Prédica: Apocalipse 3.1-6
Autor: Edson Edílio Streck
Data Litúrgica: 3º Domingo de Advento
Data da Pregação: 11/12/1983
Proclamar Libertação – Volume: IX
Tema: Advento
I — Alguém está escutando o despertador?
Advento: tempo de espera e preparação. Lembramos o mistério da encarnação de Deus. Deus se aloja no menino de Belém, em Jesus de Nazaré e no crucificado do monte Calvário — para nos desalojar de nosso egoísmo. Advento é acima de tudo uma época que pretende minar nossas ilusões e nossa falsa segurança. Todas as nossas obras são checadas: sonhos, desejos e esperanças; ações e omissões; passado, presente e futuro. Mas na época de Advento geralmente nos falta tempo. Somos engolidos pelo atropelo, pelo sufoco e pelo barulho.
Sinos de igrejas e de um exército de homens vestidos de Papai Noel fazem tanto barulho que não conseguimos escutar o despertador contido em Ap 3.1-6. Nossos ouvidos não percebem o chamado que o Espírito faz às igrejas!
Pessoas e vozes acenam de todos os lados, convidando-nos para as ofertas, os descontos, os bons preços, a qualidade e o bom gosto dos produtos que nos têm a oferecer. Fazem tantos apelos que não conseguimos ver o despertador contido em Ap 3.1-6. Nossos olhos não percebem o aceno que o Espírito faz às igrejas!
Mãos e pés não param. Assumem a loucura, a correria e o trabalho que marcam os últimos dias do ano, especialmente os dias que antecedem o Natal. Corremos tanto, qual dopados, que não conseguimos perceber o despertador contido em Ap 3.1-6. Nossos sentidos não percebem o convite que o Espírito faz às igrejas!
Nosso agir, nosso viver, está tão preocupado conosco que não conseguimos despertar. De tanto barulho, não ouvimos o despertador!
II — Um som diferente: será um despertador?
O Apocalipse de João é urn livro muito rico em palavras de consolo. Contém criticas a uma situação opressora e assassina que se cria no presente vivido por João. Enche de esperanças aqueles que sofrem perseguições por causa de sua fé e que entregam a própria vida na luta por um mundo mais justo. Sem lágrimas não se compreende este livro, diz Bengel (citado por Lawton, p. 5). A cruz, como marca de sofrimento e esperança, é a chave para entender corretamente a mensagem deste livro. Por isso, principalmente em momentos de aguda crise e perseguição, a Igreja tem encontrado nele uma fonte de vida, sobrevivência e crescimento.
O Livro de Apocalipse é dirigido às sete igrejas que se encontram na Ásia (1.4,11). João, um cristão que sofre a perseguição imposta a todos os cristãos, seus companheiros e irmãos na fé (1.9), escreve palavras que lhe são ditadas por Jesus Cristo (1.1,19). Dias terríveis são vividos pelos cristãos no final do primeiro século de nossa era. O futuro dos que são perseguidos torna-se nebuloso, amedrontador. Ao serem abertas novas perspectivas em relação ao futuro, o presente vivido pelos cristãos nos dias de João enche-se de esperança. Presente e futuro, futuro e presente, passam a formar uma relação dialética cheia de vida. É nesta dialética que o Livro de Apocalipse deve ser lido: vê-lo apenas a partir de uma destas perspectivas e de uma só ótica seria, acima de tudo, negar que Deus é o Senhor da História. Deus não tem palavras apenas para o futuro. Mas suas palavras também não valem só para o presente. A fé cristã não pode, portanto, aceitar um tempo presente que não tenha futuro. Da mesma forma não pode projetar um futuro que não venha a alterar consideravelmente o presente.
Esta dialética entre presente e futuro está bem clara nas sete cartas que são enviadas às sete igrejas da Ásia. Tais cartas formam a primeira grande parte deste livro. É aconselhável passar os olhos por todas estas cartas (Ap 2-3). Teremos, então, uma visão global e contextual da pericope escolhida para o 3° Domingo de Advento (a maioria dos comentários coloca-a no 2° Domingo de Advento): Ap 3.1-6.
