Proclamar Libertação – Volume 33
Prédica: Tiago 3.13-4.3, 7-8a
Leituras: Jeremias 11.18-20; Marcos 9.30-37
Autor: Fábio Py Murta de Almeida
Data Litúrgica: 16º Domingo após Pentecostes
Data da Pregação: 20/09/2009
1. Introdução
Era final do dia. A noite caía sobre os olhos num teto aberto. Eu e meus irmãos esperávamos anoitecer para que as luzes da casa do coronel se apagassem. Assim poderíamos conversar, sussurrar e treinar para o combate iminente. Afinal, o dia da luta chegaria e teríamos de estar prontos. Por isso hoje e nos outros dias traçávamos estratégias. Na roda, treinávamos o combate. Ocorre que hoje, de tanto que apanhamos e tamanhas foram as cuspidas que nos molharam, a raiva nos subiu os nervos. Sem perceber, falamos alto e cantamos mais alto do que o normal. Esse foi o motivo para que, no meio de nossa articulação, os capangas do senhor (senhor feudal) cercassem a senzala. Em cada janela havia armas de fogo, e seu carrasco entra para falar conosco: O que vocês pensam que estão fazendo?
Logo Josmiro, um ancião, responde: Estamos apenas falando da colheita. Afinal, o mês foi propício – disfarça ele. O carrasco retoma seu ponto: Mas o que vocês estão cantando, batendo palmas e dando golpes com música? Josmiro então conclui: É a nossa forma de fazer festa, de celebrar. E não são golpes. São apenas danças que fazemos para agradecer a nossos orixás pela bênção da terra. O carrasco, ainda ressabiado, pede para que continuem a celebração, indo embora com os seus. Chega a comentar que falaria com o senhor feudal, mas admitiu em tom baixo que era bom a celebração ser fora do trabalho, pois assim não interromperiam a produção do café.
Na senzala, embora o medo fosse geral, pairava no ar uma certa decepção. Assim Josmiro fala a todos que ainda não é o momento da emancipação, da liberdade. Falta fortalecer nossa vontade de mudar as coisas. Faltava coesão no movimento. Quando acabou de falar, eu e os irmãos voltamos às conversas, à música e aos golpes.1
Nesse momento litúrgico, parece ser relevante lembrar relatos como esse, comuns entre os irmãos escravos e escravas no Brasil colonial. Se entre eles a tônica do silêncio ocorria na iminência da mobilização, também parece ser importante que se lembrem nessa liturgia as vozes contidas. Esse é um tema que não pode ser desvencilhado de dentro do cristianismo, já que os endereços de narrativas bíblicas transpiram por entre exílios e eventos subjugadores.
Ora, dessa forma, as anotações para “o cuidado com o falar” devem ser lembradas principalmente sobre os tempos de dominação tão explícita. Essa idéia é também um elemento da comunidade do livro de Jeremias, no capítulo 11 (v. 19-20), onde fala da condição do “cordeiro”, que se fazia de “manso” para o matadouro; e com o texto sinótico, quando diz que o ensino de Jesus ocorria da forma “que ninguém soubesse” (Mc 9.30a). Agora, se entre o texto de Jeremias e o de Marcos essa temática tem força, de forma expressiva podemos vê-la no texto da prédica deste domingo.
Em Tiago 3.13-4.3,7-8a, ela originalmente fora citada na Palestina pósdestruição do Templo de Jerusalém, onde a manutenção do silêncio é a condição para a articulação dentro do ambiente opressor romano. Compreendemos que, na visão dessa comunidade, desde a mobilização transformadora de Jesus na Palestina como movimento ligado ao farisaísmo, fez-se a opção de mantê-lo à margem do judaísmo e dos agentes de Roma – pois ainda não tinha status de religião. Assim, ao longo dessa prédica sobre Tiago 3.13-4.3,7-8a, gostaríamos de destacar que, em determinadas situações pontuais na história do cristianismo de subjugação e de violência, o silêncio vira sinônimo de co-inspiração. Sim, porque utilizar-se do silêncio entre os membros é uma forma de agilizar a reprodução social frente à subjugação. Da mesma forma como ocorria dentro da senzala entre os escravos nas noites de conversas e de danças de batalhas no início da colonização brasileira.
