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Batismo é o acontecimento no qual a família expressa que deseja o melhor para o seu filho (a), afilhado (a). Esta observação nos remete para as seguintes perguntas: a importância dada ao Batismo corresponde ao jeito com que a Igreja o administra, principalmente em acompanhar as crianças batizadas? Por outro lado: o valor dado pela Igreja ao Batismo corresponde ao jeito como as famílias educam os seus filhos (as) e afilhados (as) para a fé cristã? Estas perguntas geram expectativas e provocam debates necessários na discussão do tema Batismo. Algumas famílias entendem que “o melhor” para os seus filhos (as) seja que a criança possa satisfazer todas as suas vontades. Para outros, uma educação na qual a criança tenha discernimento para administrar as diversas situações na vida priorizam a contação de histórias. Desejar “o melhor” para nossos filhos (as) pressupõe clareza de valores nos quais acreditamos.


O Batismo é um referencial na nossa vida, acontecimento que envolve toda a nossa existência. Nas palavras de Lutero: o Batismo “significa que o velho homem em nós, por contrição e arrependimento diários, deve ser afogado e morrer com todos os pecados e maus desejos e, por sua vez, sair e ressurgir diariamente novo homem, que viva em justiça e pureza diante de Deus eternamente.” Batismo é o ponto de partida no qual nos empenhamos em viver as promessas de Deus que foram feitas diante de nossas vidas. O Batismo não se restringe ao rito, e sim ao “conjunto de ações e estágios, através do qual uma pessoa é conduzida a ser cristã.” Logo, a prática do Batismo apresenta possibilidades de aprendizagem da fé dos membros batizados (as). Este é o imperativo para a missão da igreja: “Ide, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho vos ensinado…” (Mateus 28.19-20) A tarefa dos pais, mães, padrinhos e madrinhas e da própria igreja como um todo é rememorizar o Batismo, dar testemunho sobre o que viu e ouviu Deus dizer através da boca do oficiante, aguçar a curiosidade da criança e compartilhar de que em tal dia e tal lugar, na presença da comunidade, do (a) ministro (a), aconteceu o seguinte: narre o que aconteceu. Através da fé se testemunha o que viu e ouviu da parte de Deus.

Novas perguntas necessitam estar presente no jeito de lidar com este sacramento. A frase “… em nossa igreja se batiza muito, mas se pensa pouco no Batismo, como se fosse algo natural, que nem precisasse ser comentado”, inquieta e provoca a nossa reflexão. Batismo é o início e, como tal precisa continuar, caso contrário, perde-se o presente de Deus. A prática do Batismo pode estar revelando quem somos como pais e mães, padrinhos e madrinhas, comunidade, como expressamos a nossa espiritualidade, quer seja pelo jeito de acolher e acompanhar ou pela forma como manifestamos indiferença com as crianças, bem como do próprio ensino e testemunho do Evangelho.