Prédica: João 1.1-5,9-14
Leituras: Isaías 52.7-10 e Hebreus 1.1-9
Autor: Gottfried Brakemeier
Data Litúrgica: Natal
Data da Pregação: 25/12/1993
Proclamar Libertação – Volume: XIX
1. Alguns dados gerais
O prólogo do Evangelho de João, que abrange os vv. l a 18 do primeiro capítulo, é um dos trechos de maior densidade teológica no Novo Testamento. Desempenhou papel fundamental na formulação da cristologia nos primeiros séculos; abriu, mediante a introdução da categoria do logos, o acesso à filosofia; inspirou gerações de teólogos até os dias de hoje. Dificilmente há outro texto neotestamentário que tenha dado origem a tamanho volume de literatura.
Não é possível nem necessário entrar nos complexos problemas de tradição, estrutura e teologia discutidos entre os especialistas. Basta o resumo de alguns dos principais elementos:
O prólogo se baseia num hino cristológico anterior a João, comentado e ampliado pelo evangelista e colocado por ele como uma espécie de prefácio à sua obra. De acordo com uma tese bastante convincente, o hino original compreendia duas estrofes, a saber, os vv. 1, 3 e 4 e os vv. 5, 10-12b. Trata-se de uma hipótese apenas, mas ela faz bom sentido. A comunidade cristã que formulou esse hino apregoa Jesus Cristo, o Verbo de Deus, como mediador da criação, como vida e luz do mundo. Esse é o conteúdo da primeira estrofe. A segunda fala da vinda do logos, da sua revelação: a luz brilhou nas trevas, o Verbo veio ao que é seu, mas não houve acolhida — exceto em algumas pessoas, que, dessa maneira, receberam a filiação divina.
A mão redatora do evangelista interferiu nesse poema, especificando e interpretando. São inclusão, em primeiro lugar, os vv. 6-8 e 15-16. Referem-se a João Batista e preparam os vv. 19s. Mas também os vv. l, 9, 12c e 13, bem como os vv. 17 e 18, deverão ser atribuídos ao autor do Evangelho. E o v. 14? Ora, tudo fala a favor de que seja a aclamação da comunidade, com que reage à recitação do hino. De repente é falado em nós: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, (…) e vimos a sua glória… Isso é o testemunho expresso da comunidade que crê. Defrontamo-nos, pois, com um fragmento litúrgico da primeira cristandade. O oficiante recitava o hino, e a comunidade respondia com a sua confissão. Se isso for correto, também o v. 14 é anterior ao Evangelho de João. Ele interpreta a vinda de Cristo ao mundo como encarnação.
Que o Salvador enviado por Deus tem sido verdadeiramente um ser humano é a afirmação central da cristologia. Certamente, o termo encarnação tem, em João 1.14, sua mais enfática abonação. Mas o pensamento é comum a todo o Novo Testamento. Deus apareceu na carne de Jesus (l Tm 3.16); aquele que era igual a Deus humilhou-se e se fez servo (Fp 2.6s.); no menino Jesus nasce o kyrios (Lc 2.11)
Em Jesus de Nazaré, pois, a comunhão cristã reconhece a manifestação escatológica de Deus (cf. Hb 1.1). Deus vem para comunicar-se com o mundo. Torna-se pessoa humana, revela-se na história, consagra a carne. A audácia de tal afirmação já muito cedo provocou protesto. De acordo com o gnosticismo, o divino e o natural, o espiritual e o corporal não se misturam. Seria como casar o bem e o mal e juntar o fogo e a água. A encarnação de Deus em Jesus de Nazaré não deixa de ser escandalosa, tola, estranha. O âmago da fé cristã está em jogo, a concepção de Deus, da salvação, enfim do Evangelho em seu todo. Como se relacionam Deus e o mundo, a fé e a realidade, as coisas espirituais e as materiais?
