Prédica: 1 Tessalonicenses 5.12-24
Autor: Verner Hoefelmann
Data Litúrgica: 14° Domingo após Trindade
Data da Pregação: 23/09/1984
Proclamar Libertação – Volume: IX
I – Situando a carta
A comunidade de Tessalônica se constituiu graças ao trabalho de Paulo, Silas e Timóteo, no decorrer da chamada segunda viagem missionária.
Segundo At 17.1-10, a missão nessa cidade portuária teve que ser bruscamente interrompida: judeus invejosos conseguiram alvoraçar o povo contra os missionários, sob a alegação de estes estarem procedendo contra os decretos de César.
Esta situação se reflete na própria carta. Paulo teme pela sobrevivência da jovem comunidade em meio a um ambiente hostil ao Evangelho (3.5). Gostaria de visitá-la novamente, mas por enquanto tem sido impedido (2.18). Timóteo foi enviado em seu lugar, com a tarefa de animar e confirmar a comunidade (3.2s). O reencontro de ambos se deu provavelmente em Corinto (At 18.5), onde Paulo foi informado que os tessalonicenses continuavam firmes na fé e na prática do amor (3.6;1.3), apesar das tribulações(3.7).
Na carta que lhes dirige, o apóstolo não cansa de agradecer a Deus pelos frutos da proclamação do Evangelho naquele meio (1.2;2.13;3.9). Mas ele sabe, também, que a comunidade não está pronta (2.12;3.10,12s;4.1,9ss.), e precisa de orientação a respeito de problemas específicos da fé (4.13ss;5.1-H).
Também os outros dois colaboradores são mencionados como autores da carta(1.1). Escrita em 49/50 d.C., em Corinto, ainda no percurso da segunda viagem missionária, esta e a primeira carta de Paulo é o documento mais antigo do NT.
II — Texto
Com o texto em pauta, Paulo inicia a parênese final e praticamente termina a carta. Por causa do v.23 a perícope também tem sido usada para a época de Advento. Por esta razão, talvez tenham sido excluídos os vv.12s, já que dentro dessa temática eles se tornam secundários. No entanto, vamos tratar o texto para um dos domingos após Trindade. Depois da comemoração dos grandes eventos salvíficos de Deus, esta é a época silenciosa do crescimento da comunidade e de seu serviço ao mundo. Nesta perspectiva também os versículos em questão se tornam importantes.
Propomos a seguinte estrutura para a perícope:
vv. 12-13: exortações com respeito aos que presidem a comunidade;
vv. 14-15: exortações para a convivência fraterna;
vv. 16-22: exortações quanto à vida na fé;
vv. 23-24: votos finais
Vv. 12-13: As palavras rogar e exortar (vv.12,14) frequentemente fazem a ligação entre a parte querigmática (anúncio da salvação) e a parte parenética (chamado para uma nova vida) das cartas paulinas. As exortações que seguem, portanto, não devem ser entendidas e proclamadas como simples apelos moralistas. Elas são fruto da proclamação do Evangelho, pelo visto, ainda muito presente na lembrança dos tessalonicenses (2.1s;4.1s). Lembremos como Paulo se reporta justamente ao poder do Evangelho e à presença do Espírito Santo, quando se refere ao seu trabalho na comunidade (1.1ss). O clima de expectativa pelo iminente retorno de Cristo (1.10; 2.12,19; 3.13; 4.13-5.11), longe de paralisar as energias éticas, transforma-se num motivo a mais para o exercício de uma vida santificada (3.13; 4.iss: 5.23). Portanto, mesmo que toda carta refuta uma preocupação de ordem mais pastora!, é importante ter em vista que se trata de implicações práticas do anúncio da boa nova salvífica de Deus.
No trecho anterior o apóstolo estava abordando a questão do segundo advento de Cristo. Em relação a isso, diz ele, o importante é saber que não estamos destinados para a ira, mas para a salvação mediante Jesus Cristo. Depois de incentivar a mútua consolação e edificação na comunidade, seu pensamento se volta em especial aos que a dirigem e nela trabalham. De que e de quem se trata? Mesmo que já exista em Tessalônica uma espécie de círculo diretivo, ainda não se pode falar de ministérios especiais, como mais tarde serão conhecidos Trata-se aqui de pessoas carismáticas que se preocupam pelo bem-estar, em sentido amplo, dos demais. A conotação dos termos empregados indica que sua tarefa é, sobretudo, poimênica. Mas também profética: como adiante alguns exemplos irão demonstrar, às vezes é necessário coragem e firmeza no trato com os membros da comunidade. Por isso mesmo, os dirigentes se tornam incômodos para alguns. É neste contexto que Paulo pede aos tessalonicenses que os tenham em amor e consideração, que vivam em paz com eles, justamente por causa do trabalho que realizam.
