Prédica: João 3.14-21
Leituras: Números 21.4-9 e Efésios 2.4-10
Autor: Werner Brunken
Data Litúrgica: 4º Domingo da Quaresma
Data da Pregação: 13/03/1994
Proclamar Libertação – Volume: XIX
Tema: Quaresma
1. Considerações gerais
Auxílios homiléticos sobre o texto de João 3.14-21 não encontramos na série de Proclamar Libertação. Nas séries de perícopes alemãs (anos 60), encontramos João 3.16-21 como texto de pregação para o 2° Dia de Pentecostes. Mesmo não falando do Espírito Santo, o texto fala do amor de Deus ao mundo. E esse amor é testemunhado pelo Espírito Santo. Nos anos 80/90, vamos encontrar João 3.16-21 como texto de pregação para a véspera de Natal (24/12). E o peso é colocado no amor de Deus para com todas as suas criaturas.
Na série ecumênica (ABC), o texto aparece ampliado (João 3.14-21) e previsto para o 4° Domingo da Quaresma. Para o mundo que jaz nas trevas da injustiça, da mentira e do egoísmo vale o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo. Dentro dessa nova situação vou tratar o texto.
2. Situação do Evangelho segundo João
Martim Lutero afirmou, no seu prólogo sobre o Novo Testamento, que João não escreve tanto sobre a obra de Cristo, mas mais sobre a sua pregação. Os outros evangelhos escrevem mais sobre a obra e menos sobre a sua pregação. Lendo o Evangelho segundo João, realmente pode-se constatar a afirmação de Lutero. A palavra é destacada no Evangelho. A. palavra eterna se tornou carne e habitou entre nós (1.14). A palavra de Jesus é apresentada em forma de testemunhos mais longos. Mesmo onde se trata das obras de Jesus, o evangelista fala em sinais (2.11; 3.2).
O acontecimento histórico, como descrito nos sinóticos, não é ignorado cm João, mas é muito mais descrito como uma manifestação do Eterno, para o qual o evangelista olha. Às vezes, acontece que um determinado fato é interrompido e não se vê o seu fim (Nicodemos — Jo 3). O fato histórico age como se fosse o motivo para uma manifestação de Jesus. Assim, as expressões testemunho e testemunhos são muito usadas no quarto Evangelho. Podemos afirmar que se trata de uma manifestação do testemunho de fé de Jesus Cristo como sendo a revelação do Pai.
O quarto Evangelho não apresenta uma biografia de Jesus. O Evangelho todo está perpassado pela tensão de uma grande luta entre luz e trevas, entre Jesus c o príncipe desse mundo, entre verdade e mentira, vida e morte. Assim, a vinda do unigênito do Pai (1.14) manifestou a realidade da luta entre os diversos poderes (l .v 1.11). Maiores detalhes sobre o Evangelho encontram-se no PL VIII, pp. 7ss.
3. Contexto
O presente texto pertence à primeira parte do Evangelho, que inicia com1.1 e vai até 4.54. Todo esse complexo faz parte da fundamentação do livro. O texto 2.23 a 3.21 relata o encontro e a conversa com Nicodemos. O assunto é: renascimento e fé, o verdadeiro caminho da salvação. Antecede o texto a purificação do templo, diante da qual surgiram dúvidas e decisões.
Após o texto (3.22), João deu testemunho de Jesus e de sua primazia. E o capítulo 3 termina com o testemunho: Quem crê no Filho tem a vida eterna. Portanto o texto de Jo 3.14-21 ainda faz parte do encontro com Nicodemos. Ele esclarece o que é nascer de novo da água e do Espírito. É crer no amor universal de Deus.
4. Comentários exegéticos
4.1. Na conversa com Nicodemos, Jesus afirma que, em se tratando das coisas terrenas, eles não crêem como crerão nas coisas celestiais? E aí aponta para o Filho do homem, para o qual é preciso olhar para conseguir a salvação, nova vida.
4.2. Para esclarecer esse pensamento, o evangelista usou o exemplo da serpente no Antigo Testamento (Nm 21.8s.).
Vv. 14-15: O evangelista João usa a figura da serpente abrasadora para fazer uma comparação com a importância de Jesus. Como na figura da serpente, a pessoa só era libertada das mordidas das demais serpentes, olhando apenas para a cruz de Jesus, onde há vida eterna, há salvação. O evangelista João prefere usar o termo vida eterna ao invés de reino de Deus. Esse aparece no cap. 3.3, enquanto o primeiro aparece em 3.15,16 e 36.