Na Bíblia o número 7 designa algo completo em todos os sentidos e dimensões, por este motivo estas 7 cartas devem ser entendidas como um todo: são dirigidas a todas as igrejas cristãs, em todos os tempos e lugares Contêm, é claro, o endereço particular de cada comunidade. Respeita-se assim a individualidade da igreja local, que em seu contexto sente determinados problemas e encontra soluções específicas. Deixando valer a diversidade entre as comunidades, criada principalmente pela pluralidade de contextos e situações (e não pela pluralidade de interpretações da Palavra de Deus), estas l cartas têm em vista a unidade da Igreja. Cristo é o único Senhor da Igreja: ela permanece na sua mão direita (1.20); Cristo anda junto e em meio a ela (2.1); dirige-lhe sua Palavra através de seu Espírito (cf. o final de todas as cartas).
Em seu aspecto formal todas as cartas apresentam a mesma estrutura, baseada em antiga linguagem profética. Inicialmente cita-se o destinatário das palavras que virão. Segue a apresentação daquele que fala. Na parte central das cartas é descrita a situação da comunidade, apontam-se seus erros e virtudes através de elogios (faltam nas cartas a Sardes e Laodicéia) e repreensões (não estão presentes nas cartas a Esmirna e Filadélfia). Faz-se então o convite ao arrependimento, são ditas palavras de alerta e feitas promessas aos que permanecerem fiéis. Logo após é descrita em detalhes a recompensa que será dada aos vencedores. E as palavras finais são idênticas em todas as 7 cartas: Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. (Obs.: será citada, aqui, a versão de A Bíblia na Linguagem de Hoje por ser a mais acessível.)
III — O som torna-se claro: é um convite para despertar
V.12: Ao anjo da Igreja de Sardes escreva o seguinte: Ap 3.1-6 apresenta a quinta carta. É destinada à comunidade cristã em Sardes. Nesta carta está presente a estrutura das demais, exceto no aspecto já mencionado: em Sardes não há virtude que mereça elogios. Uma comparação com as demais cartas também mostra que aqui encontramos em maior número as advertências e as exortações.
Séculos atrás Sardes era conhecida pelos gregos como sendo a maior cidade da região. Tornou-se famosa por sua riqueza e luxo através de Creso (último rei da Lidia, que reinou entre 560 a 546 a.C., célebre pela sua riqueza e generosidade). Geograficamente Sardes estava bem situada, numa posição relativamente segura. Foi, mesmo assim, vencida pelos persas, pelos atenienses, por Alexandre Magno e finalmente pelos romanos. Nos dias de João, no final do primeiro século, Sardes encontrava-se em decadência: era uma igreja morta em uma cidade morta (Gruell, p.33). Não dispomos de outras informações a respeito da comunidade cristã em Sardes, a não ser as que encontrarmos neste texto: cidade e comunidade encontram-se estagnadas e adormecidas, quase morrendo.
V.1b: Esta é a mensagem daquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas.
Os sete espíritos encontram-se diante do trono de Deus (1.4), mas pertencem a Cristo (3.1; 5.6). Da mesma forma as sete estrelas são sinônimo de poder (1.16): poder que se estende por sobre todas as sete igrejas (1.20). Cristo se dirige à comunidade de Sardes como aque¬le que detém todo o poder e autoridade.
V.1c: Eu sei o que vocês estão fazendo. Dizem que vocês estão vivos, mas de fato estão mortos
Cristo conhece a sua comunidade em Sardes e fala especificamente para dentro de sua situação: Conheço as tuas obras (segundo a versão de Almeida). Não sabemos quais eram estas obras. A repreensão não é, pois, por haver total ausência de obras na comunidade. Ela ocorre devido á má compreensão, à falsa interpretação e ao resultado infrutífero das obras que estão sendo praticadas. Obras devem ser fruto da fé, do Espírito (cf. Gl 5.22s). O aspecto exterior revelado nas obras mostra o aspecto interior da fé (Lohmeyer, citado por Schoenborn, p.11). Nas obras a fé toma posição: revela se sua opção é a favor da vida ou da morte. O problema é grave: a igreja em Sardes consegue iludir outros e a si mesma — aparentemente tudo está em ordem, tem-se a impressão de que há muita vida na comunidade. Tudo não passa de engano! Cristo conhece as obras destes cristãos. Tira-lhes a máscara: as obras deles de fato não contribuem para a edificação do Reino de Deus; ao invés de promover a vida, tais obras aproximam a morte.
V.2: Despertem e fortaleçam aquilo que vocês ainda têm, antes que morra completamente. Porque sei que o que vocês fizeram não é ainda perfeito diante do meu Deus.
