Prédica: Números 24.15-19
Autor: João Guilherme Biehl
Data Litúrgica: Epifania
Data da Pregação:06/01/1990
Proclamar Libertação – Volume: XV
Quando uma estrela cadente se traduz em palavras de um desejo estrangeiro
I – Impressões de olhos abertos
Minhas primeiras/primárias impressões, ao ler esse poema são, no mínimo, confusas. Quiçá é esse mesmo, o de confusão, o sentimento de quem se sente, antes de qualquer coisa, sobrevivente. Já que naufragar deixou de ser alternativa, e navegar, pra Pessoa, é preciso. Simpatizo com a figura de Balaão, algo de profeta que rima com poeta. Ele é apresentado como alguém, de olhos abertos. E só por causa disso, segundo minha lógica, é que ele igualmente é capaz de ouvir os ditos de Deus e saber da ciência do Altíssimo. E, mesmo quando se prostra, permanece atento, de olhos abertos, porque talvez também tivesse tantos anos luz quantos fossem necessários, pra cruzar o túnel da vida com um olhar que vinha do coração (Gilberto Gil). E soubesse que a Palavra de Deus não se revela mesmo em olhares que se fecham para dentro de solitários intimismos, ou extra-terrestres intelectualismos.
Lembro da Celie, na Cor Púrpura, da Alice Walker, filmada por Steven Spielberg. Somente quando ela começou a levantar e a abrir os olhos para si própria, para as outras mulheres, para as cores púrpuras nos campos, é que ela também conseguiu entender que Deus não era a força que a mantinha submissamente prostrada, de olhos vendados, frente ao pai e patrão. Mas era, sim, essa força que fazia as pessoas brincarem umas com as outras, que fazia a natureza trocar de cores, que abria caminhos ao invés de levantar muros. De olhos abertos tinha para Celie (agora capaz de reconhecer sua sombra e de dês/casar rastros) muito de paixão pela vida, onde contemplação se metabolizava com reflexão e fantasia. Não, ela não precisava mais escrever sofridas cartas para um desconhecido deus, mas podia se corresponder com sua irmã ausente, pra lá de vários mares.
Assim sintonizo com Balaão. Como também com Havel, o dramaturgo tcheco, condenado a ficar 1989 na prisão por ter, de olhos abertos, falado sobre o stalinismo todavia presente nas terras onde esse belo povo hussita anda atônito, como as baratas de Kafka, mirando cebolas nas vitrinas. Falou na praça, irmanado por cerca de 10 mil também já cansados do inverno de Praga, prostrado junto ao local onde 20 anos atrás um jovem estudante de filosofia, em janeiro de 1969, queimou sua vida como protesto em chamas contra a devastadora invasão russa. Os textos de Havei, circulando pelas catacumbas e mimeógrafos da Tchecoslováquia, encenados até mesmo na desesperada Polónia, revelam esse olhar empático, onde há espaço para a contemplação do terror cotidiano, para o vislumbre de algumas alternativas no nível de organização popular (vide o trabalho clandestino do grupo Charter 77), e também para a sempre desvairada projeção de imagens rompendo fronteiras entre realidades vividas e sonhadas.
Olhos abertos têm a ver com recriar o mundo com poesia, poiesia, trabalho criativo. Gosto que Balaão subverta o prostrar-se. Lembro que na minha ordenação também permaneci de olhos abertos. Queria ver as pessoas que me tocavam, as crianças, minha família, os/as representantes de cada comunidade, os colegas, minha amiga, afinal era daqueles corpos comunitários que fluía a bênção para a missão da pregação do Evangelho e administração sacramental.