O termo seja levantado pode ser compreendido de duas maneiras:
1) Como sendo a ascensão de Jesus, que está à direita de Deus Pai (At 2.33;5.31); também a multidão em Jo 12.34 assim compreendeu o ser levantado.
2) A outra maneira: lembrando a serpente abrasadora na haste, pensa-se no ser levantado na cruz; nesse sentido apontam 12.33 e o nosso texto.
Mas, no Evangelho segundo João, essa separação não deve ser feita, pois, apontando para o ser levantado na cruz, o objetivo final é a ascensão. Assim descreve Jo 8.23: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem. Os judeus, ao crucificarem Jesus, já prepararam a sua glorificação.
Cada pessoa que crê neste Jesus que foi levantado alcançará a vida eterna. Para compreender esse alvo, é importante a figura da serpente na haste. Quem não erguia ou olhos para a serpente abrasadora e tinha fé de que esse olhar era a sua libertação da morte iria morrer igual a muitos outros. Assim também quem olhar para Jesus, o crucificado e assunto ao céu, com fé e certeza de libertação terá a vida eterna, Independentemente de raça e povo. Portanto, pela fé acontece uma comunhão inseparável com Jesus, o Crucificado e Exaltado, que passa a ser uma vida eterna.Assim também descreve Ap 21.7: O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus e ele será filho. Para o evangelista João, essa vida eterna já está presente para aquele que crê, conforme 5.24: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte paia a vulu Será que desse crer no ser levantado pode surgir vida?
Vv. 16-17: À pergunta acima os presentes versículos dão resposta. Pois o objetivo do levantar do Filho do homem está fundamentado no amor de Deus. Este ama o mundo imensamente, sem limites. O amor de Deus chegou ao ponto de dar o seu único Filho ao mundo até este ser levantado na cruz. Tudo para salvar este mundo perdido, para libertá-lo das garras da escuridão do pecado, da morte. Mundo é o cosmo, que virou as costas a Deus. E a esse mundo Deus oferece o seu amor.
O v. 17 coloca bem claramente o objetivo desse amor de Deus: salvar o mundo Deus é também o juiz que julgará o mundo. Essa missão de Deus é defendida nos sinóticos. O evangelista João, no entanto, vê mais a Deus que ama este mundo e veio para salvá-lo. Em comparação com os w. 15 e 16 acrescenta: Não pereça. Sem crer nesse Jesus não há salvação. Temos aqui a exclusividade de Jesus. Fora dele não há vida eterna. Só quem em fé chega a Ele terá libertação do pecado e chance paia uma nova vida neste mundo.
V. 18: Quem nele crê não será julgado. Só o crer liberta do julgamento. Ninguém poderá condenar aquele que confia totalmente nele, que deixa de olhai para a sua autojustificação (veja 5.24; 6.40,47; 11.25s.).
Isso não significa que não haja juízo. Só que esse não é executado por Deus, mas pela própria pessoa ou pelo mundo, que não crê no nome do unigênito Filho de Deus. Quem não crê não foi julgado, pois afastou-se de Jesus. O mundo já esta julgado, porque não se deixa envolver pelo amor de Deus. Mas, para o nosso texto, vale acentuar que o mundo não quer deixar-se envolver pelo amor de Deus, e isso é a sua condenação. Rudolf Bultmann afirma: Por ser a fé ou descrença a resposta à pergunta do amor de Deus, ela torna-se ação responsável de cada pessoa, desvendando-se assim o que é o ser humano.
Vv. 19-21: No Filho unigênito de Deus se manifestou a luz. Essa colocação temos no prólogo (1.5ss.). Aquela luz foi identificada com a palavra que veio ao mundo. Esse não reconheceu a luz, mas todos que receberam a mesma creram nele (a), foram feitos filhos de Deus.
As pessoas amaram mais as trevas, pois suas obras eram más. E, para não se exporem com suas obras más, evitaram a luz. Conhecemos muito bem esse tipo de atitudes. Faz-se algo às escondidas que prejudica o outro e não se tem mais coragem para abrir o jogo e confessar a maldade cometida.
