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Leia o relatório do Pastor Sinodal – Assembleia Sinodal – 2000

Desde a última Assembleia Sinodal tivemos no âmbito do Sínodo eventos marcantes que contaram com a participação e o envolvimento de comunidades, lideranças e obreiros/as. Marcantes foram os festejos dos 100 anos da OASE na cidade de Rio Claro/SP, o Seminário sobre Liturgia, Arte e Urbanidade no Rio de Janeiro, as celebrações que aconteceram por ocasião da assinatura da Declaração Conjunta sobre Justificação por Graça e Fé e a Campanha da Fraternidade Ecumênica. Estes eventos nos desafiaram profundamente em muitos sentidos e são inspiração para tecer algumas reflexões.

Somos uma Igreja que vem de longe. Temos tradição e história tanto é que podemos dar graças pela herança que recebemos. Agora, esta tradição se confronta com novas situações e novos momentos históricos. Estamos mergulhados numa cultura de massas que invade, a partir dos centros metropolitanos, todos os espaços possíveis e imagináveis.

Esta cultura rouba a individualidade na ilusão de a estar promovendo. Ao mesmo tempo que abre um enorme leque de possibilidades, massacra as consciências com valores despersonalizantes. Dificulta a eclosão do dissenso, costurando consensos artificiais. A predominância do assim chamado “pensamento único” oculta os conflitos e as diferenças presentes na sociedade. Na ausência de ideologias claras floresce um cinismo, uma apatia e uma descrença generalizada. As religiões são desaguadouro desta demanda represada por valores claros e insofismáveis.

Somos chamados a manter vivo o cerne do Evangelho sem sucumbir às forças atrozes da sociedade que massacram os seres humanos e destroem a natureza. Somos instados a preservar a imagem de Deus presente em cada ser humano. Somos desafiados a viver e anunciar a proposta de vida e de esperança, presentes no Jesus ressuscitado, num mundo de muita violência e desesperança.

Num mundo cada vez menor, em que muitas fronteiras são quebradas, confrontamo-nos com o pluralismo religioso e a multiplicidade de credos cristãos. Como manter a originalidade, a identidade e a especificidade da confissão de fé neste contexto?

O ecumenismo, como expressão do diálogo entre os cristãos, é um marco deste século que está findando. Já o diálogo inter-religioso apenas engatinha precisamente quando historiadores projetam o próximo século como um século a ser marcado por conflitos bélicos, motivados por motivos religiosos. A razão maior destas previsões ameaçadoras seriam a intolerância e o desrespeito decorrentes das leituras fundamentalistas dos textos sagrados das mais variadas religiões.

Percebo que no contexto do Sínodo Sudeste vivemos tudo isso com muita intensidade. Vivemos a tradição, a renovação e a necessidade do diálogo e entendimento em torno de questões centrais da fé. Reafirmo o que mencionei no ano passado:

Temos que reconhecer que não conseguimos ao longo da história acompanhar a contento todas as gerações de tal forma que pudessem ser educadas na fé cristã segundo a confissão luterana. Não conseguimos imprimir um dinâmica participativa que possibilitasse um envolvimento de todos/as os/as batizados/as luteranos/as em nossa Igreja.

(…) Dentro do pluralismo religioso contemporâneo as igrejas de tradição estão sendo desafiadas a superar o mero atendimento por uma proposta inclusiva que dê conta da necessidade das pessoas de externar as razões de sua fé e de sua esperança.

Como Igreja de Confissão Luterana temos conseguido dar passos nesta direção. Acontece, no entanto, que os resultados não são tão grandes quanto gostaríamos e, por isso, podemos cair na tentação de adquirir de forma acrítica kits pastorais de outras denominações ou movimentos e aplicá-los nas nossas comunidades, gerando desconforto, tensões e descontentamentos.

Estamos num momento de articulação das comunidades e paróquias na perspectiva sinodal. Podemos e devemos inovar para conseguir reavivar a vida comunitária. Não necessitamos cair na resignação e no desânimo de que não há alternativas. Somos desafiados a viver a nossa vocação de evangélico-luteranos com toda a seriedade sem abrir mão dos nossos fundamentos teológico-confessionais. Como pastor sinodal tenho afirmado junto a obreiros/as e lideranças que o descuido para com os nossos fundamentos no presente terá como desdobramento um vazio de identidade e de proposta no futuro”.

Muitas atividades, muita energia e esforço e muito tempo tem sido concentrado na administração dos conflitos surgidos em comunidades e/ou entre obreiros advindos justamente porque somos um corpo vivo marcado por diferenças. Vivemos momentos de definições substantivas(clareza doutrinária, ministério, liturgia, etc.) que terão reflexos para a nossa atuação futura.