2. De olho no texto de Tiago
O livro de Tiago parece ressoar uma forte tensão sociorreligiosa da comunidade cristã do 1º século d.C. Talvez seja porque, como tanto se diz, esse livro não prima pelas longas discussões filosóficas ou por um tratado teológico. Não mesmo. Pelo enredo e por sua origem na Palestina, sua constituição se apregoa o ritmo concreto da vida, como ocorria com nossos irmãos e irmãs escravizados pelos senhores feudais no Brasil. Tiago traz para nós, seus leitores, palavras diretas. Expressões que “vão ao ponto”, sem qualquer desenrolar filosófico. Isso logo percebemos na primeira leitura do livro. Seu destaque é a cadência da vida. Seus termos são impregnados de prática.
Agora se deve dizer outra coisa sobre esse livro. Sua estilização ocorreu a partir de pregações dirigidas aos grupos responsáveis por sua memória. Entendemos isso quando avistamos a importância do termo “meus irmãos” (1.2; 2.1; 2.14; 3.1) ou então: “irmãos” (1.9; 3.11; 5.7).2 Tais termos racham o livro. Sua repetição ajuda a dividir as mensagens, auxiliando tanto os pregadores como os receptores no entendimento do argumento.
Em todo caso, hoje na prédica nos debruçaremos sobre a unidade (perícope) de Tiago 3.1-4,10. Especificamente, seu início começa após o fim do primeiro argumento sobre os “falsos mestres” (3.1) – localizado em Tiago
3.1-12. Sobre esse se faz um aprofundamento das questões com uma pergunta que pondera o que se especifica em Tiago 3.13b-18. Já no capítulo 4 apresenta outra pergunta. Dessa forma, podemos indicar a seguinte orquestração desse pedaço de unidade bíblica:
Tiago 3.13a – Primeira pergunta
Tiago 3.13b-18 – Explicitação primeira
Tiago 4.1 – Segunda pergunta
Tiago 4.2-6 – Explicitação segunda
O que se pode ver nessa divisão do texto de Tiago é sua praticidade. Em suas palavras se busca a vida. A própria divisão da perícope entre perguntas e respostas dá mostras de sua relação com a vivência do povo. Talvez por isso a pesquisa bíblica relacione tanto esse livro com as parêneses de Deuteronômio. Ambos os livros têm em comum a origem entre as construções práticas da sabedoria do povo de Deus.3 Por isso seus escritores deviam ser cristãos-judeus (sábios), que tanto sabiam das palavras de Deuteronômio. Eles devem ter se inspirado nelas para que pudessem expressar-se numa comunidade abalada pela expiação de Cristo.
3. A beleza da palavra bíblica: sua mensagem
Após apreciarmos a orquestração desse texto e seu gênero literário, passamos à análise de suas palavras em seu contexto. Interessante é que a partir desse sistema de perguntas e respostas os escritores bíblicos fomentam uma fórmula fabulosa de apresentar suas opiniões.
Claro que não são simples opiniões, mas ditos de pessoas acostumadas com as tradições dos antepassados judeus e que sabem escrevê-las com primor. Percebemos isso ao defrontarmo-nos com o grego de Tiago – um dos mais apurados do Novo Testamento. Seu grego é tão refinado, que ele não poderia ser datado antes de 80 a.C., como alguns críticos costumavam fazer.4 Ele é posterior à destruição do Templo de Jerusalém. Daí compreendemos que a primeira temática desenvolvida na questão dos “falsos mestres” é sobre a “língua”. A forma de dizer e de cobrar sobre as conversas é um detalhe que assola os sábios judeus.
