Quem é Lutero no Brasil?
Joachim Fischer
INTRODUÇÃO
Quem é Lutero no Brasil? Na terra dos gaúchos poderíamos responder: Lutero é o filho de Getúlio Vargas, o caudilho de São Borja, cujo centenário de nascimento comemoramos neste ano (1983), no dia 19 de abril. O revolucionário gaúcho desferiu seu golpe de Estado, proclamando o assim chamado Estado Novo, num dia 10 de novembro (1937), aniversário de Martim Lutero. O que o ditador tem a ver com o aniversário do reformador? O que o alemão Martim Lutero tem a ver com o Estado Novo brasileiro?
Tudo indica que o dia da proclamação do Estado Novo apenas casualmente coincide com o dia do nascimento de Martim Lutero. Mas certamente não foi por acaso que Getúlio Vargas deu ao filho primogênito o nome de Lutero. Em certo momento corria, como parece, até o boato de que Getúlio teria dois filhos, os quais se chamariam Lutero e Calvin() (1) — uma afronta duplamente grave a uma mentalidade que considerava o país como visceralmente católico. Na verdade, só existe Lutero Vargas. Por que Getúlio, ¨agnóstico confesso, sem nenhum interesse na religião¨ e ¨grande amigo pessoal¨ do cardeal D. Sebastião Leme (2), escolheu esse nome? Não achei nenhuma resposta nos livros. Mas podemos constatar, inicialmente, que Martim Lutero está mais presente na realidade brasileira do que se pensa; presente, às vezes, de maneira surpreendente. Pretenda ocupar-me, nesta palestra, com a presença do reformador na realidade brasileira ao longo da história moderna do país. Como ele foi e é visto? Como ponto de partida servirão documentos e estudos, publicados aqui, e a respectiva imagem do evangelista de Wittenberg que deixam transparecer, com maior ou menor nitidez.
1. A TAREFA DA DESMISTIFICAÇÃO: O MERCENÁRIO ¨LUTERANO¨
Diversos historiadores, sobretudo os que estão interessados na ¨Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira¨ (3), mencionam a presença de alemães no Brasil já a partir do século XVI. Como o mais famoso é considerado o mercenário Hans Staden. (cerca de 1525 — 1576), natural da cidade de Homberg, na região de Hesse. Em 1557 publicou na Alemanha um livro sobre suas peripécias brasileiras com o título, formulado ao gosto da época: ¨História verdadeira e descrição de uma região de selvagens, criaturas nuas, canibais assanhados, gentes que habitam o novo continente da América, desconhecidos nas terras do Hesse, antes e depois do nascimento de Cristo, até os últimos dois anos em que foram conhecidos por Hans Staden, de Homberg, no Hesse, pela sua própria experiência, o que presente divulga pela impressão¨. O livro é de importância fundamental para qualquer estudioso da história do Brasil. Foi publicado, até 1968, em 78 edições em ¨quase todos os idiomas cultos¨ (4); Monteiro Lobato elaborou até ¨uma versão infantil em português¨ (5).
Nesse livro, Hans Staden apresenta-se brevemente como ¨luterano¨. Costumava cantar hinos de Lutero, quando tinha sido capturado pelos indígenas. Conta ele: ¨Na minha grande aflição e miséria, pensei em causas que, antes, nunca me haviam vindo à mente, no triste vale de lágrimas em que aqui vivemos, e cantei com os olhos úmidos de pranto, do fundo do coração, o salmo: ‘Do abisma da miséria clamo eu a Ti’. Ao que disseram os selvagens: ‘Vejam como ele grita; agora está desesperado’.¨ (6) E em outro momento de seu cativeiro: ¨…deitei-me de novo em minha rede. Só Deus sabia como estava aniquilado! Cantei, em altas vozes, o verso:
Agora pedimos ao Espírito Santo
Pela fé verdadeira, com todas as veras,
Que nos preserve em nossa morte
Quando deixarmos esta mísera vida
Kirie eleison!
Os selvagens porém disseram: ‘É um português legítimo. Agora grita, apavora-se diante da morte.’ ¨ (7)
Os hinos que Staden menciona são: ¨Das profundezas clamo a ti: Senhor, meu Deus, ó escuta¨ e: ¨ó Santo Espírito do Senhor, dá-nos fé e verdadeiro amor¨, ambos da autoria de Lutero e contidos, até hoje, em nosso hinário (8).
Na região de São Vicente, no atual Estado de São Paulo, Hans Staden encontrou um conterrâneo, Heliodoro Eobano Hesse (cerca de 1529 — 1568 ou 1585), terceiro filho do humanista Hélio Eobano Hesse, esse último conhecido como adepto da Reforma luterana (9). Heliodoro Eobano trabalhava como uma espécie de ¨dirigente comercial¨ num engenho de açúcar (10). Mais tarde participou da expulsão dos franceses da baía de Guanabara (11).
Tanto Staden como Hesse costumam ser citados entre os primeiros cristãos evangélicos ou, mais especificamente, luteranos no Brasil (12). Provavelmente sabiam, de fato, algo sobre Lutero e a Reforma. Mas podemos chamar isso de ¨presença luterana¨?
Não nos cabe julgar algo tão pessoal e íntimo como a fé das pessoas. Mas creio que ambos os personagens precisam ser desmistificados no que diz respeito ao seu protestantismo ou luteranismo, sobretudo o mercenário Hans Staden. Por que e em que sentido?
Primeiro, não há indício nenhum de que homens como Staden e Hesse, se realmente eram luteranos, tenham comunicado algo de sua fé e piedade luterana às pessoas entre as quais viviam aqui. Não deixaram no país nenhuma herança luterana, cujos vestígios pudessem ser descobertos pela pesquisa histórica.
Segundo, pelo menos no caso de Hesse é praticamente impossível que tenha confessado publicamente ser evangélico ou luterano. Se tivesse confessado, isso, dificilmente teria podido permanecer no país; talvez nem sequer tivesse sobrevivido, pois tudo estava sob vigilância doutrinária rigorosa para preservar a exclusividade do catolicismo como ¨religião obrigatória¨ (13). Tudo que tinha ¨sabor de heresia¨ foi prontamente eliminado.
Terceiro, Martim Lutero defendeu expressa e publicamente sua convicção de que um militar pode ser cristão, mas pensava no cidadão que é convocado pela autoridade civil para defender sua pátria, sua família, seu lar contra um inimigo invasor. Quem invadiu, no Brasil, a terra de gente alheia foi o mercenário alemão Hans Staden. Podemos dizer que ele seguiu a orientação de Lutero? Creio que para ele vale, antes, a seguinte palavra de Lutero: ¨Não podem dar-se bem com Deus os mercenários que andam pela terra e procuram guerra, embora tenham a possibilidade de trabalharem e exercerem um ofício até que sejam convocados para servirem no exército, e os quais desperdiçam seu tempo por preguiça ou devido a seu ânimo brutal e selvagem. Pois não podem indicar nenhum motivo de suas andanças nem evidenciar boa consciência, e sim, querem guerrear apenas por sua vontade atrevida ou por leviandade ou têm em mente levar uma vida desenfreada e selvagem. A maioria deles tornam-se, no fim, de fato patifes e ladrões.¨ (14)
Chegamos, pois, à conclusão de que não podemos falar de ¨presença luterana¨ no que diz respeito a Hans Staden ou Heliodoro Eobano Hesse. Com isso, no entanto, a Igreja Luterana não perde nada.
2. A TAREFA DA REABILITAÇÃO: O ¨HEREGE¨ LUTERANO
Em 1557/58 encontrava-se na baía de Guanabara um pequeno grupo de evangélicos. Não eram luteranos, e sim, huguenotes, isto é, calvinistas. Haviam sido chamados por Villegaignon, o comandante do projeto colonial da ¨França Antártica¨, para reforçar a guarnição francesa, Villegaignon acenava também com a idéia de um refúgio para os calvinistas franceses, duramente perseguidos em sua pátria, mas esse aventureiro provocou, depois de pouco tempo, um conflito muito grave com os huguenotes em torno de questões teológicas. No fim, três integrantes do grupo morreram como mártires, isto é, testemunhas de sua fé, por ordem do comandante. Os outros foram obrigados a retornarem para a França.
Após a execução, Villegaignon advertiu seu pessoal que não deviam aderir à ¨seita dos luteranos¨: ¨…o almirante reuniu toda a sua gente, a quem dirigiu a palavra, exortando a todos a evitarem a seita dos luteranos, de quem deveriam fugir e à qual ele próprio aderira em tempo, mas de cujo ato se penitenciava, pois não havia perlustrado os escritos dos padres da Igreja Primitiva. E a quantos se obstinassem nas idéias dos reformados ameaçou de morte ainda mais horrenda que a infligida aos três mártires, assegurando-lhes, de modo enfático, que seria ‘Para com eles mais rigoroso do que o fora para com estes. Recomendou-lhes, pois, tomassem todo o cuidado a este respeito e se mantivessem em tudo adstritos ao que os padres da Igreja haviam tão escrupulosamente instituído e praticado.¨ (15)
Nesse episódio podemos destacar três aspectos. Primeiro, no relatório citado, da autoria de um protestante francês do século XVI, não se faz uma separação rigorosa entre luteranos e calvinistas. Ao contrário, o termo ¨luterano¨ inclui os calvinistas, designa, aparentemente, os cristãos evangélicos em geral. Tem, portanto, um significado evangélico, não confessional.
