ENCONTRO nº __ Dia: __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Diaconisa Isolete Marcia Follmer
Cerro Grande do Sul – RS
1. Preparação do Ambiente
Deitar alguns lenços coloridos no chão e colocar sobre eles uma vela acesa, pequenos potes com sementes (poderá ser caixas de fósforo encapadas e dentro delas colocar algumas sementes. O suficiente para cada participante. Estas poderão ser levadas para casa, para plantar), a Bíblia, pedrinhas, terra e espinhos.
Sentar-se em torno dos panos coloridos.
Entregar para cada participante, antes de iniciar o encontro, uma caixinha ou potinho fechado com sementes, e alertá-las a conter a curiosidade.
2. Recursos Materiais
Pequenos potes com diferentes tipos de sementes.
Diferentes lenços coloridos
Vela e Bíblias (uma para o altar e outras para o grupo)
Fósforo para acender a vela no inicio do encontro
Pedrinhas, terra e espinhos
Roteiro para a meditação
3. Acolhida- Bom dia, Boa Tarde. Estamos aqui por que Deus nos chamou para ter comunhão com Ele. Estamos aqui porque o amor de Cristo plantou em nossos corações o desejo de aprender para a vida e com a vida. Estamos aqui por que o Espírito Santo nos motiva e encoraja a deixar nossos afazeres e dedicar este tempo para o cuidado conosco mesmas e umas as outras.
Vocês têm em suas mãos uma caixinha. Dentro dela sabemos que tem alguma coisa, pois podemos ouvir o barulho que ela faz. Peço que vocês resistam à tentação e a mantenham fechada. O que será que existe aí dentro?
4. Canto- O Nosso Encontro Vai Ser Abençoado, (HPD 1- 123)
5. Saudação: Saúdo a todas aqui reunidas com as palavras de Jesus que diz: “Vinde a mim, todos e todas os que estais cansados/as e sobrecarregados/as, e eu vos aliviarei. Reunimo-nos em nome e na presença do trino Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém
6. Vamos orar: Senhor! Nós viemos até aqui de diversas direções, com diversos desejos e com diversas necessidades. Mas acima de tudo, Senhor nós temos uma enorme sede espiritual, sede da tua presença em nossas vidas. Dá que esse encontro de mulheres seja tão marcante ao ponto que os nossos corações desejem continuar. Somos criaturas cheias de pecado e de limites, mas somos tuas filhas, nosso Deus. Vem nos perdoar e ajuda-nos a crescermos na fé em ti. Permita que este grupo seja uma grande bênção na nossa vida, na vida de nossos familiares e na vida da comunidade. Em nome de Jesus. Amém.
7. Preparando o Solo: Observe a sua vida com todos os acontecimentos e procure entendê-la como um processo marcado por boas experiências e por situações de medos e sofrimentos. Neste processo você precisa tomar atitudes e é nesses momentos que muitas vezes surgem às dúvidas e as incertezas. Por isso, no processo é necessário parar e refletir. Olhe para a sua vida. Lembre-se que a família e muitas outras pessoas tomam parte no desenrolar dos processos da sua vida.
Por isso:
a) Silencie o seu interior, abaixe a sua cabeça e você pode fechar seus olhos para pensar em sua vida. Pense em sua família, em seu lar. Procure lembrar de alguma alegria pequena ou grande que você experimentou nesses últimos dias.(silêncio. Dar tempo para pensar).
Quem quiser, pode contar a sua alegria ao grupo: (deixem as pessoas falarem).
b) Agora silenciem mais uma vez. Pensa em alguma coisa que lhe feriu ou magoou em sua família nesses últimos dias. (silêncio Dar tempo para pensar).
Lembre-se: Não é bom contar problemas pessoais para muitas pessoas. Conte-as apenas para pessoas de sua confiança, ou pessoas que tenham sigilo profissional como terapeutas; ministros e ministras da sua igreja. Mas, muito importante é que você conte tudo a Deus em oração, pois Ele pode e quer ajudar e dar clareza na sua caminhada!
8. Canto: Põe a semente na terra
Est.: /: Põe a semente na terra, não será em vão.
Não te preocupe a colheita, plantas para o irmão. :/
1) Toda Mãe-Terra é um apelo pra sermos irmãos,
e toda roça é um convite para o mutirão.
2) Toda colheita é um chamado pra se ajudar,
e toda venda é um momento de se organizar.
3) Todo suor é uma enxada a gerar comida,
e toda luta é um arado a arrancar mais vida.
4) Toda chuva é uma bênção que faz germinar,
e todo sangue é uma força para libertar.
5) Todo serviço é um anseio de compartilhar,
e o compromisso é uma forma de a gente se dar.
