Prédica: Josué 1.1-9
Autor: Clóvis Horst Lindner
Data Litúrgica: Ano Novo
Data da Pregação: 01/01/1982
Proclamar Libertação – Volume: VII
I — Introdução
A passagem de ano adquiriu, dentro e fora da Igreja, um significativo e, ao mesmo tempo, perigoso aspecto de transição. Há a expectativa de novo começo, de reinicio numa direção melhor (ou pior), que traz consigo uma gama de perguntas sobre o futuro a enfrentar. No presente século da crise econômica e energética, do terrorismo crescendo viçosamente nos quatro cantos do planeta, da guerra fria, da potencialidade nuclear, da extrema riqueza de poucos por um lado e da miséria crescente por outro, etc., cresce ainda mais a preocupação pelo futuro. E a transição que cada ano novo representa, transforma-se em motivo para medo (pavor até) e desesperança. Também em nossas comunidades o medo e a desesperança em relação ao futuro estão bem presentes (e nisso não podemos distinguir entre comunidade urbana e comunidade de interior, uma vez que os meios de comunicação de massa já se fazem bem presentes no mais remoto sertão). O que pregar a uma comunidade que vive um momento de transição (Ano Novo) repleto de incertezas e medo?
Creio que estamos diante de uma excelente oportunidade para talar de confiança. Não de qualquer confiança, mas daquela que move e mantém a Igreja, que guia o cristão por caminho seguro em direção ao futuro, a confiança no Deus de Jesus Cristo, Senhor da Igreja.
Nesse sentido, Js 1.1-9 é caminho sobremodo adequado a percorrer. A primeira leitura, nem pude imaginar que estava diante de um texto tão concreto, atual e comprometedor para a Igreja de Cristo e seu caminho em direção à promessa derradeira do Reino de Deus definitivo o culto de Ano Novo é uma oportunidade de olhar para o passado (para o remoto passado do povo de Israel), onde encontramos a inesgotável fidelidade de Deus, a fim de, a partir dela, olharmos com esperança e confiança em direção ao futuro diante de nós.
II — O texto
Js 1.1-9 faz parte da grandiosa Obra Historiográfica Deuteronomística (OHD). Essa abrangente obra historiográfica, escrita no tempo do exílio, surgiu a partir de tradições e feixes de tradição mais antigos, compilados e revisados por diversos autores que lhes imputaram sua própria marca. Por isso mesmo, ela não é uma simples compilação de tradições, mas uma interpretação teológica posterior da história de Israel. Há todo um estilo, uma inconfundível maneira de apresentar e de descrever os fatos, assim como molduras próprias onde esses fatos são acomodados. Em resumo, podemos dizer que a OHD é uma análise teológica do passado, que quer trazer luz para dentro do presente do povo de Israel, o qual caminha para o seu futuro. As molduras dessa obra — elos de uma corrente de fatos históricos recolhidos da tradição — têm características deuteronomísticas acentuadas e aparecem quase sempre em importantes rupturas da história do povo. Essas rupturas são importantes momentos de transição de um período histórico para outro. Nesse sentido, o cap.1 do Livro de Josué revela-se uma tal interpolação de inconfundível estilo e traço deuteronomísticos. Trata-se de uma introdução deuteronomística à coletânea de tradições mais antigas que se seguem no Livro de Josué. A transição histórica do trecho em questão fala da época especifica entre a peregrinação pelo deserto e a tomada da terra da promissão. Esse momento de transição histórica torna-se ainda mais relevante quando se tem em mente que, nesse exato momento da história de Israel, acontece a significativa ruptura entre o passado de povo nómade e o futuro de povo sedentário.
Nossa perícope se apresenta na forma de alocução de Deus a Josué que, por outro lado, é também alocução diretamente dirigida a todo o povo de Deus. Podemos dividir a perícope em duas partes distintas. A primeira parte do texto (vv.1-7a') corresponde aos discursos-de-guerra levitas (cf. Dt 9.1ss). Esses discursos apontavam (a) para a sua razão, isto é, a guerra; e formulavam (b) palavras de incentivo e encorajamento à luta e promessas de vitória. Na sua segunda parte, o texto transforma-se num chamado à obediência diante da Tora, como pres-suposição para o sucesso do empreendimento (vv.7a-9).