3.1 – A língua: uma introdução aos desertores (v. 1-12)
A questão da língua é relevante no texto, tanto internamente (no bojo da comunidade) como em relação à dinâmica imperial. Claro que internamente a língua poderia causar problemas. Mas, ao pensarmos na Palestina dos séculos I e II d.C., logo vem à mente que os burburinhos não poderiam fazer parte das pequenas comunidades cristãs.5 É que elas eram perseguidas. A religião em Judá era mesmo o judaísmo, e qualquer um que saísse dessa poderia não estar sob a tutela judaica de Roma. Teria que se submeter à religião romana com seu tributarismo e suas orgias. Então, na marginalidade do cristianismo, todo cuidado é pouco. Combate-se a língua pelo medo do embate com os agentes romanos e com os movimentos de dentro do próprio judaísmo.
3.2 – A marginalidade leva ao cuidado (v. 13-18)
Assim chegamos aonde queríamos chegar. A questão da sabedoria e da inteligência, que é evocada no v. 13, tem que ser relacionada com o tratamento que se dá à “língua”. Ambas as ponderações seriam comentadas por conta das distensões ocorridas dentro do cristianismo enquanto religiosidade marginal. Por isso elas devem ser combatidas. Segundo aquilo que o texto nos traz, não se pode desvinculá-las da temática dos “falsos mestres”.
Toda inveja, egoísmo e orgulho podem vir a prejudicar a vida dos fiéis (3.14), já que poderiam causar problemas, levando algumas vozes a ressoar mais fortes na Palestina. Havia o risco de sucumbir com o movimento religioso que se organizava dentro do judaísmo farisaico. Para eles, esse tipo de sabedoria não era de Deus, mas antes era “demoníaca” – ou seja, facciosa (3.15). Esse início de organização social do cristianismo não permite o egoísmo, porque ele pode causar “desordens” (3.16). Deve-se antes ficar calado. Por isso a sabedoria de Deus, entre outras coisas, é pacífica, conciliadora, logo sem hipocrisia. Semelhante ao judaísmo, ela deve ser também cheia de misericórdia e de “bons frutos” (3.17).
Os sábios que escreveram a perícope esforçaram-se para relacionar as normas do judaísmo (especialmente do livro de Deuteronômio) às práticas religiosas dos que estavam à margem do judaísmo tentando sobreviver. Assim, a última frase dessa primeira argumentação diz: “Fruto da justiça (é) semeado na paz para aqueles que promovem a paz” (tradução do autor – 3.18). Ora, a busca de distensões entre os irmãos da comunidade só poderia causar a dissolução da religiosidade que surgia. Enfim, os escritores promovem a paz, pois com ela se obteria mais tempo para organizar o movimento cristão. Devem ter aprendido com os ancestrais africanos do sábio Josmiro, trazendo para dentro do movimento palavras típicas do judaísmo. Tudo com o intuito de ser enquadrados dentro desse rol religioso, dificultando aos dominadores a identificação do novo movimento.
3.3 – Todo cuidado é pouco (4.1-3,7,8a)
Agora o tom das palavras bíblicas aumenta. Ganha mais vigor. Sim, porque, depois de falar dos frutos, os escritores trazem uma série de indagações (Tg 4.1-4), mostrando toda a insatisfação que ocorria dentro das comunidades. Perguntam sobre as guerras e as rixas que ocorrem entre seus membros, causadas pelo orgulho. Conforme se diz, segundo o plano político-religioso palestino, não era bom que estivessem rachados, divididos, pois a desunião poderia causar denúncia e conseqüente perseguição. Enfim, os rachas poderiam causar desarticulação (v. 2b): diminuir e até terminar com a co-inspiração.
Até agora não conseguiram certa emancipação religiosa porque não pediram, isto é, porque não instrumentalizavam a articulação e a vivificação de sua fé (v. 3). Nesse contexto, toda fé, para que seja promovida, tem de ser partilhada. Seus membros têm que trabalhar sobre o projeto para que o mesmo venha a ser construído. Os prazeres particulares têm de ser afunilados, tendo em vista a conduta comunitária. Essa deve ser a aposta de todos. Todos teriam que se unir “em um” para que pudessem sobreviver na marginalidade do Império Romano. Os pedidos têm de ser esses. Todos devem comprometer-se a não buscar as lutas e as guerras, porque os inimigos, no momento, são absolutamente mais fortes (v. 2-3).
