Prédica: Lucas 16.1-13
Leituras: Amós 8.4-7 e 1 Timóteo 2.1-8
Autor: Carlos Luiz Ulrich
Data Litúrgica: 18º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 7/10/2001
Proclamar Libertação – Volume: XXVI
Tema
l. Introdução
Este texto já foi trabalhado em dois volumes do PL. No PL 4, o texto de Lc 16.1-9 foi refletido profundamente por Martin N. Dreher, e, no PL 20, o texto de Lc 16.1-13 foi analisado por Christoph S. Harpprecht. Desejamos remeter o/a leitor/a a estes dois auxílios homiléticos, ampliando a reflexão deste trabalho.
Jesus se utiliza na parábola de um recurso muito interessante: a atitude de um mau administrador é elogiada e serve de exemplo para os filhos da luz. Como este texto pode servir de estímulo para a prática da contribuição e a administração em nossas comunidades? Como este texto pode nos ajudar a livrar-nos da ideia de sempre querer levar vantagem em tudo?
2. Contexto
O texto de Lc 16.1-13 está inserido na grande seção que vai de Lc 9.51 até Lc 19.27, chamada a viagem de Jesus a Jerusalém. Jesus insiste em afirmar que é necessário fazer uma opção, tomar partido, para acompanhá-lo na viagem a Jerusalém. Não é possível servir a dois senhores (Lc 16.13).
O texto em estudo está situado entre a parábola do homem rico (Lc 12. 16ss), do pai e seus dois filhos (Lc 15.11-32), do rico e Lázaro (Lc 16. 19ss) e do jovem rico (Lc 18.18ss). A temática dinheiro, riqueza, pobreza, administração ocupa um bom espaço nos textos de Lucas. O objetivo do autor é mostrar que o dinheiro só tem sentido se usado em benefício dos pobres. Esta questão culmina com a parábola do rico e Lázaro.
Percebemos também uma continuidade da temática anterior (parábola do pai e seus dois filhos) no texto em estudo. O filho mais jovem gasta de forma irresponsável todo o dinheiro da herança recebida de seu pai. O administrador defrauda o seu patrão, cobrando altos juros. No final, acontece uma mudança de comportamento. O filho mais moço, arrependido, volta para junto do pai. O administrador pede para os devedores alterarem os valores de suas dívidas, devolvendo, assim, aquilo que havia cobrado a mais. Vamos ao texto!
3. Texto
O texto em estudo precisa ser visto em duas partes. Ele consta de uma parábola (vv. 1-8), à qual foram acrescentados alguns ditos de Jesus (vv. 9-13).
3.1. A parábola: o administrador infiel (vv. 1-8)
A parábola em estudo não está ligada diretamente às questões de dinheiro. Ela trata de um problema de administração, de cuidado dos bens. O administrador descrito na parábola é uma pessoa que pensa somente no seu próprio bem-estar, enganando, inclusive, o dono dos bens. Ele é denunciado, pois está defraudando o seu patrão. No momento em que o patrão descobre as artimanhas do administrador, manda chamá-lo, pede contas da sua administração e o declara despedido. O administrador, no entanto, maquina como pode sobreviver de maneira agradável, pois diz que não sabe cavar e sente vergonha de viver como esmoleiro (v. 3).
O administrador motiva, então, os devedores de seu senhor a mudarem os valores nos documentos da dívida. Sobre estes valores corrigidos ele vai prestar contas sem culpa. Os outros cometem a fraude, e ele parece levar vantagem. Os devedores ficam, então, lhe devendo um favor, ou seja, de recebê-lo em suas casas quando estiver desempregado (v. 4). Ele se mostra muito esperto.
Segundo o costume tolerado na Palestina naquela época, o administrador tinha o direito de conceder empréstimos com os bens do seu senhor. E, como não era remunerado, ele se indenizava aumentando, no recibo, a importância dos empréstimos. Assim, nu hora do reembolso, ficava com a diferença como um acréscimo que era o seu juro. No presente caso, ele não havia emprestado, na realidade, senão cinquenta barris de óleo e oitenta medidas de trigo (nota da Bíblia de Jerusalém, p. 1365-1366).
