Prédica: Apocalipse 7.9-17
Leituras: Atos 13.15-16,26-33 e João 10.22-30
Autor: Lurdes Caron
Data Litúrgica: 4º. Domingo da Páscoa
Data da Pregação: 06/05/2001
Proclamar Libertação – Volume: XXVI
1. Comentário inicial
O 4° Domingo de Páscoa nos recorda o Cristo ressuscitado, como pastor de nossa vida, manifestando ternura e cuidado materno para com todos e todas. Lembra a alegria da festa, o júbilo e a vitória da vida sobre a morte. A leitura do Apocalipse (Ap 7.9-17) nos convida ao louvor, à aclamação, à festa, à celebração. Vivemos a alegria pascal que enche a terra e todo o universo e nos convida para cantar louvores, bendizer, dar graças a Deus pela sua gratuidade, pela vida que brota da doação sem limites de Jesus e pela graça de crermos em Jesus ressuscitado.
A Páscoa de Jesus se manifesta hoje: entre os índios, que lutam pela preservação de suas reservas e manutenção de suas culturas; entre os negros, que lutam pelo resgate de sua dignidade, de suas culturas e tradições; entre os empobrecidos e excluídos em busca de libertação, de um lugar digno na sociedade. Manifesta-se em todas as pessoas, nos grupos e comunidades que se dedicam à vida, à vida abundante e feliz para todos os que lutam por mais dignidade, saúde e educação.
2. Contexto literário
Somos convidados, hoje, a refletir, inspirados nos v. 9-17, do cap. 7 do Apocalipse. Pode-se dizer que este livro foi escrito para iluminar o sofrimento das comunidades perseguidas no final do séc. I d. C. O livro quis ajudar as comunidades a entenderem o que estava acontecendo e, assim, reanimar sua fé, sua esperança e seu amor.
No Apocalipse de João canta-se muito. Diz o provérbio popular: Quem canta seus males espanta e Cantar é rezar duas vezes!. O livro apresenta invocações, súplicas, lamentos, aclamações, gritos de vitória, saudações, preces, louvores, felicitações, procissões, ações de graças. Sua liturgia antecipa o que se espera. É uma amostra do futuro pelo qual se luta e se sofre. E fonte de alegria e de esperança. A alegria que vem do futuro penetra no tempo presente e prepara as flores para a festa que vem depois.
Nessa liturgia do Apocalipse, toda a humanidade, toda a criação, todo o universo, todos os seres vivos estarão, enfim, reconciliados naquele que é sua origem e seu destino: O Deus-com-eles será o seu Deus!
Os capítulos de 4 a 11 são a parte mais antiga do livro do Apocalipse. Foi escrita, provavelmente, durante a perseguição de Nero (ano 64 d. C.) ou, conforme alguns estudiosos, na época da destruição de Jerusalém (ano 70 d. C.). A caminhada das comunidades é vista como um novo êxodo. A boa nova é apresentada como anúncio de libertação para o povo oprimido. A leitura desses capítulos precisa ser feita, tendo como chave o Deus que liberta o seu povo.
3. Missão do povo das comunidades
O capítulo sétimo trata da missão do povo das comunidades. Os oito primeiros versículos deste sétimo capítulo destacam o recenseamento no deserto e a lição que brota deste recenseamento. Os versículos seguintes (v. 9-17) continuam falando da visão de João. A multidão que ninguém podia contar significa a procissão imensa da humanidade em direção às fontes da água viva.
João vê uma grande multidão que ninguém podia contar (v. 9). Todos vestidos de branco com palmas na mão, diante do trono, louvam a Deus, fazendo coro com os anjos no céu (v. 9-12). João não sabe quem são. Prostrar-se com a face em terra exprime a reverência (v. 11). Ele até estranha e pede uma explicação (v. 13-14). A multidão não vem das doze tribos já marcadas com o sinal de Deus (v. 3-8); vem da humanidade inteira, de todas as nações, tribos, povos e línguas! (v. 9). A multidão salva parece esquecer as dificuldades, a grande tribulação (v. 14), de onde ela provém, para perder-se totalmente na alegria infinita de Deus e de Cristo (v. 9-17; cf. Mesters, p. 53).
