XXVIII Concílio da IECLB
17 a 21 de outubro 2012 – Chapecó/SC
Prédica do Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB, Pastor Sinodal Carlos Möller, no encerramento do XXVIII Concílio
Epístola: 1Cor 12.28ss
Evangelho: Marcos 10.35-45
Salmo 91.1.9-16
Pregação: Isaías 41.8-13
Eu vivo Comunidade – “O Senhor é nosso Deus, somente o Senhor”1
I – Saudação: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
II – Prezados conciliares!
Uma das belezas do protestantismo é a música, os hinos. Ouvi recentemente que “é mais fácil abrir mão da prédica do que dos hinos”. Penso não errar ao afirmar que “as músicas e os hinos são a língua materna da fé”.
Hinos são expressão de nossa história, de nossa tradição e, não por último, de nossa teologia. Mas, também constatamos que muitas vezes apenas a boca canta, e não o coração. Eu me perguntei: como seria a imagem da IECLB se fôssemos nos ater apenas àquilo que nela é cantado?
O profeta Habacuque ensina que as imagens nos ensinam a mentir. Quem domina as imagens, domina também as cabeças. Os fatos na sociedade assim o comprovam.
Sair bem na foto! Teria sido esta a tentação dos discípulos Tiago e João no Evangelho de Marcos 10.35-452 – “Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda”?
No Viver comunidade o ser humano3 aprende que é simultaneamente natureza, pessoa e sociedade. Isto é: ele é RELAÇÃO4, ao mesmo tempo, em 4 diapasões5:
1. relação consigo próprio
2. relação com as diversas dimensões do seu próprio ser, corpo, sentidos materiais e espirituais, sentimento, emoção, razão, vontade, amor (sentidos práticos)
3. relação com a natureza.
4. relação com a sociedade e espécie humana e a relação interpessoal. Leonardo Boff resumiu: “o ser
humano é um nó de relações”.
Gênesis 2 nos ensina que onde a pessoa perde a relação com Deus, quer ser deus e faz-se criador, ela perde o link com os animais, os quais se tornam seus inimigos; perde a relação para o trabalho, o qual lhe prepara cansaço e fadiga; perde também a relação com as parceiras e os parceiros passando, ao invés do amor, poder e opressão determinar suas relações. Gn 4 (Caim e Abel) chega até a afirmar que a pessoa separada de Deus não consegue suportar prejuízos no campo social e torna-se assassino do seu irmão.
III – O “eu” e o “nós”: Uniformidade nunca foi a língua do Espírito.
A Senadora Kátia Abreu, PSD/TO, escreveu em sua coluna na FSP em 22/09/12 um interessante artigo sob o título “Eleições?” O “eu” e o “nós”. Ao admitir que “não é fácil identificar tendências que permitam alguma interpretação comum dos eleitores”, certamente sem o pretender, ela dá uma dica para o tema sobre o qual queremos refletir nessa prédica de encerramento do 28º. Concílio:
“Cada cidade parecer estar tecendo a sua história, sem uma nítida conexão com a política nacional. Alguém pode dizer que isso é natural, pois o que está em jogo são questões puramente locais” e conclui o parágrafo perguntando: “Será essa a razão?”.
“O que está em jogo são questões puramente locais”. Seria essa também a nossa percepção num Concílio que tratou e decidiu tantas questões que afetarão em gênero, número e grau as Comunidades da IECLB, finanças, Ministros e Ministras, missão?
Será que o 28º Concílio conseguiu soprar energia na alma das Comunidades da IECLB, para que elas não sejam apenas pagadoras de contas, estranhas, que não se veem e não se falam, que temem as decisões da maioria e aspirem apenas proteção e isolamento?
Um diagnóstico dos sintomas oriundos das Comunidades parece apontar que além da atual crise das instituições o “eu” ainda não deu lugar ao “nós”, o que, em termos teológicos, recebe o nome de congregacionalismo6.
Viver comunidade nos confronta com o duro diagnóstico que “se a gente ama a comunidade, a gente sempre a acha mais bonita do que ela realmente é”.
