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O velhinho estava acamado, muito doente. Em vida, conseguiu ainda assinar os documentos, deixando aos filhos pequenas porções de terra como herança. Após o falecimento, a família reuniu-se para dividir os cacarecos do “Opa Fritz”, que caberiam aos netos. Cada qual foi escolhendo o que queria de lembrança até que somente sobraram algumas coisas miúdas. Serginho – menino de 12 anos – fez questão de ficar com a velha Bíblia. A divisão ocorreu de maneira pacífica para contentamento geral. Os anos se passaram. Os filhos venderam suas terras. Os armários, guarda-roupas, louças e quadros acabaram no lixo, briques ou em lojas de antiguidades. Porém, todas as noites, a Bíblia era aberta na casa do “professor” Sérgio, que fazia questão de dizer àqueles que o visitavam e acompanhavam a leitura: É a Bíblia do meu Opa. É a Bíblia da nossa família. É a minha orientação diária. Tal “causo” nos leva à pergunta: Afinal que herança deixarei às futuras gerações? O que de fato tem valor e merece ser destacado? Mais do que meus bens vale o meu exemplo. Mais do meu dinheiro vale a minha fidelidade a Deus. Depois de muito viver, o Sábio deixou dito: “O respeito a Deus é o princípio da sabedoria” (Provérbios 1.7).