Foi por isso que a encarnação do Verbo de Deus adquiriu importância chave para Lutero. Disse, entre outras, que devemos puxar Cristo bem fundo para dentro da carne. Em outros termos, a humanidade de Jesus e, por conseguinte, também a humanidade de Deus é fundamental para a fé. Deus não se revela no abstraio, e sim no concreto — um reconhecimento, aliás, que na América Latina e particularmente na teologia da libertação recebe forte ênfase. Encarnação recebeu, nesse continente, um significado todo especial. Mais adiante voltaremos ao assunto.
2. O texto
Somente parte do prólogo é prevista como base da prédica. Mas isso, nesse caso, é vantagem. A delimitação foi feita com jeito: a exclusão dos vv. 6-8 e dos vv. 15-18 aproxima o texto da presumível versão original do hino subjacente e de sua aclamação pela comunidade. Apesar do enxugamento literário, permanece muito conteúdo a pregar. Na brevidade do espaço aqui disponível devemos limitar-nos à menção de poucos aspectos.
Vv. 1-4: No início estavam Deus e o logos, distintos um do outro e, ainda assim, unidos. Em evidente alusão a Gn l, é afirmada a criação do mundo pela palavra de Deus. Essa continua presente na criação como fonte de vida e luz das pessoas. Portanto, o mundo tem na palavra de Deus tanto sua origem quanto sua subsistência. Sem o logos de Deus a criação vai morrendo e cai em trevas.
Vv. 5-13: Subentende-se que também antes de Cristo a palavra de Deus estava em evidência na criação. Confirma-o o apóstolo Paulo em Rm 1.18s e outras passagens. A criação é transparente para o Criador, para seus direitos, sua graça e sua vontade. A luz do logos não se ocultou nem se subtraiu à percepção humana. No entanto, as pessoas negam a Deus o que lhe é devido, não querem conhecê-lo, criam seus ídolos. Por isso Deus vem para revelar-se inequivocamente. A revelação de Deus na criação segue a sua revelação na história. Essa tem suas manifestações precursoras nos profetas do Antigo Testamento (cf. Hb 1.1), mas tem seu ápice em Jesus Cristo. Repete-se a rejeição. Novamente o mundo se fecha à palavra. E, todavia, a rejeição não é total. Há quem acolha a palavra. São as pessoas que crêem. Recebem, assim, a dignidade de filhos de Deus e uma nova vida, que se compara ao fruto de um renascimento, cujo autor é o próprio Deus.
V. 14: A primeira parte do versículo explicita o v. 11. Ele veio para o que era seu está sendo interpretado como encarnação do Verbo. Carne (sárx) designa, como em todo o Novo Testamento, a carne viva, tornando-se sinônimo do humano como tal. Todas as pessoas são carne, distinguindo-se de Deus, que é espírito (Jo 4.24). Acomunidade é capaz de testemunhar a encarnação, porque experimentou a presença do logos e enxergou a glória que lhe é peculiar. Identificou em Jesus o Filho unigênito de Deus, cheio de graça e de verdade. Embora o nome de Jesus seja citado somente no v. 17, está claro, já aqui, que o testemunho a ele se refere.
A mensagem central do texto consiste na vinda de Deus a este mundo na forma da encarnação da Palavra. É, portanto, um texto típico de Natal. Ainda assim, é bom insistir em que o v. 14 não seja isolado. O pano de fundo do testemunho da comunidade é a rejeição da palavra divina pelo mundo, são as trevas que o ser humano costuma preferir à luz. Não menos importante é o direito que Deus tem cm sua criação. O mundo é dele. Nenhuma rejeição invalida essa verdade. Somente nesses horizontes se percebe todo o mistério e milagre do Natal. O que significa: “E o Verbo se fez carne?
