Prédica: 2 Coríntios 5.14-17
Leituras: Jó 38.1-11 e Marcos 4.35-41
Autor: Gerd Uwe Kliewer
Data Litúrgica: 5º. Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 26/06/1994
Proclamar Libertação – Volume: XIX
1. Por que Paulo escreve esta perícope aos Coríntios?
Na comunidade de Corinto, há gente que duvida da autoridade teológica de Paulo e questiona o seu ministério. A essa gente ele explica, na sequência 2.14-6.1.T, quem lhe deu a tarefa e a força de pregar o evangelho de Cristo: Deus mesmo. Afirma: Não há nada em nós que nos permita afirmar que somos capazes de fazer esse trabalho, pois a capacidade que temos vem de Deus. Pois é ele que nos faz capazes de servir ao novo acordo… (2 Co 3.5 s.). A sua recomendação é o trabalho que ele realiza, a comunidade que surgiu dele (3.2); mas não é ele que o realiza, mas Cristo através dele (3.3). Chama atenção, em toda a carta, o uso do nós. Dizendo nós, Paulo fala de si mesmo, mas envolve no nós todos aqueles que são trabalhado rés no Reino de Deus como ele.
Nos versículos da perícope, especificamente, ele parece responder àqueles que acham que ele não tem dignidade suficiente, que lhe falta decoro, que aparenta ser louco. Não encontram nele os sinais de piedade, de espiritualidade, de moralidade e de comportamento que, no entender deles, destacam a pessoa religiosa. Insistem nessas coisas externas e secundárias e transformam-nas em critérios de julgamento. Não percebem a importância central da morte de Cristo. Fiam-se em obras que cies mesmos realizam, na santificação pelo próprio esforço, em vida renovada a partir tia própria boa vontade. Ficam na lei e rejeitam Paulo, porque ele superou a lei.
Paulo, porém, sabe que a aparência perante Deus nada vale. Que a moral ida de, o moralismo, é um fedor diante dele. Que não se pode enganar Deus com boas obras, práticas piedosas ou discursos religiosos. E por isso Deus é tão terrível, tilo temível. Diante dele não dá para trapacear. Por isso, Deus mesmo tem que realizar a salvação da gente em Jesus Cristo. Ele faz isso por amor. Esse amor que vem de fora, vem de Deus, empurra Paulo para o meio das pessoas para pregar-lhes o evangelho.
2. Um morreu por todos, portanto todos morreram (v. 14)
Argumentação interessante a de Paulo quando e!e fala do evento central da lê cristã. Não seria assim que, se uma pessoa morre em lugar de outra, essa última continua viva? Paulo, porém, decreta: Cristo morreu por todos, portanto todos morreram. Em muitas ocasiões, ele argumenta assim. Já morremos com Cristo…, diz em Rm 6.8. Vocês morreram com Cristo…, em Cl 2.20.
3. A morte para a vida (v. 15)
Que morte é essa? O que Paulo quer dizer? Em primeiro lugar, que a pessoa morreu para a vida que ela tinha. A vida na carne. A vida regida pela natureza humana, como traduz a Bíblia na Linguagem de Hoje. A vida em que o Eu está em primeiro lugar, em que a minha felicidade, o meu prazer, a minha razão, a minha capacidade, o meu bem-estar, o meu direito orientam atitudes e expectativas. Deus nos livra dessa vida, integrando-nos na morte de Jesus Cristo. A nossa velha natureza já foi morta na cruz (Rm 6.6).
4. Renascer para a vida nova
Onde e quando temos parte na morte de Cristo? No batismo, diz Paulo. Quando vocês foram batizados, foram enterrados com Cristo (Cl 2.12). Assim, quando fomos batizados, fomos enterrados com ele por termos morrido junto com ele (Rm 6.4). Quem foi batizado perdeu a vida que tinha. Se ele/ela ainda vive, essa vida não é sua. Pertence a Deus. Deus dá uma vida nova, diferente. Se vive em vocês o Espírito de Deus, que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida a seus corpos mortais, pela presença do seu Espírito, que vive em vocês (Rm 8.11). O/a batizado/a recebe vida nova, regida pelo Espírito Santo, renasce e é reanimado/a, como os ossos do vale da profecia de Ezequiel (Ez 37).