9. Leitura Bíblica: Vamos abrir as nossas Bíblias em Mateus 13. 3b-9. (cada qual ler um versículo).
10. Canto- (A escolha do grupo).
11. Mensagem:
(abrir a caixinha, para olhar o que tem dentro)
Quem acertou/adivinhou o que teria dentro da caixinha?
O que do texto me chamou atenção?
Por que motivo teria Jesus contado a parábola do Semeador?
Olhando para o texto do Evangelho lido a pouco, logo, muitas imagens nos vem à cabeça. Muitas vezes, quando um texto nos é bastante conhecido, podemos cair na tentação de dizer sempre as mesmas coisas que já ouvimos ou pensamos a respeito dele. No capítulo 10 de Mateus vem a informação que nos ajudará a compreender este texto e que talvez nos ajude. É ali que Jesus escolhe os 12 discípulos, é ali que eles começam a trabalhar com Jesus. Assim como Jesus o fez, também os apóstolos, as primeiras testemunhas, os primeiros cristãos faziam. Levavam a palavra do evangelho a todo o mundo, a todas as nações, a todos os povos, sem fazer uma seleção prévia entre quem mereceria ouvi-la e quem não. Todos devem ter a chance de escolher a que tipo de terra querem pertencer. Assim também nós. A semente da palavra está aí. Ela está na Bíblia, nos catecismos, nos hinos, na pregação, na catequese, no testemunho dos membros de nossas comunidades. Que vamos fazer com essa semente? Vamos deixar que os passarinhos a devorem; que os espinhos a esmaguem; que a falta de raiz faça murchar a planta? Que tipo de terra somos nós?
Hoje nós saímos de casa e nos dirigimos a esse encontro de mulheres. Deixamos pessoas queridas, deixamos o cotidiano, saímos do normal que rege as suas vidas no dia a dia. Talvez vocês estejam perguntando se esta terra é boa/ se esse encontro vai valer a pena ter deixado tudo. Se deste espaço e tempo em que estamos agora virá algo de bom para a sua vida.
Talvez tenhamos medo de que neste tempo fiquemos à beira do caminho. Será que conseguirei acompanhar e me integrar com estas pessoas que aqui estão? Será que aquilo que trouxe comigo será aceito pelos outros? Não queremos ficar à margem. Para que isto não aconteça é necessário permitir que nossas raízes se deixem fixar em cada oportunidade de encontro, comunhão e amizade que Deus oferece aqui.
Talvez este tempo seja um tempo de solo rochoso. Será que meu coração e o coração de quem está aqui comigo está macio o bastante para receber as sementes de amor e amizade que trouxe comigo? Será que meu coração está macio o bastante para acolher o que os outros trouxeram e prepararam. Será que este encontro pode ajudar a amolecer a dureza de minhas idéias e sentimentos.
Talvez neste tempo sejamos colocados entre espinhos. Trouxe comigo as coisas que ferem e impedem o meu crescimento? Trouxe comigo as coisas que ferem e impedem o crescimento dos outros a minha volta?
Que tipo de solo eu sou? Como recebo as sementes que são plantadas em mim. Deixo de lado, para que os passarinhos comam? Permaneço impenetrável diante daquilo que sou e deixo as sementes secando ao sol e sem poder firmar raízes. Sufoco tudo com os espinhos do meu egoísmo, minhas defesas das quais não abro mão?
Voltando ao texto, imaginem, os discípulos, os apóstolos, as primeiras testemunhas, após terem sido chamados por Jesus, são enviados com muito ânimo, entusiasmo, alegres vão pelas ruas, desertos e povoados anunciando o Reino de Deus, curando pessoas, pregando o amor, o perdão e a paz. Eles abraçaram um ideal enorme. Quase todo mundo gostaria de ter uma causa destas para viver. E para estes seres humanos isto aconteceu!
Pensem bem o que isto pode significar hoje em dia! Alguém que achou um objetivo pelo qual vale à pena lutar, e até morrer se for preciso, como aconteceu com muitos homens e mulheres na primeira era do cristianismo. Alguém descobriu algo que transforma e mexe com sua vida. Eles saíram por aí, em nome deste ideal. Mas, logo depois, vem o sofrimento e a perseguição. Parece que nem todo mundo pensava como eles, nem todo mundo abraçou este projeto de vida, alguns até pensam bem ao contrário e se sentem ofendidos e prejudicados. Ou seja, suas palavras não eram acolhidas por todos. Estas palavras encontravam ouvidos surdos, corações endurecidos, mentes fechadas. Semear em corações humanas é outra coisa do que preparar a roça para o plantio de uma semente.