Este deve ser o motivo da união: a sujeição a Deus. Essa vontade deve unir todos os membros da comunidade. Só assim “o Diabo” poderá fugir deles (v. 7). Fazendo assim, eles poderiam achegar-se mais a Deus, e logo o divino se achegará “para junto deles” por isso (v. 8a). Ora, a única forma de resistir a Roma e à religião oficial é, antes de qualquer coisa, diminuir as divergências e terminar com as guerras e as intrigas internas. No caso, podemos até dizer que a “união faz a força”, pois era a única forma de sobreviver e não acabar com aquela comunidade que surgia de dentro do judaísmo farisaico nas terras palestinas tomadas por Roma.
Por último, os escritores bíblicos dizem à comunidade: “Limpai as mãos!” (v. 8b) ou melhor: Larguem as armas de guerra! Por que, para os sábios, naquele momento Deus queria apenas que eles ficassem calados, sem fazer qualquer burburinho. Ao invés da guerra, que eles busquem a paz (3.18). É o mesmo espírito tracejado por Josmiro e nossos irmãos e irmãs quando se calam na esteira do opressor. Dentro da senzala não teriam como lutar.6 Por isso preferem o silêncio momentâneo.
Na visão do povo bíblico, esse clima é o melhor para o surgimento de uma nova proposta de vida. A nova vida brota de dentro da paz. Sua articulação ocorre “na surdina”, no silêncio. Ora, penso que hoje não se precisa tocar nas armas que cheiram a morte para lutar por novas propostas de vida, mas sim buscar a paz como condição fundamental para a virada da criação. Deus há de transformar a terra em nova moradia. Tudo ocorrerá num ambiente de paz. Todas as pessoas, pelo entendimento comum, devem perceber que a vida para ser vivida precisa ser humanizada. E não capitalizada.
Esses fragmentos de Tiago caem como uma “luva” em nossas comunidades, onde se compreende que a violência deve ser repensada. Ao invés de irmos às foices, armas de fogo, cuspidas e às tocaias, devemos buscar “limpar nossas mãos”, organizando-nos para fazer propostas de transformação neste mundo – onde somos chamados a profetizar.
Que Jesus Cristo possa nos ajudar a perceber que as religiões têm em si um caráter terreno menos carismático. Que ao invés desse caráter se prime pela paz, pois ali está o fomento da transformação deste mundo. Que fique claro que todas as religiões devem ter dentro de si rascunhos co-inspiratórios. E, assim mesmo, antes de qualquer um, no Brasil escravista já percebíamos isso e usávamos nossas formas religiosas para disfarçar nossa co-inspiração. Então, entre as comunidades cristãs, às quais se endereça a carta, a fé é que nenhuma língua denunciada poderá apagar a vontade de trazer nova vida àquela terra. Que se busque nos encontros religiosos a promoção da paz, e não do embate ou de qualquer tipo de rixa. Pois qualquer tipo de tensão pode ser um alerta para aqueles que são adeptos da situação hoje: como mercadores do capital neoliberal, pastores do Fundo Mundial Internacional e promotores da agenda fundamentalista-conservadora que se alastra pelo mundo.
O texto de Tiago chama-nos para diminuir as fofocas, a inveja e baixar as armas para que o projeto utópico da libertação dos povos subjugados possa ser avistado na “surdina” como uma inevitável e gradual revolução. Essa é a raiz ensurdecedora que nós brasileiros trazemos desde a nossa formação. Antes das propostas utópicas de renovo, que se reúnam os subjugados e, em conjunto, se avistem saídas mobilizadoras. Assim, prestemos mais atenção à história de nossa gente, como a do sábio Josmiro e seus irmãos e irmãs, como planos e saídas para os problemas da modernidade. Prestemos atenção aos dados do texto do evangelho, que revela que Jesus ensinava em tom baixo (ou seja: “que ninguém soubesse”) a seus discípulos sobre o seu reino (Mc 9.30-33). Ora, no início do cristianismo, co-inspirar é preciso, para que assim Deus inspire seus filhos.