Também aprecio que Balaão fale do que ainda não vê agora, do que talvez só venha mesmo a conseguir, um dia ou noite, de longe contemplar. Ele se distancia do imperativo de ver para crer. Ë do seu desejo que parte a visão. Um desejo que quer se tornar imagem, se concretizar em sonho, em palavras. O poeta não tem compromisso com a verdade empírica. Balaão tem olhos abertos para perceber as coisas que habitam o coração das pessoas, de Javé, por quem fala. Porque o canto não pode ser uma traição à vida… e só é justo cantar se nosso canto arrasta consigo as pessoas, as coisas que não têm voz… (F. Gullar). À primeira vista (pena que não também a prazo) sinto e simpatizo com seu descompromisso em emitir apressadas e oportunistas identificações da sua visão com alguma figura ou evento local. Quem sabe Balaão até tenha em mente alguma liderança política ao se valer da imagem da estrela; mas eu fico com a imagem e o que ela de esperança evoca em nós. Nosso século está por demais saturado com associações de utopias com corruptas hitleristas histéricas torturantes alucinógenas promessas de terras à vista. Não é assim que, ao se ver uma estrela cadente, faz-se logo um desejo, que é mantido em segredo, enquanto luta-se com toda a força disponível para concretizá-lo? Penso que aí também reside alguma possibilidade para a teologia e para a igreja… Isto é, ajudar as pessoas a, como Balaão, manterem os olhos abertos, a despeito de todos realismos impostos, e a, fantasticamente, soltar balões, como estrelas, para o céu, com boas-novas atestando que vimos a cara da morte e eis que ela estava viva. E portanto, vamos pra vida!, como canta e vive Cazuza. Teologia e igreja, então, como fontes de água no deserto de todo dia. Quem indica o caminho é a estrela que nossos desejos miram ali adiante daqui. . .
Mas quando ouço na boca do poeta a enunciação concreta da visão da vitória de Israel e derrota dos outros povos, onde o dominador exterminará o que resta das cidades…, tenho vontade de jogar o texto fora. Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada, canta o Nei Lisboa. E daí que pesquisas histórico-materialista-críticas possam até provar que o oprimido, o coitadinho, era Israel e Javé se colocava ao lado desses hapiru na luta pela instalação de justiça internacional, naquele Oriente Antigo. A real em que caímos hoje é outra. E hoje é sempre de onde nos movemos com qualquer texto, com qualquer experiência, seja adiante, ou para trás, ou em círculo. Sim, é incontestável que Israel faz proezas. Sua história contemporânea faz totalmente jus a essa tradição de dominação que, em tempos idos, talvez até fosse eticamente mais aceitável (assim nos ensinaram). E a despeito de terem sido chacinados aos milhões há menos de meio século, a ordem israelita é agora ferir as têmporas palestinas e destruir todos esses filhos e filhas sem terra. Não consigo, de jeito algum, ver esse texto metaforicamente etc. e tal. Quando o Likud, fascista/nacionalista partido judaico, é respaldado massivamente na sua proposta de não-diálogo com os palestinos, de continuar bombardeando vilas, matando crianças, construindo canhões ao ritmo de dólares, enfim, concretizando, como assim dizem, sua Tora. A essa gente careta e covarde (Cazuza) não canto nem um blues de piedade. Eis aí um belo/feroz exemplo de religião civil fomentando a mais bárbara dominação humana sobre humana, respaldada por oráculos em ritmos poéticos. Trago no rosto, então, a raiva daquela palestina grávida, filmada encostando sua barriga contra as fronteiras de arame farpado, e gritando: Mais um está nascendo! O Êxodo se gesta agora contra Israel. A terra prometida se desgraçou. Onde está Deus nesse ínterim? Se os teólogos procuram respostas em apologéticas exegeses, penso que até já morreu agora, anônimo, e resta como saudade, uma lágrima em forma de estrela, não de Davi, mas da cor do grito de alguma mãe palestina…
Outro ponto que me irrita por demais nos versos 17b-19 da nossa perícope é esse tom entusiasta de Balaão, que logo associei com retórica stalinista e tanques de guerra invadindo Budapeste, Granada, Praga. Mesmo que Balaque seja dos reis o mais torturador, não comungo de uma utopia balaonita que faz da morte, da agressão, também seu padrão estatal. E não venham me dizer que isso era só estratégia até que se instaurasse a autonomia israelita. Ao longo dessa história há sangue demais rolando por chãos que deveriam, em verdade, ser arados/amados por mãos onde o sangue circularia vivo, criando vida. Os siks na índia, o Sendero no Peru, os comunistas romenos, os Contras na Nicarágua: não sei, mas sinto que os identifico com esses versos que, de fato, nem denunciam a opressão talvez imposta a Israel, nem projetam caminhos de nova construção. Simplesmente vislumbram armas em cruzadas, fazendo um bom texto para as lucrativas indústrias bélicas.
