Prédica: Mateus 25.1-13
Leituras: Amós 5.18-24 e 1 Tessalonicenses 4.13-14 (15-18)
Autor: Carlos Luiz Ulrich
Data Litúrgica: Antepenúltimo Domingo do Ano Eclesiástico
Data da Pregação: 06/11/2005
Proclamar Libertação – Volume: XXX
1. Introduzindo
Como comunidade cristã somos marcados pela esperança da páscoa: a ressurreição de jesus cristo. Esperança de novos tempos… Esperança de relações mais justas entre as pessoas, esperança de trabalho, esperança de cura, esperança de melhores salários, esperança de paz, esperança de pão, esperança de mais solidariedade… Esperança…
As parábolas fazem parte do método pedagógico de Jesus. Elas são uma espécie de comparação ou imagem, tirada da realidade da vida cotidiana, para esclarecer uma outra realidade, relacionada com o reino de Deus. Ao ensinar por meio de parábolas, Jesus entra no campo referencial dos seus ouvintes. Ele fala a partir daquilo que as pessoas de sua época conhecem e experimentam no seu cotidiano. É significativo ressaltar que Jesus parte das “coisas da vida” para trazer presentes as “coisas de Deus”. Para Jesus, portanto, a vida em sua totalidade é divina.
A comunidade cristã primitiva esperava ansiosamente que Jesus, após a sua ressurreição, voltasse logo. Para o evangelista Mateus e sua comunidade não interessa a especulação sobre os detalhes da volta de Jesus. Ele apenas aponta para o modo como devemos agir hoje a fim de poder participar da festa final. A parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) aponta para o final dos tempos. Esta festa do final dos tempos é simbolizada por uma festa de casamento, apontando para a união de Jesus com a humanidade, na prática da justiça. Todas as pessoas são convidadas para a festa… Algumas permanecem em espera vigilante, enquanto outras acabam se acomodando, esquecendo o óleo, isto é, tornando-se omissas na prática da justiça. Os outros dois textos apontados como leituras para esse domingo interligam-se com a mensagem da parábola. O texto do antigo testamento (Am 5.18-24) critica aquelas pessoas que fazem especulações sobre a vinda do dia do Senhor. O profeta aponta para a necessidade de que o juízo corra como as águas e a justiça como ribeiro perene no cotidiano de nossas vidas, enquanto o texto do novo testamento (1Ts 4.13-14 [15-18]) traz presente o consolo e a esperança que temos na ressurreição de Jesus Cristo. Deus tem em sua companhia todas as pessoas que já morreram. O texto reforça a necessidade de comunhão entre as pessoas.
2. Meditando o contexto
A parábola das dez virgens faz parte do “discurso escatológico” de Mt (cap. 24-25), encontrando-se inserida num conjunto de quatro parábolas: 1) a parábola da figueira – exortação à vigilância (Mt 24.32-44); 2) a parábola do bom servo e do mau (Mt 24.45-51); 3) a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) e 4) a parábola dos talentos (Mt 25.14-30). Todas as quatro parábolas trazem presente a necessidade da vigilância, apontando para a esperança da comunidade cristã primitiva na volta de Jesus (parusia). O não-saber-a-hora é característico no contexto. As dez mulheres virgens representam a comunidade em estado de espera. Na comunidade, o joio e o trigo estão misturados (Mt 13.24-30). Sendo necessário esperar o tempo da colheita, onde o joio será queimado e o trigo recolhido no celeiro (Mt 13.30).
O evangelista Mateus não faz especulações a respeito do fim dos tempos. Para ele interessa a práxis da justiça. Perpassa todo o evangelho de Mateus a certeza de que Jesus, Emanuel – Deus conosco, acompanhará a sua comunidade através de todas as dificuldades no presente. Estar vigilante, sendo fiel ao propósito da justiça e estar preparado/a são partes centrais do contexto da parábola das dez mulheres virgens. Para Mateus, o importante não é tanto a proximidade (ou não) da parusia, mas exatamente o não-saber-a-hora, conduzindo para uma constante vigilância. O último dia e a vinda de Cristo são uma possibilidade atual e real a cada raiar de um novo dia. Não é possível, para Mateus, fazer especulações sobre o tempo ou final do tempo. O que importa para o evangelista é poder contar com Jesus, Emanuel – Deus conosco, em cada momento do cotidiano e da história.
