Nesta quinta-feira (31), a Igreja Luterana de todo o mundo comemora os 496 anos da Reforma realizada por Martin Luther. O movimento foi desencadeado em 1517, quando o jovem padre afixou as 95 teses na igreja do Castelo de Wittemberg, na Alemanha, questionando uma série de atitudes, posicionamentos e condutas da Igreja Católica Apostólica Romana, daquela época.
Hoje, oficialmente existem duas instituições luteranas no Brasil: a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Juntas somam 1 milhão de membros que, em sua grande maioria, se concentram nas regiões Sul e Sudeste do país. No Vale do Itajaí, com forte imigração alemã, moram quase 100 mil luteranos.
História
Ao longo de três séculos o cristianismo se espalhou pelo império romano. Duramente perseguido em seus inícios, recebeu a partir de Constantino um novo tratamento. Institucionalizou-se gradativamente e ao longo de vários séculos acabou se distanciando das bases evangélicas. Diversas pessoas procuraram chamar atenção para esta realidade. Buscaram reformas no interior da Igreja. Contestadoras, acabaram, ou assimiladas pela instituição, ou perseguidas, proscritas e mortas.
A história da vida de Martin Luther se insere dentro do contexto de busca pelas origens evangélicas. Seus desencontros com a Igreja Católica tinham como pano de fundo a interpretação das Sagradas Escrituras. Seus esforços para chamar atenção de desvios e abusos de autoridade não encontraram eco e o levaram à excomunhão.
O insucesso, no entanto, não freou o movimento da Reforma na Igreja. Martin Luther tornou-se um dos principais protagonistas. Graças a grande receptividade o movimento se espalhou na Alemanha e em outros países europeus. Por causa da liderança de Lutero e também pelo fato de a sua pessoa ser o centro das tensões e dos conflitos com a Igreja Católica, as pessoas simpáticas e seguidoras do movimento começaram a ser chamadas de “luteranas”. Tratava-se no início de um xingamento de adversários e opositores.
Martin Luther opôs-se veementemente a esta designação. “Peço que meu nome seja calado e que ninguém se chame luterano, senão cristão. Que é Lutero? Pois se a doutrina não é minha! Eu também não fui crucificado por ninguém.” Fala de si mesmo como um “pobre e fedorento saco de vermes.” A sua preocupação central girava em torno do resgate da verdade evangélica.
Como formação eclesiástica independente o luteranismo tem sua origem por ocasião da aprovação da Confissão de Augsburg, em 1530. Esta confissão tornou-se um documento básico de todas as igrejas luteranas no mundo. Recebeu a adesão de fiéis em boa parte da Europa. Sofreu sérios reveses com as investidas da Contra-Reforma católica, mas acabou se consolidando principalmente na Alemanha, Suécia e demais países escandinavos.
O luteranismo expandiu-se para as Américas e a Oceania com o advento do processo emigratório europeu. A expansão colonial européia fez com que chegasse à África e Ásia. Atualmente ele se agrupa basicamente em duas grandes organizações mundiais: Federação Luterana Mundial e Conselho Luterano Internacional.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) é filiada à Federação Luterana Mundial desde 1950.
Veja tudo sobre o Dia da Reforma 2013.