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“Eu tenho um sonho” – Está frase fez parte do discurso de Martim Luther King, proferido no ano de 1963. Como tantos outros líderes, Martin Luther King foi um grande batalhador em prol da igualdade racial. “Eu tenho um sonho que um dia minhas quatro crianças viverão em uma nação onde não serão julgadas pela cor de sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter” – afirmou King. E mais: “Eu tenho um sonh que um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: Nós acreditamos que esta verdade seja evidente, que todos os homens são criados iguais.”

Certamente que perante Deus todos somos iguais: homens e mulheres, brancos e negros, idosos, adultos, jovens e crianças, ricos e pobres. Para Deus não importa a cor da pele ou, tampouco, a quantidade dos pertences materiais. “Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (At 10.34-35).

No último dia dois lembramos à data de finados. Muitas pessoas foram ao cemitério, levaram flores e limparam sepulturas. Neste dia, mesmo em meio à tristeza, saudade e vazio pelas lembranças das pessoas falecidas, foi tempo de renovar a esperança e o sonho com a nova terra e o novo céu onde “Deus enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).
Diante de uma sepultura percebemos como é frágil a vida. Refletindo sobre o sentido da vida é possível questionar: O que é a vida diante dos milhões de anos da existência do mundo?

Mas mesmo a vida sendo tão frágil e tênue ela é a coisa mais valiosa que temos. A vida é única. E a pergunta é: como usamos o tempo que Deus nos concede a cada novo dia? Quando tempo dedicamos aos nossos sonhos, na convivência familiar, no relacionamento com as pessoas? Será que investimos tempo nisto?
A Bíblia lembra que “tudo tem o seu tempo determinado”. E o que vale não é quanto tempo se vive, mas o mais importante é como se vive cada tempo. Por isto sonhe, sorria, acolha e celebre cada novo dia.

Como pessoa cristã, também sonho com um mundo mais humano e solidário, com pessoas que saibam dar valor aos sentimentos e seus semelhantes e não apenas as coisas materiais, sonho com a nova terra e o novo céu, onde reine a igualdade e a justiça. Mas, enquanto não é possível alcançar plenamente este sonho vivo com os pés ficados na realidade e tentando dar pequenos passos em relação ao sonho.

Que Deus dê a cada um e cada uma a esperança e a capacidade para sonhar e transformar a realidade que não aé compatível com o projeto do seu Reino. Afinal, como ainda declarou Martin Luther King: “O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos”.

Roili Borchardt – pastora vice sinodal