Prédica: Hebreus 10.19-25
Autor: Heinz Ehlert
Data Litúrgica: 1º Domingo de Advento
Data da Pregação: 27/11/1983
Proclamar Libertação – Volume: IX
Tema: Advento
I — Considerações exegéticas
1. O contexto
O trecho selecionado para a pregação no 1 ° Domingo de Advento deve compreender os vv.19-25 (e não apenas vv.23-25). Faz muito sentido, na fluência e intenção da própria Epístola aos Hebreus, incluir os versículos de fundamentação teológica antes das exortações em série, que agora iniciam. São exortações pastorais a exemplo daquelas encontradas nos caps. 3 e 5.11-6.20. Antecede à nova série de exortações o grande conjunto teológico dogmático nos caps. 7-9. O cap. 11 representa um excurso — os exemplos da fé. Prosseguem no cap. 12 as últimas exortações, entremeadas por afirmações dogmáticas nos trechos parenéticos.
A nossa pericope representa a primeira parte do trecho maior, vv. 19-39. As exortações estão nos vv.22-31. Nos vv. 32-39 está a promessa. Poder-se-ia dizer que os ensinamentos dos caps. 7-9 são agora aplicados à situação concreta da comunidade.
2. Análise do trecho
Podemos subdividir a pericope em duas partes:
a) vv.19-21 — constatação do que nos foi dado em Cristo, o sumo sacerdote: acesso livre a Deus;
b) vv.22-25 — recomendações para adoração e conduta correspondente.
a) Acesso livre a Deus, graças ao grande sacerdote
V. 19: O sacrifício singular de Cristo conquistou para os homens uma singular autorização ou liberdade: entrar no Santo dos Santos. Naturalmente tal afirmação faz sentido, somente quando o leitor tem conhecimento do culto israelita e suas particularidades. Isto a Epistola aos Hebreus admite de seus leitores. Refere-se ao culto centrado no templo de Jerusalém. O Santo dos Santos é o lugar escuro no templo, separado do recinto maior do santuário por uma cortina. Não é acessível a qualquer pessoa, nem mesmo a qualquer sacerdote. Só o sumo sacerdote entra ali, para atos rituais, uma vez por ano. Mas este mesmo lugar é considerado o mais santo devido â presença de Deus. Entrar aí, é chegar mais perto de Deus, o santo por excelência. A sua pre-sença atemoriza o homem e mesmo o sacerdote (cf. Êx 3.4-6; Is 6.1-5). Agora se afirma que cada membro do Povo de Deus, da nova aliança, recebeu autorização para fazer uso do acesso a Deus, aberto por Je¬sus Cristo. A menção do sangue recorda rituais da antiga aliança, mas faz, ao mesmo tempo, lembrar o Sacramento do Altar, a Ceia do Senhor, que dá remissão dos pecados.
Não se define concretamente o que este acesso ao Santo proporciona ao crente. Pelo anteriormente exposto, no entanto, está claro que junto a Deus se está a salvo.
V.20: o acesso é chamado de um novo e vivo caminho. Novo, porque foi recentemente aberto por Cristo. Vivo, porque está ligado à pessoa de Jesus, que vive. Por isso, este caminho não pode ser percorrido de modo independente ou desligado da pessoa de Cristo. Por isso mesmo se torna, então, o caminho que conduz à vida, justamente o que o santo Deus oferece ao que chega lá. Somos lembrados de pensamentos do Evangelho de João, que fala do pão da vida (Jo 6.51) e do único acesso ao Pai (Jo 14.6). Por este caminho os mortais encontram a vida.