Segundo. Em 1917 comemorara-se os 400 anos das famosas 95 teses de Martim Lutero. Em meio à primeira grande guerra (1914 — 1918), nossas comunidades, consideradas como ¨alemãs¨ e que em boa parte de fato apoiavam a causa da Alemanha, praticamente não podiam realizar atos comemorativos ou publicar artigos ou livros comemorativos (16), mas os presbiterianos brasileiros aproveitaram a oportunidade para publicar a tradução portuguesa do já citado relatório sobre a ¨tragédia de Guanabara¨, como chamavam o episódio. ‘É a ¨herança evangélica¨ que aquele grupo deixou para o país. No prefácio o tradutor dizia: ¨…fazemo-lo por desejarmos concorrer, de algum modo, à comemoração que, aos 31 de outubro do corrente ano, o Catolicismo Evangélico fará do 4.° centenário da Reforma…¨ (17). Os presbiterianos, pois, sentiam-se, em certo sentido, como herdeiros de Lutero como iniciador da Reforma Evangélica, ao mesmo tempo em que manifestavam violenta aversão contra os católicos, chamados de ¨papistas obcecados¨ (18).
Terceiro. Confirma-se a tese de Eduardo Hoornaert de que ¨era praticamente impossível viver integrado no Brasil (colonial) sem seguir ou pelo menos respeitar a religião católica¨ (19). Essa tese pode ser melhor ilustrada ainda com o assim chamado ¨caso de João de Balés¨ (20).
Esse homem pertencia ao pessoal de Villegaignon, mas desentendeu-se tanto com o grupo dos huguenotes bem como com o próprio Villegaignon. Fugiu para São Vicente, onde ¨revelava, aos poucos, novidades religiosas com sabores luteranos¨. Preso e processado, defendia pensamentos classificados como ¨teorias luteranas e calvinistas¨. Mandado para Lisboa, foi declarado pelo Santo Ofício (Inquisição) como ¨herege luterano¨, mas depois foi solto, porque estava aparentemente arrependido. Quando incorreu em ¨novas aventuras doutrinárias¨, ¨foi desterrado para a Índia¨. Lá foi finalmente condenado e executado ¨como relapso e herege luterana, sendo assistido, nos últimos momentos, por um padre jesuíta¨ (21).
Tanto os huguenotes como João de Balés são cristãos que precisam ser reabilitados no que diz respeito à sua ¨heresia¨. O evangélico — luterano ou calvinista — não é necessariamente um cristão suspeito e duvidoso. Isso tem implicações também para a avaliação de Lutero, hoje.
Mas quanto ao Brasil colonial, chegamos à conclusão de que, no clima da ¨religião obrigatória¨, Lutero não tinha nenhuma chance de ser conhecido e de poder estar presente na realidade brasileira. Ficava banido como ¨herege¨ que, aos olhos dos que representavam o regime vigente, destruía a verdadeira fé e ameaçava a segurança do sistema estabelecido.
3. A TAREFA DA INTEGRAÇÃO: O REFORMADOR ¨ALEMÃO¨ E ¨LUTERANO¨
O protestantismo existe no Brasil, de forma permanente, desde o início do século XIX. Durante o império (1822 — 1889), a base legal da existência de comunidades e Igrejas Evangélicas era o art. 5.° da Constituição de 1824. Assegurava aos não-católicos tolerância religiosa, com restrições quanto à vivência e manifestação públicas da fé, enquanto que ¨a Religião Católica Apostólica Romana¨ continuava a ser ¨a religião do Império¨ (22), sendo, portanto, oficial e estatal.
Inicialmente quase todos os evangélicos no Brasil eram imigrantes e descendentes de imigrantes, em sua grande maioria de origem alemã. Com sua chegada começa também a presença de Lutero no país, pois da Alemanha trouxeram a herança de sua fé, e Lutero fazia parte dessa herança. De que maneira?
Primeiro, Lutero estava presente mediante a Bíblia, que os imigrantes trouxeram em língua alemã, na tradução de Lutero. A ¨Bíblia de Lutero¨ (¨Lutherbibel¨) sempre foi uma espécie de tesouro nacional dos evangélicos que falam alemão. Ocupava, por isso, um lugar de destaque em sua vida de fé. Lutero, o tradutor da Bíblia, foi aquele que possibilitou o acesso direto do povo à mensagem bíblica, sem a Igreja-instituição como intermediária.
Segundo, Lutero estava presente mediante os seus hinos. Durante muito tempo eles foram cantados em língua alemã. Inicialmente foram usados hinários da Alemanha. Mais tarde hinários em língua alemã foram impressos aqui. O hinário da IECLB em língua alemã, na edição de 1958, contém entre seus 387 hinos 20 que são de Lutero.
Terceiro, Lutero estava presente na imagem que dele tinham os imigrantes e seus descendentes. Essa imagem foi transmitida sobretudo oralmente, nas prédicas e no ensino confirmatório ou religioso. Essa tradição oral não pode ser captada mais. Nem se tentou, ainda, captá-la indiretamente, mas a título de hipótese podemos apresentar aqui algumas conclusões tiradas de fases posteriores da história.
A imagem de Lutero entre os teuto-brasileiros evangélicos certamente era a imagem que se tinha de Lutero na respectiva época na Alemanha. É provável que essa imagem tenha sido fortemente moldada pela imagem que os pastores transmitiam as suas comunidades brasileiras.
No Brasil, país de cultura luso e afro-brasileira e católica, a imagem de Lutero misturava-se com a questão da identidade cultural e eclesial dos teuto-brasileiros evangélicos. Esses encontravam sua identidade não raras vezes na herança trazida da Alemanha. Para eles era importante, provavelmente, não apenas o caráter evangélico da Reforma e de Lutero, e sim, também seu aspecto nacional, talvez até étnico: a Reforma era (também) ¨alemã¨; Lutero era (também) o reformador ¨alemão¨.
As comunidades dos teuto-brasileiros evangélicos não tinham intenções missionárias. Conservavam por muito tempo a língua alemã. Dessa maneira sua imagem de Lutero ficava restrita aos seus próprios círculos. Já por motivos lingüísticos os outros brasileiros nem sequer podiam tomar conhecimento daquilo que se sabia e se falava de Lutero naquelas comunidades.
O enfoque sobre Lutero mudou um pouco, provavelmente, nos lugares em que trabalhavam pastores do Sínodo de Missouri (desde 1900). Por um lado também eles reuniam em suas comunidades principalmente teuto-brasileiros que em boa parte também conservavam a língua alemã. Por outro lado, porém, esses luteranos tinham e têm uma tradição teológica e eclesiástica própria. Sua imagem de Lutero provavelmente estava bastante influenciada por sua tradição peculiar que apresenta Lutero menos como sendo ¨alemão¨, e sim, mais como sendo o reformador ¨luterano¨. Mas também essa imagem confessional de Lutero ficava restrita, por motivos lingüísticos, às suas comunidades, não irradiando para dentro do ambiente brasileiro de cunho luso, africano, italiano, etc. Nesse aspecto não há diferença entre Lutero ¨o alemão¨ e Lutero ¨o luterano¨.
Para nós, hoje, fica evidente que Lutero não pode permanecer mais enclausurado naquele gueto lingüístico nem no confessional. Precisa ser ¨integrado¨ na cultura do país. Essa tarefa já está sendo executada. Sob o ponto de vista histórico parece que para a ¨integração¨ do Lutero ¨alemão¨ ou ¨confessional¨ no contexto amplo do cristianismo brasileiro os hinos de Lutero são muito importantes. Entre os 266 hinos do hinário da IECLB, na edição de 1973, em grande parte traduzidos do alemão, há nada menos que 20 de Lutero. No novo hinário, ¨Hinos do Povo de Deus¨, introduzido em 1981, mais autóctone, menos traduzido, Lutero está um pouco menos presente, à, primeira vista; dos 306 hinos apenas 12 são dele. Mas isso não significa necessariamente menos ¨presença luterana¨. Outras Igrejas evangélicas, teologicamente diferentes dos luteranos, valorizam entre todas as coisas oferecidas pela tradição luterana especialmente o poeta e músico Lutero (23). Evangélicos brasileiros não-luteranos às vezes estranham o fato de que nós, a ¨Igreja do grande músico Lutero¨, não tenhamos, junto à nossa Faculdade de Teologia, também uma Faculdade de Música Sacra. Como parece, o músico e poeta Lutero é, na prática, o mais ecumênico. Com seus hinos até já é conhecido e está presente em ambientes onde pouco ou nada se sabe dos detalhes de sua vida e dos seus escritos, como na Igreja Católica.
4. A TAREFA DA RECONCILIAÇÃO: O REFORMADOR ¨ANTICATÓLICO¨
O outro ramo do protestantismo brasileiro originou-se com o trabalho de agentes de Sociedades Bíblicas e de missionários, pastores e professores enviados por Igrejas evangélicas, principalmente dos Estados Unidos. A história dessas comunidades e Igrejas (congregacional, presbiteriana, metodista, batista, episcopal, pentecostais e outras) começa essencialmente com a ¨conversão¨ de brasileiros católicos ao protestantismo. O presbiteriano Ilidio Burgos Lopes deixa transparecer a autocompreensão dos evangélicos não-luteranos como herdeiros da ¨Reforma religiosa¨ do século XVI, iniciada por Martim Lutero, ao escrever: ¨O Protestantismo, no seu sentido histórico e específico, surgiu no dia 31 de outubro de 1517, quando o monge agostiniano Martinho Lutero afixou na porta da Igreja de ‘Wittenberg, na Saxônia, as suas célebres 95 teses ou proposições contra as indulgências.¨ (24)
O protestantismo brasileiro não-luterano era decididamente anticatólico; em parte continua sendo-o até hoje. ¨O anticatolicismo¨, escreve Rubem Alves, chegou a constituir-se ¨na mais importante marca de identificação¨ desse protestantismo (25). O presbiteriano Lysânias de Cerqueira Leite, p. ex., publicou entre 1936 e 1942 os três volumes de sua obra ¨Protestantismo e Romanismo¨ (26) e, em 1941, o panfleto ¨A Igreja, o Papado e a Reforma¨ (27). Eram críticas violentas ao padre jesuíta Leonel Franca (fal. em 1948), co-fundador e primeiro reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de janeiro. Otoniel Mota, sob o pseudônimo Frederico Hansen, atacou o mesmo padre num folheto intitulado ¨Luthero e o Padre Leonel Franca¨ (28). Panfletos como ¨Que é um Protestante¨ e ¨Por que não sou Católico Romano¨ destacavam-se por seu tom polêmico.
