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No altar da Comunidade havia uma velha Bíblia. Exposta ao tempo por muitos anos, ela estava bem acabada. No gabinete pastoral havia outro exemplar não idêntico, mas semelhante, em bom estado. Certa vez perguntei à liderança: Posso trocar a Bíblia do altar? Houve um alvoroço… Por fim, recebi uma resposta: Jamais, pois foi doada pela família “tal”. É patrimônio. Não mexa! Depois de um tempo, refleti comigo mesmo: Será mesmo que é “intocável”? Sem perguntar, troquei e esperei a reação. Já se passaram 10 anos. Acho que, até hoje, ninguém percebeu a troca. Espero que os luteranos de Brasília não fiquem com raiva de mim agora que confessei meu pecado. De fato, devemos valorizar as doações feitas às comunidades. Mas, tudo precisa ser dedicado a Deus. Sendo objeto sagrado, porém não pode ser “idolatrado”. As pessoas e objetos merecem respeito, mas não são eternos. Em certo momento, Samuel puxou a orelha do povo, dizendo: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício. A submissão é melhor do que a gordura de carneiros (1 Samuel 15.22).