Trata-se dos que vieram da grande tribulação (v. 14), da perseguição do Império. Lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro (v. 14). No batismo de sangue, existe mais ampla e completa imitação e profissão da Paixão de Cristo, do que no batismo de água. No batismo de água há profissão pela palavra e pelo sinal, sem ação. No batismo de sangue há a profissão (de fé) pelo sinal e pela atuação e, também, pelo martírio. A Paixão de Cristo é denominada batismo, porque somos purificados no seu sangue (cf. Sisnando, p. 131).
Como as doze tribos, eles saíram do Egito e agora estão como que no deserto, diante do trono de Deus (v. 15). Deus estende sobre eles a sua tenda (v. 15). O povo judeu morava em tendas e tinha por costume fazer a festa das tendas, para comemorar a restauração e a nova dedicação do templo, que se seguiram à vitória de Judas Macabeu sobre Antíoco IV (cf. Mc 4.36-59; Mc 1.9-18; 10.1-8). Esta festa, chamada hanukká, calcada na festa das tendas, dava uma importância muito grande às iluminações. Doravante os eleitos são introduzidos na própria tenda de Deus. Ele enxuga todas as lágrimas (v. 17). Sob a proteção do Cordeiro, não passam fome, nem sede, nem sofrem com o calor do sol (v. 16). Jesus os conduz para as fontes da vida (v. 17). A sua vida é um serviço de louvor a Deus (v. 15).
4. Deus presente na história
Para os apocalípticos, a história do passado é símbolo, quadro de referência, que ajuda a descobrir onde e como Deus está presente, hoje, em nossa vida. Eles lêem os fatos da sua própria história como uma nova edição da história da Bíblia. É um refazer histórico, desde a antiga criação até o dia de Javé, em que se realizará a nova criação.
Outra característica dos apocalípticos: O tempo presente da perseguição não consegue apagar e nem esconder o futuro que esperam. Por isso repetem, continuamente, aclamações de louvor. Aclamam, por antecipação, o fim vitorioso que vai chegar (v. 15-17).
A história não é somente o que se vê no mundo aparente e empírico. Ela revela também uma dimensão profunda, transcendente, oculta. O cristão vive a história de acordo com o que o Apocalipse lhe revela, isto é, percebendo na fé a mensagem mais profunda, transcendente, que ela traz consigo. A história é, ao mesmo tempo, céu e terra. O céu, no Apocalipse, não é outra vida, mas a dimensão profunda e transcendente da história, que faz viver esta vida de maneira diferente, ou seja, a partir da vitória de Deus sobre o pecado e a morte.
O que acontece no céu tem dois momentos: um atual litúrgico (v. 9-15a) e um futuro utópico (v. 15b). João recebe esta revelação através de uma visão no céu. Nesta visão aparece uma multidão imensa que ninguém podia contar. No céu rompem-se os exclusivismos religiosos, raciais, nacionais e culturais. Esta multidão está de pé diante do trono e do Cordeiro, contrastando com os ímpios que não podem sustentar-se de pé, no grande dia da cólera do Cordeiro (Ap 6.17). Trazem as vestes brancas dos mártires, dos que não se macularam com a idolatria do Império. As palmas em suas mãos são sinais de vitória (cf. Pablo Richard. p. 131).
A salvação é de nosso Deus, que está sentado no trono, e do Cordeiro. O termo salvação, no contexto do Império Romano, é um termo político, designa a paz, a segurança e o bem-estar que oferece o Império. Agora os mártires reconhecem que essa salvação é de Deus e do Cordeiro.
Os v. 10 e 14 revelam um resumo da mensagem central de Jesus. Estes versículos lembram títulos dados a Jesus nas frequentes aclamações de vitória. O v. 14 trata, ainda, da provação escatológica, da qual as perseguições são manifestação.
O v. 13 e, ainda, o 14 mostram que o medo, a insegurança, a perseguição, o sofrimento, o perigo de morte, a falta de horizonte, o cansaço eram o pão de cada dia do povo das comunidades. Há pessoas que interpretam a grande tribulação como perseguição e perguntam qual seria a grande perseguição que produziu a multidão de mártires. Alguns estudiosos do Apocalipse pensam que seria a perseguição a Nero, em Roma, nos anos sessenta. Em sentido mais amplo, a tribulação neste texto refere-se, mais precisamente, à opressão permanente do Império, uma opressão de ordem económica, política, social, cultural e religiosa, de que são vítimas aqueles que não aceitam integrar-se ao Império e participar de suas estruturas, opressoras e idólatras. Trata-se de uma oposição e opressão constante e contínua em relação aos membros da comunidade cristã.