Por tudo o que se faça mesmo à articulação religiosa (utópica) no silêncio da noite, entre os iguais, para que nos fortaleçamos e transformemos por isso o mundo – sedento de justiça social. Essas são as conseqüências diretas da explanação do evangelho de Jesus Cristo, misturado no tom resguarnecedor do livro de Deuteronômio e no evangelho conspiratório vivido pelos escravos em suas rodas de capoeira. E para nos lembrarmos disso, possamos cantar juntos ao som dos atabaques, berimbaus e tambores uma canção de capoeira.
4 Reflexão sobre o texto na liturgia do culto
1 – Utilizar cantos que promovam o reconhecimento das questões do mundo, dos religiosos e da religião cristã. Para isso, no meio de refrões entre os cantos, que se convidem os membros para apresentar as dores deste mundo e as dores da religião cristã.
2 – Após a série de recitais, que se busquem dinâmicas entre os membros para que possam compartilhar atividades, palavras e atitudes que fortaleçam a partilha. O voto é que entre eles, a partir de pequenos grupos, se crie um ambiente amistoso e que em conjunto percebam que as dores do mundo normalmente diminuem.
3 – Finalmente, que a mensagem possa apresentar que, para sobreviver aos açoites do mundo, a melhor forma de sobreviver é a solidariedade entre os iguais. Que cada comunidade possa fortalecer o conjunto da religião cristã e participar ativamente da transformação do mundo.
Bibliografia
ELLIOTT, John H. Um lar para quem não tem casa. São Paulo: Paulinas, 1985.
KÜMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 1982.
SAMPAIO, Tânia Mara Vieira. “Dança do êxodo e da capoeira: jogos de vida e libertação”. In: DREHER, Carlos; MÜGGE, Erny; HAUENSTEIN, Iria; DREHER, Isolde R. (Org.). Profecia e esperança: um tributo a Milton Schwantes. 1. ed. São Leopoldo: Oikos, 2006, v. 1. p. 325-336.
TAMEZ, Elza. A carta de Tiago: numa leitura latino-americana. São Bernardo do Campo: Impressa Metodista, 1985. 104p.
Notas:
1 Esse pequeno conto foi compartilhado em um estudo bíblico sobre o livro de Tiago numa reunião macroecumênica no interior do estado do Rio de Janeiro, na cidade de Cachoeiras de Macacu. Lá, alguns descendentes da escravidão puderam rememorar contos e narrativas, que foram passados de família em família, sobre a forma como se organizara um quilombo na região de Sant’Anna de Japuiba, 2º distrito de Cachoeiras de Macacu.
2 Elza TAMEZ, A carta de Tiago: numa leitura latino-americana, p. 32-35.
3 Elza TAMEZ, A carta de Tiago: numa leitura latino-americana, p. 28-43.
4 Vide sobre ele na obra, Werner Georg KÜMMEL, Introdução ao Novo Testamento, p. 234-246.
5 Nisso utilizamos a ideia de John Elliott, quando fala do texto, o método de leitura sociológica e suas relações intra e extracomunidade produtoras dos textos bíblicos: “O que fica a desejar é um método para achar não somente o que foram as circunstâncias sócio-históricas de determinadas tradições e composições, mas também como e por que essas circunstâncias deram origem às produções em pauta”. Para isso, cf. John ELLIOTT, Um lar para quem não tem casa, p. 10-11.
6 Em toda a parte que se refere à mobilização na senzala, danças, lutas, músicas dessa reflexão foram baseadas no texto de Tânia Mara Vieira SAMPAIO, Dança do êxodo e da capoeira: jogos de vida e libertação, p. 325-336.
Proclamar libertação é uma coleção que existe desde 1976 como fruto do testemunho e da colaboração ecumênica. Cada volume traz estudos e reflexões sobre passagens bíblicas. O trabalho exegético, a meditação e os subsídios litúrgicos são auxílios para a preparação do culto, de estudos bíblicos e de outras celebrações. Publicado pela Editora Sinodal, com apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).