Talvez essa seja a miséria do mercado religioso atual: no vácuo da tecnologia que ameaça dominar nossas vidas, tornando-nos menos humanos, cantando com a boca o que o coração não diz, isola o crente e nega-lhe a visão do todo7.
Também sob esse ponto de vista as Comunidades da IECLB já notaram que “a cultura – também a religiosa reinante no Brasil – deve passar pelo crivo da crítica8.
No livro O Peregrino e o Convertido – a religião em movimento9, ao abordar “A questão do “poder religioso”, Instituições em crise, laicidade em pane, a autora nos lembra de que “O crente moderno não se contenta mais em escolher sua fé: ele quer escolher, ao mesmo tempo, sua comunidade, ao menos quando sente necessidade de pertencer a alguma”. Imaginem, prezados conciliares, se o crente moderno escolher a sua comunidade!
Já afirmamos, sempre de novo cantamos: “Aqui você tem lugar10. Mas é preciso também saber que “Se a Igreja quer ser crível e atuante, então ela não pode ter um sentido apenas para aqueles que a integram, mas ela deve colocar sinais no mundo sem fé”11. TESTEMUNHO
O tema do IX Concílio Geral da IECLB, realizado nos dias 17 a 20 de outubro de 1974, em Cachoeira do Sul/RS, “IECLB – Igreja Missionária no Brasil”, teve como subtema Comunidade – base da Igreja Missionária.
Hoje, nosso foco é o Tema do Ano da IECLB para 2013: “SER, PARTICIPAR, TESTEMUNHAR: Eu vivo comunidade”.
Lema: Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão (Isaías 41.10). A lembrança de temas passados traz as perguntas:
I – De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?
O tema de 2013 levanta a pergunta pelo lugar da pessoa nas Comunidades da IECLB – o cuidado com ela, sua história e sua experiência como pessoa: livre para pensar e discernir, integrar a comunhão – e o seu papel, por meio da Comunidade, na sociedade – sua emancipação – ser sal da terra, luz do mundo (Mt 5.13-14).
II – Centro comum de pregação e adoração
Ao lado da pergunta pelo lugar da pessoa na Comunidade, “É necessário saber onde fica e qual é a comunidade cristã, para que não aconteça que pessoas empreendam negócios humanos sob o nome da comunidade cristã. A comunidade cristã deve ser reconhecida, sem sombra de dúvida, na pregação do Evangelho puro. É no Evangelho que se reconhece, com certeza, onde estão Cristo e seu exército”12.
Para lá acolherão as pessoas e lá trarão as suas causas, seus motivos, sua história, sua gratidão ao Deus da vida.
Reunidas e fortalecidas em Comunidade, as pessoas são enviadas ao dia a dia do mundo (Rom 12 – culto racional).
IV – Fé alegra a pessoa HPD Ó alegria + 271
Pois ela sabe: diante de Deus ela é justa e boa, e tem todos os motivos para se alegrar. Pessoas justificadas pela graça de Deus que integram e participam em uma Comunidade vivem na confiança que Deus está junto delas no seu dia-a-dia, as acompanha e guia, as consola e fortalece em situações de dor e sofrimento, morte e perdas.
Talvez seja esse um dos grandes desafios do tema do ano em 2013 para nós na IECLB:
– Como a Comunidade participa na dinâmica de vida de seus membros?
Aqui cabe também uma pergunta inquietante:
– caberia à Comunidade cuidar para que as pessoas sejam mais alegres13?
V – “Comunidade como corpo de Cristo – comunhão de pecadores
Comparar a comunhão formada em uma comunidade com um corpo não é novidade. Na Antiguidade, o Estado era, às vezes, apresentado como um tal corpo.
Se Paulo cita a comunhão dos cristãos como um corpo, então isso não é apenas uma comparação.
A Igreja/Comunidade14 é realmente o CORPO de CRISTO: os cristãos estão numa real e verdadeira comunhão com Cristo, comunhão estabelecida através do Batismo e da Santa Ceia.
“pois fomos batizados pelo mesmo Espírito para formar um só corpo”15.