5. O/a batizado/a não tem mais nada que é seu
Quem morre com Cristo, no batismo, perde tudo o que é e tem. Para além da morte, ninguém leva nada. Nem os bens, nem as obras, nem os amores, nem a fama. Muito menos ainda o espírito ou a alma. Ao emergir da água do batismo e ser integrado na ressurreição de Cristo, portanto, a nova vida que o/a batizado/a recebe abrange tudo: corpo, espírito, mente, bens, forças, sentimentos… E nada disso lhe pertence. Tudo agora é de Deus. Por isso Paulo diz: Portanto, meus irmãos (minhas irmãs), por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como sacrifício vivo, dedicado a seu serviço e agradável a ele. Essa é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer (Rm 12.1). Deus não exige boas obras. Não quer o dízimo. Não quer adoração no domingo, caridade no fim de semana. Quer tudo: corpo, vida e bens. Porque tudo é dele, dado a nós por graça. Não há nenhum mérito se lho devolvemos. Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou para o bem deles (2 Co 5.15).
6. Quando acontece isso?
Já aconteceu. Quando alguém está unido com Cristo, é uma nova pessoa; acabou-se o que é velho, e o que é novo já veio (v. 17). A nova vida já veio, já está aí, mas não é nossa propriedade. Continua dádiva de Deus, renovada cada dia. Já vivemos a nova vida, orientada pelo Espírito.Santo, mas é como diz Lutero na explicação do batismo: A velha pessoa em nós deve ser afogada e morrer com todos os pecados e maus desejos. Isso acontece por exame de consciência e arrependimento diários. E, por outro lado, deve sair e ressurgir nova pessoa, que faz a vontade de Deus e resiste ao mal, agora e sempre (Catecismo Menor de Lutero, versão na linguagem de hoje).
7. Não mais segundo a carne
O v. 16 da perícope é mais difícil de ser entendido. Ninguém conhecemos segundo a carne, traduz Almeida. A Bíblia na Linguagem de Hoje diz: Não vamos mais usar regras humanas quando julgamos alguém. Existem duas maneiras de ver as pessoas? O versículo supõe que sim: Uma relacionada à nossa vida na carne, a vida que é afogada no batismo; a outra ligada à vida renovada. A vida nova, recebida de Deus, muda as vistas. Em que sentido?
O próprio Paulo parece relembrar a sua maneira de ver, de julgar na carne quando diz: …se antes julgamos Cristo assim…. Assim como? Entendo que ele se refere ao tempo em que estava perseguindo os cristãos. Via em Jesus Cristo o destruidor da ordem e da lei, o inimigo dos retos e justos, o sedutor que confundia os fiéis simples e os afastava da verdadeira doutrina. Considerava-o um charlatão, um enganador. Alegrava-se ao ver Estêvão sendo triturado pelas pedras. É isso que merecem esses usurpadores da verdadeira doutrina, pensava ele. Até que, às portas de Damasco, o Senhor mesmo o enfrentou. Sua visão na carne foi ofuscada. Ficou cego. E recebeu de volta uma vista nova, que vê Jesus de maneira diferente: Jesus é o Filho de Deus. Jesus é o Messias, o Salvador. Isso ele confessa após receber o batismo. Vê Jesus Cristo com olhos renovados (At 9.1-21).
Aqueles que antes ele considerava inimigos, agora se tornam irmãos. E as outras pessoas — judeus, gentios, gregos, pobres, ricos, homens, mulheres — agora para ele não são mais imbecis, ignorantes, bárbaras, mas destinatárias da salvação que Deus preparou em Jesus Cristo. O amor de Cristo o constrange, ou, como diz a tradução na linguagem de hoje, ele é dominado pelo amor que Cristo tem por nós (v. 14). E por isso ele vê todas as pessoas através das lentes da cruz de Cristo: como pecadoras que precisam da boa nova de que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). E com essas lentes ele vê que Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura… o que o mundo acha fraco… aquilo que o mundo despreza… (l Co 1.27s.). Vê Cristo ainda na mais miserável e mais depravada pessoa humana.