Uma análise mais detalhada do texto apresenta-o da seguinte maneira:
V.1: A perícope inicia apresentando uma situação de grande crise. A morte põe fim a grandes épocas e a grandes homens do povo de Deus. Moisés, o grande profeta com o qual Javé tratava face a face (Dt 34.10), morreu e, com ele, foi-se toda uma época da história do povo — a escravidão no Egito, o êxodo, o Sinai, a peregrinação pelo deserto. Era preciso nomear um novo guia para o povo nesse importante momento de transição na sua história. Assim sendo, era justo que o sucessor de Moisés — o servo de Javé — fosse Josué, seu servidor (cf. Nm 27.l5ss; Dt 3.21ss; Dt 31.1ss), ao qual o próprio Moisés havia abençoado com imposição de mãos (cf. Dt 34.9). Sua tarefa? Guiar o povo na última etapa da promessa feita aos patriarcas, consumando a tomada da terra da promissão. Esta tarefa e esta honra ele não recebe somente por ter sido servidor de Moisés. É o próprio Javé que o incumbe dela. Por isso mesmo, a ligação redacional deuteronomística a Dt 34 é intencional. Com isso, a mudança de líder fica teologicamente significativa: mudam os servos, mas o Deus fiel permanece. (Breit, p.50)
Vv.2 e 3: Nesse momento inicia a alocução orientadora de Deus a Josué. Ela parte de uma indicação concreta, onde é mencionado, de forma clara e inconfundível, o exato momento concreto no qual o povo se encontra (v.2a). Como consequência desse momento, Josué recebe de Javé a incumbência de levar avante o seu povo (vv.2bss). A tarefa específica é dirigir o povo através do Jordão em direção à última etapa da promessa de Javé: consumar a tomada da terra.
Não conseguimos ter uma imagem suficientemente real desse momento. A passagem pelo Jordão representa o início de uma nova época. Mas há dificuldades a enfrentar. A terra prometida está ocupa-da, o Jordão corre por uma profunda depressão, 400 metros abaixo do nível do mar, e não existe nenhum lugar em toda a margem do rio que facilite a passagem do povo. Desta forma, o Jordão não se torna somente um empecilho geográfico, mas também histórico, impedindo sua continuidade.
Diante disso, o passo que leva do presente ao futuro, somente pode acontecer em confiança à promessa divina. Esta confiança, por sua vez, se fundamenta na certeza de que Javé é o dono da terra e exerce senhorio sobre ela. Por isso, ele dá a ordem de partida sob o signo da promessa: o terreno que está diante de vós, vos foi prometido; já vos foi dado nas mãos. O que parece impraticável, irrealizável aos olhos humanos, pode ser empreendido com confiança e esperança, porque Javé promete sucesso e o garante. Nada poderá impedir o sucesso do empreendimento: Todo lugar que pisar a planta do vosso pé vo-Io tenho dado (v.3)
V 4 A terra dada por Deus ao povo é geograficamente delimitada. As fronteiras são; ao sul a estepe, ao nordeste o rio Eufrates e a oeste o mar. Esta delimitação vem reforçar mais uma vez o forte cunho deuteronomístico da perícope. Ela acentua a pergunta pelos limites da terra prometida, dirigindo os olhos do leitor para um futuro que não é mar, assustador e obscuro, perigoso e indefinido, desde que Deus colocou sobre ele a sua graciosa promessa. (Breit, p.53)
Vv.5 a 7a': Nesse trecho Javé, que ordena a Josué a condução do povo na continuidade de seu caminho em direção à terra da promis¬são, não larga tudo sob responsabilidade do líder. Antes, coloca-se ao lado dele e de seu povo, prometendo ajuda, ou melhor, prometendo a continuidade da ajuda já tão conhecida e experimentada pelo povo através do apoio de Javé ao líder anterior, Moisés. Também a confiabilidade na continuação do apoio de Javé é reafirmada. Ele esteve com Moisés e certamente estará também com Josué. Permanece a promessa e permanece o apoio para a realização da promessa.