Vv. 14-15: Antes de entrarmos neste bloco, convém chamar a atenção para o seguinte: as exortações que seguem continuam dirigidas a todos os irmãos, e não somente aos dirigentes da comunidade. Admoestar, consolar e edificar a comunidade é responsabilidade confiada a todos os membros, e não apenas a seus dirigentes. Em 4.18 e 5..11 isso é expressamente afirmado, e deve ser pressuposto também no caso da nossa perícope. Estamos, pois, tratando do sacerdócio geral de todos os crentes. Vamos ver como isso pode tornar-se concreto na vida de uma comunidade.
A primeira referência de Paulo diz respeito aos ATAKTO (preguiçosos; Almeida: insubmissos). Conforme 2 Ts 3.6-12, são pessoas que, em vista da iminente parusia de Cristo, julgam não precisar mais trabalhar. Em vez disso, intrometem-se na vida alheia, vivendo às custas dos outros e causando discórdia dentro da comunidade, além de tornar-se mau exemplo para os de fora. A estes Paulo tem seu próprio exemplo para contrapor. Mesmo tendo direito de viver de seu apostolado, a proclamação do Evangelho em Tessalônica não correu às custas dos tessalonicenses (2.7-9; 2 Ts 3.7-9). Por isso, os que vivem às custas dos outros devem ser exortados a trabalhar com as próprias mãos (4.11; 2 Ts 3.1 Os). A segunda carta sugere medidas mais severas contra essas pessoas, que aparentemente ainda não haviam reparado sua conduta (2 Ts 3.6; cf. Mt 18.15-17).
O segundo grupo de pessoas que carece de atenção poimênica da comunidade são os desanimados. A expressão pode referir-se àqueles que, conforme 4.13, justamente haviam se entristecido por causa dos que dormem. Sabemos que este assunto, das pessoas que morreram sem presenciar a parusia de Cristo, levantou grande preocupação a comunidade. A expressão pode referir-se ainda àquelas pessoas que perderam o ânimo por causa das tribulações e perseguições sofridas pela comunidade (1.6; 2.14-16; 3.3s,7). Esses desanimados necessitam de consolo, a exemplo do que Paulo deu e recebeu (2.11 s; 3.6s). Uma palavra consoladora aos enlutados já fora dada em 4.13-18. Aos atribulados Paulo também já lembrara que a perseguição e o sofrimento parecem ser uma marca imposta aos que assumem a causa de Cristo (2.14s; 3.3s; cf. também 1 Pe 4.12ss).
O terceiro grupo de pessoas mencionadas são os fracos. ASTHENËS, na terminologia paulina, designa especialmente os fracos na fé (l Co 8.7,9,11; Rm 14.1;etc.). Mas o termo pode referir-se ainda à enfermidade física (Gl 4.13) ou, até mesmo, ser equivalente a pobre (1 Co 1.27). O importante é que também estas sejam acolhidos pela comunidade (Rm 15.7).
A longanimidade, que é devida a todos, tem sua origem em Deus mesmo (Rm 2.4). É uma grandeza que não força ou violenta as pessoas, mas sabe colocar-se ativa e pacientemente ao lado delas, na confiança e na esperança de sua transformação.
A recomendação de não retribuir mal por mal (v.15) ganha maior plasticidade, se lembrarmos o posicionamento de Jesus frente à lei de talião (Mt 5.38-42). Ambos os textos falam não apenas de desistir passivamente da vingança, mas de vencer o mal com uma atitude positiva. Mera passividade diante de uma injustiça ou agressão sofrida ainda dá margem para um tipo de vingança muito sutil, que talvez só não se expresse em ações concretas: o ressentimento e o ódio. Na comunidade cristã se ensaia cortar o mal pela raiz: erradicar o mal pela prática do bem, o que é um reflexo da justiça divina. Importante também é que esta atitude ganhe repercussão fora da comunidade, como fermento na massa.