Essas investidas ¨missionárias¨ levaram a choques e controvérsias acirradas com a Igreja Católica Romana, a qual, por sua vez, era profundamente antiprotestante por tradição. Leonel Franca, p. ex., publicou livros com títulos aparentemente objetivos, como ¨Catolicismo e Protestantismo¨ (29), ¨O Protestantismo no Brasil¨ (30) e ¨A Igreja, a Reforma e a Civilização¨ (31). Mas sua finalidade era a polêmica. Alguns desses livros foram publicados em várias edições até os anos 50.
Muito mais agressivos ainda eram os panfletos do padre Júlio Maria, igualmente publicados em diversas edições até a década de 50. Seus títulos deixam transparecer nitidamente de que se tratava: ¨O Diabo, Lutero e o Protestantismo¨ (32) e ¨Ataques Protestantes às Verdades Católicas com as respectivas respostas irrefutáveis¨ (33).
Igualmente nos anos 50 publicava-se em Minas Gerais uma série com o titulo ¨Esclarecimentos sobre o Protestantismo¨. Para ela o padre Antônio Miranda escreveu seus livros ¨Lobo em Peles de Ovelha¨ (34) e ¨Mentiras Protestantes¨ (35). Eram respostas a ataques protestantes, redigidos no mesmo estilo agressivo, mas em sentido inverso.
No ambiente do protestantismo anticatólico apresentava-se a todos os brasileiros a imagem de Lutero em língua portuguesa. Não existia aqui o gueto linguístico encontrado entre os teuto-brasileiros de tempos passados. Mas em vez disso houve outra limitação, não menos séria do que a linguística, a saber, a anti-católica. Essa agressividade, juntamente com a influência da própria tradição católica (36), condicionavam também a imagem de Lutero entre os católicos. Ambos os lados, pois, apresentavam uma imagem de Lutero totalmente distorcida pela polêmica. Nenhum dos dois lados chegava perto daquilo que movia o coração de Lutero e, em última análise, toda a sua existência (37).
Para os protestantes, Lutero era o grande herói libertador do evangelho que possibilitou os grandes ¨progressos¨ das nações protestantes e sua supremacia civilizatória, era um cristão praticamente sem falha alguma — um santo, poderíamos dizer, pelo menos no sentido das confissões luteranas (38).
Os católicos, por sua vez, viam em Lutero o grande inimigo da Igreja e de sua unidade, o destruidor da fé, o subversivo de qualquer convívio humano razoável, um niilista praticamente só com qualidades negativas — um verdadeiro demônio no mundo ocidental.
Creio que o tempo de tais polêmicas totalmente infrutíferas passou de vez. Há, ainda, somente certos vestígios e repercussões daquele passado. Assim, num manual da História da Igreja, publicado em 1964/65, o protestantismo aparece entre os ¨agentes¨ que fazem ¨oposição¨ à ¨Igreja no Brasil¨, ao lado de fenômenos e fatores tão heterogêneos entre si como o judaísmo, racismo, comunismo, espiritismo, indiferença, ignorância religiosa e comodismo burguês e proletário inativo (39). Numa ¨História da Igreja em Quadrinhos¨, publicada em 1980, um dos desenhos mostra um Lutero que, sofrendo de ¨alucinações¨, ‘…joga os tinteiros contra os fantasmas!¨ A teologia do autor das 95 teses é resumida da seguinte maneira: ¨…os homens não têm outro jeito senão pecar e…nem sequer os sacramentos podem valer-lhes¨. É considerado como infelicidade que ¨a invenção da imprensa permite divulgar as idéias com rapidez¨. Os discípulos de Lutero são ¨sempre turbulentos, facinorosos e brigões¨ (40). E enquanto Lutero muitas vezes é acusado, por outros autores, de ter traído o povo, especialmente os camponeses, e de ter sido subserviente aos príncipes, essa publicação afirma que ¨a pregação de Lutero espalhou o veneno da revolta principalmente entre a gente do campo¨ (41).
Repito que, em princípio, tudo isso, em ambos os lados, pertence ao passado, à fase histórica do confessionalismo fechado, cujas repercussões devem ser definitivamente superadas. No que diz respeito ao relacionamento entre a Igreja Católica Romana e a IECLB, a atitude característica são o diálogo e a colaboração, iniciados já antes do Concílio Vaticano II (42). Essa atitude corresponde, no lado católico, à orientação dada pelo Concílio (43) e se evidencia, p. ex., no ¨Guia Ecumênico Popular¨ da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), intitulado ¨Pela Unidade dos Cristãos¨ (44). O diálogo teológico foi iniciado em 1957 pelas Faculdades de Teologia ¨Cristo Rei¨, dos jesuítas, e da IECLB. Durante algum tempo participava dele o atual presidente da CNBB, bispo D. Ivo Lorscheiter. As condições eram bastante favoráveis justamente para o diálogo entre a igreja Católica e a IECLB. Pois a falta de irradiação missionária das nossas comunidades no passado — em si um aspecto crítico da nossa história — facilita no presente a aproximação mútua. Aos olhos dos católicos somos aqueles protestantes que nunca ¨pescavam¨ brasileiros católicos para aumentar suas fileiras. Sobretudo no início do diálogo podia-se observar o interesse vivo dos católicos por Lutero, bem como seu esforço sério de compreendê-lo como cristão, pregador e teólogo.
Nesse sentido podemos dizer que já estamos no caminho da reconciliação daquilo que parecia irremediavelmente separado. ¨Reconciliação¨ não significa renunciar à posição própria. Significa, isso sim, superação da hostilidade, da agressão, da violência verbal. Significa, para evangélicos e católicos, hoje, não se ater às palavras anticatólicas e antipapais do polemista Lutero nem reproduzi-las com intenções polêmicas, e sim, buscar nele o que é de valor e importância para a aproximação e colaboração de todos os cristãos.
5. A TAREFA DA TRADUÇÃO: O LUTERO PORTUGUÊS
No presente e no futuro os luteranos no Brasil têm, a meu ver, três tarefas importantes. A primeira é a da tradução. Até agora há somente poucos escritos de Lutero em português. É significativo que os primeiros que traduziram algo de Lutero para o vernáculo, a saber, as 95 teses de 1517, não eram os luteranos, e sim, no ano de 1956, os metodistas (45). Entrementes temos as 95 teses em nova tradução (46), os dois catecismos (1529) (47), os Artigos de Esmalcalde (1537) (48), ¨Da Liberdade Crist㨠(1520) (49), ¨Da Autoridade Secular¨ (1523) (50), ¨Do cativeiro Babilônico da Igreja¨ (1520) (51), o ¨Magnificat¨ (1520/21) (52) – publicado por uma editora católica – e trechos escolhidos de escritos de Lutero em duas coleções (53). É muito pouco em comparação com os aproximadamente 100 volumes da edição de Weimar (WA) das obras de Lutero. Em alguns casos trata-se, além disso, de traduções de traduções em outras línguas, não dos originais (54). Mas parece que estamos saindo dessa situação.
Ultimamente é sobretudo nossa Editora Sinodal que cuida da publicação de Lutero no vernáculo. Para este ano comemorativo a Comissão Interluterana de Literatura (CIL), das duas Igrejas luteranas, preparou um volume de mais ou menos 300 páginas de escritos de Lutero em língua portuguesa. Para mais tarde pensa-se numa edição de vários volumes.
Esse trabalho da tradução é de importância fundamental. Pois somente graças a ele será possível que os brasileiros tomem conhecimento, mais detalhadamente, do pensamento do próprio Lutero. Mas a tradução não é tarefa fácil, como Lutero mesmo explicou em sua ¨Missiva sobre o Traduzir¨ (1530) (55). Não são apenas as palavras que precisam ser traduzidas. Lutero precisa ser traduzido numa língua e numa cultura em cujo desenvolvimento a fé evangélica não participou ativamente. Em outras palavras: não podemos contar com a presença cultural prévia de Lutero na realidade brasileira. Apesar disso, a tarefa da tradução é indispensável. Pois se não houver o ¨Lutero português¨, não haverá nenhum ¨Lutero no Brasil¨.
6. A TAREFA DA INFORMAÇÃO: O LUTERO CONHECIDO
A segunda tarefa dos luteranos brasileiros é proporcionar informações objetivas sobre Lutero e, dessa maneira, transmitir uma imagem objetiva dele, não distorcida pela polêmica nem por preconceitos. Pois uma verificação mais detalhada mostra que diversas publicações, entre elas livros de história e enciclopédias, deixam algo a desejar nesse particular. Participavam e participam no esforço da informação objetiva principalmente membros das duas Igrejas luteranas. A maior parte das respectivas publicações foram editadas pelas editoras das duas Igrejas, a Editora Sinodal, da nossa Igreja, e a Editora Concórdia, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), em Porto Alegre.