3. A humanização de Deus
A fé cristã afirma a presença real de Deus na pessoa histórica de Jesus de Nazaré, em sua palavra, seus gestos e sua sorte. Teologia cristã tem nisso seus parâmetros. Desdobraremos algumas implicações:
3.1. Deus veio revelar-se no humano. Tornou-se fraco, vulnerável, sujeito a perseguição e assassinato. Solidarizou-se com a criatura que sofre. Assumiu a condi cão do ser humano, suas angústias e dores. A solidariedade de Deus é a demonstração de sua misericórdia. Um deus que permanece distante, apático, alheio à r cálida de, é incapaz do amor. Será um tirano frio e terrível. Também entre nós é assim: quem não tiver a coragem de chegar perto do sofrimento, das favelas, dos presídios, dos hospitais, não vai comover-se com a miséria e nada fará para resgatar as pessoas dos infernos. Amor autêntico se expõe ao sofrimento. Vai sofrer com para libertar de.
A humanidade do Deus de Jesus sempre causou espanto. Espera-se de Deus a demonstração de poder, não a fraqueza tão flagrante em Jesus de Nazaré e particularmente em sua cruz. Nisso, porém, está o desafio do Evangelho: não há salvação sem misericórdia. A força, por via de regra, produz vítimas, acaba em dominação e extermínio. Não assim o amor. Embora fraco, evidencia-se mais poderoso do que a imposição pela força brutal. Ele é a verdadeira sabedoria. Por isso, o Verbo se fez, carne
3.2. Encarnação, porém, não significa identificação. Deus não se encarna em qualquer pessoa humana. Encarnou-se em Jesus de Nazaré. Não se tornou igual ao ser humano como tal, nem renunciou a sua identidade. Em Jesus, o Verbo permaneceu sendo o Verbo. Nisso está a verdade do dogma das duas naturezas, conforme formulado pelo Concílio de Calcedônia em 451 d.C. Em Jesus estão presentes, inconfundidas e inseparadas, a natureza humana e a natureza divina. Daí resulta:
a. A encarnação de Deus está vinculada à pessoa histórica de Jesus de Nazaré. Ele tem uma primazia sobre todos os demais seres humanos. Ninguém encarna Deus a não ser ele.
b. Jesus, embora fosse ser humano, é desigual a qualquer outro. Ele é o novo homem, o servo obediente, aquele em quem não houve pecado nenhum.
Toda fala de encarnação, pois, deve respeitar a diferença cristológica que há entre Jesus e todas as demais pessoas. Ninguém é como o Cristo, Jesus de Nazaré. Fosse ele em tudo igual a nós, não poderia ajudar-nos, assim como um cego não pode guiar outro cego. Por isso, o início da comunidade cristã é o testemunho da glória manifesta naquele que é o Filho unigénito. É em torno do presépio que se forma a primeira comunidade. Falar de encarnação de Deus sem referência a Jesus é falsificar a mensagem cristã.
3.3. Apesar dessa restrição cristológica, porém, a carne, pela encarnação de Deus, recebe dignidade ímpar. Juntamente com toda a criação, o humano se torna alvo do amor de Deus. A carne não cai sob juízo e rejeição. Muito embora trevas cubram a terra, essa permanece sendo a obra de Deus, pela qual este dá a vida de seu Filho unigênito. A carne é vista sob a perspectiva de sua origem em Deus e sob a misericórdia que lhe é destinada. Deus não despreza a carne como veículo de sua comunicação com as pessoas. Mais: a partir de Jesus Cristo a misericórdia de Deus se torna visível na humildade da carne. Certamente, o humano não revela Deus. Mas Cristo revela a misericórdia que tem ao humano. Particularmente os pobres, culpados, miseráveis, desesperados, sofredores são lembranças da misericórdia divina. Com alguma razão, pois, pode-se dizer que o rosto sofrido de Cristo neles aparece.
3.4. Natal é Evangelho, notícia do que Deus fez por nós. Daí porque requer, como reação primeira, a fé (cf. v. 12c). Deus vem também a mim e me concede a dignidade de filho seu ou filha sua. Essa dignidade vale mais do que qualquer outro bem. Confere ao ser humano uma santidade que, por outras vias, não está a seu alcance. Filiação divina não se conquista nem se compra. Só pode ser recebida como dom gratuito. Encarnando-se em Jesus de Nazaré, Deus a si mesmo se dá para nos atrair a ele. Entretanto, nessa doação está incluído um imperativo. Não para imitarmos o que Deus fez. Nós não somos o Verbo e nada de divino temos a encarnar. Mas, assim como o Natal requer a fé, assim requer também o nosso amor. É a dádiva de Deus que somos chamados a encarnar para outros. Isso significa, como vimos, chegar perto do sofrimento, compartilhar e ajudar a superar. Devemos viver a novidade de vida na carne, portanto de maneira concreta, visível, perceptível — assim como vemos em Jesus.