Vv. 16-22: Esses versículos dão o embasamento aos anteriores. A convivência fraterna na comunidade e a solidariedade para com os fracos se nutrem do relacionamento com aquele Deus que busca contato com a sua criatura marginalizada e fraca. A vontade de Deus (veja também 4.3) é desdobrada aqui em três aspectos:
a) O convite à alegria (v.16) é bastante frequente nas cartas paulinas. Vale a pena notar que CHAIREIN (alegrar-se) provém da mesma raiz que CHARIS (graça). É realmente a graça imerecida e a experiência do amor divino que formam o fundamento da alegria cristã. Esta não está enraizada em nós mesmos e, por isso, não depende das circunstâncias que atravessamos. Ela é alegria no Senhor (Fp 4.3). Por essa razão, ela pode ser afirmada até mesmo em meio à tribulação pela qual passa a comunidade (1.6; 3.7,9). A perseguição e a tribulação não têm a força de anular ou intimidar a eficácia da fé, porque a fé age na certeza de que a vitória pertence a Deus (1 Co 15.57).
b) A oração (v.17) é como a respiração da fé. Ambas têm o mesmo pressuposto: elas só são possíveis porque Deus rompe nossa solidão e se comunica conosco por meio de sua Palavra. Por isso mesmo, a oração é sempre a resposta do cristão que se sabe interpelado por Deus. Somos convidados a orar incessantemente, e isso quer preservar-nos do perigo de fazer uma dicotomia entre o retiro da oração e a presença divina em nosso cotidiano. A frase nos lembra que nossa vida toda deve ser responsavelmente vivida na presença de Deus.
c) Na base de todo agradecimento (v. 18) está a convicção de nossa dependência fundamental de Deus, e de que precisamos uns dos outros para viver. Quem não sabe agradecer é facilmente dominado pelo orgulho e pelo desprezo aos outros, pois pensa ter conquistado tudo o que é e tem com as próprias forças. Por aqui começa a exploração do semelhante.
Os vv. 19-22 continuam a mesma temática, só que em sentido universo: o assunto não é mais a comunidade diante de Deus, mas a ação de Deus na comunidade, através de seu Espirito e de sua Palavra. Em 4.9-5.11, 14a, Paulo havia corrigido manifestações entusiastas na comunidade, decorrentes de uma falsa compreensão da parusia de Cristo. Agora, convém proteger a própria correção de mal-entendidos. Por isso: ''Não apagueis o Espírito (v.19). Esta palavra se torna ainda mais compreensível, se levarmos em conta que se trata de uma comunidade jovem, cuja vida espiritual ainda está nos inícios. Apagar o Espírito seria a mesma coisa que apagar a chama de onde provém toda a plenitude de dons e carismas, através dos quais a comunidade é edificada e Deus realiza sua obra no mundo (1 Co 12.4-11).
Entre as manifestações do espírito, a comunidade deve estimar em especial o dom da profecia (v.20), provavelmente em descrédito no seu meio. Ele deve ser especialmente procurado porque por seu intermédio a comunidade é edificada, exortada e consolada (1 Co 14.1-4), e não somente o indivíduo.
Entretanto, nem tudo o que se diz proveniente do Espírito procede realmente do Espírito de Deus. Por isso, nos dois versículos seguintes (21 e 22) Paulo aponta para a necessidade de avaliar criticamente as manifestações do Espírito, com a finalidade de reter apenas o que é bom. Mais tarde, na Primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo há de referir-se ao discernimento de Espírito como um dos carismas concedidos à comunidade (1 Co 12.10; 14.29; cf. também 1 Jo 4.1). No mesmo contexto ele define também o critério pelo qual importa discernir os espíritos e carismas: eles procedem de Deus se estão em conformidade com a fé cristã, se servem, não a interesses particulares, mas ao bem de toda a comunidade, e se são exercidos em amor (1 Co 12.3.7; 13: cf.1Pe 4.10).
Vv. 23-24: Esta visão tripartida da pessoa humana, como espírito, alma e corpo (v,23), quer expressar simplesmente que a vida toda dos tessalonicenses, seu pensar, querer e agir, é marcada pela obra santificadora de Deus. Esta obra de santificação de forma alguma está terminada, conforme expresso em diversas partes da carta. Ela é um processo dinâmico que inicia no Batismo e quer estar em continua realização até a parusia de Cristo. Deus é fiel, e haverá de completar a obra iniciada até a vinda de seu Filho (v.24).