É interessante observar que o evangelista Mateus, nessa parte central do evangelho, coloca dez mulheres virgens como protagonistas da parábola. Além dessa parábola, somente Mt 13.33 (a parábola do fermento) apresenta uma mulher como personagem principal. A parábola das dez mulheres virgens é material exclusivo do evangelista Mateus, não tendo texto paralelo nos outros evangelhos. As dez mulheres virgens podem nos ajudar a entender a atitude e a realidade da comunidade. Existem dificuldades não apenas em crer e ter esperança, mas também em vigiar e estar preparado/a com o óleo, tendo atitudes de justiça. A imagem da festa do casamento é colocada como símbolo da união perfeita entre Jesus e a sua comunidade.
3. Entendendo o texto
A parábola de Mt 25.1-13 inicia com um então, fazendo uma ligação com a parábola anterior (a parábola do bom servo e do mau). A novidade da parábola das dez virgens é que, das quatro parábolas, somente aqui Mateus fala da semelhança entre o fato do cotidiano e o reino dos céus (reino de Deus). “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo” (Mt 25.1). Essa parábola parece fazer a interligação entre as quatro parábolas, pois somente nessa está explícita a semelhança com o reino de Deus. É interessante ressaltar que as protagonistas são dez mulheres virgens, como em Mt 13.33 “… o reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado”.
Chama a atenção que todas as dez mulheres virgens saem para se encontrar com o noivo. As pessoas têm os mesmos direitos. O evangelista Mateus inclui todas. Para a comunidade isso é importante, todas as pessoas são incluídas. Todas as dez mulheres virgens tomaram as suas lâmpadas e saíram a encontrar-se com o noivo. Por que o texto fala em dez mulheres virgens? O que significa mulheres virgens? Segundo Ivoni Richter Reimer (1998: 315), “‘virgens’ são mulheres qualificadas não apenas biologicamente como quem não teve relações sexuais com homens; a palavra ‘virgens’ também caracteriza mulheres socialmente como as que não vivem relações de dependência com homens”. Portanto, não se fala de dez mulheres noivas que vão se encontrar com o noivo, e sim de dez mulheres virgens que vão se encontrar com o noivo. Mesmo que o texto não fale de noivas, o contexto que está por trás da parábola é a festa de casamento.
Quem se coloca a caminho para encontrar-se com o noivo são as dez mulheres virgens. Segundo Reimer 1998: 315, são diversos os costumes, no antigo Israel, relativos à festa de casamento. A situação mais provável, refletida na perícope, é o costume de o noivo buscar a noiva na casa dela, antes de ir para a festa de casamento propriamente dita, que acontece na casa dele. As virgens (mulheres jovens) saem da casa da noiva para encontrar e saudar o noivo na rua. Depois, as mulheres virgens (com as tochas) acompanham a noiva até a casa do noivo. Reimer também afirma que o que as mulheres virgens levam consigo não são lâmpadas (lychnos), mas “tochas” (lampas). As lâmpadas eram usadas dentro de casa (Mt 5.15, Lc 15.8); fora da casa eram usadas tochas (Mt 25.1ss, Jo 18.3). É provável que se trate de tochas com pedaços de pano embebidos em óleo/azeite, amarrados em cima de um pedaço de madeira. Como as virgens encontram-se e saúdam o noivo na rua, provavelmente elas estão carregando tochas, cumprindo com o ritual da festa de casamento. Segundo Bortolini 1990: 37, no tempo de Jesus, as festas de casamento eram, geralmente, realizadas à tardinha, e às vezes de noite, com a casa de portas abertas; todo o povo podia participar da mesma. A noiva ficava em casa aguardando a chegada do noivo. Era costume que um grupo de amigas estivesse com a noiva durante o tempo de espera da chegada do noivo. O noivo, por sua vez, não tinha hora marcada para chegar, o que aumentava a expectativa e a espera.