Além do mais, se abro os olhos pró nosso sobreviver brasileiro — que vai, finalmente, assustando-se com sua própria imagem, ainda que nas fantasias de Joãozinho Trinta — percebo que os poucos lúcidos poetas de olhos abertos (que viam como Chico Mendes, ou que vêem como Caio F. Abreu ou humoradamente Veríssimo ou musicalmente Itamar Assunção e Legião Urbana) declamam primeiramente o vómito, o lixo, a queima das florestas, o fuzilamento do sonho por terra, a solidão. São cantores malditos, porque seus versos/profe¬cias não conseguem senão ser o espelho de nossa animalesca luta diária por subsistência. E essas mensagens doloridas e poderosas, como os versos de Cora Coralina, me parecem ser muito mais pertinentes ao bom-senso que sempre ainda nos falta, do que endiabrados comandos de pegar en armas e trazer a estrela prá terra, a Ia texto de Balaão. Afinal, o luxo foi jogado no lixo. E talvez, entre nossos detritos e rasgadas fantasias, encontremos pontas das estrelas de um céu que queremos iluminando nossas vidas alegres, a durarem bem mais do que o tempo das pompas de Momo. Ufanistas utopias bélicas não cabem mais na nossa fome.
Seria bom exercício crítico/criativo se o/a pregador/a agora arrolasse também suas impressões frente ao estilo do texto, à figura de Balaão e ao conteúdo do poema, bem como dialogasse com minhas anotações e com os dados histórico-críticos que seguem abaixo. Nesse processo de catar pedras, jogar fora o medo, arriscar verbalizar ideias que se nos acometem, ouvir com sobriedade as pesquisas científicas, desejar também brincar poemas, vão se projetando na mente, no papel, nas palavras, os aspectos que queremos trazer à comunidade como epifania. Sim, ela, como revelação; o texto, como revelação. E Deus sendo essa luz que contrasta com as sombras, em epifania.
II — Com óculos histórico-críticos e além
Os personagens principais do contexto maior de Nm 22-24, onde encontramos nosso poema, são o rei Balaque, de Moabe, e o visionário Balaão. A pesquisa contemporânea vê as duas figuras como sendo históricas (A. H. van Zyl, The Moabites, p. 10s.). Balaque teria sido um personagem da história mais antiga de Moabe (séc. 13 a.C.), e talvez mesmo um príncipe vizinho dos israelitas, no sudeste do Jordão (M. Noth, Das 4. Buch Mose, p. 152 — contra van Zyl, p. 116). Como Balaque não conseguiu, com suas armas de guerra, expulsar os israelitas (Nm 22.2s), apela para o poder das palavras, prática comum na época, como até nos dias de hoje (I. Goldziher, Die Ginnen der Dichter, p. 400s.; G. Jacob, Altarabisches Beduinenleben, p. 202s.). E manda seus mensageiros pedirem ajuda a Balaão, renomado homem de palavras poderosas (Nm 22.6).
Mas, afinal, quem é esse Balaão? À luz de Mq 6.5a, o relato de Nm 22-24 parece mesmo ter implicações históricas. E com base em observações literário-críticas esse relato é, aparentemente, a fonte mais antiga a remontar a Balaão, em contraste com outras tradições, como as de Nm 25.31 s. e Ap 2.14; Nm31 e Js 13.22; Dt 23.5b,6;Ne 13.2; 2 Pé 2.15s. e Ju 11 (M. Noth, p. 152).