Quando Jesus explica esta parábola aos seus discípulos, ele está falando com gente cansada, desanimada, preocupada e com muitas dúvidas e medos. Jesus queria consolar seus discípulos! Ele queria consolar e animar aquela multidão que o procurava, pois queriam ouvir dele algo que os alegrasse e devolvesse a coragem de viver.
a). E os passarinhos comeram! Qual é o nosso medo!? Um dos maiores medos dos seres humanos é o de ficar à beira do caminho. De estar a mercê de tudo o que possa acontecer. Ficar a beira do caminho significa não saber para onde ir, não saber a quem recorrer, não encontrar um rumo. Agora uma semente a beira do caminho é como um peixe fora d’água. O lugar da semente é na terra. Onde é o nosso lugar.
b). Não deu pra criar raízes… A outra semente caiu no meio das pedras. O chão era duro, a raiz não podia se aprofundar. Creio que a vida na superfície das coisas é uma tentativa desesperada que usamos para vencer o medo. Nós pensamos poder vencer o medo não falando sobre ele. Esquecendo quem somos, esquecendo nossos ideais, nossos sonhos. E não vamos a fundo! Nada mais triste do que ser obrigado a viver na superficialidade, a não experimentar nada de profundamente significativo para a nossa vida. E quantas pessoas vivem assim.
c). Os espinhos machucam! Infelizmente, a maioria de nossa gente cresce no meio de espinhos. Nem todos sufocamos, mas com certeza todos nós saímos um pouco arranhado. É muito doloroso perceber que com muito pouco é possível sufocar alguém. O incentivo que deixamos de dar, a falta de reconhecimento, a crítica que não constrói e nem se compromete. Todas estas são espinhos que nos espetam e sufocam e também espinhos com os quais espetamos e sufocamos outras pessoas.
d). Nós somos a terra boa de Deus Mas, apesar de experimentarmos estas diferentes realidades dentro de nós mesmos, apesar de colocarmos a beira do caminho e de estarmos a beira do caminho, apesar de experimentar muita dureza de coração e de ter um coração já bastante endurecido, incapaz de criar raízes profundas, apesar dos espinhos que nos ferem e com os quais ferimos, Deus quis e quer fazer de nosso coração a terra boa para plantar seu amor, seu Evangelho, seu Reino. Vocês se lembram daquele barro que Deus moldou e fez a cada um de nós? Pois bem esta terra ainda está aí! O que precisamos é coragem de vencer o medo. O medo de sermos colocados de lado, o medo daquilo que os outros vão dizer de nós, o medo de não termos mais sentimentos, de estarmos endurecidos, o medo da dor e do sofrimento que os espinhos podem nos causar. Deus em Jesus, nos motiva a perder o medo e criar raízes para que possamos frutificar, dar o amor de Deus uns aos outros. Amando a Deus e ao próximo. Ainda em fraqueza, mas crescendo em amor, paciência, cordialidade e renúncia ao pecado e as tentações de nosso tempo. Que a paz de Deus que excede todo o entendimento guarde os vossos corações e mentes em Cristo Jesus.” Amém
12. Canto- Senhor, meu Deus (HPD 1 – 254)
13. Avisos
14. Oração- (de pé, e de mãos dadas) Oremos: Bondoso Deus, obrigado por todo o amor que tu semeaste em nossas vidas. Obrigado por nossa disposição em estarmos aqui. Obrigado por este tempo que dedicamos a nós mesmo e aqueles que estão conosco. Obrigado bondoso Deus por querer e fazer de nosso coração a terra boa para plantar o teu amor, o teu Evangelho, o teu Reino. Senhor Deus, queremos confiar em tuas mãos às pessoas que amamos. Nossos familiares, filhos, esposos e pais/mães que estão distante de nós. Entregamos em tuas mãos as crianças, os jovens, os enfermos, os idosos e enlutados. Olha com amor para o coração deles. Dá-lhes força, proteção com a tua mão forte. Abençoa o retorno aos nossos lares e nos permita crescer como a plantinha. Por Cristo Jesus que nos ensinou a orar Pai Nosso…
15. Benção (em circulo, colocar a mão direita no ombro esquerdo da vizinha)
Dá-me tua mão, eterno caminhante, dá-me tua mão, quero acompanhar-te.
Dá-me tua mão, fiquemos bem unidos, até podermos compartilhar com todos a paz.
Dá-nos tua mão, ó Deus, e protege nosso andar.
Dá-nos tua mão, ó Deus, e que o nosso coração seja terra fértil para o teu agir.
Dá-nos tua mão, ó Deus, e não nos deixes tropeçar.
Dá-nos tua mão e abençoa-nos, nosso Deus – Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Voltar para Índice do Caderno de Estudos