Vv. 7a e 8: Daqui por diante, age de forma inconfundível a teologia deuteronomística, segundo a qual o sucesso do empreendimento depende da total obediência à Tora. Há aqui uma repetição da ordem divina, acrescentada de algo novo. Somente a dedicada observância da Tora possibilita a vitória. Esta emenda tão enfática (apresentada no v.7 e praticamente repetida no v.8) quer sublinhar de maneira explícita e insistente qual o caminho correio desejado por Deus para a execução da sua ordem. A obediência irrestrita é fundamental para que Josué e Israel possam contar com o apoio incondicional de Javé. Não basta o estar convencido do apoio divino. É preciso corresponder-lhe por meio da obediência. Essa obediência, no entanto, não se restringe a um simples observar da lei. Me parece que, por detrás das palavras não cesses nunca de falar deste livro da lei (v.8a), está a indicação em direção ao testemunho, à proclamação da Tora como vontade de Deus. Breit (p.52) prefere falar até num cunho propagandístico como atitude em relação à Tora. A lei precisa estar sempre na boca e na mente do líder e dos liderados, como uma rosa-dos-ventos, a nortear cada um de seus passos. É do constante citar, meditar e cumprir da Tora que depende o ser bem sucedido por onde quer que andares (v.7) e o fazer prosperar o teu caminho e ser bem sucedido (v.8). Isso, no entanto, não é nenhuma condição para o sucesso; mas antes, misericórdia presenteadora de Deus. Ele não exige primeiro o cumprimento da lei para depois corresponder à confiança do povo. Lutero não encarou o v.8 como lei, mas como consolo gracioso: Esta é uma maravilhosa promessa para aquele que gosta de ler, estudar na Bíblia e tem nisso empenho; pois será bem-aventurado e poderá caminhar em sabedoria. (apud Breit, p.54)
V.9: Transmite-se mais uma vez, no final, toda a força do estimulo ao povo de Deus. A pergunta não to mandei eu? sugere total falta de motivo para vacilar ou temer. É o Senhor que envia e que garante o sucesso. Por isso: não temas nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares. Com isso, o autor estimula e encoraja seus ouvintes e leitores a seguirem alegremente a ordem de Deus.
III — Escopo
Momentos de transição não representam razão para temor e desconfiança. O Senhor garante sua fidelidade e ajuda seu povo em to¬dos os tempos. O sucesso se obtém pelo perscrutar e meditar constantes na palavra de Deus.
IV — Meditação
Esta interpolação, com a qual o Deuteronomista interpreta a história do povo de Deus, é uma pergunta e uma resposta. Os redatores deuteronomísticos formulam e respondem de forma nova a pergunto pelo fundamento da existência de Israel. Chega-se, então, à conclusão de que o futuro do povo depende do tato de se prender às promessas proclamadas no passado e do fato de seguir os mandamentos divinos no presente. Dessa forma, os redatores dão sua mensagem aos seus contemporâneos, com base em acontecimentos históricos. Não os incomoda a distância entre esses acontecimentos e o presente ao qual pregam. Importa somente a vida do povo no presente e sua continuidade em direção a Javé.
Qual o significado desses fatos para o pregador cristão e para os destinatários de sua mensagem — a comunidade cristã no culto de Ano Novo?
Também para esses há acontecimentos do passado, a serem interpretados à luz do presente, para conduzir a comunidade cristã em direção ao seu futuro, confiando em Deus. O acontecimento decisivo paia a história da Igreja cristã é o seu próprio Senhor Jesus Cristo que, com sua vinda, trouxe nova luz sobre o futuro do homem. Logicamente não há lugar aqui para uma simples imitação do estilo deuteronomístico de pregação histórica. Mas, a distância temporal entre a primeira Páscoa e o Ano Novo de 1982 deve trazer tão poucas dificuldades ao pregador cristão como as trouxeram os acontecimentos históricos interpretados pelo historiador veterotestamentário. O próprio texto nos abre as portas para isso. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé vo-lo tenho dado. (v.3) Aqui está o ponto central que deve nortear o pregador cristão Deus está sempre um passo à frente de seu povo; por isso o povo pode ter confiança na sua caminhada em direção ao futuro. Israel peregrina, sob orientação de Josué, para a terra da promissão. A comunidade cristã recebe, pela pregação do Evangelho, o Senhor presente em todos os tempos. Aqui está a raiz mais profunda da pregação cristã.