Estas definições darão forma e conteúdo a nossa presença no sudeste e no Brasil. Somos uma minoria, sim, mas uma minoria com presença qualitativa na sociedade. As definições, a serem traduzidas em nossos seminários, cursos e encontros, sinalizam tanto as raízes quanto os frutos da Palavra que Deus nos confiou e diuturnamente mantém.

Como Igreja somos criaturas do Espírito que age por esta sua Palavra e, simultaneamente, somos criaturas deste mundo com suas leis, regulamentos e toda precariedade que advém desta condição. Nesta contradição seguimos em frente. O olhar retrospectivo que fazemos nesta Assembléia ajuda a ver o caminho percorrido e encaminha para novos posicionamentos com vistas ao futuro.

Quem sabe seja verdadeira a afirmação de que quanto mais buscamos certezas no passado mais estamos refletindo as dúvidas sobre o presente. Não é mera coincidência que na virada do milênio estão em curso debates e encaminhamentos que envolvem a ação missionária das igrejas cristãs. (Ex.: Igrejas do CLAI, ELCA, EKD, etc.) Será modismo, crise ou necessidade?

Considero que a missão faz parte da própria natureza da igreja e que ela é expressão intrínseca do testemunho público do evangelho. Afinal, somos chamados a dar razão de nossa esperança(I Pd 3.15). Neste sentido a forma e o conteúdo deste testemunho estão intimamente relacionados.

No século passado, em meio a uma sociedade efervescente, Wilhelm Löhe redescobriu e reafirmou o significado da doutrina da justificação para o conteúdo, fundamentação e delimitação da missão. Concluiu que a missão parte da Igreja e conduz a ela. Não podendo prescindir da Igreja, ela(a missão) não pode ser a-confessional, já que Deus tem também como instrumentos para a sua missão no mundo os corpos eclesiásticos.

Para ele a fundamentação da missão está na teologia da Palavra (assim como a entendem os luteranos) contra toda a superficialidade e autossuficiência piedosa (polêmica e disputa com o movimento reavivalista americano). Esta posição bate de frente com as missões de caráter trans-confessional. Ela afirma a missão embasada em princípios confessionais com vistas a edificação de um corpo eclesiástico que, no entanto, tem trânsito ecumênico e postura dialógica. Quem sabe a transcrição desta posição esteja presente no enunciado do próximo Fórum Nacional de Missão: “Nenhuma comunidade sem missão! Nenhuma missão sem comunidade!”

Vivemos numa encruzilhada histórica. No mundo atual vivemos num “processus confessiones” diante da injustiça econômica e a destruição do meio ambiente. Não nos deveríamos colocar “in statu confessionis” – a afirmação clara e contundente da fé no Deus Triúno – diante dos novos/velhos ídolos adorados que promovem morte e destruição?

A credibilidade da fé passa pela fidelidade ao Deus vivo, encarnado em Jesus Cristo e pela abertura ao sopro do Espírito que vivifica todas as coisas.

Assim, para darmos conta dos imensos desafios carecemos de uma série de ações:

a) uma sistematização das experiências pastorais, diaconais e missionárias abertas ao contexto sociocultural contemporâneo;
b) uma avaliação dos avanços e/ou recuos do trabalho nas metrópoles;
c) um aprofundamento do nosso princípio organizativo – articulação em rede – com a percepção clara do seu potencial real e dos seus limites;
d) a implementação do planejamento estratégico elaborado na Consulta Sinodal sobre Missão.

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Atividades sinodais e/ou extra-sinodais

Obreiros/as:

Conferências Plenas:

– Divida E(x)terna, Perdão e Jubileu – Araras/Petrópolis/RJ – 14-16/9/99;
– Liturgia – Campinas/SP 27-29-03/2000.

Miniconferências:

– Liturgia – Niterói/RJ e São Paulo/SP – 29/06/1999;
– Fé e Dinheiro – Campinas/SP – 23/11/99 e Belo Horizonte/MG -24/11/99.

Instalações de Novos/as Obreiros/as:

Pa. Aneli Schwarz – Belo Horizonte/MG;
P. Antônio Carlos Ribeiro – Paróquia Norte/RJ;
Pa. Ramona Weisheimer – Paróquia Norte/MG;
P. Eliézer Bublitz – Guarulhos/SP;
P. Inácio Lemke – Teófilo Otoni/MG;
Pa. Elisabet Lieven – Funil/MG;
P. Martin Bruno François – Leste/Ferraz de Vasconcelos/SP;
Pa. Ester Delene Wilke – Leste/Ferraz de Vasconcelos/SP;
P. Rubens Horst – Campinas/SP;
P. Guilherme Lieven – ABCD/SP;
Ir. Gerda Nied – Casa Mateus – Mauá/SP;
Ob. Diac. Alda Sprandel – Amparo Feminino – Rio de Janeiro/RJ.