As dez mulheres virgens são apresentadas em dois grupos: cinco eram néscias e cinco prudentes (Mt 25.2). Estas palavras também são usadas em Mt 7.24-27, onde aparece o homem sábio que construiu a casa sobre a rocha e o insensato que edificou a casa sobre a areia. Portanto, no evangelho de Mateus, esses termos são atribuídos a homens e mulheres.
Onde reside o ponto nevrálgico da parábola? Não está, portanto, nas tochas que as mulheres virgens levam consigo. Todas levam as tochas, mas a questão principal está no óleo/azeite que as mulheres levam ou não levam consigo nas vasilhas (Mt 25.3-4). Como o noivo demorou para chegar, todas as mulheres virgens que estavam ali junto com a noiva vigiando, esperando o noivo, acabaram dormindo (Mt 25.5). O cansaço e a demora fizeram com que todas as dez mulheres virgens dormissem. A demora do noivo é um elemento importante para a comunidade de Mateus, que está ansiosa pela vinda de Jesus. Esta realidade demonstra a demora da parusia. No entanto, não é a demora da parusia que é motivo de não estar vigilante, preparado. Para o evangelista Mateus, a parusia é algo imprevisível, não é possível fazer especulações sobre o final dos tempos. É necessário estar sempre preparado. O texto não faz nenhuma crítica às dez mulheres que acabam dormindo devido à demora do noivo. O problema não está no cansaço e no sono, e sim em levar azeite/óleo na vasilha.
A vigilância ativa não se mostra no fato de as dez mulheres virgens terem dormido. O sono e o cansaço fazem parte da realidade humana. A vigilância ativa se mostra no fato de ter ou não ter azeite/óleo na vasilha. O texto da Bíblia de Almeida fala em lâmpadas, mas, como já vimos, o correto é falar em tochas. As tochas eram embebidas em azeite/óleo e amarradas em cima de um pedaço de madeira. As lâmpadas com suporte de cerâmica eram usadas dentro de casa.
À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí a seu encontro (Mt 25.6). O susto e a pressa em levantar foi geral. Todas as virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas (Mt 25.7). É importante ressaltar que todas se levantam e todas preparam as suas lâmpadas. É neste momento que cinco virgens se dão conta de que as tochas estão se apagando. A alegria da chegada do noivo transforma-se num sufoco para cinco mulheres virgens. Elas se dão conta da sua falta de preparo: o azeite/o óleo está terminando. As néscias despreparadas recorrem às mulheres virgens sábias, dizendo: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas tochas estão se apagando. A resposta das virgens prudentes surpreende. Elas dizem: “não, para que não nos falte a nós e as vós outras! ide, antes, aos que o vendem e comprai-o” (Mt 25.9). A resposta das sábias não demonstra egoísmo, falta de amor ao próximo ou avareza. A resposta das sábias aponta para uma ajuda na última hora: ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. Talvez ainda dê tempo! E as néscias saíram para comprar (Mt 25.10). Só que neste exato momento chega o noivo!
As cinco mulheres virgens prudentes, caracterizadas como as que estavam apercebidas (cf. Bíblia de Almeida), isto é, preparadas, entraram com o noivo para a festa de casamento. É um momento de grande alegria, realizou-se a expectativa, valeu a pena a espera vigilante. Conforme Mateus, para essa festa muitas pessoas são convidadas, mas poucas são escolhidas (Mt 22.14). A parábola das dez mulheres virgens tem uma ligação com a parábola das bodas (Mt 22.1-14). Aquelas pessoas que haviam recebido o convite para a festa de casamento do filho não foram, todas tinham suas desculpas. Por isso foram para as encruzilhadas e convidaram todas as que encontraram. Para a festa todos e todas são convidados. Mas há um detalhe: é necessário estar preparado com o óleo na vasilha.