A aparente piedade é desmascarada. As obras da comunidade talvez sejam muitas e importantes aos olhos dos homens, mas não estão de acordo com a vontade de Deus. A perfeição está longe. A comunidade morta é comparada, agora, a alguém que dorme: desper-tem! O despertador toca em Sardes. Ele toca para todos.
Aquele que estava morto e agora vive, Cristo, desperta para a vida a sua comunidade que se encontra adormecida e a caminho da morte. Aos que acordam é dirigido o pedido de fortalecer o restante que está morrendo. As palavras de Cristo ainda não trazem o julgamento final e a condenação eterna, mas vêm carregadas de estímulo. Não é hora de abandonar os que estão dormindo. É hora de despertá-los, de fortalecê-los. É hora de cortar o avanço da morte no seio da comunidade. In den Ruf liegt die Gabe, in der Gabe die Aufgabe (Lawton, p. 19): no chamado de Cristo para despertar, a comunidade é presenteada; consequência deste presente é a tarefa de despertar e fortalecer outros. Um pecador ajuda outro, num despertar mútuo e em corrente, levando a uma ação que procura ser perfeita diante de Deus. O texto é muito claro: uma comunidade, quando adormecida, não vive só de repreensões, mas de estímulos e de tarefas. As palavras de Cristo sacodem os cristãos de Sardes do seu sono, chamando-os para um serviço que seja condizente à vontade de Deus. A comunidade somente se torna viva, quando todos os que estão ameaçados pela morte recebem vida.
V.3a: Portanto, lembrem-se do que aprenderam e ouviram.
Em todo o v.3 continuam os imperativos. A comunidade tem recebido o Evangelho. Nesta condição ela é chamada à responsabilidade. Pois não basta aprender e ouvir a Palavra de Deus: é necessário pô-la em ação e colocar a vida a serviço. Neste contexto não soam estranhas as palavras que ouvimos no dia da Confirmação: … recebestes instrução no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo…
V.3b: Obedeçam, e se arrependam.
Surgem dois novos conselhos. À comunidade é oferecida a possibilidade de arrependimento, como dádiva de Deus: uma porta se abre ao pecador, braços o acolhem. Arrependimento não é um passo desejado e planejado pelo homem. O convite ao arrependimento leva a olhar para o passado (lembrem-se do que aprenderam…), chama para uma atitude responsável no presente (obedeçam…) e abre, assim, possibilidade para o futuro vitorioso com Cristo. A comunidade mergulhada na indiferença, praticamente morta, somente passa a ter vida se aceita o arrependimento como um presente e um compromisso.
V.3c: Se não despertarem, eu virei a vocês como um ladrão e não ficarão sabendo da minha vinda.
A vinda de Cristo para o julgamento definitivo acontecerá como a vinda de um ladrão: será totalmente inesperada, imprevisível, terrível. Vários outros textos do Novo Testamento trazem esta comparação: Mt 24. 43; Lc 12.39; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10. A lembrança de que a vinda de Jesus é tão incalculável como o irromper de um ladrão não quer ser entendida como uma maneira de levar as pessoas ao arrependimento através de ameaças e do medo. O arrependimento deve ser uma consequência alegre de um aprendizado, e não um amargo fruto do medo.
V.4: Mas alguns de vocês em Sardes têm conservado limpas as suas roupas. Vocês andarão comigo vestidos de roupas brancas, porque merecem esta honra.
Finalmente surge uma palavra que poderia ser entendida como elogio: nesta comunidade morta ao menos alguns, muito poucos, não lambuzaram as suas roupas! Roupas brancas são usadas pelos vencedores. Assim como o alerta contido no final do v.3, a promessa que está neste v.4 tem conotação escatológica.
V.5: Os que conseguirem a vitória serão vestidos de branco, e eu não tirarei os seus nomes do livro da vida. Eu declararei abertamente, na presença de meu Pai e dos seus anjos, que eles me pertencem.
Há muito a ser vencido pela comunidade de Sardes: a ilusão em que vive, a estagnação, a indiferença, a falta de compromisso com o Evangelho, a morte… Aos vencedores, entretanto, são dadas promessas de recompensa. As vestes brancas atestam mudança de atitude e vida nova. Lembram a participação no reino celestial (cf. Mc 9.3; 16.5; At 1.10-Ap 4.4; 6.11; 7.9,13).
Assim como toda a pessoa inscrita no livro de uma cidade passava a ter nela direitos de cidadão, assim todo o que estiver inscrito no livro da vida tem a garantia de pertencer ao povo de Deus. Além disso estará protegido no julgamento e receberá a vida eterna (cf. Êx 32.32s; Is 4.3; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27).