O/a batizado/a tem olhos renovados, que vêem as pessoas e os fatos de maneira diferente. Não julga mais segundo a carne, isto é, segundo os seus interesses, os preconceitos do seu grupo ou a lei do mais forte. Vê o/a próximo/a como Deus o/a vê: como alguém que precisa dele/a. Como alguém em quem o amor de Deus se quer revelar. E é constrangido/a pelo amor de Cristo a envolver-se com ele/a.
8. A teologia radical de Paulo
Mencionei, no início, as pessoas na comunidade de Corinto que se baseiam e confiam em coisas externas: manifestações extáticas, ritos piedosos, tradições, moralismos. Enfim, baseiam-se em obras. E acusam Paulo de que ele dá pouco valor a essas coisas. A essa gente Paulo responde com sua teologia radical: Tudo isso é em vão, é vaidade! Por sua natureza (carne), as pessoas são incapazes de fazer algo para sua salvação. Por isso, Deus já fez tudo em Jesus Cristo. Com ele nós somos afogados, no batismo, com todas as nossas pretensões. E ressuscitados, com ele, para uma vida que não é mais nossa, mas de Deus, e por extensão do/a próximo/a. Deus não quer 10%; tudo é dele. Já agora e também no futuro. E tudo isso nos é dado, comunicado no batismo. Nele temos perdão dos pecados, vida e salvação (Catecismo Menor de Lutero).
Mas, se Paulo sabe que ele não pode fazer nada por sua própria salvação, ele sabe muito melhor que pode fazer muito pela salvação das outras pessoas. Sim, que a salvação das outras pessoas depende dele. Porque Deus o derrubou na sua soberba, batizou-o, deu-lhe nova vida e o fez testemunha sua, na marra. É por isso que Paulo briga, argumenta, defende-se também nos versículos da nossa perícope. Ele quer que todas as pessoas saibam: Tudo isso é feito por Deus, que, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos dá a tarefa de fazer que os outros sejam também amigos dele (2 Co 5.18). Sabendo que a tarefa é dada por Deus, Paulo enfrenta os adversários sem medo.
9. O que pregar?
Nos versículos da perícope, o apóstolo fala de sua vocação e de sua tarefa. Mas não só das suas; também das de toda pessoa batizada que, pelo batismo, tornou-se testemunha da boa nova de Jesus Cristo. A perícope trata dos efeitos, das consequências do batismo. E esse, a meu ver, deve ser o tema da pregação.
Há vários ganchos nos quais se pode pendurar a pregação:
9.1. A realidade do batismo nas comunidades da IECLB
Para a maioria dos membros, o batismo é uma tradição, na qual se insiste muito. É antes uma festa familiar e particular do que um ato da comunidade. Acredita-se que o batismo, como num passe de mágica, transforma um diabinho num anjinho e que Deus não gosta de criança não batizada. Batizar é um imperativo, e para cumpri-lo até se mente e se frauda.
Argumento muito forte é o medo da morte. E se a criança morre sem ser batizada? Essa é a pergunta angustiante de pais e avós. Batismo é para a morte? Acredita-se, ainda, que o batismo protege: de mau olhado, de doenças, de infortúnios. E a afirmação frequente de que, no batismo, se entrega a criança a Deus não deixa de ser uma grande bobagem. Pais não são donos dos seus filhos e filhas. E como vai se entregar algo a Deus, o Senhor da vida, que já lhe pertence?
Mas da morte de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz quase ninguém se lembra no batismo. E a nova vida que nasce dele parece desconhecida. E continua uma incógnita durante a vida do/a batizado/a. E se uma pessoa chega a viver uma vida cristã de maneira assumida e consciente, frequentemente não a relaciona ao batismo, mas a uma experiência de conversão. Os grupos evangelicais vêem na conversão, e não no batismo, a origem da vida renovada.