Hoje, este fato continua presente em nossa sociedade, nas suas diferentes formas de opressão: são os sem terra e sem teto buscando lugar para viver; os índios que lutam para ter suas terras de volta ou, pelo menos, morar em paz nas reservas a eles destinadas; os negros que lutam para resgatar a dimensão humana, na sua história e cultivar suas tradições culturais-religiosas; todo trabalhador e toda trabalhadora que querem exercer sua cidadania com dignidade, com menos violência, numa cultura de paz e solidariedade, e que hoje se sentem violentados por questões políticas, sociais e econômicas, resultado de uma política neoliberal, de exclusão cada vez mais acentuada.
O texto fala do trono e do Cordeiro. Na visão do trono, Deus aparece como o autor que dirige a história. Na visão do Cordeiro, Jesus aparece como executor do plano de Deus. Os dois símbolos, trono e Cordeiro, envolvidos como estão por grandes liturgias cósmicas, comunicam a certeza da presença de Deus nas perseguições. O texto nos traz presente, também, elementos da natureza. Entre nós, alguns elementos da natureza têm um forte significado. Exemplo: fulano nasceu voltado para a lua ou tal pessoa tem uma boa estrela-guia. Na Bíblia, os elementos da natureza têm vários significados simbólicos. Um exemplo está no v. 9, quando fala da palma, simbolizando triunfo, vitória.
O cap. 7.9-17, segundo Carlos Mesters, quer dizer que o novo êxodo não é só das comunidades, mas é da humanidade inteira! As comunidades não podem querer controlar a ação de Deus no mundo! Javé, o Deus libertador, não é propriedade das comunidades. As comunidades, sim, são propriedade de Javé (Êx 19.5)! No meio da humanidade oprimida, que luta e resiste contra a opressão, elas precisam ser sinal de Deus. Também precisam apresentar-se ao mundo como um serviço, como uma possível alternativa para a liberdade e para a justiça. Por isso, enquanto durar a perseguição do quinto selo, o povo das comunidades necessita aguentar firme (Ap 2.13,25; 3.11; 6.11), resistir até a morte (Ap 2.10)! Pois, pela resistência e luta, elas preparam o futuro que precisará aparecer aos olhos do mundo na abertura do sexto selo! E resta pouco tempo para realizar esta missão (6.11; cf. Mesters, p. 54)!
4.1. Amados por Deus
Em nossa vida dedicamos mais tempo à dimensão do fazer, do produzir, do ter, esquecendo-nos por vezes das outras dimensões da vida, como por exemplo: o lazer, o gostar, o amar. Facilmente, desvalorizamos em nossa vida a dimensão afetiva. Temos dificuldade em experimentar o que significa amar e ser amado gratuitamente. Esta dificuldade humana vem colocando barreiras também para nossa vivência do amor gratuito de Deus e do abandono confiante nele.
Para os cristãos, o amor de Deus se manifesta de modo pleno em Jesus de Nazaré. Ninguém tem o direito de arrancar coisa alguma da mão do Pai (cf. Is 43.13 – Eu e o Pai somos um). Jesus pode proporcionar uma proteção absoluta aos seus, porque participa sem limite do poder do Pai (cf. Jo 5.17-19). O Espírito Santo, que penetra e conhece as profundezas do mistério de Deus (I Co 2.10), nos foi prometido pelo Cristo. Ele nos conduz a uma compreensão sempre mais plena da pessoa de Jesus Cristo e de seu ensinamento (Jo 14.26; 16.13-14). Ele nos ajuda a compreender hoje o amor e a confiança a que Jesus nos chama, em nosso relacionamento com ele e com o Pai.
4.2. Conhecidos e amados por Deus
Somos as ovelhas de Cristo. Cada um e cada uma de nós lhe pertence como um bem muito precioso. Jesus, o Bom Pastor, deu sua vida pelas suas ovelhas (Jo 10.15). Ele conhece no íntimo cada uma delas. As minhas ovelhas escutam a minha voz. Jesus exprimiu-se claramente, mas a incompreensão por parte de seus adversários, a respeito do verdadeiro caráter da sua missão, provém da falta de fé e, mais profundamente, do fato de não pertencerem ao rebanho que o Pai lhes preparava (cf. Jo 6.60-64; 8.24-59).
