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Ao chegarmos no término de 2018, passamos pelo Advento. Este tem um significado muito especial em virtude da parada seguinte: Natal. Antes, temos tempo de avaliação, não somente no que se refere ao nosso trabalho, mas de rever atitudes diante dos caminhos percorridos. Muitos acontecimentos fizeram parte da nossa história, envolvemo-nos com as eleições em nosso país, expressamos as nossas posições políticas. A própria família pode ter vivenciado momentos diversos. No trabalho, quem sabe, acabamos nos afastando diante dos impulsos da concorrência. Bloqueios nas redes sociais podem ter revelado o propósito de um distanciamento, dificuldades na convivência com ideias diferentes. As nossas relações se tornaram distantes e restritas a grupos menores. Diante desta realidade nasce a pergunta: Todos estarão juntos no Natal? Este Natal pode ter a marca da cadeira vazia. Pois é, ele, ela não veio desta vez. Que chato!

Advento, estação presente quer ser oportunidade de elaborar questões mal resolvidas na nossa caminhada. Porque no íntimo de nosso ser está uma saudade que vem do estar junto com a família, amigos. Esta saudade não pode ser ignorada e nem atropelada. Ao mesmo tempo, existe algo fora de nós e que vem fazer parte dos trilhos da nossa existência. Natal, Deus toma atitude de se reconciliar conosco. Deus sai do seu trono, deixa o céu e se faz o caminho e vem morar em nosso meio. Esta é a marca máxima de Deus. Amor de Deus se traduz num encontro, não perguntando por culpados e quem tem bloqueado quem nas redes sociais. Amor vence o ódio, a indiferença. Amor de Deus não espera, faz acontecer. Esta é a oferta, presente que experienciamos no Natal. Por causa deste amor e da saudade que está no fundo da nossa alma, façamos do Advento um tempo de fazer uso da liberdade que Deus nos dá para pedir perdão, inclusive. Este perdão faz a gente ser gente. Perdão tem sabor de chocolate, gostosura de infância que faz brincar novamente. Dádiva de perdoar faz preencher espaços vazios de solidão.

Advento, estação na qual percebemos o que nos tem afastado. Motivados pelo amor de Deus, seguimos para a estação seguinte do Natal, onde o menino Jesus nos espera, nos convida a sentar nas cadeiras vazias porque fazemos parte da família do Reino de Deus. Ninguém pode ficar de fora.

Vivamos um Natal desbloqueado, de reconciliação porque Cristo vem sentar-se conosco. Por causa desta reconciliação, continuemos a caminhar e que o nosso roteiro de 2019 seja marcado por justiça social, uma agenda propositiva com temas que criam dignidade em toda a criação de Deus. Porque Cristo nos tem reconciliado, somos vocacionados para estabelecer roteiros de paz. (Coríntios 5.17-19)

P. Werner Kiefer