O administrador, portanto, quando incentiva a alteração dos valores nos documentos, está se privando do benefício (juros) que iria receber. A usura do administrador está muito clara nas taxas de juros exigidas para os empréstimos. No caso do óleo, a taxa é de 100%, e no trigo, de 20%, isto é, de 100 cados de azeite ele mandou alterar a dívida para 50 cados de azeite e de 100 coros de trigo a cobrança passou para 80 coros de trigo. Segundo J. Jeremias, a alteração no contrato e a consequente redução em ambos os casos (trigo e óleo) são mais ou menos do mesmo valor, uma vez que o óleo é muito mais caro do que o trigo; expressos em valor monetário, significam 500 denários. O administrador é bastante astuto ao fazer as contas. Ele cobra altos juros com produtos de primeira necessidade: óleo e trigo. É justamente esta questão que o leva a ser demitido: a cobrança de altos juros, e não o fato de levar os clientes a alterarem os valores nos documentos da dívida.
O fato de ter pedido para os clientes alterarem os valores é inclusive elogiado pelo seu patrão. Por que o patrão vê nesta atitude algo positivo? Ele, na verdade, está devolvendo aos clientes aquilo que havia cobrado a mais (lembra em parte a história de Zaqueu – Lc 19.1-10). O administrador, na iminência de perder tudo, desfaz-se do ilícito e do lícito. Começa a fazer outros cálculos, preferindo ficar com amigos.
O elogio do senhor para com a atitude do administrador rompe a lógica do texto. Espera-se, na verdade, que o mau administrador seja punido e desprezado. Neste ponto, fica claro que a parábola fala de um outro Senhor: Deus. O Senhor entende que na vida do administrador aconteceu uma mudança de comportamento, de atitude. Novos valores começam a fazer parte da sua vida: de nada adianta cobrar altos juros, roubando os devedores e seu patrão, se ele não tem onde trabalhar e reclinar a cabeça. Ele não engana o seu patrão, mandando alterar os valores nos documentos dos devedores. O administrador, na verdade, devolve aquilo que havia cobrado a mais aos devedores de seu patrão. Há um reconhecimento de culpa, que se mostra numa mudança de atitude.
3.2. Referindo-se ao v. 8, Lutero escreveu:
O Senhor elogiou o administrador infiel. Isso não se pode interpretar no sentido como se lhe agradasse quando fazemos injustiça a outras pessoas. Ele elogia apenas a rapidez do raciocínio e a prudência desse administrador.
O Senhor quer que em causas boas tenhamos a mesma seriedade e empenho que esse administrador mostrou numa causa má, para seu proveito próprio e prejuízo de seu senhor.
Por outro lado, vemos como os filhos da Luz, os cristãos verdadeiros, são preguiçosos, desinteressados e pouco diligentes nas causas de Deus. Por isso Cristo conclui com razão, dizendo que os filhos do mundo são bem mais dedicados e inteligentes em seus assuntos do que os seus filhos (Meditação de 31/07, Castelo Forte).
3.3. Ditos de Jesus (vv. 9-13)
A parábola, como podemos ver no primeiro versículo, é endereçada aos discípulos. Ela questiona o que significa seguimento, discipulado.
Os discípulos encontram-se em uma encruzilhada: urge fazer uma opção. É necessário desprender-se das coisas, dos bens, do dinheiro, à semelhança do administrador, para seguir a Jesus. Assim devem andar os filhos da luz (Lc 16.8). Em 14.26-35 foi exigida dos discípulos a desistência de toda e qualquer propriedade: Qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo (Lc 14.33). No texto sobre o qual estamos refletindo, os discípulos estão sendo instruídos como devem agir. Serve de exemplo o gesto de mudança de um administrador infiel.
O administrador ajudou os clientes a refazerem as contas. Ele privou-se dos juros, beneficiando os usuários dos alimentos. O dinheiro injusto é usado para construir a fraternidade, a irmandade. O acúmulo de riquezas e bens cheira mal e agride a proposta do Reino. As riquezas são consequência da injustiça social, por isto são de origem iníqua. Isto nos mostra o texto de Am 8.4-7. Percebe-se na atitude do administrador uma retomada em sua posição: do acúmulo para a partilha.
Jesus, então, recomenda aos discípulos: Das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando estas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos (v. 9). Estas palavras servem de admoestação para os discípulos. As riquezas podem acabar, mas sem amigos não é possível viver. Segundo Mc 9.5, os salvos habitarão em tabernáculos (tendas) eternos como outrora o povo de Deus no deserto. É necessário acontecer uma transformação na vida das pessoas. As riquezas precisam ser partilhadas, para que a humanidade se torne mais amiga.
O termo fiel, que se repete no texto (vv. 10-12), significa ser digno de confiança. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Não é a quantidade que importa, mas sim a fidelidade e a justiça.