O verbo conhecer, no vocabulário bíblico, exprime muito mais a relação de amor do que um simples conhecimento intelectual. Quando Jesus fala que conhece as suas ovelhas, quer dizer que tem com elas uma relação de amor profundo. O mesmo amor que o une ao Pai Jesus exprime também para com suas ovelhas: um amor fiel, eterno e indestrutível. Em Jesus, cada um de nós torna-se participante da filiação divina e é amado pelo Pai como seu Filho único… Esta participação no amor de Deus é a vida eterna que o Bom Pastor dá as suas ovelhas.
4.3. Convidados e convidadas a permanecerem em Deus
Por sermos imagem e semelhança de Deus, somente em profunda relação com ele somos capazes de encontrar aquele amor que nos permite uma entrega confiante de nossa existência. Deus nos garante a certeza e a fidelidade de não nos deixar sozinhos, decepcionados. O Espírito Santo nos torna filhos amados. Pelo Espírito Santo o amor de Deus foi derramado em nossos corações (Rm 5.5). Por ele podemos, então, viver na plena confiança de filhos que gritam abba – Pai! (Rm 8.15-16).
5. Considerações finais
As três leituras deste domingo nos dão segurança. Em meio às dificuldades e sofrimentos da vida humana, os filhos nunca ficarão desamparados, porque Deus os envolve com seu amor. O Bom Pastor conduz pela mão as suas ovelhas. São as mãos do próprio Pai.
O que sustenta a caminhada dos cristãos no testemunho corajoso de fé é a certeza do amor do Pai. Quem tem espírito de confiança no Pai é capaz de enfrentar, com alegria, qualquer provação. O amor do Pai nos dá força para enfrentar a perseguição e a morte. O Apocalipse nos apresenta uma multidão de testemunhas desta fidelidade alegre. Essas testemunhas souberam participar dos sofrimentos de Cristo para a edificação do Reino nesta terra, na certeza de alcançar a sua plenitude na vida futura.
Diante de tão grande demonstração do amor de Deus Pai por nós, cabe-nos desenvolver e cultivar sempre mais uma atitude de confiança, de alegria, de felicidade e de gratidão a Deus. Sentir-nos amados e cuidados pelo Pai, comprometidos para ser testemunhas vivas do grande amor com que ele nos ama. Será que todos e todas nós estamos dispostos, dispostas, a seguir fielmente o Bom Pastor, mesmo quando a vida nos parece difícil? Será que temos a certeza de que nada nos pode separar do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo? (Rm 8.38)
6. Sugestões para a celebração
Apresentamos duas alternativas:
1a sugestão:
Ação de Graças pela gratuidade do amor de Deus para conosco
Preparar o local com o Círio Pascal, a mesa da Palavra. Organizar uma pequena caminhada, ou seja, procissão, com algumas paradas. Em cada uma delas colocar símbolos ou motivos que a comunidade quiser escolher para celebrar a gratuidade de Deus. Exemplo: começar com o canto Em coro a Deus louvemos. Conforme sugere cada estrofe do canto, fazer a parada.
Manifestando alegria pela gratuidade do amor de Deus, iniciar a caminhada, lembrando alguns motivos do dia-a-dia que impulsionam a manifestação de gratidão.
1. Caminhada
1a Parada (colocar na parada: fundo azul e verde, o globo, sol, lua, estrelas)
Canto: Em coro a Deus louvemos, eterno é seu amor, pois Deus é admirável, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor. Criou o céu e a terra, eterno é seu amor. Criou o sol e a lua, eterno é seu amor.
N.B.: A partir do que for cantado, momento de louvor. Algumas pessoas exaltam a Deus criador e a assembleia repete o refrão, continuando a caminhada até outra parada, levando junto todos os símbolos.
2a Parada (colocar na parada: água, terra e pedras)
Canto: Fez água, nuvens, chuvas, eterno é seu amor. Fez pedras, terras, montes, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor.
N.B.: Motivados pelas palavras que cantamos, fazemos um momento de louvor. Algumas pessoas evocam a natureza, e a assembleia repete o refrão e caminha até a 3a parada, levando junto Iodos os símbolos. Ex.: pela água, chuva e nuvens, pedras, terras e poios montes louvemos:..
3a Parada (colocar na parada: figuras de plantas, peixes, aves e outros animais)
Canto: Distribuiu a vida, eterno é seu amor.