V.21: Não surpreende — depois destas afirmações — que Cristo seja identificado com o grande sacerdote. Como tal, é o verdadeiro mediador entre Deus e os homens. Mas isso acontece ao preço de seu sangue, de sua carne, do sacrifício de si próprio, isto, porém, lhe confere autoridade sobre a casa de Deus, o santuário celestial preparado para o Povo de Deus. Assim se confirma e se reforça o que dizem os versículos imediatamente anteriores.
b) Adoração e conduta em vista do dia
V.22: Aproximar-se, andando devagar, é o que o Povo de Deus e o indivíduo fazem, conforme o AT, quando vêm ao lugar de adoração a Deus. E o fazem em plena consciência da santidade de Deus, da sua justiça e da sua bondade. Tem-se a impressão de que Deus estaria esperando. Ê isto mesmo o que se quer afirmar: Deus está à espera. Espera que o novo e vivo caminho seja utilizado. Está à espera do verdadeiro culto (cf. Rm 12.1). Esta adoração só pode acontecer de coração sincero e fé sem desvios (rachaduras) — graças aos meios de purificação que o próprio grande sacerdote, Cristo, põe à disposição: Ceia e Batismo. Só pode acontecer com um coração que não está dividido, nem se deixa iludir, com urna fé que se concentra na obra redentora de Cristo. A purificação, que não é apenas externa, mas muito mais interna, aconteceu e acontece do mesmo modo como o aproximar-se é esta volta diária e constante a Deus.
V.23: Há pressões externas que os fiéis de todos os tempos sofrem (veja os inimigos do v. 13), tanto atrações quanto agressões. Dai a necessidade de exortação para guardar firme a confissão da esperança. Conhecemos várias confissões formuladas. O NT dá indícios de tais formulações já nas primeiras comunidades (cf. Jo 1.14; Fp 2.5ss; 1 Tm 3.16). A confissão de fé em Cristo encerra a esperança por um futuro com Deus: a vida eterna. Atrações deste mundo e doutrinas falsas poderiam ameaçar a fidelidade a esta confissão de esperança. Inabalável permanece a fidelidade de Deus, que fez a promessa.
V.24: A consideração de uns para com os outros, o amor fraternal é uma preocupação constante dos escritos neotestamentários. O cristão considera o irmão, não para invejá-lo eventualmente, mas para descobrir o que lhe falta e para ajudá-lo, praticando o amor.
Numa exortação mútua, um não está acima do outro, mas ambos estão sob a Palavra de Deus. O estímulo que parte disto é provocação, mas para o bem. As boas obras se opõem às obras mortas (cf. 6.1 e 9.14). Estas promovem destruição e morte, aquelas constroem vida.
V.25: A congregação ou comunidade não subsiste sem o ato de congregar e reunir-se. Só assim poderá manter e renovar a sua comunhão. A comunidade reunida significa o céu aberto, desde que aconteça no espírito acima descrito (vv.22 e 23). Parece que o autor se refere a um mal conhecido (abandono da congregação). Tal atitude comprometeria a integridade do indivíduo e ameaçaria a comunidade e sua missão.
O dia (cf. Mc 14.25 e 1 Ts 5.4) é termo técnico para a vinda do Senhor ao julgamento. Não se especifica o que mostra (vedes) que o dia se aproxima. Seria o referido no v. 26? Seriam os sinais dos tempos de que fala o sermão profético de Jesus (por exemplo, Mc 13)? O dia deve ser dia de alegria, de salvação para os crentes. Estes necessitam em situação de provação, do anúncio do acesso livre a Deus, bem como das exortações para seguir o caminho vivo.
II — Meditação
1. Reflexão meditativa sobre o texto, com vistas à prédica
Conhecemos em nosso tempo tanto um ambiente impregnado de religiosidade quanto um ambiente secularizado. Grupos secularizados, no entanto, embora não pratiquem religião, não raro estão profundamente influenciados e até dominados por superstições, as mais variadas. Consideram as igrejas como instituições que servem para dar alguma educação moral válida ao povo simples, mas, no mais, superadas em sua pregação e prática. Ao mesmo tempo observam horóscopos e prognósticos.
