A Associação Beneficente Pella Bethânia, em Taquari, recebeu, no domingo, dia 24, 1,7 mil visitantes, que atenderam o tema “Chamad@s por Jesus Cristo” e celebraram o 8º Dia Sinodal da Igreja, promovido pelo Sínodo Vale do Taquari. O dia foi de integração entre os residentes da instituição e membros das 59 comunidades da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) da região de abrangência do Sínodo.
A chuva e a estrada de acesso prejudicada pela lama não foram empecilhos para que as diversas caravanas se deslocassem até a instituição. A programação principal esteve concentrada no ginásio, onde foi realizada a recepção e o culto festivo. A celebração contou com Santa Ceia e cantos corais, com animação de conjuntos instrumentais.
Um dos pontos altos foi a pregação com o pastor presidente da IECLB, Nestor Paulo Friedrich. Ele destacou a importância do Dia Sinodal da Igreja, fazendo a relação com o Pentecostes, celebrado, também, no domingo. “Aqui fazemos a experiência daquilo que aconteceu no primeiro Pentecostes, que foi uma comunhão, pessoas que abraçaram o Evangelho e se jogaram no mundo, levando consigo uma mensagem bonita para a sociedade da época. Se temos uma sociedade hoje que é individualista, que não fomenta a comunhão, o Dia Sinodal, como este aqui, vai na contramão daquilo que a gente vê na sociedade. As pessoas estão se reunindo, vindo de vários lugares para celebrar este encontro. Isto faz a diferença na vida das pessoas, viver em comunidade”, frisou.
Friedrich também enalteceu que a realização do Dia Sinodal na Associação Pella Bethânia vai ao encontro das diretrizes da IECLB e da igreja que nasceu em Pentecostes. “A igreja que nasceu lá em Pentecostes é uma igreja que tem o rosto de Deus, que vemos em Jesus, através da solidariedade, da misericórdia. Há 122 anos, o pastor Michael Haetinger era itinerante, ia de comunidade em comunidade. Nessas andanças, ele começou a encontrar crianças órfãs e pessoas órfãs, pessoas que precisavam de família, atenção. A partir disso, nasce a Pella Bethânia. E é este o jeito de ser igreja que nasce lá em Pentecostes: uma igreja que é solidária, que se preocupa, chora, acolhe e ajuda as pessoas, que vai fazer a diferenças na vida daqueles que acolhe”, ressaltou.
Mesmo com a chuva, o Dia Sinodal da Igreja ainda contou com passeios de charrete, lancha ou caiaque, além do passeio com antigo ônibus da empresa Fátima, brinquedos infláveis e a inauguração do Centro de Convivência. A exposição “Nem tão doce lar”, realizada pelo grupo de gênero da IECLB, mostrou contextos em que a violência doméstica atinge pessoas. O evento também teve exposição da história da Pella Bethânia, venda de livros da Editora Sinodal, venda de produtos do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa) e venda de materiais da Obra Gustavo Adolfo, que busca auxiliar as comunidades na construção e reconstrução.
A programação teve também o Lançamento da Campanha Vai e Vem e apresentação de escolas da rede Sinodal: Centro de Ensino Médio Dohms (apresentação de dança), de Taquari, e o Conjunto Instrumental do Colégio Teutônia. A Pella Bethânia também apresentou danças.
Para o pastor sinodal Gilciney Tetzner, o Dia Sinodal da Igreja é uma forma de fortalecer a fé. “É um dia de crescimento, de comunhão. Pela primeira vez, este dia é celebrado em uma instituição, a Pella Bethânia, que acolhe pessoas com deficiências e idosas há mais de 120 anos. Então, é muito especial realizarmos este evento numa instituição diaconal da igreja, que vive o testemunho do Evangelho. Com o evento, temos aqui uma bela troca de experiências”, sublinhou.
Pella Bethânia
A Pella Bethânia é uma instituição filantrópica, não governamental, ligada à IECLB. Com 122 anos de existência, atualmente atende cerca de 190 pessoas, de 79 municípios gaúchos, a partir dos 18 anos de idade, com seu maior público na faixa etária dos idosos. É uma das poucas instituições cadastradas para receber pessoas com deficiências físicas e mentais.
A diretora da Associação Beneficente, Joni Roloff Schneider, acredita que ao conhecerem o local, as pessoas podem desmistificar a ideia de chamar o local de asilo, pois os residentes não estão para se recolher ou ficarem isolados. “Chamamos de lar ou instituição de longa permanência, pois buscamos fazer um trabalho diferenciado nesse espaço, que é adequado para viver, no meio da natureza, com saúde, alegria e muita convivência. Por isso, é muito importante para nós o evento hoje aqui, porque muitas comunidades não nos conhecem ainda. Hoje foi uma oportunidade das pessoas conhecerem a nossa instituição, que é uma das maiores do Rio Grande do Sul”, frisou.
Joni também destacou a dedicação dos residentes da instituição. “Eles ficaram muito empolgados, esperando com ansiedade este dia. Todos, na medida do possível, tentaram ajudar da sua maneira, limpando o pátio, fazendo artesanato, se empenhando em todos os sentidos. Espero que todos tenham saído contentes. Os que vivem na Pella Bethânia ficam felizes com as visitas e ao saber que existem pessoas que olham por eles”, frisou.