Ordenações:

Pa. Aneli Schwarz – Belo Horizonte/MG;
Ir. Cinira Simões – Rio de Janeiro/RJ;
Pa. Dace Jaunzeme – Igreja Letã – São Paulo/SP;
Pa. Elisabet Lieven – Funil/MG;
P. Dr. Sidnei Vilmar Noé – ABCD/SP.

Avaliações do PPHP:

John Espig – Teófilo Otoni/MG;
Marli Schmidt – Teófilo Otoni/MG;
Cláudio Luiz de Marchi – Leste – Ferraz de Vasconcelos/SP;
Cibele Kuss – Centro – São Paulo/SP.

Exame Pró-Ministério:

Dr. Sidnei Vilmar Noé – ABCD/SP;
Dr. Valério Guilherme Schaper – Belo Horizonte/MG.

Novos PPHPistas:

Rodrigo Portela/ Ipanema/RJ;
Viviane Jung – Teófilo Otoni/MG.

Transferências:

P. Ivário Reinoldo Fries – Venâncio Aires/RS;
Cat. Cleise Fries – Venâncio Aires/RS;
Ir. Ilanda Goelzer – Não-Me-Toque/RS;
Pa. Neusa Mieras – Baia Blanca – Argentina;
P. Dr. Sidnei Vilmar Noé – EST – São Leopoldo/RS;
P. Nestor Nath – Chiapetta/RS;
P. Luiz Paulo Geiger – Caxias do Sul/RS;;
P. em. Karl Gehring – Pirabeiraba/SC;
P. Mamoru Kamiya – Japão.

Visitações a Comunidades/Paróquias/Presbitérios

Belo Horizonte/MG;
Missão aos Marinheiros – Santos/SP;
Sumaré/SP;
Igreja Sul Americana – São Paulo/SP;
Indaiatuba/SP;
Congregação Japonesa(Ana Rosa) SP;
Pires – Limeira/SP;
Ipanema/Creche Bom Samaritano/RJ;
Cosmópolis/SP;
Juiz de Fora/MG;
Centro/SP;
Centro/RJ;
ABCD/SP;
Santo Amaro/SP;
Norte/RJ;
Niterói/RJ;
Funil/MG;
Leste/Ferraz de Vasconcelos/SP;
Leste/São José dos Campos/SP;
Guarulhos/SP;
Campinas/SP;
Teófilo Otoni/MG;
Igreja Luterana Letã/São Paulo/SP.

Assembleias/Congressos

União Paroquial Região de Campinas/SP;
União Paroquial do Rio de Janeiro/RJ;
União Paroquial de São Paulo/SP;
Comunidade de Juiz de Fora/MG;
Congresso Sinodal da OASE.

Representações/Conversações:

Movimento de Fraternidade das Igrejas Cristãs;
Compartir Ecumênico de Recursos;
Associação Evangélica do Brasil;
Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil/CNBB – Itaici/SP;
Tribunal da Dívida Externa – Rio de Janeiro e Resende/RJ;
Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS;
Simpósio Internacional sobre Lutero – Instituto Concórdia de São Paulo;
Delegação do Decanato de Schweinfurt/Alemanha (parceria com UPRJ);
Representante dos Velhos Católicos no Brasil;
Representante da Igreja da Baviera;
Representante da Federação Luterana Mundial;
Direção da Igreja Luterana do Japão;
Rabino Henri Sobel – Congregação Israelita Paulista;
Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEP.

Reuniões:

Fórum dos Pastores Sinodais;
Fórum dos Presidentes e Pastores Sinodais;
Conselho de Igreja da IECLB;
Banca do Exame de Admissão ao PPHP;
Comissão de Educação Formal;
Conselho Curador da EST;
Conselho Deliberativo da ISAEC;
Obra Gustavo Adolfo – Comissão de Avaliação de Projetos;
Assembléia da CAF.

Acompanhamentos:

Seminário sobre Liturgia, Arte e Urbanidade – Rio de Janeiro/RJ;
Declaração Conjunta sobre Justificação por Graça e Fé;
Campanha da Fraternidade Ecumênica do CONIC.

Este foi o relatório do Pastor Sinodal – Assembleia Sinodal – 2000