Segundo essa tradição mais antiga, Balaão era um homem cujas palavras de bênção e de maldição eram tidas como infalivelmente eficazes (Nm 22.6b). Pode-se suspeitar que Balaão fosse muito procurado, mesmo por gente de terras longínquas, quando tais palavras se faziam necessárias. De onde vinha esse poeta? A única referência concreta encontramos em Nm 22.5, onde é dito que ele provinha de Petor, que ficava junto ao rio (e isso na linguagem veterotestamentária significava junto ao Eufrates). Certamente, tem-se aqui em mente a cidade de Pitru, conhecida pelos documentos assírios, localizada no norte da Síria, no lado direito de um dos afluentes, ao alto do Eufrates. Daí também parece correia a afirmação de que Balaão se originava de Aram (Dt 26.6). Mas tudo isso para podermos afirmar que Balaão não era moabita, nem israelita. Era um poeta estrangeiro. Também para Balaque ele era um desconhecido, procurado unicamente devido ao poder de suas palavras.
Agora perguntamos pelo porquê de se contar essa estória da tentativa frustrada de Balaque querer, através de Balaão, amaldiçoar Israel. Ainda que para Balaão Javé fosse uma divindade desconhecida, ele precisava reconhecê-lo como o senhor absoluto da história universal. Em tudo o que fazia e/ou dizia, Balaão tinha que obedecer à vontade de Javé. Assim, parece que o ponto alto da narrativa de Nm 22-24 é justamente isso: que um estrangeiro, um desconhecido, com muitos dons e talentos, gozando de grande prestígio entre os povos vizinhos de Israel, foi levado a obedecer a Deus e a intermediar sua voz. É evidente que sempre fica em aberta a questão do quanto Balaão foi, de fato, obediente aos mandatos de Javé e o quanto foi obediente aos comandos militares israelitas, que também teimavam em confundir-se com a voz do seu Deus.
Pois é nesse palco histórico que nossa poesia é recitada. . . A tentativa ofensiva de Balaque está frustrada. Balaão fala pela última vez e alerta o rei para o fato de que Israel está sob a proteção do onipotente Javé, contra o qual nenhum outro poder vinga. No poema ele envisiona o futuro, afirmando que nem Moabe (filho de Sete, Nm 24.17; Gn 4.25s.), e nem Edom (Seir, terra montanhosa, Nm 24.18) governarão sobre seus vizinhos; mas sim Israel, o povo escolhido por Javé. Interessante constatar que até hoje muitos segmentos — os detentores do grande capital, é lógico — nos EUA entendem sua terra de liberdade como sendo o novo Israel, igualmente abençoado por Deus para civilizar e dominar o mundo. E eles também contratam muitos Balaãos, até mesmo os tais pregadores eletrônicos como Jerry Fallwell, Rex Humbard, Billy Graham, etc. Em todo caso, segundo M. Noth (p. 168), Nm 24.15-19 não tem pretensões messiânico-escatológicas, mas teria sido aludida como tal no tempo do exílio (587/6 a.C.). Em outras palavras, o texto em questão teria, originalmente, a mera pretensão de fazer um prognóstico futuro do desenvolvi-mento histórico local. Para sua datação pré-exílica também corroboram indícios filológicos como antigos hebraicismos (van Zyl, p. 11). Para Noth, Nm 24.15-19 pressupõe a extensão do grande império davídico e deve ser visto como um adendo (mas não exflico) à antiga estória de Balaão (como também Nm 24.20-24, Noth, p. 169). Em todo caso, A. van Zyl (p. lOs.) data nosso texto no período dos Juizes (Jz 3.12-30), quando vigorava o constante conflito entre o Israel do Sul e Moabe, isso no séc. 13 e 12 a.C. (van Zyl, p. 116).