III — Meditação
1. Conforme já salientamos, nesta longa série de domingos após Trindade não temos nenhum evento especial do calendário eclesiástico para comemorar. Natal, Paixão/Páscoa e Pentecostes estão, há muito tempo, atrás de nós, e são eles que concentram momentos culminantes da história salvífica: o Deus que assume a história humana, o Deus por nós e o Deus conosco. São acontecimentos que ressaltam o que Deus tem feito por nós e visam sobretudo despertar nossa fé e confiança. Por outro lado, caminhamos firmemente rumo à consumação final da História, que é lembrada no último domingo do Ano Eclesiástico.
Resumidamente, esta é a situação dos cristãos no mundo: eles se alimentam das promessas de Deus que já se realizaram, e por isso caminham firmemente em direção às promessas de Deus que estão por realizar-se. Ambas as coisas, passado e futuro, o que Deus já fez e ainda fará, certeza e esperança, são determinantes para a sua vida no presente. Também os cristãos de Tessalônica vivem nessa tensão: de um lado, a proclamação do Evangelho, recentemente acontecido, que criou fé e transformou os crentes numa comunidade; de outro lado, a esperança do encontro final com Cristo, quando, então. Deus será tudo em todos.
2. Como viver neste tempo intermediário? Nosso texto é uma das respostas de Paulo a esta questão, dirigida especificamente à comunidade de Tessalônica. Como nas outras ocasiões em que o assunto é debatido, também aqui a resposta do apóstolo é clara; a fé cristã não autoriza ninguém a viver este tempo de braços cruzados, numa espera passiva, justificando assim toda sorte de injustiças e procedimentos que se verificam no seio da comunidade e da sociedade. Bem ao contrário, este é um tempo em que a comunidade deve crescer na fé e na prática do amor fraterno, com evidentes reflexos no mundo em que vive.
A análise do texto mostrou como Paulo pode tornar-se concreto, ao abordar algumas questões especificas da comunidade. Ele está informado de que existem problemas e tensões numa série de âmbitos, que vamos sintetizar aqui rapidamente, com a finalidade de facilitar a atualização:
a) no relacionamento dos membros da comunidade com aqueles que a dirigem e organizam;
b) nas relações de trabalho, onde alguns exploram os outros, usando até mesmo convicções religiosas;
c) pessoas que são marginalizadas e perseguidas por causa de sua fé;
d) pessoas enlutadas e desanimadas, que sofrem a perda de entes queridos ou que não têm mais vontade de viver;
e) relações sociais injustas e conflitivas, porque predomina a vingança, a concorrência e a lei do mais forte;
f) ouvidos fechados para a Palavra consoladora e desafiadora de Deus;
g) bocas fechadas para a oração, para o louvor e o agradecimento a Deus;
h) barbaridades que se diz ou faz em nome da fé, por falta de discernimento espiritual ou manipulações ideológicas.
3. Partindo desses âmbitos, certamente não teremos dificuldade em focalizar questões concretas de nossas comunidades e do contexto em que vivem. Entretanto, estaríamos perdendo um aspecto essencial do texto, se esgotássemos a prédica com um simples levantamento das necessidades existentes em nosso meio. O texto nos faz pensar na seguinte questão: quem é atingido por tais necessidades? Vamos esperar que a solução venha pronta de cima, paternalisticamente? Nos meios políticos costuma-se dizer que o Governo, que os políticos profissionais, que os tecnocratas e empresários estão providenciando a solução do impasse econômico. Enquanto isso, o povo que aperte o cinto. Em nossa estrutura paroquial, via de regra, as coi¬sas não são diferentes: o trabalho de pregação, visitação, poimênica, organização, denúncia profética, tudo recai sobre o pastor. Quando ele consegue desempenhar seu ministério a contento, sente-se realizado e a comunidade o preza como um bom pastor. Quando ele não consegue dar conta do recado (ou não dá o recado a gosto), a comunidade se esvazia e, eventualmente, o afasta de seu cargo.
Não estamos em condições de responder quem é responsável por essa estrutura e quem está mais interessado em mantê-la: o pastor ou a comunidade. Mas uma coisa é certa: nosso texto (e o NT em geral) não conhece uma Igreja que serve com dinheiro, enquanto uma elite serve, em troca, com bens espirituais. Diz o nosso texto que todos os membros são conjuntamente responsáveis pela edificação da comunidade, pelo testemunho e pelo serviço, pelo anúncio e pela denúncia, pelo encorajamento junto aos fracos e desanimados. O Espírito não concede todos os dons a uma pessoa, como também não deixa de capacitar ninguém para o serviço.