Mas, diante dessa situação, existe uma saída: expor-se à luz, deixar as más obras aparecerem, confessá-las e assumir a culpa. Quem se dispõe a olhar para Jesus será libertado das trevas e poderá ser transformado para viver na luz. É o que expressa o final do texto (v. 21). E, agora, as obras feitas em Deus não precisam mais ser escondidas. Elas podem ser manifestas (aparecer), pois são obras baseadas no amor de Deus.
Portanto, o que é feito em Deus aponta para o seu amor, que na sua fidelidade segura esse mundo e quer sempre nele manifestar-se.
Assim, a resposta a Nicodemos só podia ser (3.5): Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. Só Deus no seu Espírito é capaz de renovar a mente de cada pessoa, para que ela possa deixar-se afastar das trevas e viver na luz, na fé no Filho unigênito do Pai.
5. Meditação
O 4° Domingo da Quaresma tem o nome de Laetare (alegrai-vos). E o texto de .Io 3.14-21 pode ajudar-nos a expressar essa alegria:
5.1. Alegria porque Deus ama o mundo. Mundo que está afastado dele, que virou as costas a Ele, que jaz nas trevas, que pratica más obras, que tem medo de confessar a mentira, a corrupção, a autojustificação, a injustiça.
5.2. E justamente a esse mundo perdido e condenado Deus dedicou o seu amor, enviando o seu único Filho. O que de mais precioso possuía enviou ao mundo perdido. Que grande amor Deus expressou por todos nós! Isso precisa ser motivo de alegria.
5.3. Este Deus foi mais longe através de seu enviado ao mundo. Sofreu todas as maldades em nosso lugar na cruz. Agora existe um novo começo para o mundo c suas criaturas. No Antigo Testamento houve uma situação crítica: as pessoas murmuraram contra Deus e contra Moisés e com essa atitude chamaram o juízo de Deus sobre suas vidas. Deus enviou as serpentes abrasadoras. As pessoas que eram mordidas por elas morriam. Aí clamaram a Deus por misericórdia. E Deus ordenou a Moisés que construísse uma serpente e a pendurasse numa haste. E, então, toda pessoa que olhasse para essa serpente e confiasse que só ali havia ajuda seria curada das mordidas das serpentes.
Esse exemplo foi usado pelo evangelista João para dizer ao mundo e a cada pessoa que Jesus Cristo é Filho do homem, é como esta serpente pendurada na cruz. Ele é a libertação para todos os que nele crêem. Esta é a mensagem nas semanas da Quaresma: temos um Salvador, que não se conforma com a escuridão, com o afastamento das pessoas de Deus. Há uma volta a esse Deus pela fé. Basta olhar para a cruz com fé, com entrega total, e haverá libertação, haverá um novo começo com Deus e com as pessoas.
5.4. Esse amor, essa oferta de Deus, não é imposta a ninguém. É uma oferta a esse mundo afastado dele. A pessoa pode escolher se quer abrir-se diante dessa luz, quer confessar sua desobediência, sua falsidade, sua corrupção, sua imoralidade. Na cruz há perdão, há salvação, há novo começo para quem quiser. Todas(os) podem ser libertadas(os) das trevas. Todas(os) podem viver na prática das boas obras, que podem ser manifestas a todas(os). Também isto é motivo de alegria nesta Quaresma.
5.5. Quem dentro dessa liberdade não aceita a oferta de Deus, de seu amor, toma sobre si o juízo, o julgamento. Pois quer continuar nas trevas e nas obras más: na corrupção, na injustiça, na violência… Isso deixa Deus triste. Pois Ele não quer a morte do mundo, do pecador, mas que ele se converta e viva.
O terceiro texto deste domingo, Ef 2.4-10, aponta para o grande amor de Deus, que nos liberta de nossos delitos. Mediante a fé somos novas criaturas capazes de operar boas obras.
6. Celebração litúrgica e pregação
6.1. Damos as boas-vindas a esse encontro em nome Pai e do Filho e do Espírito Santo. Cumprimentamos todos com as palavras de Paulo aos Filipenses (4.4): Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai vos. Dentro do calendário eclesiástico estamos hoje no 4° Domingo da Quaresma, que tem o nome de Laetare (alegrai-vos!).