Aquelas que têm óleo em sua vasilha entram para participar da festa de casamento, enquanto aquelas que não cuidaram do óleo, mesmo que foram rapidamente comprar, quando retornam tem uma surpresa: encontram a porta fechada.
“E fechou-se a porta” (Mt 25.10) simboliza que acabou o tempo da espera. Com a chegada e ação do noivo decide-se a história. A imagem da porta que se fecha era muito conhecida no mundo judaico, mas não era usada no contexto da festa de casamento. Aqui se encontra a radicalidade do texto. Quem ouve a parábola passa a refletir e a entender que quem não está preparado (quem esquece o azeite/o óleo) corre o risco de encontrar a porta fechada, de perder o tempo oportuno da salvação.
O v. 11 traz presente a triste realidade das virgens néscias: “mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: senhor, senhor, abre-nos a porta”. A porta fecha e a chegada mais tarde das virgens néscias aponta que o final da sua história será triste, de clamor. Desde o início da narração, as virgens néscias estavam dispostas a ir ao encontro do noivo como as virgens prudentes. Elas esperam de igual forma. Acabam cansando e dormindo como as virgens prudentes. Quando chega o noivo, se dão conta da sua realidade. O azeite/o óleo está acabando. Pedem-no para as prudentes. Elas dizem não, mas apontam para a possibilidade de elas irem comprar o azeite. Elas vão em busca dos vendedores de óleo; quando voltam, no entanto, a porta já está fechada. O grande problema das cinco mulheres virgens néscias é que não estavam preparadas. Quando retornam – talvez preparadas – já era muito tarde. A porta já havia se fechado.
Elas clamam desesperadas: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Aqui acontece o desenlace da parábola (v. 11-12). As cinco mulheres virgens néscias clamam e até reconhecem que é o noivo. No entanto, não se trata mais de um noivo terreno, mas é o filho do homem, que usa a palavra com autoridade: “em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 12). Em meio à alegria da festa para algumas/alguns está também presente o juízo para outras/outros. A parábola aponta para o juízo do filho do homem. O esperado encontro com o noivo transforma-se em separação definitiva dele para cinco mulheres.
A radicalidade do juízo e a vivência cotidiana da espera vigilante são elementos típicos do evangelho de Mateus. O sermão da montanha (Mt 5.1-12) aponta para a radicalidade da confissão de fé com a ação. A imagem das tochas nos remete a Mt 5.14: “vós sois luz do mundo”. Ser luz do mundo é também estar preparado com o óleo e brilhar em meio a este mundo, no cotidiano de nossas vidas.
Finalizando, a parábola apresenta o chamado à vigilância: “vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25.13). Vigilância é estar em espera ativa desde o princípio. Mas como é que as pessoas podem se colocar em esperança ativa? A resposta parece estar no significado que damos ao óleo. Segundo o ensinamento rabínico, o óleo é símbolo das ações da justiça. Esta informação é importante e nos remete ao centro do evangelho de Mateus.
No Evangelho de Mateus, Jesus é apresentado como o novo mediador da justiça (Mt 3.15). A vigilância na espera ativa depende de nosso compromisso com a justiça do reino. Não é possível conseguir o óleo na última hora. As cinco virgens que haviam se preparado com óleo não emprestam para as outras cinco que não estavam preparadas. Esta não é uma atitude egoísta, de falta de amor ao próximo. Não é possível transferir a prática da justiça para outras pessoas. É possível praticá-la e ensiná-la, mas não é possível passá-la adiante como o soro penetra em nossas veias. A prática da justiça leva a ter bom senso, ter responsabilidade, ter compromisso!
