
– LUTERO, M. Fundamento e motivação da Escritura para o direito e a autoridade de uma assembleia ou comunidade cristã julgar sobre toda doutrina, chamar, nomear e demitir professores. In:____. Pelo Evangelho de Cristo. São Leopoldo/Porto Alegre, 1984.
– SCHNACKENBURG, R. Der Brief an die Epheser. In: Evangelisch-Katholischer Kommentar zum Neuen Testament. v. 10. Neukirchen, 1982.
– SCHÖNWEISS, H. Comunidade — Comunhão — Fraternidade. São Leopoldo, 1971.
– VOIGT, G. Meditação sobre Efésios 4.11-15(16). In:____. Die himmlische Berufung. Göttingen, 1981.
– Cômputo de dados da pesquisa de opinião do Distrito Eclesiástico Uruguai. In: BURGER, G. ed. Quem assume esta tarefa? São Leopoldo, 1977.