Como estamos no final de um milênio, num mundo caracterizado por permanente crise econômica, social e política, os homens se entregam às mais diferentes conjeturas em vista do ano 2000. A nossa comunidade, o povo que vem aos nossos cultos, vive neste ambiente e sofre suas influências. Que chance, assim perguntamos, terá uma pregação que, fiel ao texto, coloca em evidência as afirmações que nos falam a respeito do acesso livre a Deus e das exortações para uma adoração e conduta condizentes, em vista do dia que se aproxima?
O pregador fará bem em analisar a realidade tanto religiosa quanto secular em que vive e luta a sua comunidade. Que atrações o seu ambiente próprio exerce sobre ela? Que pressões sofre, quais os anseios e temores mais generalizados que existem em seu meio? Por certo, de uma maneira geral, o ouvinte de hoje é lançado a uma insegurança muito grande em relação ao meio de sobrevivência e em relação aos valores morais e religiosos que conhecia desde a infância.
Seria tão bom ter algo firme para se orientar nesta pluralidade de ofertas e propagandas mentirosas, sejam comerciais, sejam políticas ou religiosas.
Após a análise feita para seu próprio governo, o pregador poderá pensar em estruturar sua pregação, aproveitando os elementos das considerações exegéticas e desta meditação.
No início, a título de motivação, poderia referir-se a movimentações com vistas ao ano 2000, inclusive iniciativas no seio das igrejas. Logo poderia mencionar exemplos (talvez tirados dos meios de comunicação) que caracterizam nossa situação social e religiosa: fraudes, exploração, desemprego, confusão religiosa. Destaco dois. O primeiro: Uma família precisa mudar-se para uma cidade. Procura moradia. Vai à imobiliária. Há um problema. Para alugar, necessitam de fiador. Mas na frente da imobiliária está um cidadão que oferece casa para alugar. Mostra-lhes a casa. Dispensa fiador. Fazem contrato. Entrega as chaves. Acontece a mudança. Duas semanas mais tarde aparece o dono verdadeiro, com documentos autênticos. Não adianta mostrar os recibos do aluguel adiantado, nem o contrato. Caíram na mão de um vigarista muito vivo. É a violência a que estamos expostos. Como ainda confiar?
O segundo: Jovens são atraídos por propagandistas de uma nova religião mística. Frustrados com a situação em seu lar, com o consumismo e materialismo em sua cidade, deixam-se seduzir por promessas baratas e radicais de adeptos do chamado Rev. Moon. Não têm fundamento e estrutura de fé suficiente para avaliar o que se oferece. Não notam que é uma religião que não liberta, mas escraviza.
São sinais dos tempos de fim de milênio? O nosso texto fala do dia que se aproxima. O dia que Deus coloca em Cristo. Disto fala o Advento. Neste nosso mundo de confusões precisamos de uma orientação segura para a nossa adoração e para a nossa convivência e ação, como indivíduos e como grupos. Não temos necessidade de submeter-nos ou de vender-nos a sistemas sociais ou religiosos que exigem o máximo de nós e ainda procuram manter-nos em dependência permanente.
A Epístola aos Hebreus sabe do perigo que representa a lei na vida de fé, assim como do perigo do abuso do poder por parte de clérigos especialistas em rituais. Em diferentes épocas, a Igreja — apesar de sua mensagem libertadora — subjugou pessoas ao poder eclesiástico. Mais ainda, seitas sucumbiram à tentação de exercer um domínio completo sobre os seus adeptos, mantendo-os sob controle constante e prescrevendo-lhes e vigiando-lhes cada passo.