Estar preparadas/os para a hora do grito – chegou o noivo! – significa ser construtores da prática de justiça, que traduza concretamente o reino de deus inaugurado por Jesus. “Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da lei e a dos fariseus, vocês não entrarão no reino dos céus” (Mt 5.20). Nossa vida é um convite constante à festa da vida, que não termina, caracterizada na festa do casamento (vida, morte e ressurreição de Jesus), promessa de vida para todos e todas que praticam a justiça, ensinada e vivenciada por Jesus. A porta estará aberta ou fechada de acordo com nossa preparação, pois a morte e a ressurreição de Jesus nos convidam para uma vigilância ativa. Somos convidados a nos preparar para a vida, para que a festa de casamento, o reino de Deus, seja algo belo. Todos/as somos convidados/as para participar dele, e isto é maravilhoso!
4. Preparando a pregação
Lembro dessa parábola desde pequeno. Eu ficava imaginando aquelas dez moças esperando o seu noivo. Ele demora a chegar. Elas ficam cansadas, acabam dormindo. cinco moças não se preparam com o óleo, as outras cinco se preparam… Quando ouvem o grito “chegou o noivo”, as cinco moças que estavam preparadas entram, e para as outras cinco moças a porta se fecha. Lembro que eu ficava me imaginando diante de uma grande porta, querendo entrar, batendo com força, com desespero e nada… a porta não se abre! A vela que eu segurava na mão ficava cada vez mais fraquinha… de repente… escuridão… medo… desespero… também ficava imaginando a alegria e a festa das cinco moças que conseguiram entrar na festa do casamento… como é bom estar preparado, eu pensava! Como a gente pode se preparar? Estar preparado significa compromisso, responsabilidade, alegria, esperança, festa, participação… porta aberta!
A parábola das dez virgens pode nos levar a fazer julgamentos. Cuidado! Não temos o direito de julgar, pois todas as moças dormiram, também aquelas que estavam preparadas com o óleo. Somos pessoas humanas; o sono, o cansaço, a fadiga fazem parte de nossa existência. Quem não se sente inseguro, cansado, com sono diante da realidade cruel de nosso país? Quem não tem vontade de dormir sossegado em sua casa? As contradições entre ricos e pobres aumentam a desconfiança, a fome, a violência e a morte. Dormir com tranqüilidade, quem não deseja? Todas as pessoas têm direito a um sono tranqüilo, a uma vida justa!
Aqui se encontra o auge de nosso texto… vida justa! O que significa viver a justiça anunciada por Jesus no contexto em que vivemos? Estar preparados para a chegada do noivo, para celebrar a festa do casamento, significa praticar ações de justiça (ter óleo em sua tocha, em sua vida)? Ter óleo para a tocha da sua vida significa ter compromisso com a justiça do reino, anunciada e vivenciada por Jesus.
Compromisso com a justiça do reino é buscar a vivência da paz, da solidariedade, do amor em palavras e ações. Compromisso com a justiça do reino é diaconia, missão, ensino… é palavração! Ser uma pessoa cristã ou não, estar ou não preparada para a grande festa, simbolizada nessa parábola na festa do casamento, significa estar comprometido com a justiça do reino. O Evangelho de Mateus dá muitos exemplos da justiça do reino; o seu auge está no sermão da montanha (Mt 5.1-12).
5. Celebrando
Sugiro iniciar com uma poesia que evoca a esperança.
Prece ao despontar do dia
O dia nasce jubiloso.
O sol desponta com fulgor.
Graças te dou, ó Deus bondoso,
minha alma canta o teu louvor!
Senhor, a noite me angustiou:
agora o dia triunfou.
Com teu poder tu expulsaste
da longa noite a escuridão.
Dos seus temores libertaste
esse mesquinho coração;
o coração em seu torpor
não creu em tua luz, Senhor!
Ó não permitas, Pai amado,
que para as trevas volte a olhar!
Só pela tua luz guiado
o meu caminho quero andar.
Segue a meu lado, meu irmão, minha irmã:
a luz venceu a escuridão!