A mais detalhada biografia de Lutero, no entanto, não foi redigida por um luterano; seu autor é o presbiteriano Vicente Themudo Lessa (56). Pequenas biografias para o uso nas comunidades foram escritas por Amo Dreher, da nossa Igreja (57), e Rodolpho Frederico Hasse, da IELB (58). De boa qualidade é também o capítulo sobre Lutero e o luteranismo na coleção ¨As grandes Religiões¨, da Editora Abril (59), para a qual contribuiu como conselheiro o atual Secretário Geral da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE), Jaci C. Maraschin. O capítulo sobre Lutero na coleção ¨Grandes Personagens¨, da mesma editora (60), aparentemente redigido sem a ajuda de um conselheiro evangélico, apresenta uma série de erros. Dispomos ainda de estudos sobre alguns temas relacionados com a vida e a obra de Lutero (61). Todas essas publicações não querem trazer à tona grandes novidades. Só querem informar melhor os leitores brasileiros sobre Lutero. Mas na medida em que a verdade substitui o erro, trata-se, de fato, de novidades (62).
A mesma finalidade têm, a meu ver, as traduções de livros e estudos sobre Lutero redigidos por historiadores e especialistas de outros países (63). Entre elas encontramos três biografias de Lutero (64), uma publicação católico-luterana da Editora Vozes, católica (65), e um número da revista católica ¨Concilium¨, dedicado ao tema ¨Lutero Ontem e Hoje¨ (66), para mencionar algumas publicações importantes. Podemos constatar que há somente poucos temas e aspectos da vida e obra de Lutero sobre os quais dispomos de informações objetivas e mais detalhadas. Nessa área o Brasil depende ainda das pesquisas realizadas em outros países. Mas também fica claro que desde os anos 60, aproximadamente, aumenta o interesse por Lutero e por informações fidedignas sobre ele. Para nós luteranos esse interesse constitui um compromisso que não podemos desprezar, se não queremos perder nossa identidade luterana.
7. A TAREFA DA ASSIMILAÇÃO: O LUTERO ATUAL
A terceira tarefa dos que estão interessados em Lutero é a assimilação crítica de sua teologia. A meu ver, ela já está acontecendo. Reconhece-se sempre mais a necessidade de aproveitar a substância evangélica de sua teologia para nossa própria existência cristã, teológica e eclesial. Pergunta-se também por sua contribuição para a teologia latino-americana. Essa tendência evidenciou-se com bastante clareza especialmente por ocasião das comemorações dos 450 anos das 95 teses, em 1967, e da Confissão de Augsburgo, em 1980. Observam-se reflexões em torno e a partir de Lutero que o colocam conscientemente dentro da realidade latino-americana, que é, em grande parte, a realidade de injustiça, opressão, exploração, violência e sofrimento, bem como de alienação religiosa. Mostra-se, às vezes, de maneira inesperada, a partir do contexto social, político, religioso e econômico como Lutero é atual. Estamos apenas no início dessa caminhada. Mas essa assimilação de Lutero é, sem dúvida, o aspecto mais importante do tema ¨Lutero no Brasil¨. É nessa área que surgem os estudos especificamente latino-americanas sobre Lutero. Neles podemos perceber cinco enfoques.
7.1 Vários autores explicam a leitores brasileiros importância e atualidade de Lutero e da Reforma. Lutero, o pregador do Evangelho e o servo do Cristo crucificado, lutou para que a Igreja voltasse a ser e permanecesse realmente Igreja de Jesus Cristo, livre diante dos homens, mas obediente ao Evangelho (67). Central na Reforma é a proclamação da mensagem da cruz, cruz esta que é a resposta de Deus ao paradoxo da existência humana (68). O falar luterano de Deus e o ser evangélico em Lutero são confrontados com os desafios do presente na América Latina. O caminho dos cristãos é entendido como o caminho trilhado por Deus mesmo em Cristo, o caminho da solidariedade com os oprimidas, do juízo sobre uma sociedade em que milhões de pessoas sofrem, e da esperança por um mundo justo e humano (69). Em meio ao nosso mundo em que a vida parece não ter sentido, e em meio à miséria de um cristianismo tradicional e de pouca fé aponta-se para a atualidade da pergunta de Lutero pelo centro do Evangelho bem como da sua resposta libertadora, dada pela fé (70). A partir de uma posição acentuadamente confessional a mensagem da Reforma é resumida nos três tópicos da liberdade cristã, do Evangelho revelado na Escritura inspirada e da confissão luterana. Essa mensagem, por sua vez, é entendida essencialmente como crítica de três fenômenos característicos da nossa época, a saber, a massificação das pessoas, a secularização, incluindo, p. ex., a exegese histórico-crítica e a desmitologização, e, finalmente, o ecumenismo (71).
7.2 Em todos os tempos a interpretação da Sagrada Escritura era de importância fundamental para a existência eclesial e teológica dos cristãos. Nesse campo há, hoje em dia, no Brasil, um verdadeiro combate entre a exegese histórico-crítica, o fundamentalismo da palavra inspirada, o antidogmatismo como princípio hermenêutico e o novo fundamentalismo da práxis. Nessa situação, teólogos da IECLB ocuparam-se, a partir de Lutero, com a questão da compreensão e interpretação adequadas da Sagrada Escritura. Para o diálogo com a IELB, que defende a doutrina da inspiração verbal, foi esclarecido o problema da relação entre Palavra de Deus e palavras humanas na Bíblia (72). De maneira mais abrangente a posição da IECLB foi desenvolvida em reflexões sobre a relação entre a autoridade da Escritura e a exegese histórico-crítica (73) e sobre a exegese evangélica como a interpretação que respeita a liberdade da Escritura (74). Uma antologia de ¨falas de mesa¨ de Lutero sobre pregação e pregadores mostra de maneira bem concreta os contornos teológico-práticos do assunto (75). Todos esses estudos visam uma orientação mais definida, a partir de Lutero, na teologia e no trabalho pastoral sobre a questão da Sagrada Escritura.
7.3 Desde há 20 anos, aproximadamente, há um diálogo teológico entre as duas Igrejas luteranas, a IELB e a IECLB. Seu propósito é a superação da polêmica estéril de um passado mais remoto e uma maior aproximação mútua. No diálogo interluterano, Lutero desempenha um papel muito importante como ponto de referência comum. Começou-se com o estudo de sua eclesiologia dentro de uma estratégia continental que visava a criação de um conselho luterano latino-americano (76). Essa meta não foi alcançada na forma desejada, talvez por ter sido colocada, naquela época, mais em termos de política eclesiástica do que teológicos. Mas sem dúvida foi importante ter sido constatado que na compreensão da eclesiologia de Lutero praticamente não há divergências entre os ¨luteranos federados¨ (77) e os ¨luteranos missourianos¨ (78).
7.4 Os problemas sociais, políticos e econômicos pertencem às questões mais prementes existentes no Brasil. Por isso pergunta-se pelo posicionamento sócio-político e econômico de Lutero e suas implicações na tradição luterana. No seu conceito de Estado são destacados os aspectos que em grande parte foram esquecidos ao longo da história, mas são, hoje, na América Latina, muito importantes, a saber, a idéia dos deveres das autoridades seculares para com os cidadãos( em vez da idéia da obediência dos ¨súditos¨) e a idéia da co-responsabilidade ativa dos cristãos pelo bem comum (79). A doutrina dos dois reinos é entendida como contribuição importante para a práxis das Igrejas (não apenas as luteranas) na América Latina, porque faz valer o elemento da tensão escatológica e leva a uma reflexão sobre o processo histórico do continente (80). Numa explicação dessa doutrina para as comunidades são mostradas, de maneira clara e simples, algumas de suas implicações atuais, ou seja, a limitação do poder das autoridades seculares, a responsabilidade do Estado pela educação escolar, a crítica à exploração econômica das pessoas e a necessidade de uma linguagem clara e corajosa dos cristãos em questões sociais, políticas e econômicas (81). A atualidade de Lutero evidencia-se também em suas críticas a práticas econômicas de seu tempo, a época do capitalismo incipiente, que exploravam as pessoas e eram sinais de um profundo desprezo pela dignidade humana (82). Em nossa realidade, para não poucas pessoas o acesso ao pensamento de Lutero parece abrir-se aqui com maior facilidade.
7.5 Devem ser destacadas as reflexões em torno de Lutero no contexto ecumênico, sobretudo no diálogo católico-luterano. Um estudo da imagem tradicional de Lutero na teologia católica, publicado antes do Concílio Vaticano II, era uma espécie de espelho que mostrou aos próprios católicos sua parcialidade na avaliação do reformador (83). Os luteranos da IECLB, para se orientarem melhor na nova situação criada pela abertura ecumênica do Concílio, recorreram à compreensão da unidade da Igreja em Lutero (84). Por ocasião dos 450 anos das 95 teses, uma editora católica publicou um livrinho contendo um estudo bem objetivo da história de Lutero até 1521 por parte de um teólogo franciscano (85), bem como uma análise da eclesiologia de Lutero por parte de um teólogo da IECLB (86); ambas as contribuições colocam Lutero conscientemente numa perspectiva ecumênica. Em Semanas de Reflexão Teológica, realizadas pelos jesuítas, teólogos da IECLB apresentaram palestras sobre comunidade e Igreja em Lutero (87) e sobre a evangelização, tema central para a Igreja Católica do continente (88), controvertido no protestantismo mundial (89), com reflexos dentro da própria IECLB. A partir de Lutero aponta-se para o primado da Palavra e a unidade de pregação e ação (90). Certamente há ainda mais esforços ecumênicos em torno de Lutero; mas ainda não resultaram em publicações.