É necessário aprender a administrar as riquezas de origem injusta. Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? (v. 11). Toda riqueza tem uma origem injusta, pois leva ao acúmulo de bens por parte de uns e ao endividamento, à pobreza por parte de outros. Temos no administrador infiel um exemplo de mudança na aplicação das riquezas. Ele soube renunciar àquilo que havia cobrado a mais. Somente se recebe a verdadeira riqueza quando muda-se o comportamento. Jesus confiará seu projeto aos que o seguem no caminho. Isto significa saber renunciar à prática da usura, do acúmulo para poder partilhar os bens que Deus oferece a todos.
Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso? (v. 12). Ser fiel e ser digno de confiança na administração dos bens alheios – eis a grande questão. Não se deixar levar por atitudes desonestas. Ser fiel naquilo que nos é confiado, para ser dignos de receber aquilo que nos pertence.
O texto encerra chamando a atenção para a necessidade de decisão: Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (v. 13).
O discípulo que não é desprendido, que não sabe partilhar, não é fiel nem digno de confiança, é incapaz de se decidir por Deus. A fidelidade a Jesus precisa ser radical, não sendo possível servir a dois senhores. Não se pode servir a Deus e às riquezas. Quem serve a Deus ama seu próximo, por isto está disposto à prática da solidariedade, da partilha, buscando a vivência da cidadania. Quem serve às riquezas está conformado com o presente século, administrando somente para o seu próprio benefício. (…) porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 7.21). A pergunta inicial lançada ao administrador foi: Que é isto que ouço a teu respeito? Este questionamento continua valendo para cada um de nós.
4. Meditando o texto – preparando a pregação
O assunto contribuição, dinheiro, administração tem sido assunto difícil de ser pregado em nossos cultos. Aos poucos começa-se a vencer alguns tabus, relacionando a fé com a prática cotidiana, na qual se incluem questões administrativas e financeiras. O dinheiro, os bens, bem como toda a vida pertencem a Deus, e a Ele precisamos prestar contas de nossa administração. Se tudo o que é meu é do Senhor (Lc 15.31), como posso administrar corretamente o que é do Senhor?
Jesus, ao contar esta parábola, nos mostra que podemos também aprender das pessoas que não são cristãs. A atitude de um administrador infiel é elogiada, pois ele soube abrir mão daquilo que havia cobrado a mais.
Ser discípulo/discípula é saber abrir mão de privilégios. É saber devolver aquilo que foi cobrado injustamente. É ser fiel e justo no pouco. É saber partilhar com os necessitados.
Seguir a Jesus significa segui-lo na cruz. É colocar-se realmente como pessoas e comunidades que estão a caminho, apenas administrando aquilo que Deus tem dado. Por isso, a contribuição, as ofertas são apenas um sinal do muito que Deus nos tem dado para viver. Ser administrador/a é reconhecer que o dinheiro, os bens, tudo o que temos também veio de forma iníqua… Estamos num mundo onde é necessário reconhecer que as riquezas, as propriedades, o dinheiro são de origem iníqua. É necessário reconhecer, como diz Martin Dreher, inclusive, que o salário pastoral é de origem iníqua. Como administrar para que as riquezas não se tornem pedra de tropeço? Como administrar para que outras pessoas não venham a sofrer por causa da nossa má administração? Os/as seguidores/as de Jesus precisam ficar vigilantes, administrando e percebendo a necessidade dos pobres.
Precisamos prestar contas de nossa administração. O dinheiro, as propriedades, os bens em si não são maus, mas fazem parte deste mundo injusto. Neste sentido, é importante que os/as discípulos/as administrem baseados na lei do amor e da justiça. Por isso mesmo é necessário colocar tudo a serviço do Reino, assim como o administrador foi capaz de fazer, aplicando os bens em serviço do outro.
Como cristãos/cristãs, filhos/filhas da luz, somos chamados a testemunhar a nossa fé em palavras e ações. Mostramos o seguimento de Jesus nas atitudes de partilha, solidariedade, justiça e no reconhecimento de que somos pessoas pecadoras. Isto significa afogar diariamente a velha pessoa em nós, buscando a mudança de atitudes na administração de tudo aquilo que nos tem sido confiado, seja no trabalho, na família, nos bens, na comunidade.