Lindolfo Weingärtner
Hinos: HPD 1 nº 267; O Povo Canta nº 64; HPD 1 nº 165; O Povo Canta nº 158; HPD 2 – “Venha o teu reino” (Autor: Silvio Meincke).
Acolhimento: preparar o grupo de liturgia para receber as pessoas na porta da igreja, passando um pouco de óleo perfumado em suas mãos.
Confissão de pecados: pedir perdão porque somos rápidos em julgar as atitudes das outras pessoas… também nós cansamos, dormimos, esquecemos de vigiar e de nos preparar para a chegada do noivo… muitos são convidados, poucos aceitam o convite… estamos nós entre estes/as? Perdão porque nós não nos preparamos para a vida e nem para a festa de casamento – união de Jesus com toda a humanidade.
Hino: HPD 1 nº 150.
Leituras bíblicas: Amós 5.18-24 e 1 Tessalonicenses 4.13-14 (15-18).
Símbolos: tocha, oléo, porta aberta e porta fechada.
Sugestões para a pregação Mt 25.1-13: vigilância – praticar ações de justiça! Buscar contrastar a realidade com reportagens que demonstram atitudes de injustiça e justiça… Temos óleo para a tocha de nossa vida? O que significa encontrar a porta fechada? O evangelho de Mateus é caracterizado com muitos exemplos de ações da justiça do reino. O que nós podemos fazer no contexto onde nos encontramos? A comunidade cristã, nós, estamos em esperança vigilante? A parábola das dez virgens nos questiona em nossas atitudes e nos dá exemplos de como estar ou não preparados/as. É importante estar preparados/as para a vida. As cinco mulheres prudentes nos dão um bonito exemplo de preparação. Elas não esqueceram de levar o óleo na vasilha. Temos nós óleo na vasilha de nossa vida? Não é possível fazer especulações em relação aos tempos. O tempo pertence a deus. Somos convidados a nos preparar: “vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.
Bênção:
Jesus – Emanuel – Deus conosco – abençoa a nossa espera.
Dá que a vigilância faça parte de nossa vida,
que o óleo que conduz para a vida justa não falte em nosso cotidiano.
Abençoe a nossa confissão de fé e as nossas ações.
Derrame sobre nós o espírito santo,
o espírito da vida, da solidariedade, da paz,
para que sejamos luz no mundo,
propagando os caminhos da esperança. Amém. (Claudete Beise Ulrich)
Bibliografia
BORTOLINI, José. Roteiros Homiléticos: Evangelho (Mt 25,1-13): Vigiar é praticar a justiça. Vida Pastoral, n. 155, Ano XXXI, novembro-dezembro de 1990, p. 37-38.
DENKER, Jürgen. Último Domingo do Ano Eclesiástico: Mateus 25.1-13. In: MALSCHITZKY, Harald. WEGNER, Uwe. (Coord.) Proclamar Libertação. V. XI. São Leopoldo: Sinodal, 1985. p. 336-344.
KIRCHHEIM, Huberto. Último Domingo do Ano Eclesiástico: Mateus 25.1-13. In: Kaick, Baldur van (Coord.) Proclamar Libertação. v. IV. São Leopoldo : Sinodal, 1979. p. 243-250.
REIMER, Ivoni Richter. Antepenúltimo Domingo após Pentecoste: Mateus 25.1-13. In: Schneider, Nélio. Witt, Osmar l. (Ed. e Coord). Proclamar Libertação. v. 24. São Leopoldo : Sinodal, 1998. p. 312-321. (Série Teologia Prática – Auxílios Homiléticos, 24.)
WEINGÄRTNER, Lindolfo. Prática da Esperança: Poemas e meditações para refletir e orar. São Leopoldo: Sinodal, 1981. p. 53.
JEREMIAS, J. Teologia do Novo Testamento: A pregação de Jesus. Trad. João Rezende Costa. São Paulo: Paulinas, 1977.