7.6 De grande importância para o contexto brasileiro são, finalmente, as reflexões sobre a espiritualidade cristã a partir de Lutero. O povo brasileiro é considerado como ¨religioso¨, crente em Deus, aberto para a dimensão do espiritual. Entre os teólogos há uma busca e ¨um redescobrimento do sentido da fé, da contemplação e dos valores evangélicos¨ (91). Nas comunidades luteranas levanta-se a ¨exigência por uma maior ‘espiritualidade’ ¨ frente ao desafio do pentecostalismo com seu crescimento extraordinário e sua vivacidade e espontaneidade. No contexto de reflexões sobre o Espírito Santo pretende-se esclarecer melhor a identidade luterana (92) : a igreja e os cristãos dependem inteiramente do Espírito Santo, o poder vivificador de Deus; exclusivamente dele recebem sua identidade como igreja de Jesus Cristo (93). Sua oração pela vinda do Espírito Santo, ou seja, sua espiritualidade, é um protesto radical contra todas as tentativas, formas e ideologias de auto-afirmação diante de Deus (94). O Espírito Santo é o criador da nova realidade que em Cristo, o crucificado e ressurreto, irrompe no mundo: a vida em meio à morte (95). Estuda-se a interpretação do ¨Magnificat¨ (Lucas 1. 46-55) em Lutero e constata-se ¨que na compreensão teológica há, entre a interpretação do Magnificat de Lutero e a espiritualidade da libertação (ao menos em Gutiérrez), (…) uma identidade ecumênica¨ (96). A espiritualidade que constitui ¨nossa identidade cristã¨, é ¨a vivência a partir da fé no Evangelho de Jesus Cristo¨, ¨a vida dos agraciados imerecidamente¨. É ¨espiritualidade a partir do Espírito de Jesus Cristo¨ ou ¨espiritualidade da libertação¨ no sentido evangélico da palavra: espiritualidade ¨para dentro do mundo¨, espiritualidade ¨ativa em favor do próximo¨ necessitado e ¨em favor do inimigo¨, espiritualidade que continua ¨o serviço de Jesus Cristo no homem todo e na humanidade toda¨ (97).
7.7 Foram pesquisados, ainda, outros aspectos da teologia de Lutero, como os sacramentos (98), o ministério eclesiástico (99) e o entusiasmo ou ¨fanatismo¨ da ¨ala esquerda da Reforma¨ do século XVI (100). O estudo comparativo da teologia de Lutero e da teologia da libertação encontra-se ainda, em grande parte, na fase oral (101). Há também estudos ainda não publicados sobre Lutero, efetuados em conferências pastorais e em outras ocasiões. Por isso não é possível conhecer e analisar seu conteúdo e muito menos detectar enfoques específicos. Essa constatação serve como alerta de que as publicações sobre Lutero não nos dão uma informação mais ou menos completa sobre o tema ¨Quem é Lutero no Brasil¨. Mas no que diz respeito às publicações, destacam-se os aspectos acima mencionados.
CONCLUSÃO
No passado, Lutero e sua teologia eram importantes, no Brasil, em primeiro lugar para a minoria dos luteranos. Assim será, provavelmente, também no futuro. Pois certamente não podemos contar com a conversão do Brasil inteiro ao luteranismo.
Mas é igualmente verdade que entre os luteranos está em andamento uma assimilação crítica e séria de Lutero. Não se trata de um estudo meramente ¨acadêmico¨ do reformador. São dirigidas perguntas a Lutero em determinadas situações de nossa caminhada, não com a intenção de receber dele respostas prontas, e sim, impulsos que emanam de sua teologia e obra. Nesse sentido as publicações sobre Lutero no Brasil são escritos ¨ocasionais¨, motivados por situações concretas da nossa existência. Essa característica elas a têm em comum com os escritos do próprio Lutero.
É um caminho muito longo desde o ¨luterano¨ entre os ¨antropófagos do Novo Mundo¨ até os 900.000 ou um milhão ou um pouco mais de luteranos hoje, 500 anos após o nascimento de Lutero. Quem é, hoje, Lutero no Brasil? Ele é parceiro em nosso labor teológico sobretudo como pregador do Evangelho da cruz de Cristo, como intérprete evangélico da Bíblia, como homem da Igreja, como ¨político¨ em seu papel ecumênico e como cristão de profunda e ardente espiritualidade cristocêntrica. O futuro certamente mostrará que isso não esgota sua potencialidade histórica.
Notas:
(1) João Neves da Fontoura relata uma vez sobre um diálogo com urna senhora, que encontrava na igreja frequentada por ambos, o seguinte: ¨ verdade que o senhor tem dois filhos, um chamado Lutero, outro Calvino? — Não, minha senhora — respondi — a informação é falsa. Eu casualmente só tenho duas filhas; e sou católico, antigo aluno dos Padres Jesuítas. A confusão, intencional ou não, era com o primogênito de Vargas, que se chama Lutero.¨ (FONTOURA, João Neves da. Memórias, Porto Alegre, Globo, 1963, v. 2, p. 292, ap. SILVA, Hélio. 1930: A Revolução Traída, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966, p. 44 [O Ciclo de Vargas, 31).
(2) BRUNEAU, Thomas C. Catolicismo Brasileiro em Época de Transição, São Paulo, Loyola, 1974, p. 80 (Temas Brasileiros, 3).
(3) OBERACKER, Carlos H. A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira, 2. ed. [1. ed. em língua portuguesa rev. e aum.], Rio de Janeiro, Presença, 1968. 581 p. 2 mapas.
(4) ibid., p. 67.
(5) ibid., p. 68.
(6) STADEN, Hans. Duas Viagens ao Brasil, Arrojadas aventuras no século XVI entre os antropófagos do Novo Mundo, São Paulo, [Instituto Hans Staden] 1942, p. 84 (Publicações da Sociedade Hans Staden, 3).
(7) ibid., p. 95-6.
(8) Hinos do Povo de Deus, Hinário da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, 3. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1982, n.°s 147 e 82.
(9) VOLZ, Hans. Hessus, Helius Eobanus. In: RGG, 3. ed., Tübingen, J. C. B. Mohr, 1959, v. 3, col. 298.
(10) OBERACKER, Carlos H. op. cit., p, 65.
(11) ibid., p. 70-1; STADEN, Hans. op. cit., p. 78, anot. 102 (da autoria de Francisco de Assis Carvalho FRANC0). — OBERACKER afirma ainda que ¨Hesse… comparticipou da segunda fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro¨ (1567) e que ¨parece ter conseguido posição destacada., com muito prestígio, desempenhando as funções de escrivão da fazenda (documentada de 1568 — 82), vereador, oficial do conselho e juiz ordinário¨. Francisco de Assis Carvalho FRANCO, porém, defende a tese de que Heliodoro Eobano Hesse não pode ser identificado com o juiz e vereador ¨Eliodoro Ebano, português de nascimento¨ e que Heliodoro Eobano Hesse teria sido morto ¨no assalto dado a um navio francês no Cabo Frio, no dia 8 de junho de 1568¨. OBERACKER, por sua vez, admite a participação do alemão naquele assino; nega, porém, que tenha, sido morto naquela ocasião: ¨Erroneamente é, em geral, aceita a versão de que o alemão tenha sucumbido nesse último embate.., porém o sr. Andrä averiguou que, dois dias depois, assinou um documento e que até o ano de 1585 há menção documentada da existência de um tal Heliodoro Eobanus no Rio de Janeiro, presumidamente idêntico com o filho do humanista alemão¨.
(12) SCHLIEPER, Ernesto Th. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana dentro do Protestantismo no Brasil. In: —. Testemunho Evangélico na América Latina, Palestras e Predicas, ed. por Joachim FISCHER, São Leopoldo, Sinodal, 1974, p. 41; BACHMANN, E. Theodore. Lutherans in Brazil, A Story of Emerging Ecumenism, Minneapolis, Augsburg Publishing House, 1970, p. 22; BEGRICH, Martin. Kirchengeschichte Brasiliens im Abriss. In: Die Kirche in ihrer Geschichte, EM Handbuch, ed. por Kurt Dietrich SCHMIDT e Ernst WOLF, Göttingen, Vandenhoeck & Ruprecht, 1963, v. 4, fasc. S, p. 27-8.
(13) HOORNAERT, Eduardo. Formação do Catolicismo Brasileiro 1550 — 1800, Ensaio de interpretação a partir dos oprimidos, Petrópolis, Vozes, 1974, p. 13-20 (Publicações CID, História da Igreja/1).
(14) Martim LUTERO, Se também militares podem ser salvos. In. LUTHER, Martin. ‘Werke, Kritische Gesamtausgabe [Obras Completas, Edição Científica], Weimar, Böhlau, 1897, v. 19, p. 660, 5-12. (Essa edição é chamada de Weimarer Ausgabe = Edição de Weimar e citada com a sigla WA).
(15) CRESPIN, Jean. A Tragédia de Guanabara ou: História dos Protomártires do Cristianismo no Brasil, Trad. de Domingos Ribeiro, Rio de Janeiro, Pimenta de Mello & C., 1917, p. 84.