Sem dúvida, seríamos uma comunidade mais viva se a nossa oferta, nossa contribuição fosse sinal de alegria, de partilha, de agradecimento… Sem dúvida, o nosso país seria mais cheio de justiça social se houvesse menos cobrança de juros, uma melhor distribuição da renda e menos acúmulo de bens. Como ser cristão/cristã na comunidade e na sociedade ao mesmo tempo? Como administrar nossos bens e ser discípulos/as de Jesus? Somos cristãos e cristãs sempre, em todos os lugares? Quem é fiel e justo no pouco, também é fiel e justo no muito! Não é possível servir a Deus e as riquezas ao mesmo tempo! Também nós precisamos prestar contas de nossa administração, assim como o administrador infiel foi chamado e capaz de fazê-lo. Que diremos? Como agiremos? Eis o tempo sobremodo oportuno para agir. Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (l Tm 2.4).
5. Celebrando em comunidade
Saudação e acolhimento: Pessoas da comunidade (pode ser o grupo de jovens, presbitério, OASE, casais ou outros) recebem a todos com um caloroso aperto de mão na porta do templo.
L: Sejam todos e todas bem-vindas. Que possamos sentir o acolhimento e o calor humano que brotam de sermos comunidade cristã. Deus nos serve neste culto com a sua Palavra de consolo, luz, verdade e orientação. Queremos meditar neste culto sobre a forma de administrar os bens a nós confiados e a nossa fidelidade a Jesus. Convido a todos para cantarmos juntos o hino 237 (Hinos do Povo de Deus [HPD]).
Invocação: Estamos reunidos em nome de Deus, gerador e criador da vida, em nome de Jesus Cristo, nosso libertador, e em nome do Espírito Santo, força santificadora e animadora presente entre nós. Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Amém.
Canto: Glorificado seja o teu nome (HPD, no 253)
Confissão de pecados: Bondoso e misericordioso Deus, como filhos e filhas se achegam aos seus pais, assim também nós nos dirigimos a ti. Na certeza de que tu nos escutas, entendes, perdoas e nos possibilitas um novo começo em nossa vida. Muita coisa nos confiaste, Senhor, convidando-nos para ser teus administradores/ tuas administradoras neste mundo. Muitas vezes nos preocupamos demais com a administração de nossos próprios bens e dinheiro. Existem em nosso mundo, por um lado, acúmulo de riquezas e, por outro lado, pobreza extrema. Isto é resultado de uma má e injusta administração. Senhor, perdoa-nos em nossa ganância e egoísmo. Muitas vezes não repartimos o pão de cada dia com aquelas pessoas que dele necessitam. Perdoa-nos quando não defendemos pessoas injustiçadas; quando guardamos rancor em nosso coração; quando concordamos com o racismo e tantas outras situações nas quais falta a prática do amor. Perdoa-nos também pela má administração em nossa própria família, não tendo tempo para o diálogo com os nossos filhos e filhas. Escuta-nos, Senhor, quando abrimos o nosso coração diante de ti. Tu nos conheces melhor do que nós a nós mesmos. Sabes o quanto ficamos devendo a ti e ao próximo. Perdoa-nos por causa de Jesus Cristo. Lava de nós a culpa, regenerando-nos pelo poder do Espírito Santo. Amém.
Absolvição. Se dissermos que não lemos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (l Jo 1.8-9). Por isso cantemos com grande júbilo:
Glória, glória, glória a Deus nas alturas.
Glória, glória, paz entre nós, paz entre nós.
(O povo canta, p. 171).
Oração do dia: Graças rendemos a ti, Deus da vida, fonte da sabedoria, por nos teres dado a vida, a família, o trabalho, os bens, a comunidade. Ajuda-nos a cuidar destas dádivas, destes presentes com carinho, dedicação, fidelidade. Ajuda-nos na administração de todas estas dádivas, partilhando com solidariedade e buscando a justiça e a verdade. Por isto, dá-nos uma vida cheia de fé, esperança e amor, alicerçada no grande amor revelado em Jesus Cristo, no Espírito Santo. Amém.
Canto: Pela Palavra de Deus (O povo canta, p. 44)
Leituras bíblicas:
1a leitura: Am 8.4-7. O texto de Amos mostra que lesar o pobre é lesar a Deus. O profeta se levanta contra os comerciantes gananciosos. Atrás de suas riquezas está escondida uma grave injustiça social. Eles enriqueceram às custas da exploração, sem se preocupar com o pacto da Aliança. Nem no sábado, dia do descanso, de cessar os negócios, eles param com os seus negócios. Os pobres da terra são as vítimas da ganância dos comerciantes.