O passado que determina o presente e o futuro da comunidade cristã, é o acontecimento pascal. Na Páscoa Deus cumpriu, em seu Filho, a promessa da salvação. Isto é motivo suficiente para a confiança. A promessa cumprida é a luz que orienta cada novo passo a ser dado. É desafio para o engajamento total e confiante. O engajamento é representado pelo passo decisivo em direção a terreno estranho. O terreno estranho é o mundo. O mundo da humanidade vazia de esperança, que anda à cata de migalhas de esperança em suas filosofias, progresso tecnológico, orçamentos para o futuro distante, fé no próprio homem e sua capacidade de superar seus problemas. O terreno estranho é o mundo da falta de confiança; de uma humanidade que prefere confiar no poder dos chefes de estado, na defesa garantida com arsenal atômico e mísseis intercontinentais. O terreno estranho é o mundo da descrença; da humanidade que tem fé somente em si mesma, que crê somente em sua autodeterminação de grandeza e pujança. O terreno estranho é o campo de missão da Igreja de Cristo: o mundo combalido, despido, transtornado, solitário, vingativo, egoísta, conformista, ateu. Sim, o terreno estranho é também a comunidade amedrontada com a perspectiva futura do ano que se inicia. A própria Igreja, por vezes, é o seu próprio terreno estranho e campo de missão. Igreja de Cristo! Eis o Jordão que tens de atravessar! Eis o terreno estranho que tens de pisar com a planta do teu pé! Não há razão para hesitar no passo em sua direção porque: já vo-lo tenho dado. Deus já está à nossa frente… melhor, puxando a frente de sua Igreja. O que está do outro lado do Jordão? O Reino de Deus; a última etapa da promessa!
Esta caminhada em direção a terreno estranho por entre escarpas e depressões só se realizará sob a luz da palavra de Deus. Nela encontramos a promessa e dela obtemos confiança na fidelidade divina. Os desafios surgem da interpretação da história e da realidade a partir da Bíblia (a Bíblia numa mão e o jornal noutra — K.Barth). Devemos perguntar criticamente: a comunidade cristã está a caminho com os olhos voltados para o constante, atento e insistente perscrutar da Bíblia? Ela ouve e pergunta diariamente pelo seu conteúdo de fé, orientação, promessa e desafio? Ela pesquisa no seu conteúdo e encontra nele o lubrificante para suas engrenagens? O êxito da caminhada da comunidade cristã irá depender de se deixar conduzir e orientar diaria-mente na sua ação e proclamação pela palavra do seu Deus. Apoiada nesse elo de ligação vital com seu Senhor, permitindo que ele participe de seus caminhos, não haverá razão para temor e espanto, porque o Senhor, teu Deus, é contigo em todos os teus caminhos.
V — Para a prédica
A pregação cristã sobre este texto indicado para um momento de transição como o Ano Novo, deveria seguir os seguintes passos:
1. Narração viva e atualizante do momento histórico de Israel narrado pelo texto, abordando o momento de transição representado pelo Ano Novo (vide introdução). Nessa parte deve ficar bem ressaltada a confiabilidade na ajuda de Deus, demonstrada na continuidade de seu acompanhamento, passado de Moisés para Josué.
2. Perguntar pelo significado disso para a Igreja cristã, hoje. A Páscoa é o acontecimento do passado que determina o presente e o futuro da Igreja. Nela encontramos razão para continuar confiando na ajuda divina à Igreja de hoje.
3. Não basta confiar. É preciso, a partir da Páscoa, dar o passo decisivo em direção ao terreno estranho. Do outro lado do Jordão de hoje está o Reino de Deus; a última etapa do cumprimento da promessa.