6.2. Nessa alegria de termos um Deus que, no seu amor, veio até nós, convido para cantar o hino 176 (Hinos do Povo de Deus): Deus, teu amor é qual paisagem bela…
6.3. Lembro que a nossa ajuda vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Diz João na sua primeira carta (5.4): Porque tudo o que é nascido de Deus vence ao mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Na certeza de vencermos o mundo pelo amor de Deus para conosco, convido todos para enaltecerem este Senhor, cantando louvores ao triúno Deus.
6.4. Glória seja ao Pai…, ou cantar um hino que engrandeça o Senhor; por exemplo: Glorificado seja teu nome… (HPD, 253).
6.5. Diante da grandiosidade desse Deus precisamos reconhecer nossa fraque/a e pequenez. Por isso, confessemos os nossos pecados:
Deus eterno! Teu amor é tão grande para com este mundo, que vieste até nos e deste tua vida através de Jesus na cruz. Quem olha com fé para Jesus será salvo. Mas, muitas vezes, não olhamos para ti e a tua luz. Andamos nossos próprios caminhos, prejudicando a nós e aos outros. Senhor, perdoa-nos em nossa fraque/a e aumenta em nós a fé para buscar-te. Tem piedade de nós, Senhor!
6.6. Comunidade pode cantar: Tem piedade de nós, Senhor ou Ó Jesus Cordeiro (HPD, 49).
6.7. Vamos ouvir um testemunho de como Deus é ajuda na hora da fraqueza. Ler Nm 21.4-9 (pode ser lido por uma pessoa, ou por todas, ou por dois grupos alternadamente).
6.8. Oração: Pai Eterno! Estamos reunidos como teu povo. Reconhecemos nossa fraqueza. Também nós murmuramos contra ti e contra as pessoas. Também nós precisamos aprender a olhar para ti em fé e assim sermos libertados para uma nova vida de fé e de ações movidas por teu amor. Por isso, somos gratos que se confessarmos os nossos pecados, tu és fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar de toda injustiça. Nessa certeza enaltecemos a ti, dizendo e cantando: Glória a Deus nas maiores alturas!
6.9. Comunidade canta: E paz na terra… ou outro canto; por exemplo: Glória, glória, glória a Deus nas alturas… e paz entre nós (de: Celebrações do Povo de Deus).
6.10. Vamos ouvir o testemunho do apóstolo Paulo a respeito daquele que nos ama, nos perdoa, nos renova e nos fortalece para executar boas obras, conforme registrado na sua carta aos Efésios 2.4-10 (l pessoa lê).
6.11. Senhor! Lâmpada para os nossos pés é a tua palavra e luz para os nossos caminhos.
6.12. Todos cantam: Aleluia…, na modalidade que preferirem.
6.13. Como confissão de fé sugiro ler ou cantar: Da terra a plenitude… (HPD, 158) ou outro hino que expresse confissão.
6.14. Espaço para avisos, boas-vindas, recolhimento de ofertas, batismos.
6.15. Comunidade canta: Nossos corações pertencem ao varão de Gólgota… (HPD, 50) ou outro hino que fale da importância da cruz, donde vem ajuda.
6.16. Reflexão sobre o texto de Jo 3.14-21.
6.16a. Começar com o exemplo de uma haste (vara), com uma figura de serpente. Mostrar para os presentes, dialogar sobre seu valor. A seguir, mostrar um crucifixo. Dialogar sobre o valor da morte de Cristo na cruz. Usar ainda o efeito da luz e da escuridão. O que propicia a luz; o que propicia a escuridão. Exemplo do farol — sua importância.
6.16b. Ler o texto.
6.16c. Deus ama este mundo. Que mundo é este? É o mundo no qual vivemos. É um mundo afastado de Deus pelo pecado (desobediência). É um mundo que dá mais atenção à voz dos outros (veja no caso da Eva) do que a de Deus. É um mundo que esconde as maldades que pratica e, quando descobertas, ainda as tenta negar. É o mundo de violência, mentira, roubo, corrupção, egoísmo, vício, idolatria, inimiza¬de, guerra. Sim, um mundo sem Deus. Um mundo que está julgando a si mesmo, a saber, vivendo na escuridão.