(16) DREHER, Martin Norberto. Kirche und Deutschtum in der Entwicklung der Evangelischen Kirche Lutherischen Bekenntnisses in Brasilien, Göttingen, Vandenhoeck & Ruprecht, 1978, p. 98-101 [Sínodo Rio-grandense] ; p. 164-6 [Sínodo Luterano de Santa Catarina e Paraná]. (Arbeiten zur kirchlichen Zeitgeschichte, Série B, 6). — Em 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha; em 27 de outubro o governo proclamou o ¨estado de guerra, iniciada pelo Império Alemão contra o Brasil¨; em novembro decretou o estado de sítio para os Estados do Sul do país (Nosso Século: 191011930: Anos de Crise e Criação, São Paulo, Abril, 1981, v. 2, p. 42 e 39). Deve-se dizer, no entanto, que outros imigrantes e seus descendentes (de origem italiana e francesa, p. ex.) também apoiavam ativamente seus respectivos países de origem. — No Sínodo Rio-grandense, as comemorações sino dais (não as paroquiais e locais!) foram transferidas para o tempo de paz (aviso do P. Dr. Wilhelm Rotermund, Rio Grandeuser Sonntagsblatt, São Leopoldo, 31 [36] : 153, 16 de set. de 1917). A publicação do próprio ¨Sonntagsblatt¨ ficou interrompida por quase dois anos, a partir de fins de 1917; continuou somente em 2 de novembro de 1919, após ter havido, em fins de 1918, três edições mensais, em língua portuguesa, com o título ¨Jornal Dominical do Sínodo Riograndense¨.
(17) CRESPIN, Jean. op. cit., p. 5.
(18) ibid., p. 10.
(19) HOORNAERT, Eduardo. op. cit., p. 13,
(20) RUBERT, Arlindo. A Igreja no Brasil, Origem e Desenvolvimento (Século XVI), Santa Maria, Pallotti, 1981, v. 1, p. 276-9.
(21) ibid.
(22) ¨A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo.¨ (GASMAN, Lydinéa. ed., Documentos Históricos Brasileiros, Rio de Janeiro, FENAME, 1976, p. 111)
(23) BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes, Música Sacra Evangélica no Brasil (Contribuição à sua História), Rio de Janeiro, Kosmos, [19611, 448 p.
(24) A Reforma Religiosa do Século XVI (Obra Póstuma), São Paulo, Independente, 1955, p. 24.
(25) ALVES, Rubem. As ideias teológicas e os seus caminhos pelos sulcos institucionais do protestantismo brasileiro. In: História da Teologia na América Latina, São Paulo, Paulinas, 1981, p. 133. (Teologia em Diálogo).
(26) LEITE, Lysânias de Cerqueira. Protestantismo e Romantismo, Resposta, ao pé da letra, á obra de Leonel Franca S. J. — ¨A Igreja, a Reforma e a Civilização¨, Rio de Janeiro, [Bedeschi,1 1936; 1938; 1942, XXXVI, 153; 240; 268 p.
(27) LEITE, Lysânias de Cerqueira. A Igreja, o Papado e a Reforma, Súmula da resposta e réplica ao Padre L. Franca, Rio de Janeiro, [Be-deschi,1 1941, 90 p.
(28) HANSEN, Frederico. pseud. [Otoniel Mota], Luthero e o Padre Leonel Franca, São Paulo, [s. ed.,] 1933, 20 p.
(29) FRANCA, Leonel. Catolicismo e Protestantismo, 2. ed., Rio de Janeiro, [s. ed.,’ 1952.
(30) FRANCA, Leonel. O Protestantismo no Brasil, Resposta a dois pastores protestantes: Prof. Othoniel Motta e Snr. Lysânias Cerqueira Leite, 2. ed., Rio de Janeiro, [s. ed.,] 1938, 255 p. ; —. O Protestantismo no Brasil, Lutero e o Sr. Frederico Hansen, Resposta a dois pastores protestantes: o Prof. Otoniel Mota e o Sr. Lisânias Cerqueira Leite, 3. ed. In: Obras Completas, Rio de Janeiro, AGIR, 1952, v. 7, 339 p.
(31) FRANCA, Leonel. A Igreja, a Reforma e a Civilização, 6. ed. In: Obras Completas, Rio de Janeiro, AGIR, 1952, v. 2, 476 p.
(32) JÚLIO MARIA, O Diabo, Lutero e o Protestantismo, 2. ed. Manhumirim, O Lutador, 1950, 277 p.
(33) JÚLIO MARIA, Ataques Protestantes às Verdades Católicas com as respectivas respostas irrefutáveis, 5. ed., Petrópolis, Vozes, 1956, 223 p.
(34) MIRANDA, Antônio. Lobo em Peles de Ovelha, Refutação do Folheto ¨Que é um Protestante¨, Manhumirim, O Lutador, 1958, 103 p. (Esclarecimentos sobre o Protestantismo, 1).
(35) MIRANDA, Antônio. Mentiras Protestantes, Refutação do Folheto ¨Porque não sou Católico Romano¨, Manhumirim, O Lutador, 1958, 87 p. (Esclarecimentos sobre o Protestantismo, 3).
(36) A imagem católica tradicional anterior ao Concílio Vaticano II v. no estudo de MEYER, Harding. Lutero na Opinião da Igreja Católica Apostólica Romana. In: Estudos Teológicos, São Leopoldo, 1961, p. 13-28 [Número Especial], Ano 1.
(37) cf., p. ex., WOLF, Ernst. Que pretendia realmente Lutero?, Trad. de José Sousa Monteiro, Concilium., Petrópolis, 1966 (4) [n. 14] : 17-25, 1966; ALTMANN, Walter. Lutero, afinal o que quis? In: Reflexões em torno de Lutero, São Leopoldo, Faculdade de Teologia da IECLB, 1981, p. 9-28, Estudos Teológicos [Número Especial, ed. por Martin Norberto Dreher], Ano 21; DREHER, Martin Norberto. Reforma Luterana Hoje, Traduzindo as intenções do reformador para os nossos dias. In: op. cit., p. 112-120.
(38) ¨…se pode lembrar a memória dos santos, a fim de lhes imitarmos a fé e as boas obras de acordo com a vocação¨ (CA 21, 1; tradução do texto latino).
(39) ¨Tanto mais fulgente e grandiosa se torna a ação da Igreja no Brasil, quando se considera a oposição que lhe fazem vários agentes antagónicos: as seitas protestantes, cuja propaganda muito intensa está perturbando a crença tradicional. O judaísmo, grande força pela sua organização, secundada pelo racismo, não consegue domínio total. O comunismo luta freneticamente, por se implantar em nossa Pátria. O espiritismo, infelizmente, tem conseguido medrar em nosso meio, gerando males, desordens, superstições e macumbas. A indiferença grassa por toda a parte, alimentada pela ignorância religiosa e pelo comodismo burguês e proletário inativo.¨ (Paulo de Florêncio da Silveira CAMARGO, in: BIHLMEYER, Karl. & TUECHLE, Hermann. História da Igreja, São Paulo, Paulinas, 1965, v. 3, p. 760-1)
(40) MONGE, A. & SIMONETTO, B. História da Igreja em Quadrinhos, Os Doze a Caminho, São Paulo, Paulinas, 1980, p. 213.
(41) ibid., p. 217.
(42) LAUFER, Frederico. Ökumenische Kontakte zwischen Lutheranern und Katholiken in. Brasilien. In: FISCHER, Joachim. & JAHN, Christoph. ed., Es begann am Rio dos Sinos, Geschichte und Gegenwart der Evangelischen Kirche Lutherischen Bekenntnisses in Brasilien, 2. ed., Erlangen, Ev. — Lutherische Mission, 1970, p. 64-8. (Erlanger Taschenbücher, 9); ‘WEBER, Bertholdo. Nosso Compromisso Ecumênico. In: KANNENBERG. Hilmar. ed., Presença Luterana 1970, Uma Coletânea de Informações Sobre a Vivência dos Evangélicos Luteranos no Brasil, São Leopoldo, Sinodal, 1970, p. 111-5.
(43) Decreto ¨Unitatis Redintegratio¨ sobre o Ecumenismo. In: Concílio Vaticano II, Constituições — Decretos — Declarações, Documentos e Discursos Pontifícios, São Paulo, Paulinas, 1967, p. 215-34.
(44) CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Pela unidade dos cristãos, Guia Ecumênico popular, São Paulo, Paulinas, 1981, 71 g. (Estudos da CNBB, 28)
(45) LUTERO, Martinho. As Noventa e Cinco Teses, Trad. do espanhol de Pythagoras Daronc da Silva, São Bernardo do Campo, Imprensa Metodista, [19561, 16 p.
(46) LUTHER, Martin. As 95 Teses, Trai de R[odolphol Hasse, Porto Alegre, Concórdia, 1957, 24 p.; IMartinho LUTER0,1 As 95 Teses de Frei Martinho Lutero contra o Comércio das Indulgências, 31 de Outubro de 1517, Trad. de R[odolpho] Hasse, Igreja Luterana, Porto Alegre, 28 (3/4): 151-61, 1967; LUTERO, Martinho. As 95 Teses, Trad. de R[odolpho] Hasse, Porto Alegre, Concórdia, 1979, 24 p.
(47) LUTERO, Martim. Catecismo Menor, 11. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1981, 24 p.; LUTERO, Martinho. Enquirídio, Catecismo Menor para os pastores e pregadores indoutos. In: Livro de Concórdia, As Confissões da Igreja Evangélica Luterana, Trad. de Arnaldo Schüler, São Leopoldo, Sinodal; Porto Alegre, Concórdia, 1980, p. 361-84 LUTE-RO, Martinho. Catecismo Maior ou Doutrina Cristã. Fundamental, Trad. do espanhol de Zaqueu A. de Carvalho, São Paulo, Fittipaldi, 1965, 179 p.; Martinho LUTERO, Catecismo Maior. In: Livro de Concórdia, As Confissões da Igreja Evangélica Luterana, Trad. de Arnaldo Schüler, São Leopoldo, Sinodal; Porto Alegre, Concórdia, 1980, p. 385-496.