Ele concretiza essa pertença, esse vínculo, quando no capítulo 10 pergunta à Comunidade de Corinto: “Pensem no cálice16 pelo qual damos graças a Deus na Ceia do Senhor. Será que quando bebemos desse cálice, não estamos tomando parte no sangue de Cristo? E, quando partimos e comemos o pão, não estamos tomando parte no corpo de Cristo?“.
A exemplo do cálice que está bem apoiado na base, também nós temos uma base firme onde vivemos dentro da realidade: nossa história, nossos valores, nossa missão. O cálice é aberto na parte superior por onde espera ser preenchido.
Comunidade cristã é a comunidade que está aberta para receber a graça de Deus. Ela não apenas a recebe; ela é também incumbida de preservar aquilo que recebeu de Deus. Por graça recebe, em gratidão serve!
VI – Viver comunidade é traduzir a palavra de Deus para o dia a dia do mundo
Com a autoridade que lhe cabe, Phillip Jacob Spenner17 ao perguntar “Será que o Cristianismo consiste em ser batizado, ouvir pregações, confessar-se e participar da Santa Ceia?” confessa que “a experiência cotidiana nos leva a crer que são muitos os que estão convictos de que o cristianismo se limita a isso”18.
VII – Comunidade – risco da fé
(Lucas 14.28: quem nos protege, advoga a causa da nossa Comunidade?) O profeta Isaías ao chamar o povo de Deus de servo logo complementa: não fiquem com medo, eu estou com vocês; eu garanto; eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão.
Pentecostes: a missão de Cristo é finalizada: os crentes são emancipados. O Espírito Santo fomenta a esperança apesar de recusas e frustrações. Comunidades são “portos seguros” em tempos difíceis e a Igreja qual barco singra pelo mar das incertezas humanas – Mc 4.35-41).
VIII – A presença e a força de Deus na Comunidade despertam dons e carismas para servir e edificar a Igreja – construir Comunidade.
Quando Paulo se dirige à Comunidade em Corinto19, rica em incomuns manifestações religiosas, ele a lembra que pessoas que receberam carismas e dons especiais não deveriam se impor sobre as demais – Jesus é categórico “Mas entre vocês não pode ser assim” (Mc 10.43) elas, antes, devem entender seu carisma como uma dádiva do Espírito Santo. Quem tem o dom da cura não é melhor que aquela enfermeira que cuida as feridas de doentes – DIACONIA.
Aliás, não é a êxtase – comum no mercado religioso brasileiro – mas é o conteúdo que qualifica um carisma como verdadeiro e auxiliador: não ressalta e enaltece a pessoa, mas edifica a Comunidade e capacita ao serviço mútuo no seu interior.
IX – O contrário do medo não é a coragem, é a fé! (Frei Beto)
Medo e insegurança permeiam a nossa vida em sociedade… Até o medo de ficar sem Pastor na Comunidade, constatei recentemente em uma visitação! Igualmente no aconselhamento pastoral nos seus variados setores na prática de assistência espiritual às pessoas.
Viver comunidade é ouvir a voz de Deus
– por meio de pregadores!
– na leitura da Bíblia!
– na meditação diária: não fiquem com medo20, pois eu estou com vocês… (Is 41.10)
Não tenhas medo, pois eu estou contigo… TEB
Fürchte dich nicht, denn ich bin bei dir HfA
Isso exige uma boa dose de confiança, isto é, de fé – função terapêutica e social do viver em comunidade: organizar – sete pães e alguns peixinhos – curar (Mat 15.29-39).
Fé
Ter como verdadeiro
Orientação de sentido
Confiança em Deus
Estar de acordo com Deus21
Isaías 41.8-13
Traz o primeiro anúncio da salvação de Deus a Israel através dos profetas (40,1ss). Era função do sacerdote no Templo como resposta às lamentações oriundas de uma crise de fé – da pessoa ou da comunidade. Amós, 7.7-9; 8.1-3 e Jeremias, 15.1-4, tiveram que negar tal anúncio.