4. A comunidade natalina
Nós nos demoramos em reflexão teológica porque importa compreender o Natal, apesar de ser inesgotável o mistério. Compreensão adequada do texto é premissa da prédica. No entanto, a mensagem deve evitar a mera reprodução de dogmas ou reflexões abstraías. A boa prédica transforma o dogma em história, relaciona a f é e a vida, insere o Evangelho nas experiências do dia-a-dia das pessoas.
Isso se aplica, de modo especial, na ocasião do Natal. A festa mobiliza senti¬mentos e emoções, toca em saudades e anseios, fascina pela beleza de seus símbolos bem mais do que por seus conteúdos teológicos. É bom ter isso em vista e não abusar do Natal como oportunidade de catequese seca e impositiva. Antes de mais nada, o Natal quer ser celebrado, sendo imperioso respeitar os sentimentos das pessoas. Encarnação se levanta como exigência também à prédica em nossos cultos.
Como parte da celebração, porém, cumpre à mensagem do Natal articular as causas da emoção e, até certo ponto, racionalizar seus conteúdos. Assim como o anúncio não deveria destoar no ambiente solene do Natal, assim também não deveria sucumbir a um entusiasmo momentâneo. A prédica tem por objetivo contribuir para a celebração consciente do Natal, capaz de irradiar força para fora dos muros da Igreja e para outras épocas do ano. O Natal, por mais comovente que seja, não permite esquecer as duras realidades. Por trás do presépio se ergue a cruz, as trevas continuam assustadoras e as exigências de Deus costumam ser desprezadas. Se assim não fosse, não haveria tanta miséria e tanto crime.
Uma das funções da prédica, pois, consiste em mostrar o compromisso implícito da celebração do Natal. Não basta alegrar-se. Importa proporcionar alegria. Não basta ter paz. Importa fazer paz. Não basta crer. Importa despertar fé. Em outros termos, Natal nos convida a sermos multiplicadores da luz nas trevas da vida. Tal ênfase na prédica ajudará a estender o Natal para além do período festivo e ampliar seus efeitos na sociedade. Esse esforço, porém, será exitoso somente se o imperativo estiver firmemente alicerçado no fundamento da encarnação do Verbo.
5. Pistas para a prédica
Sugiro colocar a prédica sob o tema da proximidade de Deus com sua criatura. Pois é isso que aconteceu no Natal, a saber, que Deus se tornou o nosso próximo. Vejamos algumas das implicações:
5.1. O primeiro a cumprir o mandamento do amor ao próximo é o próprio Deus. Faz-se presente em Jesus Cristo para nos salvar de sofrimento, culpa, medo, morte. Coloca-se ao nosso lado, ajudando a carregar os fardos. Ele não é Deus distante, e sim o Deus-Emanuel, o Deus-conosco. Se assim é, na verdade nada temos a temer e podemos alegrar-nos. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo (SI 23.4). Esse testemunho recebe confirmação e demonstração visível pelo Natal.
5.2. Deus está conosco com a sua palavra. É palavra de perdão, de promessa, de estímulo, de orientação e cura. Jesus em pessoa é a palavra de Deus — para nós e para todo o mundo. Assim Deus se comunica. Para muitos, essa manifestação de Deus pode parecer insuficiente. Gostariam de ver sinais e milagres, a demonstração de poder. Mas Deus não é violento. É misericordioso. Ele há de impor o seu Reino no final dos tempos. Mas, por ora, se fez carne num menino frágil nascido em Belém. Graças seja a ele. Sua palavra quer ser ouvida, atendida, seguida. E não nos enganemos: sua palavra, embora fraca, é capaz de fazer maravilhas. Provoca fé, esperança, amor; renova as pessoas e dá-lhes poder para serem feitos filhos de Deus (v. 12).