Uma terceira promessa aos vencedores é a certeza de que Cristo estará presente no julgamento final, defendendo e confessando como seus aqueles que em vida confessaram o nome dele (cf. Mt 10.32). A última palavra pertence a Deus, mas o testemunho de Cristo, que intercede pelos seus, determina todo o processo (cf. Ap 20.11ss).
V.6: Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz ás igrejas.
Com estas palavras todas as 7 cartas são concluídas. Este alerta vale para todos os cristãos em todos os lugares e tempos. Quer ter a função de um despertador em Sardes: despertar do sono, sacudir para a vida. Tudo o que Cristo diz às suas comunidades através do Espírito de Deus pretende salvá-las, é vital. Caso seu chamado não for ouvido — restará a morte.
IV — Ouvimos o despertador! E agora: como gritá-lo adiante?!
Uma grande tentação, quando da atualização deste texto, será a de identificar de cara a comunidade em que vivemos com a de Sardes. Se uma identificação total é praticamente impossível, uma comparação entre ambas pode ser muito útil: comparar os poucos acertos, as repreensões e os muitos conselhos feitos à igreja de Sardes com a situação em que a nossa comunidade vive. Certamente nem toda a comunidade apresenta os problemas encontrados em Sardes. Talvez se assemelhe mais á situação de outra das 7 igrejas mencionadas neste livro. Convém, entretanto, levar isto a sério: se uma análise a nível local foi importante nos tempos de João, com toda a certeza será muito frutífero realizar um raio X e fazer um balanço na comunidade em que nós vivemos (ou dormimos).
A dialética entre presente e futuro que marca de modo determinante todo o Apocalipse de João deve merecer a nossa atenção. Este texto nos permite apenas duas opções em relação ao presente e ao futuro: vida ou morte; obras que iludem os homens ou obras que agradam a Deus; despertar ou continuar adormecido… Viver sob a perspectiva de andar com Cristo — única perspectiva de futuro com vida — transforma o nosso presente. O ressurreto dá vida aos moribundos, já hoje. Ele reparte conosco o seu futuro. Leva-nos para dentro do seu futuro. Convida-nos, assim, para ajudarmos na transformação do presente, pois só uma comunidade que foi despertada e que aceita arrepender-se consegue fazê-lo. Morto não ressuscita morto. Adormecido não desperta adormecido. Somente uma comunidade que se sente fortalecida por Deus pode fortalecer outros que estão fracos. Só uma comunidade vivificada por Deus consegue afastar as instâncias e os poderes que trazem a morte.
A esperança que Cristo deposita na igreja de Sardes não nos autoriza a olharmos apenas para os pontos negativos que hoje pessoas e comunidades apresentam em seu currículo. Cristo não enterra de vez esta comunidade que está morrendo. Ele ainda não joga fora aqueles que não tem pontos positivos a somar. A principal meta desta carta é despertar vida, chamar de volta. É lançado o desafio de que se abandonem todas as formas vazias de piedade. Que se abrace a vida! A Igreja está morta?! Pois que viva a Igreja!! (cf. Madsack, p.4) Cristo não se separa de quem está morrendo, mas lhe dá vida e perspectiva de futuro. Como sua comunidade temos a mesma tarefa: mostrar que há perspectivas de futuro, com Cristo, a todas as pessoas e grupos que se sentem perdidos em meio a dúvidas, aos desesperados, enfraquecidos, empobrecidos, ameaçados de perto pela morte, perseguidos… A vida que recebemos de Cristo — devemos dá-la adiante! Para a atualização desta pericope é importante que se apontem problemas específicos que cada comunidade enfrenta: situações em que a morte impera, para as quais temos que despertar.