Agora, novamente se unem função sacerdotal e palavra profética como exemplo para o nosso Salvador Jesus Cristo – concomitantemente profeta e sacerdote. A mensagem do juízo e graça se unem, como em deuteroisaías, na cruz de Jesus22.
Com a eleição de Abraão tem início essa história especial de Deus com sua comunidade:
Em Gen. 18.17 (“não vou esconder de Abraão o que pretendo fazer“) é descrito pela primeira vez como à revelação dos caminhos da história de Deus sucede aos eleitos.
O versículo 10 – não tenham medo – é marca e centro da maioria dos anúncios de salvação. Por exemplo, a voz do anjo ao pastor, em Lucas 2.10: „não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria, também para todo o povo!“.
A rigor, não é proibir/evitar/impedir que tenha medo. Se Deus promete essa palavra então ela carrega consigo a força de transformar medo em fé. Agora talvez entenda-se melhor que “o contrário do medo não é a coragem, é a fé!
O anúncio de salvação tem quase sempre dois pilares de sustentação:
1) um voltar-se de Deus: Eu sou o seu Deus, estou aí pra você. Como titulei: O Senhor é o nosso Deus, somente o Senhor23!
2) uma promessa de ajuda racional na forma do passado (se Deus promete algo, então a sua palavra já é quase que uma ação): Eu lhe fortaleci, lhe ajudei. Essa realidade vem à tona no Salmo 135.4 e no controvertido capítulo11 da Carta aos Romanos (que fundamentou na ordem de perícopes o ‘Domingo de Israel” no qual se orava pela conversão dos judeus e que levou Helmut Gollwitzer a perguntar: como ouvir uma prédica sobre Rom 1124 sem adoecer? ) e na Conferencia Leuenberger de Belfast, 103 Igrejas da Europa, reconhecer ‘que as raízes do cristianismo repousam no judaísmo… e as suas Igrejas acham-se, no combate ao racismo, a discriminação e ao antissemitismo, ao lado de Israel”. Identidade cristã não se forma na diminuição nem na desfiguração da fé judaica.
Quais as conseqüências para a identidade de “confissão luterana” e as Comunidades da IECLB? Nosso Tema e nosso Lema de 2013 serão uma forte ajuda para responder essa pergunta! SER, PARTICIPAR, TESTEMUNHAR: Eu vivo comunidade. Amém!
Notas:
1 Dt 6.4, confissão que exige um compromisso de amor total e, depois do iluminismo, com Jesus também “de todo o teu entendimento” Mc 12.30
2 Em Mateus é a mãe que faz o pedido.
3 A Bíblia não conhece outro ser humano que o atual; ela não convida a especulações sobre um protótipo humano do jardim do paraíso (Gn 1.1-3)
4 Prédica sobre Mc 10.35-45 em Brasília 06/04/2003
5 Instrumento metálico em forma de forquilha, que serve para afinar instrumentos e vozes através da vibração de um som musical de determinada altura. Foi inventado por John Shore (1662–1752) em 1711, trompetista de Georg Friedrich Haendel.
6 P. em. Dr. G. Brakemeier desenvolveu seus perigos em prédica no Culto de Abertura da 14ª. Assembléia no SVI: ”Igreja luterana procura evitar os inconvenientes do episcopalismo de um lado e do congregacionalismo de outro. Igreja episcopal marginaliza a comunidade, enquanto igreja congregacional favorece a arbitrariedade da mesma e seu independentismo. Igreja luterana quer a cooperação entre ministério e comunidade, entre leigos e obreiros sem absolutismos e sem dominação de uns sobre os outros. A autoridade máxima é sempre Jesus Cristo perante quem devemos responsabilizar-nos”.
7 Sabe-se que nossa história no Brasil teve início com uma proposta de alinhamento: Em 1558 da Nóbrega escreveu ao rei português “Se os gentios forem subordinados e desempoderados, eles teriam vida espiritual, seriam obedientes ao Criador e aos seguidores de Sua alteza e conheceriam a obediência diante de outros cristãos; o nosso Senhor Jesus Cristo ganharia muitas almas e Sua alteza ganharia uma rica colheita nesse país” (Eduardo Hoonart, História da Igreja no Brasil, pág. 45).