(48) Os Artigos de Esmalcalde. In: ibid., p. 305-41.
(49) LUTERO, Martim. Da Liberdade Cristã, Trad. de Leônidas Boutin e Heinz Soboll, 1. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1959, 52 p. – 3. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1979, 48 p.
(50) LUTERO, Martim. Da Autoridade Secular, A obediência que lhe é devida (1523), Trad. de Martin N. Dreher, São Leopoldo, Sinodal, 1979, 79 p.
(51) LUTERO, Martim. Do Cativeiro Babilônico da Igreja, Um Prelúdio, Trad. de Martin N. Dreher, São Leopoldo, Sinodal, 1982, 143 p.
(52) LUTERO, Martinho. O Magnificat, Trad. do francês de Attilio Cancian, Petrópolis, Vozes, 1968, 111 p.
(53) BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã, Trad. de Helmut Alfredo Simon, São Paulo, ASTE, 1967, p. 231-60; recensão de José Gonçalves SALVADOR. Simpósio, São Paulo, 1 (1): 78-9, maio 1968; FITZER, Gottfried. O Que Lutero Realmente Disse, Trad. de Ernesto J. Bernhoeft e Marcos Santarrita, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1971, X, 232 p. (O que Eles Realmente Disseram, 2)
(54) v. acima anot. 46, 48, 53 e 54.
(55) WA Ev. anot. 141, Weimar, Böhlau, 1909, v. 30/11, p. 632-646.
(56) LESSA, Vicente Themudo. Lutero, 3. ed., São Paulo, Brasil, 1956, 252 p.
(57) DREHER, Amo. Marfim Lutero, o Intérprete do Evangelho, 1. ed., São Leopoldo. Sinodal, 1954, 62 p. 3. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1979, 54 p. 1 mapa.
(58) HASSE, R[odolpho] F[rederico]. Frei Martinho — Restaurador da Verdade Eterna, 1. ed., Rio de Janeiro, 1960, 128 p. — 2. ed., Porto Alegre, Concórdia, [1962], 132 p.
(59) Lutero e Luteranismo. In: PESSANHA, José Américo Motta. ed., As Grandes Religiões, São Paulo, Abril, [s. d.], v. 3, p. 465-80.
(60) Lutero. In. MATOS, Carlos Eduardo Silveira. ed., Grandes Personagens, A vida e a obra dos homens que fizeram a história, História Universal, 2. ed., São Paulo, Abril, 1978, v. 3, p. 9-24,
(61) SCHÜLER, Oswaldo. As causas da Reforma, Igreja Luterana, Porto Alegre, 27 (2): 90-123, 1966; Porto Alegre, Concórdia, [s. d.], 49 p. (Monografias Luteranas, 8) — REHFELDT, Mário L. Lutero e a Guerra dos Camponeses, Igreja Luterana, Porto Alegre, 30 (3/4): 103-10, 1969. — KAUTZMANN, Daltro. Lutero e Erasmo, Igreja Luterana, Porto Alegre, 25 (1) : 23-38, 1964.
(62) No passado houve, na IELB e na IECLB, publicações sobre Lutero também em língua alemã. Seus autores eram brasileiros e estrangeiros, esses últimos em parte domiciliados no Brasil. Tinham certa razão de ser, quando ainda estava em uso, em ambas as Igrejas, a língua alemã. Hoje somente poucas pessoas são capazes de ler esses estudos. Podem ser mencionados, em ordem alfabética, os seguintes.
ALPERS, Harm. Herrenmahl und Kommunion, Eine Besinnung über die Arnoldshainer Thesen und ihre theologischen Grundlagen, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 9 (1): 19-51, 1969. — ASHEIM, Ivar. Das allgemeine Priesterum und die kírchliche Autorität bei Luther, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 8 (2): 53-71, 1968; Igreja Luterana, Porto Alegre, 29 (4): 205-24, 1968. — FISCHER, Joachim. Die Einheit der Christenheit in Luthers Theologie, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 3 (3): 81-94, 1963. — FISCHER, Joachim. Das Evangelium une’ die soziale Revolution, Luthers Verhältnis zur bäuerlich-revolutionären Bewegung, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 3 (1) : 1-20, 1963. — FISCHER, Joachim. Gelebte Rechtfertigung, Die Rechtfertigung allein aus Glauben im Handeln des Christen, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 7 (3): 150-66, 1967. — Lehre von der Kirche in den Lutherischen Bekenntnisschriften, Die, Trad. de O. E. Sohn, Igreja Luterana, Porto Alegre, 28 (1/2): 121-34, 1967. — MEINHOLD, Peter. Luthers Thesenanschlag fand doch statt, Eine Antwort auf die Behauptung eines katholischen Theologen, Igreja Luterana, Porto Alegre, 24 (3): 149-54, 1963. — MEYER, Harding. Das geschriebene und das mündliche Evangelium, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 1 (1): 2-20, 1961. — NELLE, Günter. Luthers Heirat, Igreja Luterana, Porto Alegre, 24 (3): 186-8, 1963. — REUTER, Theodor. Luther und das Verhältnis von Mann und Weib, Igreja Luterana, Porto Alegre, 24 (1): 34-43, 1963. — REUTER, Theodor. Luther und der Umgang mit der Heiligen Schrift, Igreja Luterana, Porto Alegre, 24 (3): 160-3, 1963. — ROTTMANN, H[ans]. Das Sola Scriptura-Prinzip bei Luther, Igreja Luterana, Porto Alegre, 25 (1): 39-51, 1964. — SASSE, Hermann. Luthers Vermächtnis an die Christenheit, Igreja Luterana, Porto Alegre, 28 (3/4): 152-66, 1967. — SASSE, Hermann. Heilige Kirche oder Heilige Schrift? Die Bedeutung des Sola Scriptura der Reformation, Trad. de Hans-Siegfried Huss e I. E. Lang. Igreja Luterana, Porto Alegre, 29 (4): 165— 95, 1968. — WEINGÄRTNER, Lindolfo. Luther als Prediger, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 7 (3): 120-30, 1967.
(63) Além da literatura citada nas 3 anotações seguintes v. sobretudo, as histórias da Reforma: CHADWICK, Owen. A Reforma, Trai de H. Santos Carvalho, Lisboa., Ulisséia, [1966], 459 p. (História da Igreja, 3). — DANIEL-ROPS, História da Igreja Cristã, Porto, Tavares Martins, 1960-3, 4 v. — DICKENS, Arthur Geoffrey. A Reforma e a Europa do Século XVI, Trad. de Antônio Gonçalves Mattoso, Lisboa, Verbo, 1971, 237 p. (História Ilustrada da Europa). — ELTON, G. R. A Europa Durante a Reforma, Trad. de Ana Hatherly, Lisboa, Presença, 1982, 268 p. — Recensão: WEIRICH, Paulo. Igreja Luterana, Porto Alegre, 42 (3): 44-5, 1982. — MERLE D’AUBIGNÉ, Jean-Henri. História da Reforma do Século Décimo-Sexto, Trad. de J. Carvalho (v, 3 e 4) e Celly Monteiro Moço (v. 5), São Paulo, Casa Publicadora Presbiteriana, 1951 (v. 1) — 1962 (v. 5), 575 (v. 1); 247 (v. 3); 292 (v. 4); 297 (v. 5) p., 6 v. — MUIRHEAD, H. H. O Cristianismo através dos Séculos, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1949-59, 3 v. — SIMON, Edith. A Reforma, Trad. de Pinheiro de Lemos, Rio de Janeiro, J. Olympio, 1971, 191 p. (Biblioteca de História Universal Life). — TUCHLE, Germano. & BOU-MAN, C. A. Reforma e Contra-Reforma, Trad. de Waldomiro Pires Martins. In: Nova História da Igreja (L. — J. ROGIER et alii, ed.), Petrópolis, Vozes, 1971, v. 3, 531 p. — Histórias da Igreja: BIHLMEYER, Karl. & TUCHLE, Hermann. História da Igreja, Trad. de Ebion de Lima e H. Dalbosco, São Paulo, Paulinas, 1965, v. 3, 814 p. KNIGHT, A. E & ANGLIN, W. Breve Esboço da História do Cristianismo, 3. ed., Teresópolis, Casa Editora Evangélica, 1955, 404 p. NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã, Trad. e rev. de J. Mauricio Wanderley, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1960, 283 p. — WALKER, WILLISTON. História da Igreja Cristã, Trad. de Glênio Vergara dos Santos e N. Duval da Silva, 3. ed. (em 1 tomo), Rio de Janeiro, Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira (JUERP); São Paulo, ASTE, 1981, 2 v., 411; 378 p. — Estudos sobre diversos temas: BOUMAN, Herbert J. A. A Doutrina do Ministério segundo Lutero e as Confissões Luteranas, Trad. de Gastão Thomé, Igreja Luterana, Porto Alegre, 27 (1): 1-30, 1966; Porto Alegre, Concórdia, s. d., 45 p. (Monografias Luteranas, 7). — FORELL, George Wolfgang. Fé Ativa no Amor, Trad. de Geraldo Korndörfer, Porto Alegre, Concórdia; São Leopoldo, Sinodal, 1977, 189 p. — Recensão: G. D. B. Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, 38 (151): 565-6, set. 1978. – IWAND, Hans Joachim. A Justiça da Fé, Exposição conforme a doutrina de Lutero, Trad. de Walter Altmann e Lindolfo Weingärtner, 2. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1981, 109 p. Recensão: G. D. B. Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, 38 (151). 566, set. 1978. — KRETZMANN, A. R. Lei e Evangelho, Trad. de Arnaldo Schüler, Porto Alegre, Concórdia, 1965, 76 p. (Monografias Luteranas, 2). — LAU, Franz. A afixação das teses de Lutero, Lenda ou fato? Trad. de Manfredo Siegle e Martin Dreher, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 7 (4): 170-85, 1967. — Uma antologia: Lutero e a Reforma, Uma antologia em comemoração do 450.° aniversário da Reforma, São Leopoldo, Sinodal, 1967, 100 p.