Nesta época do ano realizam-se em muitas paróquias as assembleias gerais. Nelas são apresentados relatórios das atividades prestadas no decorrer do ano que chega ao fim. Somam-se números, datas e acontecimentos que marcaram a atividade das comunidades. Os balanços apontam que muito dinheiro entrou, saiu e deixou de entrar. Mas… serão estes números e tais datas necessariamente um sinal de vida? Que ninguém esqueça: na igreja em Sardes havia atividades; provavelmente tantas obras que a comunidade se dava por satisfeita com o que tinha realizado. E acreditava, assim, estar viva. Mas mentia para si mesma. Vivia nesta ilusão. Neste sentido uma reflexão mais aprofundada sobre nossos relatórios e balanços só pode ser benéfica. Que a partir do Evangelho procuremos respostas às perguntas: estamos vivos de fato? nossas obras agradam a Deus ou deixam valer a morte? em que momentos e com quem lambuzamos as nossas vestes? O fato de termos estatutos, previdência, pastor e presbitérios, igrejas com ouvintes, pagamentos relativamente em dia, grandes festas, coletas que rendem, grande número de comungantes, etc.: isso pode ser naturalmente, sinal de vida. Mas também pode ser sinal de vivacidade. Para sabê-lo, resta-nos seguir o critério de Cristo: agarrar-nos ao que promove vida, abandonar e combater o que arrasta consigo a morte.
Uma sugestão bem concreta para a prédica: a comparação deste texto com um despertador. É possível comparar nossas reações quando ouvimos o despertador com o que sentimos ao ouvir um texto que nos sacode: traçar um paralelo entre a importância de um triiim de despertador e o nosso despertar para a vida que é oferecida aos outros: ver consequências (e quantos são atingidos!) quando não levamos o despertador a sério e continuamos a dormir em berço esplêndido, deitados eternamente.
V – Subsídios litúrgicos
1. Intróito. Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação… Porventura não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo? Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação. (Si 85.4a,6s)
2- Confissão de pecados: Deus, nosso querido Pai: nestes últimos dias do ano o nosso tempo torna-se cada vez mais escasso. As horas correm mais depressa. Os compromissos aumentam. O trabalho quase não nos permite mais tempo para parar, pensar, ouvir tua Palavra, olhar para as pessoas que estão ao nosso lado. Obrigado, Senhor, por este momento, pelo teu convite. Para podermos vivê-lo intensamente, necessitamos de que tu nos dês o teu perdão para os nossos pecados. Em nome de Jesus pedimos: Tem piedade de nós, Senhor!
3. Anúncio da graça: A quem tem sede darei água para beber, de graça, da fonte da água da vida. Quem conseguir a vitória receberá isto de mim: Eu serei o seu Deus, e ele será meu filho. (Ap 21.6b,7)
4. Oração de coleta: Senhor, agradecidos pelo teu perdão, pedimos por novas forças para continuarmos a tua obra, para vivermos de acordo com a tua vontade. Que possamos crescer em nossa fé na direção de nossos irmãos. Dirige-nos a tua Palavra, analisa as nossas obras, fortalece a nossa fé. Que aqui e no mundo inteiro a tua Igreja consiga tornar possíveis e realizáveis as esperanças por um mundo mais justo. Em nome de Jesus Cristo. Amém.
5. Leitura bíblica: 2 Tm 4.1-8.
6. Apontamentos para a oração final: agradecimento pela palavra que nos desperta do sono, que torna claras as intenções de nossas obras, que revela nossa fraqueza: pedido para que nosso despertar sirva para trazer vida e alegria para aqueles que não as têm (citar situações, nomes, casos); pedido para que a notícia da vinda e vida de Deus entre nós traga reavivamento para a Igreja, fortalecimento entre os seus membros, compromisso de alterar a situação presente em que impera a morte; pedido para que o Advento de Cristo seja de fato o advento de um novo mundo entre nós — e não uma simples ante-sala para s festas natalinas.
VI — Bibliografia
– GRUELL, E. Exposición del Apocalpsis de San Juan. Guatemala 1966.
– HOLTZ, T. Meditação sobre Apocalipse 3.1-6. In: Calwer Predigthifen. vol. 8.2a ed. Stuttgart, 1976.
– LAWTON, A. Das Trostbuch der Kirche. Bad Salzuflen, 1946.
– LOHSE, E. Die Offenbarung des Johannes. In: Das Neue Testament Deutsch. vol. 11. 10a ed. Göttingen, 1971.
– MADSACK, H. Meditação sobre Apocalipse 3.1-6. In: Homiletische Monatshefte. Göttingen, 51 (1): 3-6, 1975.
– SCHOENBORN, U. Meditação sobre Apocalipse 3.1-6. In: Hören una Fragen, vot.4/1. Neukirchen-Vluyn, 1975.
– STÄHLIN, W. Predigthilfen. vol. 2. 3a ed. Kassel, 1968.
– STEUDLE, T. Meditação sobre Apocalipse 3.1-6. In: Für Arbeit und Besinnung. Stuttgart, 29 (21): 794-801, 1975.