E a este mundo sem Deus Ele dedica o seu amor. Que amor é este? É o amor que se tornou carne. É o amor que deu o seu Filho unigênito. É o amor que se sacrificou na cruz por este mundo e por cada um de nós. É o amor que tem misericórdia de nós, isto é, que sente a miséria e a pobreza em que vivemos. É o amor que se tornou luz e desvendou toda a maldade reinante neste mundo. É o amor que nos encoraja a reconhecermos nossa podridão.
Deus colocou este sinal do seu amor, levantando Jesus na cruz, e através da ressurreição ascendendo-o à eternidade, tornando-se assim Senhor dos senhores. Ele é aquele do qual o apóstolo Paulo diz em Fl 2.9-11: Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
O que fazer diante desse Senhor? Só existe uma saída: reconhecer que não se pode mais existir com as próprias forças. Para os israelitas, a saída de escapar da morte foi olhar para a serpente de bronze na haste. E, para nós, a saída é olhar para o varão de Gólgota, Jesus Cristo. Só nele há libertação do pecado e da morte e de todas as maldades. Só nele há condições para fazer um novo começo consigo e com o mundo. Quem em fé confia no Senhor, que perdoa e renova, aproxima-se da luz e pratica as obras publicamente, pois são feitas para o bem das pessoas, e não para o seu mal.
Todos têm liberdade para escolher. Deus não obriga ninguém. Está diante do mundo e de cada pessoa a escolha: Vida ou morte; bem ou mal; luz ou trevas. Não existe meio-termo. Quem vive na luz odeia as trevas. Quem vive na fé em Jesus foge da idolatria e confessa que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Quem pertence a Jesus detesta as obras más e pratica as boas obras, que produzem justiça e paz.
Obs.: Exclusividade do Pai de Jesus Cristo? Por muitos colocada em dúvida, mas não pelos testemunhos bíblicos. Aqui não há outro Senhor e Salvador (At 4.12) Mesmo estando abertos para outros movimentos religiosos, não podemos relativizar a obra redentora de Cristo. Como filhos de Deus, o nosso testemunho e vivência de fé na exclusividade de Jesus Cristo precisam ser colocados ao mundo e as pessoas com clareza e convicção, conforme expressa o presente texto, tendo como cenho o v. 16: Porque Deus amou ao homem de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
6.17. Comunidade canta o hino: Nome sobre todo o nome é o nome do meu Cristo… (HPD, 264) ou outro hino que enalteça o nome de Jesus.
6.18. Oração: Eterno Deus! Agradecemos-te por teu grande amor, que l u léus para com este mundo e para conosco. Este amor que procura atrair o mundo para perto de ti. Este amor que quer perdoar e renovar. Por isso louvamos-te e glorificamos-te, pois és Senhor dos senhores, o Rei dos reis. Renova-nos pelo poder do leu Espírito, para que possamos viver uma vida mais justa, mais fraterna, mais compreensiva. Uma vida onde desejemos o bem para tudo e para todos. Fortalece-nos para lutarmos por uma vida mais igual e equilibrada neste teu mundo. Por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, em cujo nome oramos:
6.19. Todos: Pai nosso, que estás nos céus…
6.20. E o Senhor, nosso Deus, vos abençoe e vos guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre vós e tenha piedade de vós; e o Senhor levante a sua face sobre vós e vos dê a sua paz. Amém.
6.21. Hino final: Os que confiam no Senhor (HPD, 229), ou outro hino que expresse confiança no Senhor.
7. Bibliografia
GANDRAS, Joachim. João 3.16-21, in: Neue Calwer Predigthilfen. Ano 3 (A), Stuttgart, 1980.
JEUB, Manfred. João 3.16-21, in: Göttinger Predigt-Meditationen. Ano 47, 4 Caderno, Gõttingen, 1992.
STRATHMANN, Hermann. Das Evangelium des Johannes, in: Das neue Testament Deutsch. Vol. 4, Göttingen, 1955.
VOIGT, Gottfried. Homiletische Auslegung der Predigt-Texte. In: Die geliebte Welt: Série III, Göttingen, 1980.