A mensagem do acesso livre a Deus, sem intermediação de uma instituição com seu pessoal, será uma boa nova. A mensagem de Cristo, o grande sacerdote, isto é, mediador entre Deus e os homens, é libertadora, porque convida a tratar Deus como Pai. Esta autorização custou caro. Para conquistar-lhe a posição de filhos, foi necessária a obra redentora de Cristo, o sacrifício do próprio sumo sacerdote. Mas agora são filhos! (Gl 4.4-7; Jo 1.12.; 1 Jo 3.1-2) Isto implica comunicação direta, mas também responsabilidade direta perante Deus, o Pai. Basta fazê-lo em nome de Jesus (Jo 14.13; 16.23). A ligação indispensável com Jesus permanece. Esta nunca poderá ser dispensada, nem na adoração, nem na oração, nem na intercessão. Pois ele é o caminho vivo. Só através dele se pode chegar a Deus, e não por qualquer outro mediador! Ele é agora o caminho para chegar a Deus e para alcançar a vida eterna.
Mas, quanto aos outros — homens iguais a nós — existe independência, a despeito dos cargos que ocupem na comunidade. São apenas irmãos. Como tais, merecem o que adiante se expõe. Mas nunca devem tornar-se dominadores do rebanho (1 Pe 5.2 e 3). Por mais alto que seja o seu cargo, são apenas exemplos. Estão de igual modo sob o supremo Pastor. Os pastores nas paróquias devem reconhecer o perigo de tutelar os membros. Verdade é que estes aceitam tal tutela — por preguiça. Os pastores gostam de sentir-se úteis e indispensáveis, mas com isso inibem os membros de fazer uso do acesso direto a Deus. Não quero desqualificar a função pastoral, a qual é perfeitamente cabível. Mas devemos cuidar para não colocar uma barreira entre Dons e os seus filhos, entre Cristo e seus discípulos, os quais ele comprou por alto preço.
Se, de um lado, existe esta autorização de comunicação direta com Deus, que é motivo de grande alegria, de outro, cabem as exortações que apelam para a responsabilidade.
A posição de filhos conferiu grande dignidade aos membros. São realmente Povo de Deus e sacerdócio santo (1 Pe 2.5,9). Mas estes sacerdotes devem aproximar-se de coração sincero e fé inabalável ao trono de Deus. Pelo Batismo foram convocados a esse sacerdócio. Pela instrução na Palavra de Deus, pelo anúncio repetido do Evangelho, em diferentes situações e épocas de sua vida, são lembrados da santidade de Deus. Com o acesso que Jesus abriu, fica mais evidente como Deus é santo. Ele é o Pai (com letra maiúscula).
Quanto mais perto formos levados a Deus, tanto mais cientes estaremos de nossa pequenez. Tanto maior será o nosso respeito. Tanto menos podem os sacerdotes dividir o coração, namorando ao mesmo tempo com outros deuses (dinheiro, poder, propriedades, desejos e pensamentos do próprio coração), ou deixando desviar sua fé para doutrinas religiosas estranhas ou filosofias humanas.
Tanto a adoração (oração pessoal), quanto a participação no culto comunitário devem corresponder a isso. Mero formalismo tradicional ou até negligência (v.25) não se admitem. O próprio culto, se levado a sério, é sempre nova oportunidade para purificar os corações da má consciência (confissão e Santa Ceia) e renovar o compromisso do Batismo (v.22); aliás, não só o culto comunitário, mas também o familiar diário (cf. Catecismo Menor de M. Lutero, a respeito do Batismo). A exortação na carta mostra a necessidade disso, pois existe a tentação, existem as pressões e atrações de fora. Basta citar a televisão que absorve o tempo livre já tão escasso durante a semana. O cansaço e a rotina de trabalho levam o membro a querer fugir no fim de semana da cidade e ficar, assim, longe do culto e do convívio com os irmãos. Já no meio rural, buscam o divertimento fácil e barato.
A confissão de esperança é expressão genuína da fé cristã. Num ambiente de apreensão pelo futuro, de muito pessimismo em relação às possibilidades de mudanças para melhor, que papel exerce esta confissão? Não é impressionante como os espíritas estão à mão em momentos de crise humana? Faz lembrar o urubu atrás do cadáver. Será que lá se vai a nossa confissão de esperança? Esperança de conforto pelo Senhor ao nosso lado, de ressurreição para a vida eterna. Eu sei que é duro aceitar consolo, quando se perdeu um bom emprego, quando se sofreu um roubo vultoso, quando a casa queimou, quando a firma foi à falência, ou quando se perdeu um ente querido. Ter como se não tivesse, isto deve ser aprendido justamente pelo exercício diário na oração e leitura da Palavra, para que se tenha sempre presente que o nosso tesouro está nos céus. Nosso tesouro está em Deus que tudo nos dá e tudo nos pode pedir. A sua promessa é válida para sempre.