8 Um dos dez pontos consensuais da 11ª. Conferencia Mundial sobre Missão e Evangelização, Salvador, 1996. Porém, em várias culturas “os frutos do Espírito são visíveis dentre os quais, o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a benevolência, a fé, a doçura e o domínio de si, assim como a busca de justiça nos assuntos humanos”.
9 Daniele Hervieu-Léger, Ed. Vozes, pág. 175
10 HPD 324, de Nelson Kirst. Providente a alusão lá feita a Efésios 2.13-19 “agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele (BLH)
11 No último dia 11 de outubro a cristandade lembrou o Concílio Vaticano II, da ICAR. João XXIII marcou sua iniciativa ao afirmar: “o povo ouve mais testemunhas do que mestres. E, se ouve mestres, é porque são testemunhas”.
12 Martim Lutero, Discípulo – Testemunha – Reformador. Meditações de Ricardo W. Rieth, p.86
13 Índices de depressão no país são alarmantes
14 Corpo de Cristo é tanto Igreja como Comunidade: ambas são “ekklesía”. Por ser o mesmo Senhor que se doa a cada comunidade, a comunidade não está solta e isolada, mas em comunhão com as demais. “A comunidade é igreja plena em concretização local e a igreja universal nada mais é do que a comunhão com Cristo em dimensão global” (Modelo Eclesiológico da IECLB, Constituição Art. 7º.).
15 1 Coríntios 12.13
16 Projetar durante a prédica o cálice
17 Mudança para o futuro: Pia Desideria, pág. 59
18 “Pois isto ninguém pode negar, que cada cristão tem a palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote” (Lutero) Documento do DEPOA de 19.08.1989 “reconhece que a nossa IECLB – rumo ao século XXI – precisa se ocupar urgentemente de duas questões básicas: o ministério e a formação”.
19 1 Cor 12.4-6
20 Na linguagem de Lutero, correspondente ao termo grego ‘telipsis’ no alemão Bedrängnis, o acento está muito mais forte que hoje nas causas exteriores e não em primeira linha desencadeado por um sentimento amedrontador na pessoa. Por não identificar claramente as ameaças de perigo, a pessoa sente-se paralisada na coragem e na alegria de viver. A Bíblia conhece diversos tipos de medo: da morte Salmo 116.3; dos que sempre fazem o mal Rom 2.9; em decorrência da vocação diante das almas confiadas a Paulo 2 Cor 2; 4; de perder a justiça de Deus Salmo 51.13; de se isolar e ser abandonado, libertado pela comunhão com Jesus João 16.33, p.ex. Fobia, por sua vez, é a transformação de medo em temor. O próprio Freud mudou sua opinião: não é a ansiedade que produz medo, antes o medo tem sua origem na ansiedade. O teólogo Paul Tillich na sua interpretação teológica tentou fazer jus ao conhecimento de Freud. O aconselhamento pastoral não elimina, antes, fortalece a habilidade da pessoa para encarar o medo, e criou um modelo de diálogo aberto e de cooperação entre cura d’almas e médico.
21 Glauben heisst já über sich selbst und die Dinge hinweg zu sehen, um das zu entdecken, was Jesus für jeden bereithält: die Zuneigung Gottes für jeden!
22 Walter von Loewenich, A Teologia da Cruz de Lutero, Sinodal, pág. 124, 1988: “o caminho da paz é o caminho da cruz; o próprio Deus está oculto sob a cruz, razão por que paz só pode ser encontrada sob cruz e sofrimento”.
23 O decálogo como guia hermenêutico/ tipo de espelho que indica até onde chegamos e onde o Espírito ainda quer nos levar, desenvolve a partir do primeiro mandamento todos os demais.
24 Paulo escreve em 11.5-6: “…por causa da graça de Deus, ainda existe um pequeno número daqueles que ele escolheu. Essa escolha se baseia na graça de Deus e não no que eles fizeram. Porque, se a escolha de Deus se baseasse no que as pessoas fazem, então a sua graça não seria a verdadeira graça”.