5.3. Cabe respeitar, porém, que o Deus próximo jamais se torna cúmplice. É o que explica o enigma da rejeição de Deus pelos seres humanos: um Deus cúmplice sempre é bem-vindo. Aprova o que faço, dá aparência de legitimidade às minhas pretensões, serve a meus interesses. Jamais me critica. O Deus de Jesus, o Verbo encarnado, não é assim. Permanece o juiz e requer o respeito à sua vontade. Um tal próximo é incómodo. Tenta-se mantê-lo à distância: Por isso os seus não o receberam (v. 11). Por isso Jesus é perseguido e posteriormente crucificado. Ainda hoje ó assim. Natal é celebrado, mas não acolhido. A violência, a injustiça, o desamor em nossa sociedade o comprovam. São sinais de trágica rejeição de Deus.
5.4. Para que haja salvação, é preciso acolher o Verbo feito carne. Nada mais evidente do que isso. Sem Deus esse nosso mundo está condenado a sucumbir. À medida que vão morrendo a fé, a esperança e o amor, que se inspiram na palavra de Deus, vão diminuindo as condições de vida, tanto individuais quanto sociais. É porque a celebração do Natal precisa traduzir-se em práxis. Somos convidados a testemunhar a luz que brilhou nas trevas, a transmitir a palavra e a concretizá-la em gestos concretos. Natal é mais do que mera data festiva em nosso calendário. É um acontecimento que pretende mudar a vida das pessoas e dar origem a novas maneiras de convivência. Paz na terra entre as pessoas a quem Deus quer bem — eis o objetivo do Natal.
A prédica poderá seguir esses passos, contextualizá-los a partir da realidade concreta da comunidade celebrante e especificar o conteúdo com base nas reflexões aqui apresentadas.
6. Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Senhor! Em verdade não merecemos teu Natal. Confessamos-te a nossa fraqueza na fé, na esperança e no amor. Não deixamos de contribuir para o aumento do sofrimento das pessoas; também nós frequentemente te rejeitamos e aprovamos as injustiças na sociedade. Por isso somos gratos que te aproximas de nós com misericórdia. Perdoa-nos as nossas dívidas e fortalece-nos no cumprimento da tua vontade. Dá-nos força para combater o mal em nós e ao nosso redor. Tem piedade de nós, Senhor.
2. Coleta: Enaltecemos teu amor, Senhor, que não desprezou a humildade de Jesus para revelar-se. Tu não entregas teu mundo à destruição, mas vens para mudar o seu destino. Faze brilhar forte a tua luz nas trevas, aumentando entre as pessoas o louvor a ti e acabando com os conflitos na terra. O Verbo teu em nós acende para que traga abundantes frutos de bênção, paz e alegria. Amém.
3. Intercessão: Roguemos por todas as pessoas:
— que passam este Natal frustradas, amarguradas, angustiadas;
— que sofreram golpes, como violência, doença ou morte;
— que não tiveram condições de celebrar um Natal condigno por razões de solidão, pobreza, abandono;
— que não descobriram o sentido do Natal nem se aperceberam de seu milagre;
— que, arrogantes, não se sensibilizam com o Natal, não se comovem com o sofrimento alheio e voltam a perseguir o menino Jesus, matam crianças e gente inocente;
— que sofrem sob culpa, vazio e desorientação;
— que não enxergam a luz nas trevas.
Por todas elas, as pessoas cansadas e sobrecarregadas, as obstinadas e as de boa vontade, roguemos: queira nascer a estrela de Belém para que as conduza ao presépio, motivando-as a depositarem lá as suas ofertas e ensinando-as a se alegra¬rem com grande e intenso júbilo, inicio de novidade de vida.
7. Bibliografia
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SCHULZ, S. Das Evangelium nach Johannes. NTD 4, Göttingen, 1972, 12a ed.