O batismo tornou-se um evento sem consequências, pelo menos visíveis e positivas. Pois das consequências negativas dessa prática descompromissada de batizar as crianças talvez nem nos tenhamos dado conta. Tem-se a consciência confusa de que o batismo significa a aceitação da criança por Deus e que essa é integrada à cristandade, mas sem ligá-la a uma igreja específica. As coisas importantes da vida religiosa, como por exemplo onde passar a primeira comunhão e em que igreja casar, são decididas depois. De qualquer maneira, viver uma vida cristã é visto como resultado de uma decisão, de um esforço, isto é, como obra. Pergunta-se, dentro desse quadro, o que a Igreja e as comunidades podem e devem fazer para que o batismo volte a ser a força geradora da vida cristã.
9.2. O testemunho dos/as batizados/as
Paulo é dominado pelo amor, de maneira que não pode deixar de testemunhar o que Deus fez para e com ele. Como está o testemunho dos membros das comunidades da IECLB? A maioria não testemunha a sua fé. Religião é assunto particular, com o qual não se incomodam outras pessoas. Pode-se até ter o costume de orar antes das refeições, mas nunca arriscar-se a sugerir uma oração na presença de terceiros. E entre os pastores há muitos que têm o mesmo receio. Não falam da força que tiram da vivência comunitária, do estudo da Palavra de Deus e da celebração dos sacramentos para a sua vida a colegas e amigos/as. Em áreas de migração, observa-se que um membro da IECLB, quando chega a um lugar e descobre que está sozinho, fica bem quietinho, para que ninguém descubra que não pertence à religião dominante. Dar um testemunho em praça pública então nem se fala! O que fazer para despertar esses membros? Vida renovada e testemunho são inseparáveis.
9.3. Sinais de vida nova
A vida nova, oriunda do batismo, é bem concreta. Manifesta-se em atitudes que são diferentes das que valem no mundo. O texto da perícope menciona uma atitude que muda a maneira de ver e julgar as pessoas (v. 16). Ensina a ver as pessoas como Deus as vê e quer, não como elas são.
Olhando para as comunidades, porém, vêem-se poucos sinais dessa maneira de olhar e julgar. Geralmente, há muitas fofocas atrapalhando e destruindo a vida comunitária. Uns falam com desprezo do esforço e empenho dos outros. E a vida do/a pastor/a e sua família é motivo constante de mexericos e bisbilhotices. Os/as batizados/as, que são irmãos/as na fé, preferem pensar mal um/a do/a outro/a. Se alguém desponta como líder, é facilmente desfeito/a e ofendido/a. Desentendimentos são conservados durante decénios, e perdão existe só para si mesmo/a, não para os/as outros/as.
Mas a mudança de vista é o único sinal de vida nova. Outros são: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gl 5.22s.). E tudo isso não para si mesmo/a, mas para o/a próximo/a.
9.4. Já e ainda não
Uma prédica sobre o batismo e suas consequências corre o risco de apontar somente para os defeitos e erros, de mostrar como deveria ser, mas não é. Isto é, de destacar o ainda não e cobrar o já. Os/as ouvintes podem até sentir-se questionados/as com isso, mas será que mudarão a sua atitude, os seus conceitos? Por isso é importante apontar caminhos viáveis e colocar exemplos. E esses devem ser procurados na própria comunidade. Creio que, em toda comunidade, se encontrarão grupos que, p. ex., apoiam uma creche, senhoras que fazem visitas a hospitais para trazer consolo a doentes, pessoas que enfrentam os poderosos em defesa da justiça, presbíteros abnegados, pessoas que são um exemplo de vida renovada. O Reino de Deus está aí, como grão de mostarda, como fermento na massa. Vamos irrigar esses grãos para que cresçam e fortalecer o fermento para que a massa fique levedada.