Nosso texto reflete um pouco daquilo que se tornou um dos pilares da reforma luterana: todos os cristãos são sacerdotes. Mas isso não significa somente (como tem sido unilateralmente acentuado e compreendido) que todo o cristão tem acesso direto a Deus pela fé e pela oração. Significa, muito mais, que sua vida toda é um constante culto a Deus: no serviço a outras pessoas, na ajuda aos necessitados, no amor ativo, na profissão, na edificação da comunidade e até mesmo na organização política.
Dentro deste espírito, a reforma luterana também colocou o ministério eclesiástico numa outra perspectiva: o ministro, com sua formação e ordenação, não está ai para criar dependência nas pessoas e concentrar poder sobre si mesmo. O ministério (DIAKONIA) do pastor, em sua responsabilidade especifica pela correta pregação e administração dos sacramentos, tem a finalidade de despertar fé e serviço mútuo entre os membros (Lc 22.25-27).
Dentro desta visão, podemos retomar agora o levantamento das necessidades constatadas em nosso meio. Temos muito que fazer. Mas, graças a Deus, também temos povo santo em número suficiente. Falta-nos descobrir que a comunidade é que precisa ser poimênica e profética.
Para a prédica sugerimos recontextualizar as linhas da meditação.
IV — Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Nosso Pai amado, muitas vezes resistimos à tua Palavra, e não queremos que ela transforme nossa maneira de ser e pensar. Há muitos conflitos e injustiças em nossa vida familiar, em nossa comunidade e na sociedade em que vivemos. Enxergamos a solidão, o sofrimento e a miséria de tantos ao nosso redor. E continuamos de braços cruzados, esperando que alguém tome uma iniciativa. Não aproveitamos a força que a fé em ti nos dá para transformar o sofrimento em alegria, passividade em resistência e engajamento. Ao contrário de teu Filho, que veio para servir, nós preferimos ser servidos. Ajuda-nos, ó Deus, para que o serviço de teu Filho em favor de nossa salvação nos transforme em servos uns dos outros. Tem piedade de nós. Senhor!
2. Oração de coleta: Agradecemos-te, Senhor, pela força de tua Palavra, que nos tirou de casa e nos trouxe até aqui. Prepara nosso coração e nossa mente para que a semente da tua Palavra encontre terreno fértil em nós, germine e produza frutos. Amém.
3. Assuntos para a oração final: agradecer a Deus pelo exemplo de seu Filho Jesus Cristo, que doou sua vida em favor de nossa salvação, de nosso bem-estar físico e espiritual; agradecer a Deus pelos frutos do Evangelho em nosso meio, nas pessoas que servem e se despojam em favor do irmão sofre dor; pedir que o Espírito Santo desperte e aperfeiçoe nossos dons e talentos e que estes sejam usados para a edificação da comunidade: que saibamos reconhecer nossa interdependência e estejamos abertos ao dar e ao receber, pedir pelo relacionamento entre pastor, comunidade e diretorias, para que haja trabalho integrado e sintonizado a serviço da propagação e da vivência do Evangelho; que Deus vença nossa passividade e comodismo e nos integre no corpo vivo de sua comunidade, onde a gente chora com os que choram, se alegre com os que se alegram, se solidariza com os marginalizados e lula por sua libertação; que Deus providencie pessoas certas que nos ajudem em nossa falta de fé e em nossa dificuldade de orar; que nossa comunidade seja sal e luz no lugar em que está.
V — Bibliografia
– CHRISTEN haben einen Auftrag. In: JENTSCH, W. ed. Evangelischer Erwachsenenkatechismus. 2.ed. Gütersloh, 1975, p. 1127-1238.
– MARXSEN, W. Der erste Brief an díe Thessalonicher.ln: Zürcher Bibelkommentare. Vol.11/1 Zürich, 1979.
– OEPKE, A. Der erste Brief an die Thessalonicher, In: Das neue Testament Deutsch. Vol.8. I2.ed. Göttingen, 1972.
– SCHLIER, H. Der Apostel und seine Gemeinde. 2.ed. Freiburg im Bresgau, 1973.