Ill — Palavras. . . quais? Como? Para que, afinal?
Esse último tempo cronológico vai, provavelmente, mais de encontro a quem quer trabalhar o texto a partir de um contexto com colorações político-libertárias mais explícitas (Jz 3.12-30). Nesse sentido, em Nm 24.17 pensa-se não num Messias, mas sim numa concreta, mundana liderança política que, com seu cetro (= suas armas) ferirá as têmporas de Moabe. Eu, pessoalmente, não conseguiria, de forma alguma, pregar nessa perspectiva, exercitando alguma associação entre movimentos liberacionistas contemporâ¬neos com a estratégia israelita para expandir seu poderio. Mas se entre nós ainda se encontram lideranças milenaristas, pois então, bom proveito. Só lamento pelas comunidades…
Quem não quiser predicar tematizando mais uma vez esse jargão liberacionista, já tão surrado nos últimos 20 teológicos anos, pode, quem sabe, discutir o fato de Deus revelar seu poder pelas palavras mágico-poéticas de um estrangeiro. Talvez esteja aí uma oportunidade de se relativizar o discurso pomposo, embolorado, autoritário, dogmático, eclesiástico e exercitar um calar frente à Palavra de Javé, que está em nosso meio através de imagens, cores, movimentos, mesclados à luta diária de nossa gente, sem terem de se mascarar religiosamente. Javé demonstra seu poder não através de um sacerdote do templo, mas sim através de um poeta, que habita outras terras onde passa uma brisa ligeira, que vai virar viração (irmãos Ramil). Daí temos Neruda, Cardenal, Quintana (Por favor, deixem o outro mundo em paz: o mistério está aqui!), Adélia Prado, Elomar, Milton Nascimento, toda Nueva Canción Chilena e por aí…
Outra tematização para a prédica poderia ser explorar a atitude de olhos abertos de Balaão. Será que o fato dele ser poeta e estrangeiro lhe ajudam a não ficar prostrado piedosa e isoladamente do mundo que, afinal, quer ouvir suas palavras como uma canção de ninar? Vale a pena também criticar o caráter militaresco do texto, e dialogar com eventuais alternativas que não essa, que vem brotando do próprio movimento popular local. . . Mas, quem sabe, nossas comunidades talvez só estejam esperando que uma vez o/a pregador/a graciosamente reconheça, com suas palavras, que elas, o povo simples comunitá¬rio, desde há muito tem olhos e ouvidos abertos, lhe faltando exatamente o acesso às letras faladas. Que devido ao monopólio do sermoniar dominical e impostas decisões clericais cotidianas podem ter sido ainda mais e mais amordaçadas. E daí, quem sabe, a vontade comunitária de que o/a encarregado/a por eles da pregação do Evangelho finalmente se atine de que aquelas pessoas mesmas querem, juntas, proferir seus desejos de contar com quantas estrelas se faz essa noite brasileira de mais luz. . . Então, talvez, valha ainda a pena, apesar de tudo, continuar cantando com Boca Livre:
Como a estrela ria,
como a canção se fez,
como o amor me guia,
eu me guio só por vocês.
Tanto serei criança,
tanto melhor a voz,
tanto serei criança,_
quanto a dança fizermos nós.
Vai e vem,
tudo o que mundo tem,
só o que não se cansa
é a gente se querer bem!
IV — Bibliografia
– GOLDZIHER, I. Die Ginnen der Dichter. In: Gesammelte Schríften II, Hildesheim, 1968.
– JACOB, G. Altarabisches Beduinenleben. Hildesheim, 1967.
– NOTH, M. Das 4. Buch Mose (Numeri), ATD 7. Gõttingen, 1977.
-VAN ZYL, A. H. The Moabites. Leiden, 1960.
(Dedico este trabalho pro amigo E. Dobberahn que olhando para além dos mapas, sabe, com suas lanternas e computadores, eluminar esta magia, que teima ressuscitar vida nas palavras. Obrigado pelo trabalho exegético!)