9.5. Culto de batismo
Em muitas comunidades, realizam-se cultos especiais de batismo. Creio que o texto e a reflexão acima servem muito bem para uma ocasião dessas.
10. Subsídios litúrgicos
(Obs.: Os subsídios litúrgicos que seguem são de autoria do P. Albérico Baeske, extraídos do Caderno de Cultos 1993 do Distrito Eclesiástico Mato Grosso.)
1. Intróito:
Graças, muitas graças a Deus,
que faz tanta gente no mundo afora e também entre nós
seus filhos e suas filhas pela fé em Jesus Cristo!
Pois todos nós, homens e mulheres, que fomos batizados e batizadas
em Cristo, nos vestimos de Cristo, seja no Brasil, seja em outras plagas.
Assim termina a diferença entre os sexos, as classes e as raças.
Todos/todas nós, aqui e em qualquer parte do globo, somos um só
em Cristo Jesus (cf. Gl 3.26-29). Cantemos louvores a esse Deus!
2. Confissão de pecados:
Deus,
tu nos chamaste, tu nos batizaste, para que sejamos integrantes
de teu povo universal,
para que vivamos como teus filhos e tuas filhas o nosso dia-a-dia,
para que falemos de ti a familiares e amigos/amigas,
a vizinhos/vizinhas e concidadãos/concidadãs.
Nós, porém, esquecemos o nosso batismo.
Preferimos viver sem sermos chamados/chamadas por ti —
achamos a nossa vida menos complicada assim.
Não gostamos de ser do teu povo —
sentimo-nos assim mais livres.
Pouco nos importa se os outros/as —
batizados/as ou não —
existem com, sem ou contra ti e o teu povo.
Nós nos mantemos distantes de ti.
Pensamos até que podemos te manter distante de nós. Não obstante, desejamos uma
certa relação contigo para os casos de emergência:
desgraças na profissão, frustrações familiares, doenças.
Ô, sim, fazemos questão que estejas presente como nosso protetor, desde que calado.
Com frequência gritamos por teu apoio, desde que feches os olhos.
Desejamos tudo de bem e do melhor, inclusive a tua bênção para aquilo que achamos, empreendemos e acreditamos ter conseguido. Deus, Senhor, como pais e mães, padrinhos e madrinhas, julgamos preciso deixar batizar as crianças.
Sem reflexão respondemos sim às perguntas a nós dirigidas. Nem nos damos conta que aí assumimos compromisso que decide sobre as crianças e sobre nós mesmos/mesmas.
Vemos nas crianças a nossa propriedade, em vez de teu empréstimo único,
que exigirás de volta, a fim de que, também através de nós, elas venham a ser teus filhos e tuas filhas. Somos tão negligentes perante as crianças no contar das histórias bíblicas, no explicar do catecismo e dos hinos.
E como um cristão/uma cristã vive dificilmente aprenderão de nós. Antes, a nossa prática de fé afasta as crianças de ti e do teu povo. E quando
não querem nada contigo e com o teu povo, nós ficamos brabos/brabas com elas… Tem piedade de nós, Senhor!
3. Anúncio da graça: Assim fala Jesus Cristo: Quem crer e for batizado/batizada será salvo/salva, mas quem não crer, será condenado/condenada (Mc 16.16).
4. Oração de coleta:
Deus Pai —
tu nos deste a vida e ainda a conservas. Deus Filho —
tu vens nos libertar da escravidão que em nós exercem pessoas e ideias, principalmente as nossas próprias ideias e planos. Deus Espírito Santo —
tu nos empolgas a buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Fomos batizados/batizadas em teu nome. Fomos integrados/integradas no teu povo universal. Aconteceu por tua divina bondade e misericórdia, exclusivamente. Salva-nos da convicção maluca de que tudo já está resolvido e o céu garantido.
Deixa-nos perceber o que significa na realidade ser batizado/batizada. Que consequências tem para nós pessoalmente e a família da gente, para essa comunidade e a sociedade brasileira. Permite que as consequências sejam salutares. Amém. (A. Baeske)