Um outro aspecto da vida comunitária é a participação nas alegrias e nos pesares dos membros. Isto naturalmente implica interesse pelo irmão e consequente comunicação. As formas de vida comunitária entre nós são bastante pobres. Cada um se vira como pode, com medo de recorrer ao irmão. Muitas vezes estamos no fim com nosso latim, mas desaprendemos a confiar-nos a um irmão. Além disso, não nos sentimos autorizados a dar conselhos ou até a exortar outros. Isso é considerado como intromissão. É preciso reaprender a repartir alegrias e problemas, a confessar culpa e fracasso para receber perdão e estímulo e mesmo correção. Assim haverá oportunidade para boas obras, ajuda e solidariedade ao irmão. Fraternidade prática cria con-fiança. Podemos começar pela família e pelos colegas de ministério.
A referência ao dia deve estar no início e no final da prédica. Uma convivência em fraternidade lembra o mesmo Senhor, sob o qual estamos e cuja presença real reacende toda a esperança de estarmos com ela para todo o sempre.
2. Roteiro de uma prédica
Tema: Novo caminho direto a Deus.
Partes: Introdução — motivação/exemplos: O tempo se esgota/nossa realidade.
A — Agora o acesso a Deus é direto
a) Como isso chegou a acontecer — o empreendimento salvífico
b) O grande sacerdote e caminho vivo
c) O céu aberto.
B — Um culto muito prático
a) Adoração nova em comunidade e em casa
b) Oportunidades de testemunho da esperança em nós
c) Vivendo como irmãos: mútua exortação.
III — Subsídios litúrgicos
1. Confissão de pecados: Senhor, confessamos envergonhados que não demos valor suficiente ao teu Evangelho, em nosso culto e em nossa vida. Também não usamos a prática da oração, como poderíamos. Estamos arrependidos disso. Perdoa-nos, e tem piedade de nós, senhor!
2. Oração de coleta: Agradecemos-te, Senhor Jesus, porque nos permites orar a Deus em teu nome. Assiste-nos, para que nossos pensamentos e nossos corações estejam presentes em nossa oração. Abre-nos ouvidos e mente para recebermos e praticarmos a mensagem que tu tens para nós, hoje. Amém.
3. Assuntos para a oração final: agradecimento pelo Evangelho e pela palavra profética de Advento; pedido para despertar a comunidade e cada um de seus membros à vigilância, diante das tentações e agressões que nos perturbam e ameaçam; pedido para que Deus nos fortaleça em nossa confissão de esperança e nos dê coragem para testemunhá-la diante de pessoas de nosso meio; intercessão pelas obras de evangelização e diaconia de nossa comunidade e Igreja; pedido de amparo pelos que lutam na tinha de frente em favor da pessoa humana e de seus direitos; pedido de constância e alegria pelos que trabalham em hospitais e instituições de assistência; recomendação de todos à proteção de Deus.
IV — Bibliografia
– FISCHER, J. Meditação sobre Hebreus 10.19-25. In; Proclamar Libertação. Vol. 2. São Leopoldo, 1977.
– MICHEL, O. Der Brief an die Hebräer. 9a ed. Göttingen, 1955.
– STRATHMANN, H. Der Brief an die Hebräer. In: Dos Neue Testament Deutsch. Vol. 9. Göttingen, 1949.
– VOIGT, G. Meditação sobre Hebreus 10.19-25. In: —. Die neue Kreatur. 3a ed. Göttingen, 1977.