4. O caminho da Igreja deve ser iluminado pela palavra de Deus. Ela lança os desafios. Ela nos encoraja ao passo decisivo. Meditá-la e pesquisá-la — poder fazer isso é presente do amor de Deus à Igreja. Esse elo de ligação com Deus garante o sucesso da caminhada da Igreja, e assim não há lugar para medo e desânimo.
VI — Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Senhor Jesus Cristo, neste momento chegamos diante de ti e de tua graça misericordiosa, para te confessarmos os nossos pecados. Queremos fazê-lo como tua igreja: queremos fazê-lo como membros do teu corpo. E já queremos começar por isso. pois muitas vezes não temos sido tua Igreja: muitas vezes não temos sido membros do teu corpo. Nós planejamos e executamos como nos apraz: nós confiamos em nossa própria coragem e capacidade de realização: nós mesmos ditamos as regras do jogo e queremos que a Igreja caminhe segundo nossa orientação. Nós te confessamos nossa falta de confiança em tua orientação, em teu amor. em tua liderança. Nós te confessamos que não temos andado segundo o teu Evangelho. Pedimos-te por perdão, pois nos arrependemos do caminho trilhado até aqui. Compadece-te de tua Igreja e sê tu o seu guia nesse novo ano que se inicia. Tem piedade de nós. Senhor!
2. Oração de coleta: Senhor nosso Deus e Pai. Tu nos dás a tua palavra, através da qual nos transmites tua vontade, teu consolo, tua ajuda e teu perdão. Permite que nós, como Igreja de Cristo, busquemos nela a orientação diária para a nossa missão. Derrama o teu Santo Espirito sobre tua Igreja, para que cresça na fé e na confiança em ti. Que a tua palavra possa ser a ponte em direção ao desafio que está diante de nós neste Ano Novo. Amém
3 Oração final: Eterno e todo-poderoso Deus. Graças te damos por essas palavras de consolo e encorajamento que nos permitiste ouvir. Inicia-se uma nova etapa na nossa vida. Um campo aberto está diante de nossos olhos. É um campo de missão que temos. Sê tu conosco para que não fraquejemos diante das dificuldades que nos esperam. Não permitas, no entanto, que nossa intercessão seja apenas de palavras; dá que seja de testemunho e de ação concretos. Por isso:
abre os nossos olhos para que possamos ver a injustiça que nos rodeia, na forma de milhares de seres humanos espoliados, desprezados, discriminados, desconsiderados;
abre os nossos ouvidos para que possamos ouvir o grito de socorro das barrigas vazias, o clamor por compreensão dos corações atemorizados pelo futuro, o canto desesperado dos que clamam por algo em que contiar;
abre a nossa boca para que testemunhemos o teu amor aos sem amor. o teu perdão aos sem perdão, a tua justiça aos injustiçados, o teu consolo aos desconsolados, a tua salvação aos náufragos da vida, o teu Evangelho aos va-zios e duros de coração;
abre o nosso nariz para que cheiremos a podridão do mundo, o inconfundível odor das favelas e da miséria; mas também para sentirmos o cheiro bom e reconfortante dos lugares onde há comunhão, dos lugares onde dois ou três estiverem reunidos em teu nome;
abre as nossas mãos para dar, para afagar, para receber em nosso meio os solitários, para estendê-las em reconciliação ao nosso inimigo, para sustentar os fracos em teu nome:
permite, enfim, Senhor, que andemos nos teus caminhos e que confiemos em tua ajuda para enfrentarmos nossa missão e tarefa, nossa terra estranha com confiança em ti e com base na tua palavra. Amém.
VII — Bibliografia
– BREIT.H. Meditação sobre Josué 1.1-9. In: Calwer Predigthilfen. Vol.2. Stuttgart, 1963.
– HOMBURG.K.Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo, 1975.
– JAEKEL.P. Lesegottesdienst für den Neujahrstag 1970. In: Wege zum Wort, Caderno 1. Berlin, 1970
– KRAUS.H.J. Meditação sobre Josué 1.1-9. In: Göttinger Predigtmeditationen. Ano 64. Caderno 11. Göttingen, 1975.
– NOTH.M. Das Buch Josua. In: Handbuch zum Alten Testament. Vol.7. 2a ed. Tübingen, 1953.