Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Mateus 16.24
Muitas vezes queremos criar uma zona de conforto aonde não precisemos confrontar a injustiça ou que não precisemos nos deixar transformar. Justificamos nossas ações, criamos uma religiosidade de fachada e não nos deixamos tocar pelo evangelho de forma comprometedora. Escolhemos o caminho da glória e esquecemos da cruz.
E agora você deve estar se perguntando: porque um pastor se inclui nisso. Não são os religiosos exemplos para todos? Bom, talvez de nós se espere algo a mais mesmo. Porém, somos todos de carne e osso. Temos os mesmos sentimentos, temos nossas fraquezas e pecamos também. Mas e aí? Aí é preciso dizer: o Reino não depende de nós, depende de Deus! Por isso, para os religiosos (bem como para tod@s os cristãos/ãs) é necessário voltar-se à cruz. E isto exige humildade. Nesse sentido, é escandaloso ver que a sagrada escritura está sendo manipulada para colocar determinad@s pastor@s como semi-deuses, acima do bem e do mal. A glória é o que importa a esses, a cruz é um mero detalhe.
Nos deixa tristes que pessoas começam a olhar para essas propostas” com simpatia. Porém, para quem quer servir a Deus, a humildade é fundamental. Só quem se reconhece como pecador precisa de um salvador. Afinal, os sãos não necessitam de médico (Mc 2.17). Isto nos coloca num caminho comum: ”Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1Pe 2.9)” Portanto, estamos todos, eu e vocês, na mesma condição diante de Deus; a condição de sermos sacerdotes para servir a Deus e proclamar as “Suas” e não “nos-sas virtudes. Porém, para isso é preciso carregar a cruz, suportar a responsabilidade que ela exige de todos nós: amar, doar-se, envolver-se na luta por justiça, por dignidade para todos – viver comunidade.
Amar é renunciar a si mesmo em favor do outro. Não que não tenhamos valor. Muito pelo con-trário. É justamente porque temos muito valor que somos feitos filhos e filhas de Deus, discípulos de Jesus Cristo. Especificamente, é por isso que somos diferentes do mundo e agimos de forma diferente da lógica deste mundo. Buscamos em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça (Cf. Mateus 6.33). E entendemos que o justo vive pela fé (Cf.Rm 1.17) Nesse sentido, não são as obras, méritos, bens ou qualquer outra coisa material que nos justifica diante das outras pessoas ou diante de Deus. Somente a fé nos justifica. A fé que nos conecta ao Deus que é amor. Nesse sentido, podemos viver da graça. Somos livres para amar e servir a Deus, carregando a cruz. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8). Assim sendo, toda honra, glória e louvor sejam dadas ao único que merece: ao Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo!
Fiquem sob a bênção de Deus.