Queridos e queridas, neste mês da Reforma e especialmente no bojo das celebrações dos 500 Anos, quero saudá-los carinhosamente com lema e tema da descoberta de nosso Reformador: O justo viverá pela fé! Romanos 1,17.
Efetivamente já ouvimos e lemos muitas explicações e comentários acerca desta descoberta efetuada pelo servo de Deus, Martin Luther no início do Século XVI. Sua descoberta auxiliou o povo de Deus a novamente redescobrir o Evangelho que estava um tanto ofuscado e encoberto pelo Estado de Cristandade que o sistema e o mundo feudal havia construído. Passados estes 500 anos precisamos redescobrir essências fundandes da Reforma.
Um destes fundantes, sem sombra de dúvida foi a Educação que se tornou ponto de apoio para os Reformadores, especialmente para Lutero que através da visitação e nas conversas com o povo das imediações de Wittenberg, percebeu o legítimo analfabetismo que vivia a grande massa da população. Não somente em termos de conteúdos da fé, mas também na leitura, nas ciências e matemática. Este povo podia ser logrado com facilidade. Lutero lutou pela educação integral e de qualidade, tanto meninas como meninos deveriam frequentar a escola que formasse cidadãos para viver aqui o Reino de Deus e seus sinais concretos. Cidades deveriam manter esta escola e seus professores precisavam ser bem remunerados, pois este trabalho preparava e desafiava as consciências, para que o Reino de Deus se instalasse.
Assim que desenvolveu para a Educação Cristã, isto é para a Educação na Fé, seus Catecismos – Menor e Maior. Nele o método da época foi revolucionário: o que significa isto? Significa deixar claro o que e para que se aprende…
Este método revolucionou a teologia e o ser cristão – seu testemunho na queda de braço entre o final da Idade Média e início da Idade Moderna. Ser Moderno significava saber o que se estava aprendendo e para que se aprendia… Como se poderia ser um cristão/uma cristã neste mundo que se modernizava e que passara pela Idade Média. A igreja detinha o poder espiritual e sempre de conchavo com os senhores feudais, e ou ela própria a propriedade das terras onde se extraía o pão de cada dia e assim, o sustento diário – conforme a sua bela explicação do significado do pão de cada dia no Catecismo Menor. Para lembrar cito:
Que significa isto?
Deus dá o pão de cada dia, também sem o nosso pedido, a todas as pessoas, inclusive às pessoas más. Mas pedimos nesta oração que ele nos faça reconhecer isso e receber com gratidão o pão nosso de cada dia.
O que significa pão de cada dia?
Tudo que se refere ao sustento e às necessidades da vida, como por exemplo: comida, bebida, roupa, calçado, casa, lar, meio de vida, dinheiro e bens, marido e esposa íntegros, filhos íntegros, empregados íntegros, patrões íntegros e fiéis, bom governo, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, amigos leais, bons vizinhos e coisas semelhantes.
Baseado nesta concepção de fé e vida, lembro três aspectos sobre Educação e Escolas a partir da Reforma Luterana: Que cidade é formada a partir da manutenção de boas escolas? Como vereadores e príncipes devem gastar o dinheiro público? Que Escola e que Educação brota desta dinâmica? Baseado nestes princípios lembrados acima como nossa educação poderia ser melhorada ainda após 500 anos com a contribuição de Lutero e dos Reformadores do Séc. XVI?
Certamente os desafios poderiam continuar para a melhoria do estado cristão e ou como alguns chamaram o Estado de Cristandade neste mundo complicado e difícil. Tenho para mim que a reforma começa com nossa oração pela causa da Escola e da Educação. Quando ensaiamos apoios significativos de dentro de nossa casa para que professores/as sejam tratados/as com dignidade pelos governantes e pela sociedade como um todo.
Resgate de valores fazem bem para gente e dignifica a luta pelo Pão de cada dia. Amém.
Prof. Ms. Nilo Bidone Kolling – Palmitos/SC.