(64) FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero: Um Destino, trad. de Maria Elisabeth Cabral, Amadora, Bertrand, 1976, 270 p. (Tempo Aberto, 3). — GREINER, Albert. Lutero, Ensaio biográfico, Trad. de Bertholdo Weber, São Leopoldo, Sinodal, 1969, 208 p. — LAU, Franz. Lutero, Trad. de Walter O. Schlupp, 2. ed., São Leopoldo, Sinodal, 1980, 111 p.
(65) ISERLOH, Erwin. & MEYER, Harding. Lutero e Luteranismo Hoje, Petrópolis, Vozes, 1969 (Questões Abertas, 10). — Recensão: Gentil Avelino TITTON, Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, 29 (3): 766, set. 1969.
(66) CONCILIUM, Lutero Ontem e Hoje, Petrópolis, Vozes, 1976, 130 p., Ano 1976, n.° 8 [n. 118].
(67) SCHLIEPER, Ernesto Th. O Vulto de Martin Luther, Estudos Teológicos, Studien und Berichte, Antiga Seqüência, São Leopoldo, 1953 (3): 61-4, julho/set. 1953; In: —. Testemunho Evangélico na América Latina, Palestras e Prédicas, ed. por Joachim Fischer, São Leopoldo, Sinodal, 1974, p. 19-22.
(68) REHFELDT, Mário L. A Missão de Lutero no Mundo do Século XVI, Igreja Luterana, Porto Alegre, 32: 137-40, 1971.
(69) ALTMANN, Walter. Solidariedade — Juízo — Esperança, Legitimidade e falsidade de um falar ¨luterano¨ de Deus na América Latina. In: —, ed. Simpósio, Falar de Deus Hoje, São Paulo, 1979, p. 75-95 [Número Especial]. ALTMANN, Walter. Lutero, afinal, o que quis? In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lutero, São Leopoldo, 1981, p. 9-28 [Número Especial, org. por Martin N. Dreher], Ano 21.
(70) DREHER, Martin Norberto. Reforma Luterana Hoje, Traduzindo as intenções do reformador para os nossos dias. In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lutero (v. anot. 69), p. 112-20.
(71) WARTH, Martin C. A Mensagem da Reforma para o Século XX, Igreja Luterana, Porto Alegre, 29 (4): 143-64, 1968.
(72) PRIEN, Hans-Jürgen. Palavra Divina e Palavra Humana na Bíblia, ou a Questão: Onde está a Verdade? Trad. de Walter O. Schlupp, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 12 (2): 80-93, 1972.
(73) SCHMIDT, Ervino. Autoridade da Sagrada Escritura e a interpretação científica, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 19 (2): 85-94, 1979.
(74) BRAKEMEIER, Gottfried. Interpretação Evangélica da Bíblia a partir de Lutero. In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lutero (v. anot. 69), p. 29-48. — BRAKEMEIER, Gottfried. A Bíblia e a Nossa Vida. In: —. Enfoques Bíblicos, São Leopoldo, Sinodal, 1980, p. 61-74.
(75) KIRST, Nelson. Lutero, pregação e pregadores — pequena antologia de ¨falas de mesa¨. In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lutero (v. anot. 69), p. 70
(76) REHFELDT, Mário L. O Conceito da Igreja de Lutero até 1521, Igreja Luterana, Porto Alegre, 26 (3/4): 188-221, 1965; Ekklesia, Revista Luterana, José C. Paz (Argentina), 10 (22/23): 105-30, março/ago. 1966; Porto Alegre, Concórdia, 1966, 53 p. (Monografias Luteranas, 5). — FISCHER, Joachim. O Conceito ¨Igreja¨ de Lutem segundo Seus Escritos ¨Dos Concílios e da Igreja¨ e ¨Contra Hans Worst¨, Trad. de Werner Dietz e Rubens Horst, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 6 (3): 161-75, 1966; Ekklesia, Revista Luterana, José C. Paz (Argentina), 10 (22/23): 131-44, março/ago. 1966.
(77) Igrejas luteranas filiadas à Federação Luterana Mundial.
(78) Igrejas luteranas relacionadas com a Igreja Luterana — Sínodo de Missouri, dos Estados Unidos da América.
(79) BECK, Nestor. Lutero e o Estado, Igreja Luterana, Porto Alegre, 25 (1/2): 1-23, 1964.
(80) SCHUURMAN, Lambert. A doutrina dos dois reinos em sua relevância para a situação latino-americana, Trad. de Werner Fuchs, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 12 (2): 63-9, 1972.
(81) MALSCHITZKY, Harald. Lutero e a Causa do Povo, São Leopoldo, Sinodal, [s. d.], 8 p. (Temas atuais da IECLB, 2).
(82) FISCHER, Joachim. Lutero e o capitalismo incipiente. In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lutero (v. anot. 69), p. 88-111.
(83) MEYER, Harding. Lutero na. Opinião da Igreja Católica Apostólica Romana. In: Estudos Teológicos, São Leopoldo, 1961, p. 13-28 [Número Especial], Ano 1.
(84) SCHLIEPER, Ernesto Th. A Reforma e a Unidade da Igreja, Igreja em Nossos Dias, São Leopoldo, 8 (10): 14-5, out. 1967; In: — Testemunho Evangélico na América Latina, Palestras e Prédicas, ed. por Joachim Fischer, São Leopoldo, Sinodal, 1974, p. 33-9.
(85) JERKOVIC, Jerônimo. Martinho Lutero, do Catolicismo à Reforma. — & SCHUMANN, Breno. Martinho Lutero, 450 Anos Depois, Petropolis, Vozes, 1967, p. 7-86. (Sinais do Tempo, 1). — Recensões: Boaventura KLOPPENBURG. Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, 27 (4): 1046-7, dez. 1967; José FRITZEN. Vozes, Revista Católica de Cultura, Petrópolis, 62 (2): 172, fev. 1968.
(86) SCHUMANN, Breno. Martinho Lutero, da Reforma ao Ecumenismo. In: Martinho Lutero, 450 Anos Depois (v. anot. 85), p. 87-117.
(87) DREHMER, Darci. A Igreja Particular na compreensão teológica e na prática pastoral luteranas. In: LIBANIO, J. B. et alii, Igreja Particular, VI Semana de Reflexão Teológica, São Paulo, Loyola, 1974, p. 141-50. (Teologia — Pesquisa e Reflexão, 4).
(88) v., p. ex., o tema do Sínodo de Bispos de 1974: Evangelização no Mundo Moderno; v. também o tema da Conferência de Puebla, de 1979: Evangelização no Presente e no Futuro da América Latina.
(89) v., p. ex., o tema do Congresso de Lausanne, de 1974: A Evangelização do Mundo; v. também as atividades do Congresso Latino-Americano de Evangelização (CLADE).
(90) ALTMANN, Walter. Evangelização, Reflexão a partir de Lutero e no contexto ecumênico protestante mundial, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 16 (1): 18-29, 1976; In: LENZ, Mathias Martinho. et alii, Evangelização no Brasil Hoje: Conteúdo e Linguagem, VIII Semana de Reflexão Teológica, São Paulo, Loyola, 1976, p. 109-20. (Teologia — Pesquisa e Reflexão, 5).
(91) GALILEA, Segundo. Espiritualidade da Libertação, Trad. de Ernani Pinheiro, Petrópolis, Vozes, 1975, 7.
(92) BRANDT, Hermann. O Risco do Espírito, Um Estudo Pneumatológico, Trad. de Geraldo Korndörfer, São Leopoldo, Sinodal, 1977, 186 p. As palavras citadas acima constam na p. 7.
(93) ibid,. p. 164-5.
(94) ibid., p. 167-9.
(95) ibid., p. 172-3.
(96) BRANDT, Hermann. Espiritualidade, Motivações e Critérios, Trad. de Martin Volkmann, São Leopoldo, Sinodal, 1978, 77.
(97) ibid., p. 81-3.
(98) ALTMANN, ‘Walter. Sacramentos, Túmulo ou berço da comunidade cristã? Estudos Teológicos, São Leopoldo, 20 (3): 127-42, 1980; DREHER, Martin Norberto. Palavra e Sacramento, Estudos Teológicos, São Leopoldo, 20 (3): 154-62.
(99) ALTMANN, Walter. O Ministério Pastoral em Lutero, Algumas teses e breve explicação. In: KIRCHHEIM, Huberto. ed., Pastorado em Discussão, São Leopoldo, Sinodal, 1979, p. 26-34.
(100) FISCHER, Joachim. O Homem — Um Entusiasta? A atualidade do tema Lutem e os entusiastas. In: Estudos Teológicos, Reflexões em torno de Lidero (v. anot. 70), p. 49-69.
(101) Tais estudos realizaram-se na Faculdade de Teologia da IECLB, em seminários do Curso de Aprofundamento Teológico, em 1981 e 1982, bem como numa preleção, no mesmo curso, no 1º. semestre de 1983.
Voltar para Índice de Reflexões em torno de Lutero