Na planta, peixe e ave, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor.
N.B.: Motivados pelas palavras que acabamos de cantar, momento de louvor a Deus pelas nossas plantas e animais. Algumas pessoas citam animais e plantas, e a assembleia repete o refrão enquanto caminha até a 4a parada, levando junto todos os símbolos.
4a Parada (no local da celebração ou do culto)
a) Entrada: (Bíblia e vela, se a comunidade costuma ter a cruz, colocar nela um pano branco, sinal de alegria e vida)
b) Canto: De nós Ele se lembra, eterno é seu amor. Nos dá sua Palavra, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor.
(Enquanto se canta, conforme o verso, colocar gravuras de mulheres, homens, indígenas e negros)
E fez à sua imagem, eterno é seu amor. Mulher e homem livres, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor.
Plantou em nossas terras, eterno é seu amor. O índio irmão da gente, eterno é seu amor. Por nos fez maravilhas, louvemos o Senhor.
Pintou nossa cultura, eterno é seu amor. Com o negro e sua raça, eterno é seu amor. Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor.
2. Ato penitencial
Motivados pelas palavras que acabamos de cantar, agora temos um momento para louvor, mas também para o pedido de perdão às culturas indígenas, negras e às mulheres, a fim de que, libertados, possamos celebrar as alegrias com Cristo Ressuscitado.
Canto: É como a chuva que lava, é como fogo que abrasa; tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.
Tenho medo de não responder, de fingir que não escutei. /: Tenho medo de ouvir teu chamado, virar de outro lado e fingir que não sei:/.
Tenho medo de não perceber, de não ver teu amor passar. /: Tenho medo de estar distraído, magoado e ferido e então me fechar :/.
3. Proclamação da leitura: Leitura do Apocalipse 7.9-17
Canto: Fala Senhor, fala Senhor Palavra de fraternidade! Fala Senhor, fala Senhor és luz da humanidade. A tua Palavra é fonte que corre, penetra e não morre, não seca jamais.
A tua Palavra que a terra alcança é luz, esperança que faz caminhar.
3.1. Homilia
4. Preces da comunidade
5. Continua a celebração como é costume na comunidade.
2a sugestão:
Vivemos a alegria pascal
1. Preparar o local com o Círio Pascal, a mesa da Palavra e do aliar, usando cor branca.
2. Acender solenemente o Círio Pascal, cantando um refrão apropriado. Pode-se incensar o Círio e as pessoas presentes, como sinal da presença do Ressuscitado.
3. Ao fazer a procissão de entrada, alguém pode entrar com um cajado, lembrando o Bom Pastor. Dependendo do local em que se celebra, quem sabe até pode ser trazida uma ovelha.
4. Na liturgia da palavra, fazer urna acolhida especial da Bíblia. Canto apropriado. Na aclamação da (s) leitura(s), dar um destaque especial: apresentar a Bíblia ao povo, abri-la à vista de todos, beijá-la. No final da leitura, apresentá-la novamente. Onde for possível, convidar a assembleia a repetir as frases-chave que forem destacadas e, no final, para aplaudir a Bíblia, beijá-la.
5. A leitura do Apocalipse poderá ser contada, descrevendo seu conteúdo com muita expressão.
6. Nas celebrações da palavra, fazer um momento de louvação e, após, as preces.
7. Na sequência, seguir o esquema normal de uma celebração.
Bibliografia
CNBB. Com o Espírito do Ressuscitado : roteiros homiléticos : tempo pascal – ano C. São Paulo : Paulinas, 1998. p. 30-31.
GRUPO DE REFLEXÃO BIBLÍCA DA CRB. O sonho do povo de Deus : as comunidades e o movimento apocalíptico. São Paulo : CRB / Loyola, 1996.
MESTERS, Carlos. Esperança de um povo que luta : o Apocalipse de São João: uma chave de leitura. São Paulo : Paulus, 1984.
RICHARD, Pablo. Apocalipse : reconstrução da esperança. Petrópolis : Vozes, 1996.
SISNANDO, Meireles José. São João e o Apocalipse. São Paulo : Loyola, 1982.
TEB. Bíblia Tradução Ecumênica. São Paulo : Loyola, 1994.
VANNI, Hugo. Apocalipse : uma assembleia litúrgica interpreta a história.São Paulo : Paulinas, 1984