Hino: Aleluia, Aleluia, Aleluia (O povo canta, p. 173)
2a leitura: l Tm 2.1-8. Neste texto estão resumidos o fundamento, o modo e a finalidade da oração. Deus quer que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Orar é entrar em sintonia com o projeto de Deus, não é fugir dos compromissos, e sim assumir responsabilidades. A oração envolve a integridade da vida, tendo dimensão política, econômica e social. É compromisso decisivo com a construção do Reino de Deus.
Hino: Onde dois ou três me invocam a orar (O povo canta, p. 165)
Confissão de fé: Credo Apostólico (de mãos dadas)
Hino: Obrigado, Pai Celeste (HPD, no 286)
Sugestões para a pregação: Seria bom se duas pessoas pudessem participar da pregação. Uma pessoa poderia narrar o texto e a outra encaminhar a reflexão. A questão central do texto de Lc 16.1-13 é a forma de administrar os bens a nós confiados. A administração justa e fiel dos bens a nós confiados se mostra na partilha, na solidariedade, na prática do amor. A pregação poderia também encaminhar para a gratidão e alegria em poder contribuir e ofertar para a nossa comunidade. Nossa contribuição e oferta sempre serão apenas um sinal do muito que Deus tem nos dado para viver. A administração fiel também aponta para o compromisso de partilhar com solidariedade com o nosso próximo no cotidiano de nossas vidas.
– Fazer um painel com reportagens que mostram a injusta e má administração em nossa sociedade, nosso mundo. Não esquecer de apontar sinais onde a administração se mostra transparente, justa e solidária.
– Fazer um painel mostrando a situação financeira da comunidade (membros contribuintes, média de contribuição por mês, porcentagem de membros em débito com a comunidade). Mostrar também os trabalhos que são realizados, onde o dinheiro arrecadado é investido.
Hino de ofertório: Te ofertamos nossos dons (O povo canta, p. 165). Canta-se até que todas as pessoas tenham levado a sua oferta ao altar.
As ofertas são levadas ao altar como sinal de alegria, gratidão e partilha.
Logo após, levantam-se as ofertas, agradecendo a Deus por tudo que nos tem dado para viver, citando Lc 16.10: Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Que Deus abençoe dádivas, doadores e doadoras. Amém.
Hino de agradecimento pelas ofertas: HPD 165
Oração de intercessão: Querido Deus, obrigado por contar com cada um/a de nós para a administração deste mundo bonito que tu criaste. Deste-nos muitos bens, propriedades, dinheiro pelos quais agradecemos. Pedimos-te que nos ajudes na administração desses bens para que realmente sejam sinal de bênção. Que possamos repartir, partilhando com os necessitados, vivenciando assim o amor ensinado por Jesus. Que a nossa riqueza não seja a fonte da pobreza do nosso próximo. Afasta-nos da ganância, ajuda-nos para que não exploremos nosso próximo nos negócios, no trabalho. Dá que cada trabalhador/a tenha um salário digno de seu trabalho. Rogamos pelos desempregados, pelos doentes, pelos idosos, pelas crianças, pelas pessoas portadoras de deficiência… Senhor, muitas destas pessoas são vítimas da administração injusta e infiel em nosso mundo. Pedimos que a nossa vida seja transformada e possamos te seguir, sendo teus/tuas discípulos/as em todos os lugares. Dá que possamos te seguir, amar, Senhor, mais do que as riquezas e coisas que nos cercam. Acompanha-nos em todos os momentos, para que possamos te amar sempre! Em nome de Jesus. Amém.
Bibliografia
– A BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo : Paulinas, 1981.
– BORTOLINI, José. Roteiros homiléticos. Vida Pastoral, São Paulo: Paulinos, n. 184, p. 42-46, set.-out. 1995.
– DREHER, Martin N. 9° Domingo após Trindade – Lucas 16.1-9. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo : Sinodal, 1979. v. IV p. 147-152.
– JEREMIAS, Joachim. As parábolas de Jesus. 5. ed. São Paulo : Paulinas, 1986.
– KAYSER, Ilson (Org.). Lucas 16.1-12. Castelo Forte. 3. ed. Porto Alegre :Concórdia, São Leopoldo : Sinodal, 1983. (meditação 31/07).
– SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 18° Domingo de Pentecostes – Lucas 16.1-13. Proclamar Libertação. São Leopoldo : Sinodal, 1994. v.
20, p. 260-264.
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia